Logo que saíram do bar, pegaram um táxi. Nath olhava pra Tati com desejo nos olhos. Assim que o motorista parou o carro Nath pagou e saiu puxando Tati pela mão. Entraram no elevador em total silêncio, as duas se comiam com os olhos.

--Amor não me olha desse jeito, sou capaz de te amar aqui, mesmo sabendo que tem câmeras.

--E quem disse que você vai me amar dona Tatiana? -Nath falou com um sorriso safado.

--Ai amor não faz isso comigo, se vinga outro dia, prometo que nunca mais te provoco quando tiver que sair.

--Não adianta argumentar, você procurou e agora vai ter. Vai aprender a se comportar hoje. -Nath falou com a boca próxima a de Tati

Nesse momento o elevador abriu a porta e elas saíram, Nath abriu a porta e foi em direção a cozinha, Tati mesmo sem entender a seguiu.

--O que vai pegar na cozinha amor?

--Você hoje está fazendo perguntas demais meu amor. -Nath falou dando um selinho nela.

--OK. Ficarei quieta, já vi que tudo que eu disser será usado contra mim no tribunal da doutora Nathalia. -Tati falou se rendendo.

--Tá começando a aprender que a última palavra é sempre minha. -Nath falou se sentindo vitoriosa.

--É, eu sei. Sim senhora, ta bom amor, já vou fazer… . -Tati falou gargalhando.

--Você me paga baixinha. -Nath falou fingindo estar com raiva.

Nath pegou o vinho na geladeira e apenas uma taça, se dirigiu ao quarto sem falar nada, se sentou na beirada da cama, serviu a taça. Colocou a garrafa no criado mudo, Tati assistia a tudo parada na porta de braços cruzados.

--Vem cá meu amor, senta aqui pertinho de mim. -Nath falou toda manhosa.

--Pedindo assim com jeitinho não tenho como negar. -Tati falou se sentando ao lado dela.

Nath bebeu um gole de vinho, colocou a taça sobre o criado mudo, se virou já beijando Tati, um beijo intenso, que ia ficando cada vez mais quente. Nath deitou sobre ela fazendo carícias em seu corpo.

Sem que Tati percebesse Nath abriu a gaveta do criado mudo, retirou um par de algemas e prendeu uma das mãos de Tati na grade da cama. Tati olhava pra ela incrédula.
--Amor você não vai fazer isso comigo, vai?

--Já estou fazendo Tatiana. -Nath falou prendendo a outra mão dela.

--Amor isso é covardia, não tenho como me defender de você assim.

--Até parece que você vai querer se defender. -Nath falou rindo.

Nathalia beijou a boca de Tati com paixão, deixando suas mãos passear por aquele corpo que ela tanto amava.

Pegou a taça de vinho derrubou um pouco na boca de Tati, depois foi sugando o vinho que escorreu pelo pescoço. fez a mesma coisa em seus seios, ch*pava cada gota de vinho que escorria pelo corpo de Tati fazendo ela se contorcer e gem*r de tesão.

Quando chegou entre as pernas de Tati, Nath a encarou jogando vinho em seu sex* e em seguida caindo de boca naquela bucet* encharcada de vinho e tesão. Nath sugava ch*pava, enfiav* e tirava a língua em Tati fazendo ela suplicar pra que Nath a comece.

Nath sentia o grelo de Tati tremer em sua boca, que a deixava louca. Quando Nath sentiu seu sex* contrair e anunciar que seu gozo estava próximo enfiou dois dedos em Tati, em um movimento forte de vai vem, enquanto sugava o clit*ris tremulo de Tati.

Não demorou pra Tati soltar um gemido alto, seguido de outro mais longo levando Nath ao orgasmo junto com sua amada.

--Amor me solta, preciso sentir o seu gosto. -Tati falava desesperada.

--Não posso, ainda não fiz nem a metade do que quero com você. -Nath falou engatinhando em cima de Tati, beijando-a e rebol*ndo em cima dela.

Fizeram amor assim a noite toda e só dormindo quando o corpo de ambas não aguentava mais.



***



A quinta feira amanheceu como um dia típico de verão no Rio de janeiro, as oito horas a temperatura já era bem alta, Tati resolveu ir trabalhar de vestido para desespero de Nathalia.

--Tati você nunca usa esse vestido, pra que isso logo hoje?
--Como assim logo hoje amor? Está muito calor, hoje é o dia que mais fico lá na emergência, lá o ar não é tão forte como no ambulatório. Por que isso agora Nath, você nunca ligou pra minhas roupas?

--Nunca liguei porque você nunca foi com esse vestido e também porque tem uma enfermeira louca pra colocar a mão no que é meu. -nath falou fazendo bico.

--Deixa de ser boba meu amor, tudo que tem aqui é seu, só seu e você é a única que colocou e vai colocar a mão minha ciumenta. - Tati falou beijando os lábios de Nath carinhosamente.

Depois de muita discussão por causa da roupa saíram para o hospital, como toda quinta feira a radio corredor estava mais movimentada do que nunca. Só se falava do acontecido no estupidamente na noite anterior.

--Bom dia Nath!

--Bom dia Jú! O que ta rolando ai que o povo não para de fofocar? -Nath falou abrindo seu consultório e entrando seguida por Jú.

--Nath, vocês perderam. -Jú falou toda empolgada.

--Te garanto que não. -Nath falou fazendo cara de safada ao se lembrar da noite maravilhosa que teve com sua princesa.

--Poupe-me dos detalhes Nath. Mas vocês perderam a cena de novela que rolou lá.

--Cena de novela? Ai me conta tudo Jú, principalmente os detalhes sórdidos. -Nath falou batendo palminhas.

--Bom, assim que vocês saíram, na verdade assim que demos falta de vocês, Cris e Duda estavam dançando e acho que também perceberam que não estavam mais lá.

--Ai Jú, atalha, quer me matar de curiosidade.

--Então, como eu ia dizendo elas perceberam a ausência de vocês e voltaram pra mesa, começaram a beber exageradamente, até que voltaram pra pista começaram a dançar de forma sensual, todo mundo achou que elas iriam se pegar ali mesmo. -Jú fez uma pausa pra respirar

--Anda Jú conta.

--Foi ai que a Cris deu um beijão daqueles de tirar o folego na Duda…

--E ai o que aconteceu?

--Você não liga dela ter beijado a Duda?

--Claro que não, ela só não pode beijar a Tati.

--Pois é, mas ao contrário do que todo mundo achava que ia acontecer, a Duda deu um tapa daqueles na cara da Cris e saiu correndo do bar.

--Tem certeza que não foi ao contrário? A Duda jamais deixaria um mulherão daqueles passar por ela sem pegar. -Nath falou ainda meio confusa com o que ouvia.

--Pode acreditar, a Cris ainda foi atrás dela, mas acho que ela não quis assunto. Quando saímos, encontramos a Cris sentada na praça chorando e a levamos para casa.
--Que história doida, pelo que eu vi lá elas estavam bem intimas até achei que estavam ficando. Ai você me diz que a Duda deu um tapa na cara da Cris por causa de um beijo, essa não é a Duda que eu conheço.

--O pior você não sabe, as duas já chegaram, tiveram um bate boca na entrada do hospital e os cinco dedos da Duda estão lá na cara da Cris.

--To bege, agora é aguardar as cenas do próximo capitulo. -Nath falou rindo

--Agora vamos trabalhar doutora, porque eu tenho uma gata me esperando pra almoçar as 12:00 em ponto. -Jú falou rindo

--Ainda tem mais essa, você vai ficar roubando a Lú todo dia agora?

--Nossa que patroa ciumenta! Só as vezes. -Jú falou rindo.

A manhã passou voando , Nath só terminou de atender cinco pra meio dia, saiu do consultório, procurou Tati e não encontrou. Perguntou na recepção e foi informada de que ela havia saído e que assim que voltasse a procuraria.

Nath estranhou, Tati não mandou nenhuma mensagem avisando que sairia do hospital, mesmo intrigada Nath resolveu ir almoçar. Foi no restaurante em frente ao hospital mesmo, pediu seu almoço, estava com o pensamento longe, quando Duda se aproximou.

--Posso me sentar com você Nath?

--Se for pra me criar problemas, é melhor sentar em outra mesa. -Nath falou séria.

--Tem tanto medo assim do chaveirinho?

--É melhor você sentar em outro lugar Eduarda. -Nath falou já irritada pelo apelido que ela chamou a Tati.

--Desculpe Nath, não quero brigar com você e muito menos atrapalhar sua vida. Posso? -Duda falou segurando a cadeira.

--Senta Duda, mas por favor não abusa da minha paciência.

Duda se sentou, fez seu pedido e quebrou o silêncio até então entre as duas.

--Nath, eu sei que nosso reencontro não foi dos melhores, mas preciso falar muita coisa pra você.

--Duda, presta atenção no que eu vou te dizer, nada que você me diga vai mudar o que eu sinto pela Tati.

--Nath, eu não sei o que sente por essa menina, mas eu duvido que você tenha esquecido tudo que a gente viveu.

--O que eu sinto por ela é amor, amor puro e correspondido em todos os sentidos, você sabe o que é isso Duda? E quanto ao que a gente viveu, com certeza eu não esqueci e é por isso que não existe espaço pra você na minha vida, por causa de cada lagrima que derramei em vão por você.

--Nath, eu sei que pode ser tarde pra consertar as coisas, mas eu te amo, infelizmente só percebi o quanto te amava, quando você saiu do rio sem deixar endereço e… -Nath a interrompeu.

--E como você me achou aqui? Ainda vou descobrir quem me traiu dessa maneira te dando meu endereço. -os olhos de Nath faiscavam de raiva.

--Ninguém te traiu, depois da nossa ultima conversa, pouco antes de você ir embora eu me dei conta de tudo que eu tinha perdido e do quanto te amava. Sabia que você não acreditaria em mim e que teria que te provar que mudei se quisesse você de volta. Quando consegui terminar todos os meus rolos e ir atrás de você, descobri que tinha ido embora um dia antes, procurei todos os nossos amigos, todo mundo se recusou a me dizer pra onde você tinha ido. Pedi demissão do hospital, não conseguia me concentrar em nada, tudo me lembrava você, foi ai que eu resolvi aceitar a proposta desse hospital e tentar reconstruir minha vida, longe de tudo que me lembrava você. Quando cheguei aqui seu nome foi chamado no alto falante e não acreditei quando a enfermeira me disse que você estava aqui a poucos dias e que era do Rio, foi o destino que me trouxe pra você. -Duda concluiu com lagrimas nos olhos.

--Você está querendo me dizer que você veio pra cá ao acaso e não sabia que eu estava aqui?

--Juro pelo amor que sinto por você, que eu não sabia.

--Caso queira que eu acredite em você não jure por isso. Pois eu não acredito no seu amor.

--Não fala assim Nath, você não tem noção do quanto me dói ver você toda derretida por aquela garota.

--Aquela garota tem nome, o nome dela é Tatiana, e se você quiser ter a minha amizade é melhor falar dela com mais respeito.

--Desculpa, Nath. Eu só queria que você soubesse que eu mudei e que estou disposta a fazer tudo pra reconquistar o seu amor.

O garçom interrompeu trazendo os pratos, Nath pediu uma agua com gás e Duda sem gás.

--Estou vendo, até se juntar com a Cris e fazer aquele teatro lá no bar. É desse jeito que você mudou Duda? - Nath falou a encarando.

--Não foi bem assim, eu fiquei louca quando vi você fazendo com ela tudo que não fazia comigo, então resolvemos tentar fazer ciúmes em vocês.

--Quanta infantilidade Duda. -Nath balançou a cabeça em negação.

--Não era pra passar de insinuações, mas Cris resolveu me beijar e acabou dando o barraco que deu. Me perdoa Nath.

--Não tenho do que te perdoar Duda, se o que você diz é verdade, você só está traindo a si mesma, nós não temos mais nada uma com a outra e não me deve satisfações dos seu atos.

--Só não quero que pense que continuo arrastando todas as mulheres pra minha cama, porque não fico com mais ninguém desde a nossa ultima conversa.

--Um pouco tarde pra você resolver ser fiel não acha? Agora a única fidelidade que me importa é a da minha noiva, eu sinto muito Duda, mas não existe mais espaço pra você na minha vida.

--Você fala das minhas traições, mas esquece que escondeu a Beatriz de mim por todos os anos que estivemos juntas. E que terminou comigo depois que ela presenciou a nossa ultima discussão?

--Deixa a Bia fora disso, você quase destruiu a vida dela e minha junto, por favor não vamos falar desse assunto.

Duda ainda tentou argumentar, sem sucesso. Terminaram o almoço e voltaram para o hospital. Tati ainda não tinha retornado e nem feito contato o que deixou Nath preocupada, já tinha mandado mensagem no zap e ligado, mas o celular só dava fora de área ou desligado.

Nath passou a tarde trabalhando, sua agenda estava cheia naquele dia, entre um paciente e outro ligava pra recepção, sempre tendo a mesma resposta, que Tati ainda não tinha retornado.

No fim do expediente, Nath passou na recepção, e foi informada de que Tati não voltaria e tinha pedido o dia de folga. Nath sentiu seu coração apertar, pegou seu carro e foi direto pra casa na esperança de encontrar Tati.

Entrou em casa, e encontrou tudo escuro. Foi até o quarto e encontrou um bilhete.

Nath, preciso de um tempo,
assim que eu voltar a gente conversa. Tati
Nathalia, sentou na cama com o bilhete nas mãos sem entender o que estava acontecendo. Leu repetidas vezes e não conseguia encontrar uma resposta para atitude de Tati.

Sem saber o que fazer, pegou o celular inutilmente e ligou até cansar de ouvir a mesma mensagem. -Sua chamada está sendo encaminhada para caixa de mensagem e estará sujeita a cobrança após o sinal.

Nath saiu do quarto, sem raciocinar direito, ligou o som no ultimo volume, foi até a cozinha, abriu uma garrafa de vinho, colocou na taça de seguiu para a varanda.

Lá se sentou no mesmo lugar onde ela e a Tati se beijaram na primeira noite delas juntas, as lagrimas corriam pelo seu rosto, cada música que tocava, lembrava Tati e todos os momentos em que estavam juntas.

Nath estava perdida em suas lembranças quando seu celular tocou. Ela correu pra atender, sua decepção foi enorme quando olhou o visor e estava escrito Jú enfermeira.

--Oi Jú, tudo bem?

--Oi Nath, comigo está tudo bem, mas pela voz, com você não está nada bem.

--Ai Jú ela não estava aqui, deixou um bilhete falando que precisava de um tempo e não consigo falar com ela. -Nath falou aos prantos.

--Nath, estou indo na sua casa, não se mexa que eu já to chegando. -Jú falou preocupada com o estado de Nath.

--Ai amiga vem sim, eu to desesperada, to quase indo em campos atrás dela. -Nath quase não conseguia falar de tanto que chorava.

--Não faz nada, me espera que eu estou chegando. -Jú falou desligando o celular.

Passou vinte minutos e Jú já tocava o interfone.

--Abriu Jú?

--Abriu.

--A porta está aberta é só entrar.

Jú sabia onde Nath morava pois andava fazendo umas visitas pra Lú.

Assim que entrou no apartamento chamou por Nathalia, ouviu a voz da amiga distante e foi seguindo até chegar na varanda.

Nath abraçou Jú e chorou feito criança.
--Por que Jú? O que eu fiz de errado pra ela me deixar assim desse jeito sem explicações?

--Calma Nath, senta aqui. -Jú falou tentando acalmar a amiga. --Vamos pensar, o que pode ter acontecido?

--Eu não sei. -Nath chorava descontroladamente. --Ontem nós chegamos e tivemos uma noite maravilhosa, fomos dormir o dia já estava clareando. Fomos trabalhar numa boa, depois que cheguei no hospital não consegui falar com ela.

--Bom, analisando assim, não tem motivo. Eu só vi a Tati quando cheguei e depois ficamos trancadas naquele consultório a manhã inteira.

--Exatamente, era umas dez horas quando consegui ligar pra recepção e ela já tinha saído do hospital. Mas só no fim do dia, quando eu estava indo embora que me avisaram que ela não voltaria.

--Nath tem alguma coisa que não encaixa nessa história, se estava tudo bem, e a Tati saiu do hospital antes das dez, alguma coisa aconteceu.

--Ai meu Deus! -Nath levantou e começou a andar de um lado para o outro com a mão na cabeça.

--O que foi Nath, por que ficou desse jeito.

--O almoço.

--O que tem o almoço? Fala de uma vez mulher. -Jú falou impaciente.

--Quando sai pra almoçar ela não estava, então resolvi almoçar na frente do hospital mesmo. Já tinha feito meu pedido quando a Eduarda chegou e perguntou se podia sentar comigo. Só pode ser isso, ela voltou para o hospital e entendeu tudo errado.

--Ai Nath, você vai me desculpar, mas ai você vacilou feio né. A doutora Eduarda não larga do seu pé, vive gritando para os quatro cantos que você ainda a ama e você resolve almoçar com ela na frente do hospital?

--Droga! Foi justamente por ser em frente ao hospital que eu permiti que ela sentasse comigo, se eu tivesse algo a esconder iria pra longe. Não acha?

--Eu até acho, mas com certeza a Tati não. Ela é insegura, mesmo a diferença de idade de vocês sendo pouca, ela sabe que você sempre ficou com mulheres mais velhas, fora que você é uma medica formada e ela é só uma chefe de recepção, e ainda tem os comentários de que ela nunca tinha namorado ninguém até você chegar.

Quando Jú falou a última frase Nath abriu um sorriso, ao se lembrar que Tati só havia sido dela e de mais ninguém.
--Jú, em algumas coisas você até tem razão, mas em outras você está completamente equivocada.

--Primeiro começa me explicando o porquê desse sorriso.

--Desculpe mas isso não posso te falar, não sem o consentimento da Tati, mas em relação as inseguranças dela, ela sabe o quanto a amo, que a diferença de idade não significa nada pra mim, e quanto a formação, ela não se formou antes porque não quis, a Tati é rica e só não vive no luxo porque quer conquistar tudo com seu próprio esforço. E esse é um dos motivos de eu me orgulhar e amar tanto aquela baixinha.

--Mentira Nath, Tati rica? Nossa nunca iria imaginar, tudo bem que ela vive um padrão bem maior que as outras recepcionistas, mas nunca pensei nessa possibilidade.

--Nem eu, ela é tão simples. Tomei um susto quando paramos o carro em frente a casa dela.

--Verdade, tinha esquecido que você foi com ela pra lá naquele fim de semana.

--Foi o melhor final de semana da minha vida.

--Agora que você está mais calma, o que pretende fazer?

--Vou até a casa dela e se ela não estiver lá, amanhã assim que terminar no hospital eu parto pra Campos.

--Isso ai Doutora, é assim que se fala. Então larga essa taça de vinho, pega seu cavalo branco e vai resgatar sua princesa. -Jú falou debochando do jeito que Nath se referia a Tati.

--Farei isso agora mesmo, pena que não tenho um cavalo aqui, e acho mais prudente ir de carro.

--Depois de uma taça de vinho é melhor mesmo.

Nathalia levantou toda animada pegou as chaves e saiu apressada com a Jú.

--Eu deixo você em casa, é o mínimo que posso fazer depois de ter aturado a minha choradeira.

--Amigos são pra essas coisas doutora. -Jú deu uma piscadinha pra ela.

Entraram no carro e Nath como de costume foi logo ligando o radio.

--Você é movida a música?

--Sou! Não vivo sem minhas musicas, todas as músicas que tenho em casa, tenho no carro e no hospital.

--Percebi, já aprendi até algumas. -Jú falou rindo.

Jú ensinou o caminho a Nath e logo chegaram.

--Obrigada mesmo Jú, acho que se não fosse você teria ido pra Campos feito uma louca.

--Não tem o que agradecer, só faça o mesmo por mim se um dia eu precisar.

As duas se despediram e Nath foi em direção a casa de Tati, parou em frente ao portão, sentiu seu coração disparar ao ver a luz da varanda do quarto de Tati acesa, desceu do carro, abriu o portão da garagem, entrou com o carro, estacionou em frente a porta, fechou o portão e ficou parada olhando pra casa sem saber o que fazer.

Nathalia não sabia se tocava a campainha ou entrava com a sua chave, ficou ali na porta parada uns cinco minutos e resolveu entrar. Subiu as escadas devagar, quando chegou na porta do quarto, deparou com sua princesa dormindo. Os olhos dela estavam inchados, parecia que tinha chorado bastante.

Nath caminhou até a cama, sentou ao lado dela, retirou os fios de cabelo que cobriam uma parte de seu rosto e a chamou baixinho.

--Meu amor, acorda. Fala comigo, o que aconteceu?

Tati se remexeu na cama e quando abriu os olhos, deu de cara com Nathalia sentada.

--O que você veio fazer aqui Nathalia? Veio conferir o tamanho do estrago? Deixou a Maria Eduarda em casa e veio brincar de casinha comigo?

Nath respirou fundo, pois estava sendo acusada injustamente, porem entendia a raiva de Tati.

--Meu amor, se você continuar me ofendendo desse jeito, vai ficar difícil de conversar.

--O que quer conversar? Veio me pedir desculpa por ter me iludido e que você pensou melhor e vai voltar pra ela?

--Tatiana, eu não fiz nada de errado e vim conversar com você porque poderia estar pensando besteira, mas não vou ficar aqui ouvindo desaforos seus. Se não quer ser tratada como criança, pare de agir feito uma.

--Nathalia eu não te convidei pra vir aqui, e se não quer ouvir desaforos volte pra sua casa. -Tati falou com os olhos cheios de lagrimas.

--Tem certeza, que é isso que você quer? Não vou me desculpar por uma coisa que não fiz, eu vim esclarecer o que aconteceu e você não quer me ouvir.

--Tenho Nathalia, eu não quero falar com você nunca mais.

Nath jogou a chave de Tati em cima da cama e saiu batendo a porta. Enquanto dirigia, suas lagrimas não paravam de cair. -Porque ela tem que ser assim tão teimosa? Se ela me escutasse, iria entender o que aconteceu. Tanto que eu pedi pra ela não tomar nenhuma decisão sem me escutar antes. Eu sabia que ia acontecer situações assim. -Droga Nathalia, por que você não impediu a Duda de sentar?

Nathalia dirigiu até em casa se fazendo perguntas sem respostas, entrou e foi direto para o banheiro, deixou a água cair sobre seu corpo no mesmo ritmo que suas lagrimas, sempre fazia isso até se acalmar.

Saiu do banho colocou uma roupa confortável, deitou na cama e chorou até ser vencida pelo sono.

Fim do capítulo