MARIA CLARA
Quando a secretaria me levou até Barbara,ela ainda não havia me percebido fiquei observando do batente da porta linda lendo umas paradas la os oculos davam mais charme ainda que porr* de sentimento é esse que ela desperta em mim?quando ela me percebeu tentei jogar charme andar como as mulheres andam quando querem seduzir a porcaria do problema é que mau sei andar pra frente ,requebrando então vixi! quase me quebro toda igual minhoca ao menos ela tava com a cara tipo Clara como você é fodamente linda.




Me passou maior sermão porque usei de artificios duvidosos para vê-la,ó meuu não sou trouxa se não fosse daquele jeito nunca mais a veria isso seria como tipo parar de respirar,sem ela a vida não tem rima saca;depois ficou falando de grana,grana,grana,grana,pô papo chato véio!! rico tem uma mania de achar que pobre não pode ter orgulho só porque é todo ferrado,começou a fazer um discurso burguesinho do caralh* isso me irritou,não queria estar engada sobre ela que  fosse só mais uma riquinha nojenta e metidinha.A convidei pra sair claro que ela pulou fora,pulou umas dez vezes e eu ainda insistia,insistia como uma praga teimosa,dai ela mandou que tinha compromisso com amiga,convidei até a amiga,por fim ela aceitou não sei porque nem como só sei que na minha barriga quando ela disse que ia um zoologico se manifestou.




Sorri igual uma retardada pra ela olhei suas mãos e falei com sentimento que eu tava no caminho dela,ela achou fofo,mas bordoou depois ,cara!!que mulher linda do cacete viu,ai ai;depois fiz uma gracinha sobre cama e nós outra bordoada claro,mas essa merecida até eu me daria,depois que ela saiu pra se trocar dei uns tres tapas na minha cabeça pra deixar de ser trouxa sempre ajuda rsrs.




Porrrraaa velhoo!!! a amiga da Barbara é muito da ora,sabe essas riconas maneiras e fodasticamente gostosa assim era Fafa,ri litros com ela, me contava cada bagulho loco.Tava levando elas para uma parada tipo lual que uns parceiros dono de um bar faziam cada semana era um tema,dessa era praia eu ia tocar tambem era gente simples que frenquentava.Fiz de tudo pra elas se divertirem,dei maior atenção bebidinha,claro que noventa porcento do que iria ganhar ficaria ali mais foda-se a vida nunca deve ser medida em cifrões.




Chegada a hora de minha cantoria tinha uma porr*da de musica na cabeça ,quando subi no palco  olhei pra galera e não conseguia enxergar ninguem alem de Barbara tive certeza que estava fudida pro resto da vida ou melhor completamente apaixonada e uma musica veio ão meu coração.Cantei todo o repertorio por fim cantei pra ela na verdade pra nós ;vi e senti como tudo a tocou e amedrontou tanto que ela fugiu,eu sendo eu claro fui atras,a cena que encontrei me feriu profundamente estava acuada,ferida,encolhia-se tentando se proteger,não sabia que causaria tanto mau amando alguem,a abracei com todo meu ser no abraço continha um velado pedido de perdão nunca mais a machucaria,nunca mais falaria de amor se assim ela quisesse.



Tirei ela do banheiro a levaria pra casa,a acalmei primeiro cantando as cantigas que cantava pra Nina por fim ela estava mais calma,fui atras da Fa ela tava no maior dos pegas com um parceiro.Pedi a Barbara pra mostrar o caminho de sua casa ela não queria ir ,então a levei para o galpão;a pirralhada tava toda esparramada achei que ela iria fazer cara de nojo mais não o fez só o narizinho continuou empinado,o que me deixou muito feliz,Nina tava la nos meus panos ,com nossa movimentação ela acordou falou comigo ficou meio acanhada perto da Barbara,mas rapidinho ja a estava chamando de tia e me entregando safada,deitamos e fomos dormir.





Acordei cedinho a traira da Nina tava toda enroscada na Barbara,alguns muleques ja tinham ido fazer os corres eu fui pra padaria negociar com o portugues tarefa ardua.



--Falha ai meu coroa.--Cumprimentei dengosa.


--Menina Maria clara hoje não tem pão!--Exclamou indo atender um casal fui atras.



--Sem neura coroa hoje não vim pedir arrumei uns trocos ontem só preciso que faça mais barato.--Falei orgulhosa.




--Não menina assim você me fale.--Disse decidido.



--Meeeeu qual é!o senhor vende pra caralh* vai fazer conta de trocos?--Agora ele cede.



--Quanto é o troco?--Seu José.



--Dez pila.--Respondi displicente.



--Não!!!!!--Velho turão.



--PORRAA SEU JOSÉ!facilita ai to de visita preciso de leite se não o que ela vai pensar de mim.




--Kkkkkkkkkkkk vai pensar o certo que você não tem nem onde cair morta;menina tu não tem nem pra você e aquelas crianças e ainda leva gente pra comer.




--Pô seu josé não quer da não da mais tambem não precisa esculachar enquanto eu viver quantas pessoas forem aquele galpão pedi algo pra comer terão o que comer porque nessa vida, nunca, ouviu?nunca deixarei alguem passar fome como passei.Apesar da pãodurice do Seu José ele tava certo sempre nos ajudava eu ja tava abusando.




Sai de perto do seu José--Ai galera !!sera que alguem tem dez reais pra intera aqui pra compra leite?a padaria tava cheia--As frases vinham de rostos que não se mostravam--"vai trabalhar vagabunda"quer é pra compra droga""ou bebida""uma moça forte dessa pedindo""com um corpo desses podemos negociar" e mais um monte de ofensas ,perversidade?não sei, só sei que não precisava me ofender era só dizer que não daria eu não sou de chora nunca, mas quando ouço essas coisas meus olhos enchem de lagrimas sai de la correndo,bando de filho da puta o que sabem da vida nem era pra mim,sempre ouvi dizer nas ruas que quando você estiver com fome ou sede e for pedir nunca bata na porta de um rico ele vai te escurrassar ou chamar a policia claro que como tudo na vida tem suas excessões,mas as pessoas que mais ajudam são pobres.O tempo estava fechado fiquei em cima do viaduto vendo a cidade como voltar pro galpão sem nada não aguentaria ver o olhar de decepção dos bichinhos,Barbara iria achar que sou pior do que ja sou,uma lagrima saltou do viaduto,ninguem encherga o morador de rua ,passam por nós como se não fossemos humanos e sim parte do lixo que polui tudo,bem isso ,somos uma poluição visual,essas coisas doem porque uma grande parcela não escolheu estar ali,foram jogados por seus vicios,falta de oportunidade,por descaso  ,por abandonos ,não somos só uma escoria preguisosa que não gosta de trabalhar ,por incrivel que pareça somos humanos e olha uma novidade ,tambem sentimos,olha que descoberta do século ,a falta de teto sobre nossas cabeças não significa ausência de um coração,não deixei que a outra lagrima caisse,mascarei e engoli a dor que me acometia naquele momento,esses desgraçados não valem a pena ,sou maior que as palavras que vomitaram contra mim uma hora ou outra eles sufocam no proprio vomito ;dei um grito bem alto--AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH--Libertador .Depois fui até o parque fala com os rueiros mais velhos pedi pra eles cada um me deu dois conto em vez de dez consegui quinze reais voltei no seu José e comprei pão e leite.




Cheguei la engoli minha revolta,vesti meus olhos de felicidade e os encarei tava uma algazarra Barbara conversava com  eles animadamente um dos muleques me viu.




--Vem Maria ouvir as paradas da Barbara.--Falhou me pegando pela mão.



Ela olhou pra mim--Oi.--sussurou.




Sorri pra ela--Oi!!conquistando corações ai é?--Brinquei.




--Que nada!quem me dera conquistar coração de alguem,eles que são uns fofos;não sou como você.--Falou se aproximando de onde estava arrumando a comida.


--Como eu o que?--Olhei pra ela--Não quera ser como eu--Respondi num sorriso pra baixo.



--Hei que foi?--Puxou meu rosto passou o dorso da mão--Você conquista corações,você é especial,generosa,sedutora--Passou a mão no meu rosto.--Não existem pessoas como você ,olha pra isso aqui Clara!olha ao seu redor,tudo isso  é você quem faz sem ter condição nenhuma,as crianças me contaram como isso aqui é mantido,o orgulho que elas tem de você é comovente.




Rs sorri triste--Não ha prazer nenhum em mim de fazer isso linda--Minhas mãos acolheram seu rosto ela fechou os olhos--agora eu que lhe peço ,olha ao seu redor,vê ?aqui não é lugar para criança,ter uma refeição por dia ou nem isso não é humano,não é existência e sim sobrevivência, mais não ha nada que possamos fazer podemos pegar todas essas crianças que você ta vendo aqui agora e colocar todas em lares e abrigos,amanha quando eu acordar terão outras ai na porta e sabe o porque?porque sempre tera quem os abandone,então faço o que posso o que perante o que eles precisam é muito pouco,mas pro dia a dia é tudo que posso fazer,não me veja como uma santa doutora,ou alguem fantastica coisas desse tipo eu não sou,só faço por eles o que um dia quiz que fizessem por mim,o que salva uma criança um ser humano não é comida,brinquedos,futuros brilhantes,o que salva é carinho,atenção,amor,todo mundo sabe disso só que ninguem o faz eu tento dentro dos meus limites emocionais.




--Isso não te revolta ?poxa Clara você fala tão conformada,resignada.--Ela se alterou.



--Não sou conformada!--Sorri verdadeiramente--Só não espero que outros façam eu faço e a vinte anos nas ruas vi muito poucos que tambem fazem,as pessoas tem essa de sentir muito e fazer de menos,quem liga pra criança abandonada Clara! ninguem ,elas só serão percebidas quando tiverem assaltando,roubando,matando que é o que acontece com a maioria aqui.--Não iriamos chegar a lugar algum,alguem que teve e tem a vida como Ba nunca entendera ,a questão vai alem de um teto,boa escola e três refeições diarias mudei de assunto.



Olha a boia pirralhada depois que comeram foram se mandando um a um até sobrar ela e eu.




--Então dona doutora qual sua estoria?--Puxei ela pra mim ,coloquei uma mecha de seu cabelo atras da orelha.



--Nenhuma!--Reticente não me encarou.




--Aaaaaah ó vou tenta--Fiz cara pensativa--Menina rica,filha unica,miiiimada miimada,vida toda teve o que quiz ,namorado mauricinho ,só não sei de onde vem essa tristeza no olhar,acertei?--Arranquei um sorriso .



--Me vê tão futil assim?--Dentro de meus olhos.



--Desculpe.--Me intimidei.



--Aaaaaaaaah MEU DEUS!a marrentinha boca suja sabe pedir desculpa,to chocada--Fez deboche--Não se desculpe Clara é exatamente isso.



--Não!!--Dei um toque na ponta de seu nariz, acariciei seu rosto com o meu--Você é muito mais do que isso e sabe porque?porque ta aqui no lugar mais fudido do mundo,com uma garota tal qual fudida,e ainda por cima esta mais linda do que nunca,você ainda não entendeu não é?o que aconteceu com agente nosso encontro,tudo que ta rolando,os disparos de coração,a bambera das pernas,o s olhares,os toques voluntarios e involuntarios,olhe pra mim,mas me enchergue,viu?--Tentei beija-la.



--Olha que horas ja,tenho cirurgia daqui a pouquinho.--Se esquivou.




Ja estava vestida pegou a bolsa a qual ninguem pegou um trocado--Olha ,não vou lhe dar nada porque sei que vai se ofender aqui estão todos meus telefones qualquer coisa a qualquer hora me liga ta.--Me estendeu o cartão eu sorria pra ela feliz,ela tava com medo.



--Sim senhora--Brinquei e sorrimos.



--Agora tenho que ir.--Derepente deu uma pressa nela.



--Ta bem me da uma carona?--Não iria deixa-la fugir.



--Vamos! pra onde ira?--Confusa.



--Sei la no caminho decido.--Disse dando um tapa em seu bumbum e saindo na frente dela.


Ela me alcançou--Sabia que posso lhe processar por assédio!!!--Exclamou sorrrindo.



---kkkkkkkkkkkk--Respondi gargalhando --E vai tirar o que de mim?--Eu ria muito.



--Sua alma oras!!!!--Bateu no meu bumbum e entrou no carro vitoriosa.



Fomos conversando coisas bobas,divertidas por fim ja tava perto do hospital dela.



--Bom como acho você?--Me indagou anciosa.



--Rs não acha eu te acho.--Respondi.



--Não é justo ,não tem celular nada pra comunicar--Tava decepcionada.



--Pô Barbara olha bem pra mim,não tenho grana nem pra come quem dira pra celular,credito e toda a bagaça.--Fiz graça.



--Ai Clara tem horas que tenho vontade de te bater sabia,uma boca tão linda pra que tanto palavrão.



--Acha mesmo?--Eu toda retardada sorrindo denovo.



--O que?--Ela não entendeu



--Minha boca?--Insisti.


--Sim suja.--Ela ainda não entendia.



--Não! linda?--Expliquei a ela.



--Aaaah isso tambem.--Respondeu corando.



Gritei de alegria--POORRAAAA!!ops quer dizer uau,você acha memo cara?--Tentei ser menos Clara.



--Deixa de ser boba!!--Sorria lindamente ainda envergonhada.



--Beijaria eu ?quer dizer ela.--Que nervoso meu caralh*.




--Clara,clara ,clara o que anda fazendo comigo hein?como incluir isso tudo em meu mundo?--Agora eu não entendi.



--Não quero seu mundo quero você.--Fui sincera .



--Eu sou meu mundo Clarinha.--Tentando me parar.



--Não!--Toquei seu rosto--Você é meu mundo.--Agora a peguei.



Ela se emocionou,e me disse:--Você é a coisa mais linda do meu mundo!!!--Ficamos um tempo nos olhando até ela quebrar a parada de alma.



--Não queria mais tenho que ir.--Carinhosa.



--Ta bem.Barbara?--A chamei antes de sair.



--Oi--Ainda emocionada.




--E o papo da boca?--Não esqueci poxa.



--Rsrs beijaria Clara,não agora nem aqui .--Agora ela foi sincera.



--Aaaaah tem que ter lugar e hora né.--Dizer mais o que.



--Faz gracinha que te coloco de castigo hein--Ameaça sedutora


Levantei a mão  saindo do carro--Não falo mais um nada dona doutora--Brinquei com ela.



--Posso ir vê-la denovo? --perguntei a ela.


--Bjo Clara ja to com saudade--Via-se a batalha do medo em seus olhos.



Estava saindo com o carro gritei a ela--PENSA NA MINHA BOCA DONA DOUTORA E COM CARINHO,é eu tava afinzona dela.

Fim do capítulo