Capítulo 15 - Minha garganta arranha a tinta e os azulejos do teu quarto, da cozinha, da sala de estar
Quando acordei, Carol estava falando ao telefone. Escutei alguma coisa sobre alguém vir no outro dia pela manhã para ficar comigo. Tentei levantar para tomar pé da situação, mas percebi que ainda não era o momento. Meu corpo todo doía.
Carol escutou minha movimentação e apareceu na porta do quarto. Finalizou a conversa, trouxe o telefone e me entregou, dizendo:
- Seu celular tocou muitas vezes. Tirei de perto de você para não te acordar. Vi que era Solange e tomei a liberdade de atender - falou.
Aquilo me deu uma sensação estranha e a reação foi ainda pior.
- Olha, Carol, agradeço por estar cuidando de mim, mas gostaria de manter a minha privacidade - falei, exaltada.
- Lu, desculpa, não foi minha intenção. Ela já tinha ligado várias vezes e acabei me colocando no lugar dela, tentando ter notícias suas sem conseguir, por isso atendi. Não quero, de forma alguma, desrespeitar você - explicou ela, nervosa.
- Eu vou chamar um Uber e voltar pra casa - decidi.
- Lu, por favor, não faz assim. Desculpa, de verdade. Não vai embora. Você não tá bem. Eu combinei com Solange dela ficar aqui com você amanhã, enquanto eu estiver na universidade - anunciou.
- Você o que? Quando você pretendia me consultar? - disparei.
- Ela ligou e eu disse que você estava doente. Então, ela se ofereceu. Eu não pedi nada. Pode ligar pra ela - disse.
Depois de respirar e tentar ponderar as coisas, resolvi ligar.
Solange confirmou que Carol já atendeu o telefone se identificando e dizendo que eu estava doente. Foi aí que ela se ofereceu para o que fosse necessário.
Desliguei o telefone e me desculpei com Carol, deixando claro que as desculpas não eram pela invasão de privacidade, mas pelo julgamento.
De volta à paz, resolvi ficar. De fato, não estava bem para ficar sozinha.
Carol me abraçou em agradecimento e eis que ...
...febre!
Levantei para tomar banho, enquanto ela preparava algo para comermos.
Não demorei muito de pé depois do jantar. Tentei ficar um pouco na sala, mas meu corpo doía. Carol foi pra cama comigo e lá ficou até eu dormir.
Acordei no meio da madrugada com muito frio. Levantei para ir ao banheiro e Carol imediatamente apareceu no quarto.
Febre. 38,5.
- Onde você estava? - perguntei.
- No sofá da sala.
- Você não quer vir pra cá? - chamei.
- Bom, achei que você não ficaria à vontade, então achei melhor ficar por lá mesmo - explicou.
- A casa é sua, a cama é sua. Por mim, não tem problema, pode vir! - liberei.
Ela me deu o remédio e deitou ao meu lado. Ocupou tão pouco espaço na cama, que parecia que eu estava com uma doença contagiosa. Bom, nesse caso, fazia sentido, porque eu realmente estava.
Acordei com Solange alisando meus cabelos.
- Bom dia, como se sente? - disse ela.
- Como se eu tivesse sido atropelada por um trio elétrico. Obrigada por ter vindo.
- É um prazer, mesmo que seja nessa situação! A senhorita precisa comer alguma coisa para tomar o antibiótico - disse.
Ela tocou em mim e disse:
- Acho que está com febre. Vamos colocar o termômetro - declarou.
Enquanto esperávamos o veredito do termômetro, ela disse:
- O que você quer comer? Maria está aqui para atender às suas vontades - falou.
- Mariazinha está aqui? - perguntei animada.
- Está sim. 39. Vou pegar o antitérmico. O que você quer comer?
- Chama Maria pra mim, por favor? - pedi
- Claro!
Maria prestava serviço para Carol há 10 anos. Quando nos mudamos, foi conosco e, quando nos separamos, voltou pra Carol. Ou seja, uma história de amor!
- Mariazinha, que saudades!
- Lulu! Como você está? Fiquei tão preocupada quando Carol me contou que estava doente. O que você quer comer? - disse ela, cuidadosa.
- Nada.
- Ah não! Carol me fez tantas recomendações que se ela chegar aqui e souber que você não comeu nada, eu tô na rua e Solange também! Você não quer isso pra gente né, Lulu?!
- De jeito nenhum! Mas não consigo engolir. Dói muito.
- E se for um suco de mamão com laranja e uma sopinha para o almoço? - sugeriu.
- É o jeito - aceitei.
Comi, tomei os remédios e deitei novamente, com Solange sentada ao meu lado conversando. Pouco tempo depois comecei a me sentir muito enjoada. Deixei um rastro de vômito da cama até o banheiro. Continuei vomitando, enquanto Solange segurava meu cabelo.
Solange gritou por Maria, que ajudou a tirar minhas roupas sujas e me colocou no box para tomar banho. A essa altura, eu mal conseguia ficar de pé, o que fez com que tivessem que colocar um banco para que eu pudesse sentar.
Fim do capítulo
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Jebsk
Em: 07/08/2018
Eita!!! A Lu ainda está doente! Não foi dessa vez o tão sonhado sexo Hot que Luisa tanto precisa. Que dó!!!
Aposto que foram os dedos da Solange que deixaram a Lu neste estado. Ainda bem que dedos não engravida.
Então, Autora! A Luisa não visualizou sua mensagen no whatsaap? Reforçar lá, pls!!!!
bjs
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NovaAqui
Em: 06/08/2018
Eita! Que a mulher não melhora
Resposta do autor:
Pior do que a doença do corpo é a dor do coração. E ai já sabe né? corpo doendo e coração machucado, não tem sexo! A culpa não é minha, já passei aquela mensagem marota pra Lu, mas ela nem visualizou.
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