Larissa

               Durante a volta Bella me perguntou se estava tudo bem, tentei amenizar e dizer que sim, porém, não funcionou muito, ela já sabia quando algo me preocupava. Por fim acabei contando sobre a conversa que tive com tio Ruan. Logo que chegamos em casa Milena tratou de nos fazer beber mais e conversar, minha surpresa foi quando ela chegou com o vilão me pedindo para tocar para eles.

                Olhei o instrumento que a um tempo não tocava, desde o acidente para ser mais exata, lembrei com saudade das várias noites que meu pai tocava junto comigo, enquanto mamãe e Henrique nos ouviam. Vi meus amigos ali esperando uma resposta minha, sorri, já era hora de voltar aos velhos hábitos, mesmo que a plateia já não fosse mais a mesma.

               Bella contou que Isac também tocava, resolvi então que ele seria minha nova dupla. Rolou uma certa confusão quanto a escolha da primeira música, no fim acabei por escolher junto com meu cunhado, nada mais certo do que começar com uma música que fala do amor que sinto e de como ele está me fazendo bem. Começamos a música, meus olhos mantinham-se atentos em Bella, que me olhava com amor. Essa foi a primeira vez que cantei para alguém, afinal todos ali viram que cada música escolhida, era uma verdadeira declaração de amor para ela.

              Os primeiros raios de sol fizeram com que nossos amigos fossem dormir, Bella me ajudou a guardar os instrumentos, me perguntou se tinha algo mais que ela não soubesse sobre mim, pensei em responder algo do tipo: “ além da vontade louca de pedir você em casamento o mais rápido possível, não.” Me segurei e apenas disse que com o tempo ela descobriria.

                Seguimos para o quarto, antes que ela pudesse pensar ou até mesmo fazer algo encostei meu corpo ao dela, tirei seu vestido com pressa. Meu corpo necessitava sentir o seu. Percorri seu rosto com meus dedos, tão perfeito, tão lindo, tão meu. Queria eu ter o poder de fazer o tempo parar, viveria a minha vida inteira admirando aquele rosto de traços perfeitos.

                Nossas bocas se uniram em um beijo perfeito. Suas mãos acariciavam minha nuca me causando arrepios, deitei-a na cama me posicionando em cima dela.  Com as pernas ela me prendia a essa posição, o beijo ficava mais exigente, porem precisávamos de ar. Ela aproveitou a ocasião tirou minha blusa, ficou me olhando com desejo, eu sentia meu corpo em brasas apenas pela forma que ela me observava. Ela passou suas mãos em mim indo de encontro ao meu sutiã, conseguia sentir o seu desejo, ela o retirou, minha vontade naquele momento era fazer com que ele durasse o máximo, queria senti-la, deixar a minha pele e a dela se entregarem uma a outra, curti-la a cada segundo, tirei a calça olhando-a fixamente, pude ver o seu olhar de desejo, é lindo o jeito que ela fica quando está excitada, me faz quere-la ainda mais.

Voltei a ficar em cima dela, passei a minha mão em seus cabelos, ela fechou os olhos, curtindo cada toque meu, me senti derretendo toda vendo o seu jeitinho dengoso, sorri involuntariamente e lhe disse:

- Você é a mulher mais linda do mundo. – logo depois colei nossas bocas.

           Minhas mãos percorrem seu corpo nu, a cada toque ficava mais evidente toda a sua excitação. Nos beijávamos de forma intensa, em alguns momentos ela soltava pequenos gemidos, ainda com os lábios colados aos meus. Ouvi-la gem*r para mim, aumentava o meu desejo por tê-la, com calma retirei sua calcinha, permiti que meus dedos fossem até seu centro de prazer, acariciei levemente, comecei a me movimentar lentamente em cima dela. Quando não aguentava mais aquela tortura, meus dedos deslizaram com facilidade, enlouqueci ao sentir o quanto ela estava molhada.

          Meu único pensamento era no quanto eu a quero, a desejo. O quanto desejo que ela seja minha, sem reservas, sem medos. Que me permita mostrar o quanto a amo. Ela interrompe o beijo e me olha com carinho, pedi com a voz rouca de tanto desejo:

- Faz amor comigo? Seja minha para sempre? -  ela me olhou intensamente, tive medo por um segundo que a pergunta a tivesse assustado. Então ela me respondeu:

- Sempre. – E sorriu.

  Senti meu coração vibrar ao ouvi-la dizer isso, nossos olhos mantiveram-se presos. Passando a mão em meu rosto, me sorriu com carinho e disse com a voz rouca:

- Eu sou sua.

             Isso foi suficiente para mim, meus dedos foram penetrando-a cada vez mais intensamente, ela mantinha suas unhas cravadas em meus ombros, seu corpo movimentava-se em baixo do meu, seu liquido escorria por entre meus dedos, seu corpo dava os primeiros sinais de um orgasmo, aumentei o ritmo das estocadas. O prazer que ela sentia, também era meu, suas unhas me apertavam com uma força maior, mordeu meu ombro, logo depois goz*mos juntas.

            Nossos corpos suados, respirações ofegantes, corações batendo em um ritmo só. Me senti completa, capaz de enfrentar tudo e todos para ficar ao lado dela. Deitei-me ao seu lado, ela se aconchegou em meu corpo, fazendo carinho em minha barriga, disse sorrindo:

- Você me deixa completamente descontrolada.

- Quem disse que quero você controlada? – apertei-a em meus braços, não vi seu rosto, mas sabia que ela continuava com aquele sorriso que eu tanto amo.

          Senti sua respiração se acalmando aos poucos, o sol lá fora já evidenciava o amanhecer, olhei o relógio, já era pouco mais de seis da manhã. Beijei seu rosto com cuidado para que ela não acordasse e logo depois apaguei.  Abri meus olhos lentamente, sorri ao vê-la ao meu lado, seria difícil voltar à rotina. Ainda nem havíamos conversado sobre como ficariam as coisas quando voltássemos, confesso que só de pensar em não poderia dormir e acordar junto dela todos os dias já ficava triste. Sem contar o fato de que ela vai ficar esbarrando sempre em Alana, odeio a ideia de morarem tão perto.

           Porém, não há nada que eu possa fazer para mudar isso, o desejo de tal ato tem que partir dela. Mas no fundo meu desejo era o de chama-la para morar comigo de uma vez, apesar de confiar em Bella não posso me sentir de outra forma em relação a essa situação toda. Levantei-me, segui para o banho afinal de nada adiantaria ficar me martirizando.

           Liguei o chuveiro, me pus em baixo d’água. Senti uma leve ardência em meu ombro, sorri lembrando do que havia acontecido na noite anterior. Me perdi em meio as minhas lembranças, até que escuto uma voz atrás de mim.

- Nada certo, eu acordo e você não está ao meu lado. – falou abraçando-me.

           Permaneci na mesma posição, encostei minha cabeça em seu ombro. Senti suas mãos acariciando meu abdômen.

- Você estava tão linda dormindo, queria te deixar descansar mais um pouco.

- Tudo bem. Mas agora que já acordei que tal meu beijo de bom dia? – falou sussurrando em meu ouvido.

           Senti os pelos do meu corpo se arrepiarem. Virei-me para ela, devagar, sem pressa, deixei que nossas bocas se tocassem. O beijo que começou calmo já tomava proporções maiores, gemi ao sentir minhas costas tocarem o azulejo frio, com uma agilidade impressionante, prendeu minhas mãos um pouco acima da cabeça. Interrompeu o beijo, sorriu mordendo a boca. Passou a língua lentamente entre os lábios, depois, bem depois senti minhas pernas fraquejarem quando ela ficou de joelhos em minha frente, me ch*pando com sofreguidão. Sentia sua língua passando por toda a extensão da minha vagin*.

         Me sugava, com maestria. Mantinha uma de minhas pernas em seu ombro, facilitando seu trabalho.

- Oh, assim me ch*pa gostoso. Me faz goz*r para você beber. Ahhh.

        Já não tinha mais como segurar, cheguei ao ápice gritando seu nome, ela solveu cada gota do meu gozo, em seguida levantou-se lentamente e me beijou. Após alguns minutos, paramos para respirar.

- Agora sim, bom dia meu amor. – sorriu ainda de olhos fechados.

- Excelente dia isso sim. – falei dando mais um selinho. – Adoraria poder continuar aqui.

- No banheiro? – me perguntou.

- Não, também, mas me refiro a cidade. Não gosto de saber que provavelmente hoje já dormiremos separadas. – falei sem olha-la.

- Eu entendo, é realmente uma pena que estejamos voltando hoje. – não era bem isso que queria ouvir, mas me dei por vencida.

- Bom, precisamos tomar banho, daqui a pouco teremos que sair.

- Tudo bem.

         Tomamos banho, eu não consegui disfarçar meu desagrado quanto a volta para casa. Pelo que percebi ela não pretendia mudar de opinião em relação a minha proposta. Resolvi então que não mais tocaria no assunto. Já descemos com nossas malas prontas, só iriamos almoçar e partiríamos em seguida.  

- Olá Gerard, ninguém acordou ainda?

- Sim, Milena e Isac já levaram as malas para o carro. O almoço será servido daqui a pouco.

- Tudo bem, vou levar logo nossas coisas. – seguimos para a garagem.

        Ficou combinado que eu voltaria com Isabella, não que fosse algo fácil para mim, seria a primeira vez em mais de um ano que viajaria por essa estrada de carro. Não nego que estava nervosa, mas saber que ficarei ao lado de Bella o tempo inteiro me deixava um pouco mais tranquila.

- Bom dia casal. – Isac nos cumprimentou.

- Bom dia cunhado. Como passaram a noite? – perguntei olhando Milena.

- Não tão bem quanto vocês. – ela sorriu olhando para a marca em meu ombro.

- Claro que não. Onde estão Maísa e Ben? – Bella respondeu sem se importar com a provocação.

- Já devem estar vindo, foram os primeiros a acordar. – Isac falou fechando o bagageiro do carro.

         Fomos almoçar, confesso que não prestei muita atenção as histórias. Minha cabeça estava na volta para casa. Em como seria ouvir de Ingrid que iria sair da empresa. Me mantive pensativa o tempo inteiro, volta e meia a realidade da nova vizinha de Bella me atingia em cheio. Por mais que eu tentasse não pensar nisso era quase impossível.

- Está tudo bem? – Milena me perguntou quando seguíamos para a garagem.

- Sim, só preocupada com algumas coisas. – falei sorrindo amarelo.

- Tudo bem. Vai ficar tudo bem. – me abraçou em seguida.

         Milena e Isac iriam conosco, não entendi muito o porquê. Ele iria dirigindo, Milena estava ao seu lado. Bella e eu no banco de trás, Marron 5 tocava no som do carro. Milena e eu cantávamos juntas as músicas, era nossa banda favorita. Bella encostou a cabeça em meu ombro, depois de um tempo percebi que ela dormia. Em certo momento Milena disse:

- Vocês perceberam o clima entre a Maísa e o Ben?

- Não, por que?

- Acho que eles discutiram ontem à noite, ela disse que tem algo errado com ele.

        Sorri lembrando no que ele pretendia fazer no dia seguinte, Milena me olhou pelo retrovisor.

- Larissa Rodrigues, você sabe algo que não sabemos!

- Sim, e não, não posso contar. Ao menos por enquanto.

- Safada, você sabe. Pode contar sim, prometemos manter segredo. – olhou para Isac esperando que ele confirmasse. Como não obteve resposta beliscou o braço dele.

- Aiii, sim prometemos manter segredo. – falou passando a mão no braço.

- Bom, amanhã ele vai viajar. Falar com os pais dela, vai pedi-la em casamento. Nos ajudaremos com o pedido oficial. Mas isso é segredo.

- Não acredito. Que coisa fofa, claro que ajudaremos.

           Alguns quilômetros depois, passávamos no local do acidente, fui atingida em cheio pelas lembranças. Fechei meus olhos tentando controlar meu pensamento, porém ele teimava em permanecer naquelas recordações.

Antes.

        Acordei sentindo minha cabeça doer, uma máquina fazia um barulho irritante perto de mim. Abri meus olhos tentando lembrar do que havia acontecido, até que me deparei com Susanne ao meu lado, vi em seus olhos que algo estava errado. Lagrimas desciam de meus olhos, não havia força em meu corpo. Logo Susanne confirmou aquilo que eu já sabia.

        Meu mundo desabou por completo, pedia a Deus que tudo aquilo não passasse de um pesadelo. Desejava que aquele não fosse o fim, sentia meu coração sangrar em meu peito. Fui levada para uma escuridão, que parecia me consumir a alma. Chorei compulsivamente a perda de toda a minha família.

       Não queria aceitar que a última lembrança que teria deles seria aquele trágico dia. A dor era insuportável, saber que jamais os veria de novo e agora estaria sozinha, sem mais ninguém. Tudo o que me restara era uma casa vazia assim que eu retornasse.

Atualmente

            Através da janela fixei meu olhar no abismo, o vazio que senti depois de saber que os havia perdido ainda estava ali, porém, não tão grande como antes. Hoje tinha a certeza de que um dia eu os encontrarei novamente.

- Lari, meu amor. – olhei em sua direção.

            Bella passou a mão secando minhas lagrimas, deitou minha cabeça em seu peito, abraçou-me com carinho. Parecia querer me proteger do meu passado trágico. Ela conseguia isso, me sentia segura em seus braços.

- Obrigada. – foi tudo o que consegui dizer.

Fim do capítulo