Segundo CapÃtulo
Só fui ver minhas novas vizinhas na segunda feira de manhã quando saia para trabalhar, havia passado o fim de semana na cada de Alexia, empurrava a moto para a rua, e ela estava parada no portão de casa, observava a filha e outra coleguinha se afastando pela rua, conclui que estavam indo para escola. Estava novamente com o casaco, mas dessa vez usava uma calça moletom, seu cabelo estava solto, era encaracolado, sabe daquele tipo bem volumoso rodeando todo seu rosto, achei lindo. Ela se virou na minha direção quando ouviu a moto batendo na rua:
- bom dia.
Seus olhos eram estreitos e de uma cor clara, como mel:
- bom dia.
Subi na moto e começava a colocar o capacete quando ela falou novamente:
- olha sei que é meio estranho, mas preciso te pedir um favor.
Parei o que estava fazendo, e o capacete ficou como um chapéu estranho na minha cabeça e finalmente a encarei. De perto a achei mais bonita ainda, uma boca volumosa pintada de vermelho, parecia está na casa dos 30 e poucos, o nariz pequeno e combinava perfeitamente com a simetria do rosto, sou meio encanada com nariz, talvez porque o meu é grande demais.
- pode falar.
- e que sou nova - ela parou de falar e deu o meio sorriso- e óbvio que já notou isso.
Sorri com os lábios fechados , mas continuei na expectativa, seu rosto ficou ligeiramente vermelho, o que achei um encanto e ela cruzou os braços e reparei que tinha tatuagens nos dedos esquerdos, eram letras que formavam a palavra LALA , não entendi a referência até descobrir o nome da filha dela, ela continuou:
- queria saber se por acaso não conhece nenhum lugar que esteja pegando pessoas para trabalhar. Não me importo do que seja, sou formada em administração, mas na minha atual situação trabalho até de doméstica.
Fiquei com a pergunta na ponta da língua, para saber qual era sua situação, mas não sou uma pessoa curiosa, então apenas respondi:
-claro que sim - coloquei o capacete e minha voz saiu meio abafada -te aviso se souber de algo.
- obrigada.
Dei a partida e iria começar a sair , quando ela falou por cima do ronco do motor:
- meu nome é Silvana.
- prazer, sou Flower.
E antes que tivesse que explicar meu nome idiota, sai , a olhei pelo retrovisor e percebi que ela ficou confusa, não sei se pelo meu nome ou pelo minha ida repentina. O negócio e o seguinte, Silvana me deixava nervosa e eu mal a conhecia.
Eu trabalho como TI (tecnologia da informação) em uma grande empresa na cidade. Havia me formado alguns anos atrás apenas em um curso técnico, foi mais ou menos nessa época que minha mãe ficou doente, queria parar de estudar para me dedicar a ela. Mas ela não deixou, contratou uma enfermeira e eu consegui um emprego de meio expediente, assim fomos vivendo com certa dificuldade, o bom e que a casa era nossa. Minha mãe havia comprado a alguns anos, quando meu bairro não passava de apenas mato e terra. Por isso foi bem abaixo do preço do mercado, com o passar dos anos, tudo evoluiu e se fosse hoje não conseguiria comprar nenhum uma casinha de cachorro aqui.
Só sei que no caminho para empresa, fui verificando as lojas, supermercados e cada cartaz que antes nunca havia visto para ver se algum era sobre emprego. Na empresa infelizmente não estava contratando. Lá perguntei para meus colegas se alguém sabia de algo, e todos me prometeram que se lembrassem me diriam. E ainda passei uma mensagem para Alexia também. Nunca havia me empenhado tanto para fazer um favor a alguém.
Quando cheguei em casa, a filha de Silvana estava sentada no skate em frente à minha casa, e foi só estacionar a moto que ela levantou de supetão, abriu o sorrisão:
- que moto louca hein!
Tive que sorri com o entusiasmo infantil dela:
- ela é linda mesmo.
- meu nome e Lavínia, mas pode me chamar de Lala.
- Flower.
- aaaahhh...então a mamãe não estava mentindo.
Parei o ato de abrir o portão do quintal para entrar a moto e a olhei:
- o que quer dizer com isso?
- que ela disse que nunca tinha escutado um nome tão bonito como o seu, eu achei meio estranho.
Meu coração de um solavanco estranho no peito, um que eu nunca tinha sentido quando Lavínia repartiu o que Silvana havia dito sobre meu nome idiota, mas para a menina disse:
- concordo com você. Mas fazer o que né. Todo mundo me chama de Flor, é bem melhor que a versão em inglês.
- gostei mais de Flor.
A mãe gritou seu nome , ela me deu um tchau e foi correndo para casa, passou correndo por Silvana que ainda me observou guardar a moto , depois se aproximou do murinho que dividia as nossas casas:
- boa tarde Flower.
- boa tarde.
Senti meu rosto esquentar sem causa aparente, talvez porque pela primeira vez gostei do meu nome, só porque estava saindo dos lábios dela, para disfarçar meu embaraço raro disse:
- olha movimentei todo mundo que conheço, logo que souber de alguma vaga te aviso.
O meio sorriso apareceu e por algum motivo desconhecido me incomodou, fiquei pensando se ela nunca sorria com os dentes a mostra ou dava gargalhadas. De repente um desejo estranho me tomou, queria fazer sorrir abertamente, mas você já deve saber o porquê né. Mas ali nem eu sabia e muito menos Silvana, que apenas respondeu:
- obrigada de verdade Flower.
- me agradeça quando conseguir algo.
Comecei a subir os dois degraus que separava da minha porta da frente, quando ela disse:
- que jantar conosco? Acabei de fazer.
Parei o ato, e senti o solavanco de novo, por um momento achei que Silvana poderia estar com segundas intenções, e isso seria estranho porque meu gaydar e infalível, e ele gritava hétero. Mas ela não parecia com qualquer desejo de sedução, parecia apenas solitária, eu entendia bem o sentimento. Então para minha própria surpresa respondi:
- adoraria, deixa só tomar um banho rápido.
- tá, a gente te espera.
Fim do capítulo
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Thaci
Em: 03/06/2018
Hum. Sinto que vai pintar sentimento novo por ai. E será que Flower vai está preparada? Estou gostando do conto. Nota mil. Parabéns.
Resposta do autor:
ola,
Acho que Flower esta aberta ao amor sim.. :)
obrigada pelo elogio, espero que continue acompanhado!
abrços
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flawer
Em: 01/06/2018
Ain... Elas ficam enrubescidas... (Carinha feliz aqui) Genteee, flor ta bebendo do calice de cupido sem perceber. Kkkkkk
A Silvana não sabe, mas... Cupido tb aprontou com ela. Kkkkk
Seus dias de Hetero estão contados... Seu gosto por flores estaá aflorando. Kkkkkkk Qdo se der conta, já estará amando as cheirosas.
Posso conversar mais nao, correndo pra o próximo. Kkkkkkkk
Beijinhos autora felina
Resposta do autor:
Rindo demais com seus coments..hahaha
Pois e.. so amor demais!
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