Alexia estava na porta do aeroporto de Fortaleza, ao seu lado Samuel com o celular no ouvido, falava com Gabriel. A nova delegada suspirava lembrando dos momentos que passou na cidade.

- Calma baby – Samuel percebeu o nervoso da amiga, desligou o celular. Entraram em um taxi. – Vamos pra casa Alex. – Alexia nada respondeu, apenas encostou a cabeça no ombro do amigo.

   Depois de alguns minutos, o taxi parou em uma casa que seria alugada por um período, até Alexia comprar a própria casa. Os dois amigos desceram, e agradeceram por a casa estar mobiliada.

- Vamos tomar banho, quero logo ir para DP. – Alexia disse nervosa.

- Abaixe o facho, segundo Biel, ela está de folga – Samuel riu.

- Quem disse que quero ver ela?

- Sua cara diz tudo Alex – Gargalhou – Vai tomar banho, vamos para DP amanhã.

***

   Tereza estava aproveitando o dia de folga com a pequena Amora. Estavam em um parquinho perto de casa. Tereza deitada na grama, colocava Amora pra cima fazendo aviãozinho com a criança. Amora tinha no maximo dois anos de idade. Naquele dia de folga a policial aproveitou a manhã para levar a pequena ao medico. Tudo estava ótimo com a criança. Ficaram ali, brincando até tarde. Voltaram para casa, e a todo momento Tereza tentava ensinar Amora a falar.

- Fala mamãe – Tereza estava sentada no sofá com a pequena no colo, toda boba – Diz amorinha, maaaa mãe – Fazia cócegas na criança – É já vi que não tem jeito mesmo.

- Abuuuuu – Amora dizia – Abuuu, bla, buu

- Acho que preciso voltar para as aulas de inglês – Tereza ria divertida, sozinha com a pequena.

- As donzelas estão em casa – Gabriel falou assim que entrou em casa. – Dá ela pra mim – Gabriel disse estendendo os braços para pegar Amora.

- De jeito nenhum, vai tomar banho macaco suado – Tereza ria.

- Olha o jeito que fala comigo – Estirou a língua para a amiga – Amora vai deixar sua mãe fazer isso com o tio?

- Abuuuuuu – Amora ria divertida no colo de Tereza.

- Agora ela tá falando inglês é – Gabriel riu e foi tomar seu banho. Meia hora depois Gabriel volta para sala se jogando no sofá.

- Olha a água do mundo senhor gay – Tereza falou rindo.

- Pra sua informação estava me depilando – Gargalhou.

- Me poupe dos detalhes – Tapou os ouvidos da Amora.

- Buuuuu – Amora estendia os bracinhos para Gabriel, esse não se aguentou e começou a imitar o Taz.

- Que danado é isso? – Tereza perguntou pasma com a imitação do amigo.

- Você não teve infância? – Riu – O Taz do looney tunes sua sem infância- Gargalhou.

- Eu vou dormir, leva a Amora depois, nunca vi uma criança ter tanta energia.

- Amanhã é minha folga, vou levar ela pro parquinho.

- Vai acostumar mal hein – Tereza saiu rindo.

- Essa sua mãe é uma doida sabia – Gabriel brincava com Amora. Os dois acabaram dormindo em cima do sofá, Amora agarrada ao tio. Tereza acordou no meio da noite, pegou Amora colocou na cama e chamou o amigo para ir para o quarto.

***

   Na DP de fortal, Samuel já tinha cumprimentado e apresentado a nova delegada para todos os colegas, chegaram cedo para começar a se inteirar dos assuntos. Samuka percebeu uma certa decepção em Alex devido a falta de Tereza, percebeu que a amiga procurava a outra com o olhar.

- Calma baby, ela chega já já – Samuka ria, estavam na sala da nova delegada, já estavam devidamente instalados. Samuel estava na antiga sala dos dois quando foram a primeira vez em fortaleza, e Alex ficou com a sala de Carolina, só que agora estava tudo mudado. Gabriel e Tereza continuariam na mesma sala.

- Não quero saber dela – Disse tentando manter firmeza.

- Me engana que eu gosto – Disse rindo – Vou pegar alguns papeis, volto já – Saiu.

   Samuel estava distraído andando no corredor analisando alguns papeis quando esbarrou em alguém.

- Samuel? – Tereza disse surpresa.

- Não, o coelhinho da páscoa – Gargalhou.

- Já vi que não perdeu o humor – Sorriu.

- Vai ficar aí parada? Cadê meu abraço – Samuka falou abraçando Tereza – Vejo que se recuperou completamente, parabéns mocinha.

- Obrigada Samuka, mas o que faz por aqui?

- Vim ajudar vocês no caso das crianças – Suspirou – Gabriel trabalha hoje?

- Não, mas se você quiser ir lá em casa, fique a vontade, tenho que ir agora – Tereza ia saindo.

- Espera, você já conheceu a delegada?

- É mulher? – Tereza sentiu algo estranho dentro de si.

- Vai lá se apresentar. – Samuel disse e saiu, deixando uma Tereza paralisada sem nem saber o motivo, por dentro Samuka ria muito da situação.

   Alexia estava de costas para porta, segurava alguns papeis e vez ou outra parava no tempo como se estivesse perdida.

(Vai ver essa mulher é a rainha da Inglaterra, aff – Tereza pensava, estava prestes a abrir a porta da nova delegada, revirava os olhos debochada, imaginando que a mulher era uma esnobe)

- Com licen... – Tereza abriu a porta ia se apresentar, mas perdeu a voz quando viu a figura feminina se virando. Alexia soltou os papais que segurava, as duas ficaram se encarando por um tempo indeterminado. Tereza fechou a porta e foi se aproximando devagar, sempre se encarando. Ficaram bem próximas, uma sentindo a respiração da outra, os corações batiam forte. Alexia estava com as pernas bambas, tinha preparado todo um texto quando visse Tereza, mas tudo tinha ido por água abaixo.

   Ficaram alguns segundos sentindo a respiração uma da outra, sem palavras, apenas sentidos. Tereza acariciou suas costas, Alexia não conseguia ficar indiferente ao toque, suspirava.

- Dá beijo, dá – Tereza falou em um sussurro e nem esperou resposta. Abocanhou a boca de Alexia com fome, saudade. Sugava a língua de Alexia com vontade, era um beijo desesperado e ao mesmo tempo apaixonado, suspiros eram ouvidos entre o beijo. Quando faltou o ar, se afastaram um pouco, testas coladas, até Tereza puxar novamente Alexia para um beijo lento, aos poucos foi levando Alexia, fez ela se sentar na mesa. – Quero você – Disse no ouvido de Alexia para logo em seguida morder sua orelha, isso fez Alex se arrepiar inteira, já estava morrendo de tesão, mas precisava encontrar uma saída. Tereza foi abrindo sua calça devagar, mordia seu queixo, lambia seu pescoço.

- Hummm... ahh – Alexia tentava se concentrar, mas estava difícil demais com Tereza a mordendo e abrindo sua calça. – Para...parou – Alexia reuniu todas as forças que tinha, empurrou Tereza com força, levantou, fechou a calça. Olhou firme para Tereza – Olhe os modos policial Tereza, quero distancia de você, está ouvindo? – Disse fingindo raiva, porém estava queimando por dentro.

- Não foi isso que seu corpo disse minutos antes – Tereza disso com cara sapeca.

- Não interessa o que o corpo diz, não quero nada com você, nunca mais – Disse fria a encarando.

- Não quer mesmo? Se não quer tem quem queira – Disse debochada.

- Sua maloqueira, saia já daqui – Alexia subiu o sangue, estava irritada, primeiro por seu corpo reagir aos toques de Tereza e segundo porque não queria amar aquela mulher.

- Saio sim, mas precisamos conversar, preciso me desculpar – Disse sincera.

- Não me deve desculpas, você mandou eu ir embora sua sem coração – Disse triste.

- Vem aqui – Tereza se aproximou e a abraçou sem permissão, Alexia tentou se soltar, mas acabou cedendo. Tereza a abraçava forte, em dado momento escutava os soluços de Alexia. – Calma, estou aqui, nunca mais vou te deixar, nunca mais princesinha.

- Nunca mais me chame assim – Alexia se afastou, limpou as lagrimas – Vai embora Tereza, por favor, saia agora. – Disse reunindo as forças.

- Tudo bem – Tereza disse triste, fechou a porta e saiu. Enquanto isso Alexia chorava mais um pouco.

(Burra, você foi burra demais – Tereza pensava enquanto caminhava para sua sala – Melhor se concentrar na sua filha)

Fim do capítulo