Layla estava parada em frente ao elevador queria logo pegar a câmera e ir fazer trilha com Isa, tinha marcado e estava ansiosa. Sua surpresa foi grande quando viu Carla no elevador. (Minha sorte é do caramba viu – Pensava Layla com medo de Isa aparecer e pensar besteira).

- Carla? – Disse tentando saber o que a medica fazia ali.

- Oi Layla, vejo que está bem melhor – Sorriu. – Vai ficar parada ai?

(Layla pensava seriamente em ir de escada, mas não iria fazer essa grosseria com a pessoa que a ajudou no hospital). Entrou desconfiada, mas disfarçou bem.

   Marisa já estava aperreada, Layla demorava.

(Aff será que ela foi mandar fazer a câmera – Pensava Isa impaciente).

***

- Como estão as coisas, tudo bem? – Carla perguntou no elevador.

- As mil maravilhas – Layla falava e já sentia as mãos de Isa em seu pescoço.

   De repente as mulheres sentem um estrondo. O elevador tinha parado.

- Era só o que me faltava – Layla falava e quando pensava que não iria piorar... Carla estava a seu lado e respirava pesado. (Eu devo ter afundado atlântica pra merecer isso – Pensava Layla).

- Layla... eu... eu tenho... Layla... por favor... eu tenho claustrofobia... me ajuda – Carla respirava com dificuldade. (Layla se desesperou, Isa que a desculpasse, mas iria ajudar aquela mulher)

- Calma Carla – Disse Layla sentando no chão do elevador. – Deita aqui. – Fez um gesto para que Carla colocasse a cabeça em sua perna e se deitasse no chão também.

   Layla alisava seu cabelo tentando acalmar a outra.

- Calma, respira comigo assim – Layla fazia uma demonstração de como a outra deveria respirar, tudo isso sem parar de alisar seus cabelos. – Vamos esquecer seu medo. – Disse sorrindo. - Está de férias? – Puxava assunto e Carla ia se acalmando.

- Eu vim com meu namorado, viemos comemorar aniversario de namoro. – Disse mais calma. (Layla ficou bastante aliviada com aquela noticia). Ficaram conversando, Carla já estava com a respiração normal, mas continuaram com aquele carinho sem segundas intenções.

***

   Marisa com sua impaciência foi em direção ao elevador para subir pro quarto procurar a outra, já pensava que Layla tinha tido uma dor de barriga. Parou no corredor e estranhou algumas pessoas em frente ao elevador.

- O que aconteceu? – Perguntou para uma senhorinha que olhava o técnico tentando resolver o problema.

- Minha fia, o elevador quebro, o moço tá tentando consertar – Dizia a senhorinha.

(Como ela consegue se meter em tanta confusão? – Pensava Marisa) Estava preocupada com sua mulher presa ali dentro e talvez sozinha. Já havia se passado 30 minutos, faltava uns 40 minutos pra começar a trilha.

   O técnico conseguiu arrumar o negocio, quando a porta ia se abrindo, Marisa ficou atônita.

   Layla deu um salto junto com Carla, se levantaram.

- Mas que palhaçada é esse Layla – Disse irada.

- Calma amor, eu tava ajudando. – Layla pisava em ovos, mas não tinha culpa de nada.

- Ajudando? – Disse com deboche – Eu sei o tipo de ajuda. – Deu as costas e saiu deixando Layla, Carla e a plateia pra trás.

- Vai atrás dela, com certeza entendeu tudo errado – Carla falava calma. Layla fez um gesto afirmativo com a cabeça e saiu correndo.

***

   Isa já estava saindo do hotel quando sente alguém apertando seu braço.

- Calma Isa, deixa eu explicar, por favor, eu te amo sua besta – Layla estava ofegante pela pequena corrida.

- Me deixe Layla, e eu preocupada pensando que estava sozinha no elevador e ainda mais com medo. – Disse com raiva – Me solta. – Puxou seu braço.

- Calma meu amor, você vai pra onde? – Layla tentava manter a calma.

- Vou fazer a trilha oras, só não iria plantar bananeira – Disse uma Isa ríspida.

- Eu vou também. – Layla se colocou a seu lado – E nem adianta reclamar. Isa nada respondeu, sabia que o cupido era teimoso e não iria largar do seu pé, deu de ombros e saiu caminhando.

   Chegaram até o grupo, esperaram ainda uns dez minutos quando o guia chegou, entraram na mata. Isa ia na frente e Layla atrás como se estivesse protegendo seu amor. O silencio entre elas estava presente.

(Será que eu deveria escutar ela – Pensava Marisa) (Será que ela vai terminar comigo – Pensava Layla – Não fiz nada)

   Mesmo com o acontecido o carinho e amor estavam presentes, de meia em meia hora Layla estendia a garrafa de água pra outra e fazia isso com um sorriso que quebrava a raiva da Isa.

   Quando chegaram no fim da trilha o resultado era simplesmente maravilhoso. O céu aberto, dava pra ver a imensidão do mar. As duas ficam se encarando, sem palavras. Layla se aproxima e faz carinho no rosto de Isa, que quando percebe o contato logo se afasta.

***

   Já estavam quase no fim da trilha (De volta), o guia terminava sua explicação, o grupo estava parado. Layla seguro no braço de Isa.

- Eu te amo, acredita em mim Isa, por favor – Layla olhava intensamente pra ela.

Marisa nada respondeu, ficaram se olhando.

- Aiiiii – Isa grita de dor. Layla olha pra baixo e ver uma cobra fugindo depois de ter picado Isa. – Aiiiiii, eu acho... eu acho que... – Isa não teve tempo de terminar, pois desmaiou.

- Socorroooo, alguém ajuda aqui – Layla gritava desesperada já chorando, batia de leve no rosto de Isa. – Amor acorda, por favor Isa, acorda meu amor, acorda – Dizia desesperada.

   Foi o maior furdunço, dois homens levaram Isa até o quarto, pois hospital naquelas bandas era complicado, tinha que pegar um barco. Colocaram a mulher na cama.

- Ela vai precisar de um medico e logo – Um dos homens disse pra Layla. Saíram deixando as mulheres sozinhas.

Layla chorava muito, Isa estava suando e falando palavras desconexas.

- A Carla – Gritou Layla, como em um passe de mágica lembrou-se da medica. Se aproximou da cama – Calma meu amor, vou te ajudar.

   Layla saiu correndo do quarto atrás da Carla, quando a encontrou levou ela quase arrastada para seu quarto.

   Carla examinava Isa, que delirava.

- Os homens disseram que a cobra não era venenosa, mas iria fazer um estrago – Dizia Layla enquanto Carla ainda examinava a outra. – Salva ela Carla, por favor – Disse chorando.

- Calma Layla, vai ficar tudo bem – Disse ela sorrindo com carinho – Realmente não é tão grave, ela vai ter febre a noite toda, talvez delire bastante, mas amanhã vai estar bem melhor, vou deixar esse remédio. – Estendeu uma caixinha pra Layla – Vou indo, amanhã a tarde passo aqui.

Se despediram, Layla deu um abraço apertado em Carla.

- Nunca vou esquecer sua ajuda.

- Vocês merecem o melhor, beijo Layla. – Saiu.

   Layla se aproximou da cama, fazia carinho nos cabelos do seu amor.

***

Madrugada

- Layla, Layla..não... Layla não me deixa... Layla...fica...fica aqui...Lay – Marisa delirava e suava muito devido a febre. (Layla já tinha medicado ela).

- Calminha meu amor, eu te amo tanto Isa, fica boa logo amor – Falava alisando seus cabelos e lagrimas já caiam. Sabia que não era grave mais doía muito ver o seu amor daquele jeito.

***

   Marisa acordou desnorteada, o mundo estava girando ao seu redor, foi virando a cabeça aos poucos e viu Layla. Isa se remexeu na cama até que Layla acordou.

- Nem pense em sair dessa cama – Disse Layla.

- Não pense que eu esqueci o que aconteceu. – Disse fria

- Você está me culpando por algo que não fiz – Disse se levantando. – Agora só falta você me culpar de ter colocado a cobra no seu caminho. – Disse magoada andando até a porta. – Vou buscar o medico, faça o favor de ficar quieta – Fechou a porta com uma tristeza fora do comum.

- Eu te amo – Disse Isa baixinho quando não viu mais a Layla.

Fim do capítulo