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Mindfulness por kozmicster

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Palavras: 3215
Acessos: 89   |  Postado em: 17/05/2025

Capitulo 1

Segunda-feira

As coisas pareciam mais promissoras em Fevereiro, no carnaval, a noite com glitter pelo corpo todo e a vontade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Em abril, tudo já estava degringolando.


Outro dia comum, acordo às 5:30, enrolo vinte minutos, finalmente me levanto e começo a me vestir para trabalhar, o importante é pegar o ônibus antes das seis e meia. 

O centro é feio a essa hora da manhã, se for uma segunda-feira, ainda é possível encontrar pessoas saindo de uma festa ou completamente decadentes indo trabalhar fedendo a cachaça. Mendigos, muitos deles, e claro, um bando de gente que dá pra ver que odeia esse clima europeu. 

Além do mais, é claro que eu trabalho numa rua longa e escura, e claro, a entrada da empresa fica no fim dessa rua. Quando chego no 25º andar, e vou até os armários parece que vale a pena trabalhar nesse horário, a vista da janela é algo de outro mundo, e sempre proporciona uma sensação de paz, diferente da sensação que dá ao se virar e ver a operação trabalhando. Como de costume, tirei uma foto e fui para a cozinha pegar café. O murmurinho dos atendimentos que já haviam começado, às seis da manhã ainda estava calmo, a contingência ainda não era um problema até as nove horas. 

  • E aí mona, bom dia - disse Felipe. Sinceramente, eu tinha um pouco de aversão a ele. Quer dizer, ele é um cara legal, mas ele exagera, beirando ao adolescente que se banca, mas eu também em alguns aspectos então, quem sou eu para julgar? (Eu estou constantemente julgando)


  • e ai, bom dia - sorri


  • Nem sabe - e lá vamos nós -  ontem conheci um cara muito gostoso, ele me tratou super bem, eu acho que tô apaixonada sabe… Ele me levou na casa dele, me ensinou sobre vinho, ai sabe… - Toda semana é isso, de verdade. E ele ainda me conta como se eu tivesse realmente interesse em saber, tudo o que eu queria era saber menos


  • Sério? - bebi um pouco do café


  • Juro pra você. Que horas é teu intervalo?


  • o primeiro é as 8:30 e o segundo 10:10


  • Tá, te vejo depois então - com sorte não nos encontraríamos a tempo.


Enquanto fazia o login senti o famoso “cheiro de energético” passando por mim, me virei e obviamente lá estava Camila com uma lata gigantesca de Redbull e algumas bolachas cream cracker. Segunda-feira.


  • Bom dia - eu disse 


  • Bom dia, um pouco rouca mas viva - ela sentou virada para mim enquanto o computador ligava


  • Aconteceu alguma coisa?


  • Tinha open ontem


  • ah, é claro. E tava bom? - uma pergunta totalmente retórica, como poderia ser bom um open bar domingo? sendo que se precisa trabalhar segunda às sete horas. Por mais que eu tenha sido apocalíptica e ainda goste de fazer loucuras noturnas com meus amigos, ainda sim, fora de cogitação sair para beber a noite toda num domingo. E é exatamente por isso que eu nunca aceito o convite da Camila ou do Felipe para sair depois do trabalho.


  • Tava bom, fomos eu, a Brenda, o Felipe e mais um pessoal. Eu to toda roxa, me disseram que eu cai, me lembro só de flashs - eu acabei rindo sem querer


  • Jesus amado, Camila - suspirei, novamente. Não é como se eu nunca tivesse feito essas coisas. Brenda sentou do outro lado da nossa fileira, achei estranho já que as duas sempre ficaram uma do lado da outra. 


  • Que que deu nela? - voltei as minhas telas, e Camila me chamou no chat


  • Eu fui embora com um cara, me esqueci que a gente tinha combinado de ir embora juntas - Porr* Camila, sério? Mas também não é um grande problema entre elas, semana que vem elas vão sair de novo. E é por essas coisas que eu nunca saio com eles.


Continuei atendendo e querendo sair correndo para fumar até as 10h, quando Marília, a supervisora da minha equipe nos pediu para colocarmos uma pausa “Reunião”, e irmos nos direcionarmos até o auditório. Porr*, parece que cabe mais duas horas quando vamos para o auditório, o que era pra ser seis horas e vinte se tornam oito. Foram dez minutos para todos da equipe conseguirem finalizar seus atendimentos, e finalmente conseguirem entrar na porcaria do auditório. Ainda bem que era por um bom motivo, os novos cartões de alimentação chegaram, e o mais importante, para os que assim como eu acabara de completar seus primeiros três meses na empresa, aqui está o termo de adesão ao plano de saúde. 

Saí voando daquele auditório, salvei minhas anotações (por mais que seja corrido, sempre escrevo algo durante o trabalho, um refrão, uma melodia, um poema, um texto, é inevitável), coloquei na minha pausa e fui correndo até o elevador.


  • preciso de um cigarro - falei para mim mesma


  • cê tá indo pra pausa mona? - puta que pariu.


  • tô sim, se esse elevador chegar…


  • Te falei do cara do vinho né? Ele me lembra um pouco meu ex por causa do corte de cabelo, mas ele é bem diferente nas atitudes, ele me fez sentir homem sabe, ele me deu muito gostoso… - Meu Deus alguém faz ele calar a boca, pelo amor de deus.


  • Meu Deus, mona, sério? - Descemos o elevador com Felipe me mostrando a foto do rapaz, bem bonito sinceramente. Não que fizesse meu tipo, o meu tipo com certeza é a Carol, uma das supervisoras da tarde. Eu só a vejo na troca dos turnos, e  soube que quem vai cobrir as férias da Marília vai ser ela, então digamos que eu fico feliz com isso. Ela faz o tipo gratiluz, é mais velha que eu (óbvio), tatuagens, piercings, cabelo cor de caju, olhos castanhos e usa umas roupas que beiram a feira hippie do centro. Ela é uma megera do caralh*, na equipe dela ou as pessoas amam ela, ou a odeiam. Ainda bem que ela não é minha supervisora. 


  • Sério mona, e sabe do que mais? Eu já tô muito bem resolvido pra começar uma nova relação, fiquei pensando ontem né, o sobrenome dele é Lima, aí fiquei juntando sabe, Felipe Oliveira Lima, como ficaria sabe… - Deus, tenha piedade.


  • Tá, e ele faz o que da vida? Mora com os pais? Como é a relação dele com a família? Mora onde? Quantos anos tem? Tudo que você me contou não me diz nada sobre ele, entende onde eu quero chegar? - eu devo ter sido um pouco mais grossa do que pretendia


  • Ele tem 21, mora sozinho num apartamento na Goethe, trabalha com T.I., eu acho, não sei dos pais dele, mas sim eu entendo, mas ele é muito gostoso e a gente se deu muito bem - Bom, eu tentei. Amanhã ou mais tarde ele esquece isso tudo e conhece outro do mesmo tipo.


  • eu vou subir, preciso comer - preciso me esconder no banheiro pra não ter que ouvir ninguém, até a sala de descompressão nunca tem silêncio


  • Tá bem, a gente se vê. Tá afim de ir no di napoli?


  • Eu tenho compromisso mais tarde, mas podemos ir amanhã - sorri e entrei no prédio. Todos os dias são exatamente assim.


A primeira coisa que fiz foi de fato me esconder no banheiro, eu já havia pego o telefone de uma clínica, mandei mensagem para eles perguntando se aceitavam de fato o plano e eles me confirmaram, iria ser descontado na folha e eu só precisaria aparecer na consulta. Escolhi pelo horário mais próximo da saída do meu trabalho, eu moro longe e seria muito difícil perder o dia todo no centro. Consultas marcadas, todas as Terça-feira, Helena Santos, às 15:30. 



***



Depois do trabalho, resolvi dar uma volta pelo centro antes de ir para o estúdio. Minha barriga doía mesmo faltando 24 horas para a primeira sessão de terapia, s





Terça-feira

Eu mal dormi na noite anterior, só pensava em qual problema contaria primeiro, como seria a postura dela, não tinha tido boas experiências com terapeutas antes, seja por falta de dinheiro, falta de plano ou simplesmente por ter ouvido que estava ali procurando por remédios. Desde as 06:30 da manhã meu estômago já estava em guerra comigo, doía sem motivo e eu me afogava em cigarro e café para piorar, respirar fundo estava se tornando mais difícil a cada hora. Fiz o que sei fazer de melhor, fumar maconha na rua atrás da Casa de Cultura Mário Quintana, enquanto espero a interminável hora passar.

Já haviam se passado quatro anos (hipoteticamente é claro) e eu ainda estava lá esperando aquela hora acabar, eu odeio esperar. Nos últimos dez minutos decidi subir. Rua Andradas, 1207 - 23º andar. Na recepção há um lettering que diz: “Somos capazes de fazer muito mais do que imaginamos”. Ler aquilo me deu um frio imenso na barriga, respirar fundo era muito difícil. 

15:28. Me sentei na recepção novamente e fingi normalidade. Eu queria sair correndo, mas a porta se abriu, ela chamou meu nome, e quando levantei o rosto e fui até ela eu soube que não daria certo. Helena é simplesmente uma mulher linda de olhos verdes, cabelos castanhos ondulados e um sorriso que abriu a gaiola onde todas as borboletas do meu estômago ficam trancafiadas. Eu simplesmente ODEIO ter uma queda por mulheres mais velhas.

Sentada naquela poltrona eu pensava incessantemente que não devia ter fumado maconha antes da sessão, agora estava na cara que além de chapada eu estava totalmente impactada com a mulher na minha frente, a qual eu teria que contar todos os meus segredos. 


  • Meu nome é Helena, sou terapeuta cognitiva, e você me procurou por questões de ansiedade…- ela olha para sua prancheta - e tdah? isso? - seguido de um sorriso que eu senti que poderia acabar comigo. Deus estava brincando comigo. Sério, alguém avisa que não pode ser tão bonita assim enquanto pergunta coisas sobre a minha alma?


Atrás dela havia um janelão que ia de um lado ao outro da parede, mostrando a cidade vista de cima. O consultório em cores claras e piso de parquet, uma mesa de canto próximo a janela, e no outro canto a poltrona onde ela estava sentada, de frente para a minha, e ao meu lado uma mesinha vermelha com uma caixinha de lenços escrito “Psicologia” em letras cursivas. Eu não poderia chorar de jeito nenhum, repetia mentalmente.


  • — Então, me conta um pouco de ti… - A minha cabeça trava. Eu me ajeitei na poltrona, cruzei e descruzei as pernas, mexo no anel do polegar, nenhum movimento me ajudava a me sentir normal


  • — Bem… eu tenho 27 anos, sou atendente de telemarketing… Quer dizer, eu sou cantora e compositora, tenho que entregar um álbum nos próximos meses e não sei o que escrever. Não consigo me concentrar, tô num bloqueio criativo horroroso. Tenho um gato que se chama Tim. E… — falo quase que de uma vez só, dou uma risada sem graça — eu não sei o que dizer, na real. Se você me perguntar, talvez eu consiga responder melhor.


  • — Pode ser — ela anota alguma coisa. Ou finge anotar, só pra me deixar nervosa. A letra dela é bonita também, eu aposto. Claro que é.


  • — Me conta da sua família. Pai, mãe, irmãos… tem contato com eles?


  • — Tenho uma irmã mais nova, ela mora em São Paulo agora. A gente se fala. Meus pais… bom, minha mãe é mais presente. Meu pai… é mais complicado. Não é que a gente não se fale, mas não é exatamente um diálogo, sabe? Mais tipo… comunicados oficiais. Atualizações. Tipo boletim médico. — faço um gesto no ar, como se estivesse lendo um papel invisível — "Laura, sua avó caiu e quebrou o quadril". “Laura, pague o aluguel até dia 5.” Essas coisas.

Ela sorri com os olhos, mas sem ironia. Tem algo de gentil nela. Um silêncio confortável se instala, o que é uma raridade. Um silêncio que não exige que eu fale mais — e, por isso, me faz querer falar mais.


— Você disse que era cantora. O que você costuma compor?


— Algumas músicas são sobre amor, mas na maior parte são… sei lá, devaneios existenciais. Sobre o tempo, a cidade, a solidão, esses lances meio... Erykah Badu de ônibus às 6 da manhã, sabe? 

Ela ri.

— Meio Badu, meio burnout?


— Exatamente isso. - Ela anota de novo. Ou desenha, talvez. Um doodle de florzinha no canto da folha.


— E como é sua rotina, Laura?


— Eu acordo cedo, tipo umas 5:30, saio correndo, trabalho no centro, num call center. Atendo gente reclamando da conta de luz. É um inferno. Mas paga as contas.


  • — E depois do trabalho?


  • — Eu vou pra casa. Fumo, escrevo, desenho às vezes.Tento compor alguma coisa que preste. Às vezes só fico olhando pro teto, às vezes choro ouvindo Messy da Lola Young, às vezes durmo vendo TikTok de gato que fala. Normal.


Ela ri de novo. O jeito que ela ri me desconcerta. Não porque é uma gargalhada — é pior. É aquele tipo de riso pequeno, sincero, que parece te abraçar por dentro. E eu odeio isso. Odeio gostar tanto.


— E você tem amigos próximos?


— Sim. Jordan, meu melhor amigo, é quem me mantém funcionando. E Micaela, minha amiga de infância. Eles são minha linha direta com o mundo real. E também os responsáveis por me fazer sair de casa de vez em quando.


— Você se considera introvertida?


— Não. Eu sou social. Mas socialmente cansada.


Ela anota mais uma vez. Eu juro por Deus, se ela estiver escrevendo “caso clínico clássico de gay em crise”, eu levanto e vou embora.


— E sua vida amorosa?

— Tô solteira. Teve alguém recentemente, mas... bom, virou música. Não durou muito.


Faço uma pausa. Olho pra ela. Me arrependo de ter olhado. Os olhos verdes. O cabelo ondulado. O blazer claro sobre a blusa preta.

— E você tá bem com isso? Estar solteira?


— Eu acho que sim. Quer dizer, não tô buscando nada. Às vezes eu acho que sinto falta, mas aí lembro como dá trabalho. E fico bem.


— E o que você espera da terapia?

Essa. Essa é a pergunta que quebra o jogo. Eu respiro fundo. Mãos entrelaçadas. Boca seca.


— Eu quero… foco. Quero parar de me sabotar. Quero conseguir terminar esse álbum. Quero não me odiar tanto quando acordo atrasada. Quero me sentir menos sozinha, mesmo estando rodeada de gente. Quero parar de querer desaparecer no meio do expediente, e... — hesito — talvez quero entender por que eu me apaixono por gente que não posso ter. - Silêncio.


Ela me olha com ternura. Eu quase choro. Mas não. Não vou chorar. Olho para a caixinha de lenço.

— Eu quero te propor uma tarefa. Tudo bem?


— Claro.


— Você disse que tem outros hobbies além da música. Quero que escolha um deles essa semana — fotografia, escrita, desenho, qualquer coisa. Mas quero que você crie algo com conceito. Um texto, uma imagem, uma história. Com intenção. Quero conhecer a Laura artista.


— Tá bem, vou pensar em algo.


— E na próxima sessão, a gente fala mais da sua família. Da sua infância. Dos seus afetos.

A sessão termina. Nos levantamos. Ela me dá um abraço, e tudo dentro de mim grita como um alarme de incêndio

.

— Foi um prazer te conhecer, Laura.

— O prazer foi meu, Helena. Até semana que vem. - Saio do consultório, coloco meus fones de ouvido e toca Took a trip, de chlothegod.


Eu simplesmente  não tive coragem de pedir na recepção que me trocassem de terapeuta. 



***


Estávamos no nosso bar favorito, aparentemente comemorando a volta de Micaela para Porto Alegre. Jordan e Mica, riam e falavam ao mesmo tempo, enquanto eu observava o gelo da minha caipirinha derreter devagar. Helena… O que será que ela gosta de beber? 


  • Você não tinha terapia hoje não? Como foi? - Jordan me pergunta 


  • Eu tô fudida - respondi e em seguida voltei a beber. Micaela termina seu drink, faz sinal para o garçom trazer mais um.


  • Como assim? Foi tão ruim assim? - diz Jordan com um meio sorriso, se inclinando na minha direção.


— Ruim? — franzi a testa — Ela se chama Helena, não sei quantos anos tem, mas é mais velha que eu, tem olhos verdes, cabelos castanhos ondulados...


— Ah não, amiga! — Jordan me interrompeu rindo alto, exatamente como eu esperava.
— Ué, gente? Não entendi. — Micaela nos observava como se estivesse vendo um filme sem legenda.


— Ela é uma gata. — Cruzei os braços e joguei a cabeça para trás, soltando um suspiro.

— Amiga, essas coisas só acontecem com você mesmo! E você conseguiu prestar atenção no que ela falou ou ficou só imaginando vocês duas no divã?


— O que você acha? — respondi, fingindo desinteresse enquanto bebia.

— Já pensou em trocar de psicóloga? — sugeriu Mica.


— Ela é uma fofa. Eu não sei se consigo.

— E como vai ser então? — Jordan perguntou com aquele tom debochado de quem já sabe a resposta. — Uma terapia com tortura psicológica?

Meu celular vibrou. Helena tinha enviado um link com vídeos sobre bloqueio criativo.

MENSAGEM - HELENA:
“Achei alguns vídeos que podem te ajudar. Nos vemos na próxima (:”

— Tá vendo? Ela é um amor. Eu não tenho como trocar de terapeuta. Ela era a única com um horário bom depois do trabalho. — Mostrei o celular pra eles.

— Que amor! Ai, amiga, sinto muito viu? — disse Jordan. — Odeio quando esses gay panic acontecem comigo.


— Um gay o quê? — Micaela arqueou a sobrancelha.

— Um gay panic é quando a gente entra em colapso emocional porque ficou apaixonado por alguém do mesmo sex*, basicamente. Normalmente o colapso vem por que ou a pessoa é hétero, ou é um ser inatingível…

— Ah, faz sentido. Bem, sinto muito Laurinha, mas com o tempo vai passar.


— Vai ter que passar, eu preciso entregar esse álbum até setembro.

— Por falar em álbum, tem a Parada Livre semana que vem, vamos né?


— O que tem a ver a Parada? — Mica me olhou confusa.


— Laura vai cantar na parada.


— Sério? Nossa, amiga! Que orgulho. Vem cá! — Ela se levantou e me abraçou com força, da última vez que ela me viu cantar foi numa gincana escolar, eu tremia tanto que não sabia se conseguiria cantar ou se vomitaria na plateia se abrisse demais a boca.

— Valeu, Mica. — Sorri. — E sim, Jordan. Apesar do nervoso e da dor de barriga, estarei lá às 16h. Vou ser a de preto no palco, caso se percam de mim na multidão.

— Então fechou. — O garçom trouxe três doses de tequila. Bebemos no mesmo segundo.

 


 

 

[Imaginário / Sonho de Laura]
A sala estava à meia-luz. Eu estava ajoelhada entre suas pernas, beijando coxas que tremiam sob meus lábios. Subia devagar até o pescoço dela. Helena. Suas mãos em meu rosto, seu corpo pressionado contra o meu. Uma pausa. Eu sorria antes de beijá-la com mais desejo.


Fim do capítulo

Notas finais:

Espero que gostem! Por favor, deixem seus comentários e críticas. (:


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Comentários para 1 - Capitulo 1:
Zanja45
Zanja45

Em: 18/05/2025

As vezes aguentamos certos tipos de situações só porque precisamos - Ninguém merece ouvir reclamações todos os dias -  E o pior não é isso - Mas ouvir e não dizer o que gostaria, pois é tanto cliente desaforado.

Gostei da sua escrita, quero saber mais desses sonhos de Laura com a terapeuta dela.


kozmicster

kozmicster Em: 19/05/2025 Autora da história
Obrigada, pode deixar, vem mais por aí!


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