Chamou Alex antes de pegar o elevador pensando em como reagir aos próximos acontecimentos. Um deles já a esperava na porta do prédio.

 

- Sua vagabunda! Isso não vai ficar assim. - Liam a cercava antes que ela entrasse no carro. 

 

- Tudo que precisar falar, fale com meu advogado. - ela já entrava no carro sendo assessorada por seu motorista.

 

- Não vai se livrar de mim tão fácil. - esbravejou o ex.

 

Pegou o celular e agendou uma reunião com os funcionários do escritório. 

 

Longe dali, mas já a caminho do escritório, as sócias dividiram o  táxi e falavam sobre o acontecido.

 

- Olha a toda certinha! Sapata. - riu debochada Jennifer, enquanto olhava as páginas de fofoca, através do celular. - Sabe o que isso significa né?

 

- Não to acreditando. Ela me enganou direitinho. - Susan estava boquiaberta.

 

- Ela está tendo um caso com a stripper. - Jennifer soltou.

 

- Que ódio! Não acredito que perdi para aquela sonsa. 

 

- Vai ver é isso que vai contar na reunião. Que está saindo com garota de programa, vulgo stripper. 

 

- Estou sem saber o que pensar. Isso vai acabar com a imagem da mãe dela. - Susan bufava, demonstrando total insatisfação.

 

- Bom para nós. Quem sabe ela se afasta do escritório, aí nós pegamos os clientes dela. - Jennifer frisou com a fala forte a palavra pegamos.

 

- Jennifer, temos de marcar o encontro com o Mark. 

 

Chegaram no escritório, encontraram as baias vazias. Se apressaram na direção da sala de reunião. 

 

- Ainda bem que chegaram. Só faltavam vocês.

 

Buscaram com os olhos Cameron, ela se sentara longe de Carrie.  Pelas caras dos outros funcionários, todos já sabiam da notícia. Sentada na ponta da mesa, com o notebook aberto, ela respirou fundo e se apressou em começar.

 

- Bom dia a todos! Sei que devem estar curiosos com essa reunião. Pela cara de vocês, acho que já sabem de meu comunicado. Quero dizer que. - fez uma pausa. -  Não que eu deva satisfações à vocês, mas sempre fui muito clara com as coisas e não quero deixar vocês sem saber. Toda minha vida, foi direcionada em imagem. Na minha, na da minha mãe. Hoje estou começando um capítulo que eu mesma quero escrever. Quero pedir que. Bom, como sabem, minha mãe vai estrelar um novo filme e essa notícia vai atrair mais atenção para cá. Então peço que não façam comentários, não respondam comentários em rede social. Caso possível não deem entrevista. Temos muitos projetos em andamento, quanto menos atenção tivermos, melhor. Sobre minha vida pessoal, não farei comentários, só cabe a mim. Obrigada a todos. Tenham um bom dia. 

 

Voltou-se para o notebook. Todos foram saindo, menos as duas sócias que queriam mais informações. Correndo sentaram-se ao lado dela e sem pestanejar começaram o interrogatório.

 

- Babado!!!!! - Jennifer falou rindo.  Pode contar tudo. 

 

- Está saindo com alguém? - se adiantou Susan. 

 

- Calma gente! - Carrie retirou os óculos e coçou as têmporas.

 

- Porque nunca nos contou nada. - Susan novamente, não se conteve nas perguntas. 

 

- Desculpa não ter contado nada. Era uma situação complicada. Foi difícil assumir para mim mesma que eu gostava de mulher, quanto mais contar para outras pessoas. E não, não estou saindo com ninguém. Tudo que preciso é de sossego.  - mentiu para proteger Cameron. O porquê de eu contar agora, vocês já sabem. Precisava me livrar das chantagens.

 

- Carrie! Sou lésbica e meu radar nunca apitou. - Susan riu e Carrie também. 

 

- Precisamos sair, comemorar sua libertação sexual, arrumar uma namorada, já que você não está com ninguém! - Jennifer propôs alegre.

 

- Calma! Vamos ver. Agora vamos trabalhar, nada mudou, temos muita coisa para fazer. Estarei na minha sala. 

 

Carrie estava mais aliviada, era uma situação nova, imaginava que todos estavam olhando para ela. Claro que algumas pessoas ainda estranhavam, mas para a maioria, não fez diferença. Com o tempo ela iria sentir isso.

 

Antes de entrar no escritório, pediu à Janice que negasse qualquer ligação de jornalistas e tal.  

 

Entrou a passos lentos. Colocou suas coisas sobre a mesa, pegou um copo de água gelada e se apoiou na janela de vidro para olhar para fora. Suspirava com ansiedade, mas feliz, sabia que tinha à seu lado a parceira certa. Mandou-lhe uma mensagem. 

 

- Oi! Que vontade senti de falar sobre nós, do sentimento que tenho. Preferi não contar nada, porque quero te proteger.

 

- Tudo bem! Não imagino o que é ter gente atrás de qualquer informação, furo, essas coisas.  Foi muito corajosa nas palavras. 

 

- Cameron! Me sinto tão confiante ao seu lado. Sua tranquilidade, maturidade, me dão força. Obrigada meu amor.

 

- É tão fofo ver você assim! Se soubesse o quanto me orgulho de você. Vai dar tudo certo. 

 

- Logo vamos nos assumir. Te encontro na sua casa, se você deixar Cameron.

 

- Tem certeza que seria bom ir hoje? 

 

- Preciso te ver!

 

- Tudo bem meu amor. Te espero em casa. 

 

Carrie agora se jogou no sofá rindo, apaixonada. Quase que beijando o celular.

 

As redes sociais ficaram em polvorosa com a notícia, claro que respingou em Sarah, que já sofria as primeiras perguntas sobre a filha; sobrou até para Liam que fez questão de se fazer de vítima. Aproveitou o hype para se vingar da ex esposa. Nada que Carrie já não esperasse, seus advogados a alertaram. Deixaria isso por conta da justiça.

 

Terminando o expediente, ela só queria se esconder, e ir para casa da amada, seria uma boa. Saiu com Alex pelo fundo, para evitar qualquer repórter, se tivesse. 

 

No trajeto para casa da amada, ela não pensava se estavam falando dela, mas na vontade que sentia em chegar logo.

 

Agradeceu à Alex, pediu que viesse cedo para pegá-las. Entrou rápido, mas nem precisava. Aquela rua não era movimentada, as poucas pessoas que circulavam pela rua, estavam cuidando de suas vidas. Havia maior preocupação que uma socialite se escondendo. 

 

- Licença, desculpa entrar sem bater. - ela se apressava.

 

- Olha quem chegou! - Glória a recebe.

 

- Que bom vê-la de pé. - elas se abraçam.

 

- Por sua causa! A medicação que você mandou. Deus te abençoe. 

 

- De que adianta ter dinheiro e não ajudar as pessoas? 

 

Um abraço carinhoso surgiu entre elas.

 

- Cameron? - ela buscava com os olhos.

 

- Está no banho. Demorando um pouco mais hoje. Se preparando para você. Ela me contou sobre tudo. Fique essa noite, fará bem à vocês.  Liz foi trabalhar, ficarão à vontade. - a senhora riu.

 

Quando Cameron saiu do banho, elas se abraçaram demoradamente, com muito carinho. 

 

- Estava precisando de um abraço como esse. - Carrie enxugou uma pequena lágrima. 

 

- Vai tomar um banho. Preparo algo para nós. 

 

Carrie percebe todo o local, a simplicidade das coisas, a limpeza, móveis antigos, algumas fotos de infância. Reflete toda a dificuldade que pessoas como Cameron passam todo dia. Tudo ali reforçava os valores que aprendeu, mesmo numa vida tão caótica, a qual Sarah a fez participar.

 

Jantaram as três juntas, com Glória contando algumas coisas sobre a infância da filha. Tempo de qualidade com muita simplicidade. Colocaram Glória na cama e foram dormir.

 

- Será que você vai conseguir dormir nesse colchão velho? - Cameron terminava de arrumar a cama para elas.

 

- Do jeito que estou cansada, vou desmaiar. Quer dizer, isso se você deixar. - mordeu os lábios.

 

- Sua safada! Minha mãe está no quarto ao lado. - Cameron rindo,  sentou-se sobre a namorada.

 

- Desculpa estava brincando. - respondeu com certa vergonha.

 

- Você acha que se deslocou de Manhattan até aqui e não vou me aproveitar de você? Vamos ter de fazer em silêncio tá?. 

 

Não houve demora, logo estavam matando a saudade de seus corpos, de cheiros, de sensações. Foi uma noite de intensa paixão. Encontraram uma na outra, o abrigo que seus corações tanto buscavam. Se amaram em silêncio, ou pelo menos quase, alguns gemidos foram difíceis de abafar; e crises de riso vieram junto.

 

- Cameron, será que sua mãe nos ouviu? Estou com vergonha. - Carrie escondia o rosto no lençol, provocando gargalhada em sua namorada. - Não ri de mim.

 

- Desculpa amor, mas não pude me conter. o remédio apaga minha mãe. Duvido que ela tenha ouvido algo. Mas foi muito legal ver você tentar. 

 

- Danadinha! -  se descobriu dos lençóis. - Repete. - puxou Cameron para perto dela.

 

- O que? Que ela o remédio faz minha mãe dormir como uma pedra? 

 

- Não! A outra coisa. - Cameron, dava pequenos beijos no pescoço dela.

 

- Amor? É isso? - Cameron a olhou com os olhos apaixonados. - Amor! - sussurrou em seu ouvido. 

 

Deitaram abraçadas, fazendo carinho mútuo. 

 

- No caminho para cá, vi umas pessoas com vários carros de compras, com muita coisa dentro. 

 

- Hoje é dia das pessoas de Hoboken colocarem seus lixos para fora.

 

- Sim! Pelo menos o planeta agradece essa reciclagem. Mas fico triste por essas pessoas que não tem como comprar suas próprias coisas.

 

- São pessoas humildes, imigrantes que trabalharam a vida inteira, e infelizmente não conseguem o próprio sustento. Aqui falta de tudo, inclusive estrutura. Quando pensei na faculdade que ia fazer, queria algo que pudesse mudar o ambiente em que vivo. Queria fazer serviço social, mas acabei ganhando uma bolsa de arquitetura. 

 

- Talvez fosse o destino. Uma forma da gente se encontrar. - se abraçaram forte.  - É muito bom estar com você, Cameron. - a mulher beijou fervorosamente a mão da namorada.

 

- Desde que você me seguiu naquele corredor, que nos beijamos. Queria isso, esse momento. Obrigada por me deixar fazer parte da sua vida. Obrigada por proporcionar à minha mãe, dias dignos. Não tenho como agradecer. 

 

- Não precisa me agradecer. Precisava ser feito. E por falar em sua mãe, as meninas do escritório querem sair para comemorar minha saída do armário. Não quero ir sem você. 

 

- Vai me assumir? Não precisa me olhar com essa cara. - Cameron riu da cara assustada da outra. - Estou brincando! Não quero que me assuma agora, precisamos de sossego. Topo sim sairmos. Com minha mãe sem dor, fico mais tranquila. Mas preciso ver com a Liz se ela consegue vir.

 

- Se não conseguir, chamo uma enfermeira para te ajudar.

 

- Não precisa pagar, eu mesma vou pagar Carrie. Você já está fazendo muito por nós.

 

 

 

Dormiram abraçadas, apenas no amor que estava surgindo entre elas. Os problemas estavam fora do quarto, mas às esperando logo mais à frente.

 

 

CAPÍTULO 20 PLEASE DON'T TELL

 Já era dia e estavam de volta ao escritório. As notícias bombaram na internet. Carrie e sua mãe eram as principais notícias. Sarah já em processo de filmagem, todo dia era cercada por repórteres querendo saber do filme, mas também de sua filha. Experiente que era, sabia como driblá-los. Já Carrie, com medo de ser cercada, entrava pelo estacionamento e evitava lugares públicos. Sua preocupação agora era tranquilizar os clientes que todo burburinho na mídia, não iria interferir em seus trabalhos. E eles estavam de vento em popa. Sexta feira chegou. Carrie aceitou o convite das sócias para ir a um bar, mas escolheram um que poderiam ficar mais à vontade. Como não saberiam se contariam naquela noite sobre seu romance, decidiram ir separadas para o bar e lá veriam como ficariam as coisas. 

 

Antes de saírem ela liga para Cameron para conferir se estava tudo ok.

• Você tem certeza que está tudo bem?

• Relaxa Carrie! Me sinto namorando uma celebridade que não pode ser vista. - gargalhou ao telefone.

• Estou falando sério amor. Tudo bem se não formos juntas? - Carrie demonstrava preocupação.

• Sim! Está! Não se preocupe, eu entendo a situação. O importante é que no final da noite, é comigo que você vai embora. 

• Pra onde você quiser! Olha, lá seremos poucas pessoas. Susan, Jennifer, o marido e seu amigo. Ainda não estou preparada para multidões. Lembrei! Vou te levar, esqueci que o bar é exclusivo. Só para pessoas tentando se esconder. Precisa de uma indicação.

• Nossa! Será que terei dinheiro suficiente?

• Vai sim! Te pago muito bem. - gargalhou. - Estou brincando. Qualquer coisa pago sua conta. 

• Carrie! Acho melhor não ir. O local não deve ser para mim.

• Fica tranquila que ele é exclusivo mas não é o olho da cara. E qualquer coisa faço sua parte.

• Não quero você me  bancando. Por favor.

• Façamos o seguinte, hoje é um dia especial. Te ajudo se precisar, em outras saídas a gente vê. 

• Tudo bem! Só não quero chegar tarde em casa, por causa da minha mãe. 

• Pensei que você iria dormir em casa.

• Desculpa amor. Preciso aproveitar os momentos com ela. Não sei quanto ainda terei. 

• Tudo bem! Mas amanhã vocês poderiam ir comigo para casa da minha mãe. 

• Se ela estiver bem.  Vai ser ótimo! E eu vou amar voltar para aquela casa. 

A conversa foi carinhosa, elas tinham uma sintonia nas idéias que parecia que se conheciam há anos.

Rapidamente chegaram ao Please Don't Tell .Localizado no East Village, é um dos bares secretos mais conhecidos, acessado por uma cabine telefônica dentro de uma lanchonete. É famoso por seus coquetéis artesanais e atrai um público seleto, que pode incluir celebridades. Lá paparazzi não entra e imagens de seus clientes difícilmente vazam. 

Ao chegarem, se deparam com o quarteto já na mesa e foram recebidas com um: Humm em coro. Cameron ainda tímida, olhava tudo, menos para a mesa de suas colegas. O bar com teto de madeira baixo e escuro, alguns animais empalhados  na parede, nem parecia um bar de celebridades. Ela procurava algum, mas não avistou nenhum. 

• Oi gente! Como vocês viriam juntos, trouxe Cameron, senão ela não entraria.  - as colegas se entreolharam desconfiadas, enquanto os rapazes cumprimentavam Carrie. Quando foram cumprimentar Cameron; ela fitou Mark com olhos temerosos. A tensão percorreu seu corpo. Ele abriu um enorme sorriso.

• Oi Cameron, quanto tempo! - Carrie olhou espantada para os dois. 

• Vocês se conhecem?  - Cameron ainda aflita não conseguia responder.

• Sim! Amigos em comum. - disfarçou ele. 

Cameron apenas assentiu com a cabeça e esboçou um sorriso nervoso. Na hora de se sentar, as sócias separam o casal, deixando Mark ao lado de Cameron, ficando Carrie de frente para eles.

O desconforto era nítido. Susan e Jennifer falavam com Carrie sobre o escritório e apontavam qualquer mulher para ela, querendo que ela quisesse. Enquanto isso, Phillip e Mark falavam se suas peripécias de quando eram solteiros para Cameron. A todo momento ele fazia questão de tocar nela, deixando tanto ela quanto Carrie nervosas.

As bebidas foram chegando à mesa, quem menos bebeu foi Cameron, que por conta da situação queria se precaver. Com tanto álcool, Mark começou a tagarelar.

• Espero que não tenha esquecido de mim porque eu nunca me esqueci de você - ele sussurrou no ouvido dela. - ela se afastou dele, já olhando para Carrie que demonstrou irritação. 

• Aquilo é passado Mark! - esbravejou.

• Que isso Cameron! Nunca tive uma noite como aquela. Nem acredito que te encontrei de novo. - agora ela falava alto sem nenhum pudor. Carrie vendo que Cameron estava ficando sem graça, resolveu intervir.

• Cara! Para. Você está constrangendo a garota. 

• Carrie por favor não. - Cameron balançou com a cabeça.

• Virou protetora dela agora Carrie? - Jennifer jogou o veneno.

• Que isso senhora Miller! Essa garota aqui não se envergonha tão fácil.  - O rosto de Carrie se enrubescer. Cameron o mandou calar à boca.

• Que boca suja! Você beija sua mãe com essa boca? - Susan também aderiu às provocações.

• Posso pagar o quanto quiser para sair comigo de novo? - Mark entregou seu jogo.

Risos ecoaram na mesa, Carrie tentava se manter sã para entender o que estava acontecendo.

Cameron boquiaberta balançando negativamente com a cabeça, não tirou os olhos de Carrie, que por sua vez a olhava com tristeza e raiva de Mark ao mesmo tempo.

• Isso não é verdade Mark! a garota se justificava. Você é nojento!

• Não foi isso que você disse quando te fiz goz*r na minha cama. 

Suas palavras foram recebidas com um copo de whisky sendo jogado em seu rosto por Cameron.

Com raiva, enxugando seu rosto Mark falou:

• Isso que dá contratar protituta para seu escritório Carrie! - 

Sem pestanejar, Carrie desferiu-lhe um tapa. Ele partiu para cima dela, a turma do deixa disso os separou. Ela nem reparou que alguns flashes foram disparados no meio da discussão. 

Carrie saiu apressada, sendo seguida por Cameron. Dentro do bar, o quarteto comemorava. 

• Mark! Você está de parabéns! A Juilliard está perdendo um ótimo ator. - Susan batia palma.

• Nem foi encenação. Eu queria ela mesmo. 

• Quando falamos para você provocar, nem pensamos que seria desse jeito. - Jennifer beijava o marido em tom de descontração. - Conseguiu pegar direitinho maridinho?

• Sim amor! Gravei tudo. Tem a Cameron jogando wisky nele?

• Tem sim! Relaxa. Amanhã toda a internet vai saber quem é a nova namoradinha da Carrie.

• Depois dessa reação da Carrie, vai ser difícil negar. Segunda feira, vamos culpar a bebida pelo acontecido.

• Viu como ela protegeu a amada? Tenho certeza que ela estão juntas. - Susan bufou.

• Primeira parte do plano completa. - brindaram juntos.

Já na saída do bar, o casal discutia.

• Carrie por favor me espera! - aflita tentava alcançar a namorada.

• Entra no carro. - ela praticamente ordenou. - Olhou para todos os lados antes de o fazer.

Carrie sentou e trincou os dentes. Bufava, seus olhos se encheram de lágrimas.

• Alex por favor! Nova Jersey. - ele assentiu com a cabeça e fechou a janelas que os separava.

• Por favor quer me ouvir!-  a garota quase suplicava.

• Uma maldita de uma garota de programa! Não acredito que mentiu para mim!. - vociferou.

• Não foi assim que aconteceu. - Cameron, tentava se acalmar para tentar de explicar.

• Porque não me disse a verdade? Não acredito que transou com ele por dinheiro?- falou com raiva.

• Nunca menti para você! Nunca fiz isso. Por favor, acredite em mim. 

• Olha tudo que estou lidando. Não consigo lidar com isso agora. Porque mentiu para mim! 

• Quando você me conheceu, sabia o que eu fazia. E sim eu nunca fiz programa. - sua voz aumentou um tom.

• Como me explica aquilo então? 

• Lembra que eu te disse que havia saído uma vez com um cara. Em uma despedida de solteiro. Por ironia do destino era ele. Eu recebi para fazer stripper, mas acabou que saímos juntos. Mas não teve dinheiro no meio. 

• Não sei o que pensar.

• Carrie! Mesmo que eu tivesse feito por dinheiro, foi antes de você. Meu erro teria sido não te contar.

•  A preocupação em se esconder é sua e respeito isso, mas não culpe minha vida e minhas coisas por suas escolhas. Coisas desse tipo poderiam acontecer estando comigo, você sabe do risco que corria.

• Não queria saber que você fazia programa, é muito difícil para mim.

O tom nervoso da conversa foi baixando, as ideias foram se assentando. Cada uma ainda permanecia sentada longe uma da outra. 

• Coincidência justo suas sócias conheceram o cara que saí.

• De quem era a festa de solteiro que você foi? Por acaso lembra?

• Não. O cara ficou vendado durante a dança. Mas sei quando foi. Foi há alguns meses, num bar em West Village. 

• Employees Only? - perguntou Carrie.

• Sim. Esse mesmo. Quem me contratou foi a noiva dele. Por telefone, nunca nos vimos.

Carrie balançou negativamente a cabeça antes de responder.

• Sabe quem era o noivo? Phillipe, marido da Jennifer. 

• Meu Deus! Como numa cidade tão grande quanto a nossa isso pode acontecer? 

• Não sei, mas estou pensando se fizeram isso de caso pensado. Desculpa amor, não quero descarregar meus medos sobre você ou nosso relacionamento. Essa noite foi um turbilhão. Entrelaçaram os dedos, logo estavam sentadas lado a lado, e o carinho voltava.

• Tudo bem se eu não ficar? A noite foi estressante, preciso acertar umas coisas em casa para amanhã. Elas terão de me responder muitas perguntas.

Se despediram com um longo beijo. Tentariam descansar da noite absurda que tiveram.

 

 

 

 

 

Fim do capítulo