Capitulo único
Na nossa vida, há encontros e desencontros, e em nenhum deles você saberia dizer qual foi o propósito de cada um. Um ônibus que se pegou atrasado naquele dia, um não dito em qualquer momento da sua rotina, uma pessoa aleatória que se conhece em alguma mesa de bar.
Para alguns, as coisas são destinadas, para outros, apenas o acaso. Destino, coincidência, não importa. As coisas, de um jeito ou não, acontecem.
Foi o que Mariana pensou quando pediu demissão do seu emprego no dia 20 de março, no começo do expediente. Não queria ter que postergar até o final daquela tortura rotineira para poder fazer aquilo que permeava sua cabeça por pelo menos duas semanas. Duas semanas? Não, ela só estava querendo ser gentil consigo mesmo para não ficar repetindo em algum momento que queria isso mais do que tudo há pelo menos dois anos.
Sua chefe insistiu para que continuasse. Bônus, chances de alavancar a carreira, e quem sabe um pratinho a mais de doces no seu aniversário daquele ano. Nenhuma delas podia convencer de fato o contrário. Assinou sua rescisão, e saiu daquele dia nublado com a sensação pesada em seu peito, aos poucos, saía como um pássaro enjaulado que timidamente via a porta de sua gaiola aberta.
O sentimento era confuso. O que fazer com tamanha liberdade a partir de agora?
Apesar de muitos idolatrarem o estilo de vida livre, Mariana era o pássaro azul que tomou o primeiro arfar de brisa fresca há pouco tempo. Temia tudo que se mexesse ao redor, principalmente o bater de suas asas. Podia correr o erro de se sufocar em suas próprias expectativas e ver o tempo escorrer em seus dedos, com a angústia percorrendo ainda mais.
Talvez sua vida tivesse que ser aquela, e em um vislumbre, desejou voltar para aquilo. Tarde demais. O estrago estava feito, e ainda bem que estava. Depois de alguns dias, passada a ressaca, pôde ver com mais clareza o que o futuro podia proporcionar.
Ao ver pela incontável vez um dos vários vídeos de pessoas conhecendo países do Sudeste Asiático, decidiu ousar. Era para lá que era iria, não importasse que suas economias só dessem para isso. No final das contas, a vida era uma e, qualquer coisa, ela poderia culpar a intensidade, ansiedade ou a si mesmo. Não queria pensar nisso.
Em alguns dias, estava feito. Passagens na mão, vistos, uma bagagem de mão e uma mochila, tudo o que era necessário para viver. Não tinha para quem dizer adeus. Seus pais moravam longe e seus amigos não se importavam de fato. Cada um vivia sua vida de sua maneira, e o que ela deixava ou não de fazer não iria interferir em nada. Mas, qual é o preço que se paga por se ver livre das amarras?
Era o que ela estava disposta a ver e sacramentou quando entrou no avião e seguiu para o desconhecido. Sabia que, no fundo, não havia mais o que fazer ali.
Apesar de ter se desvinculado do editorial, sua alma ainda era de uma jornalista. Catalogava tudo, anotava, tirava as fotos e, principalmente, sentia. De primeira, teve medo. O pássaro azul ainda se acanhava, mas, aos poucos, suas asas já não assustavam tanto assim, e nem o bater das asas que a cercavam. Grandes metrópoles, luzes, o cheiro da comida da rua, o sentimento morno que ecoava dentro de si e se misturava com sua essência, transformando o que tivesse ali.
Ela podia lembrar de contar cada dia da semana, mas, agora, já nem se importava com eles. Tinha se acostumado com aquilo melhor do que imaginava. Não tinha do que sentir falta. Sua vida anterior logo se transformou em um confuso borrão perdido em sua memória. Agora, se tinha um teto e comida, já estava feliz.
Suas anotações se acumulavam aos montes. Logo tomaram espaço em algum lugar que podiam ver. Pessoas que como ela desejavam aquilo a viam como a figura a ser admirada, mesmo que tivesse a convicção que não. Era só mais uma pessoa andando por aí sem rumo, sem pretensões além de viver um dia de cada vez. O que havia de grandioso em embarcar na sua própria loucura?
Seguiu-se assim por um bom tempo, até que os ares mudaram. Talvez fosse hora de procurar um lugar para descansar depois desse longo trajeto sem pausa. É inerente. Todos nós, uma hora ou oura, precisamos de descanso, e ela sentia como se Hanói fosse sua segunda casa, seu lar de férias na visão de uma criança que passava as férias na casa dos avós e todo dia se desdobrasse uma novidade.
Então, ali estava ela, em meio a vários outros turistas, conhecendo um dos templos que ainda não tinha tido a oportunidade de ver. Depois de algumas breves explicações do guia e de grupos empolgados fotografando tudo, sentiu que já tinha visto o suficiente dali e se afastou dos demais. Quando se é cercada por tanto deles, coisas monumentais se tornam parecidas demais para encher os olhos como da primeira vez, mas, ainda assim, não as trocaria por nada.
Resolveu ir para a feira de artesanato que tinha ali perto, onde estava menos movimentado e parecia ser mais atrativo. Vagou em algumas lojas até encontrar uma que, em uma das partes próximas ao balcão, havia vários cadernos, blocos e agendas, todos com uma capa personalizada, provavelmente feito por alguém dali mesmo.
Folheou alguns até chegar ao de capa marrom, que remetia a couro, adornado de flores rosas e galhos verde limão, que chamou sua atenção. Tateou antes de abrir e, para sua surpresa, havia algo escrito à mão, logo na primeira página.
“Em algum lugar você encontrar
Alguém para amar
Que felicidade seria
Ter alguém para estar”
Escrito em português. Era a primeira vez que via algo do tipo, tanto que não conseguia esconder a surpresa. Aproximou-se do caixa. Não podia deixar isso passar, e perguntou grosso modo na língua local.
“Você sabe quem escreveu isso?”
Apontou para a frase escrita. Não custava tentar.
“Sinto muito, fui eu, mas...”
Era o suficiente para entender.
“É que eu falo português.”
Os olhos da atendente, outrora tímidos e envergonhados, logo se encheram de brilho.
“Você fala?! Eu também falo! Quer dizer, um pouco...”
Ela era jovem o suficiente para ainda ter sonhos intocados e esperanças de que tudo se realizará, basta ela realmente querer. Ainda empolgada, pediu para que esperasse terminar seu turno, que era em quinze minutos. Mariana não tinha nada para fazer, então resolveu esperar ali por perto, vendo outras coisas. A garota cumpriu com a promessa, e logo foi vê-la.
Comunicava-se um português fadado a erros, mas o suficiente para conseguir se expressar tão bem quanto qualquer falante da língua. Aprendeu sozinha por achar bonito e escrevia em alguns cadernos por diversão, como se fosse uma piada interna. Alguns brasileiros tinham ido até lá, mas nenhum deles pegou algum dos que estava anotado, e aqueles que pegaram, não entenderam o que estava escrito e deixaram de lado. Era a primeira que realmente entendia a mensagem.
Então perguntou se aquilo era de autoria dela. Ainda mais empolgada, disse que sim, e mostrou outras coisas que escrevia antes da avalanche de perguntas. Respondeu o que podia e até o que a travaria, e respondeu ao que se tornaria a inevitável pergunta.
“Posso te ensinar o que eu sei.”
Aquela feição excitada pelo novo ainda podia mover o coração daquela pessoa massacrada pela vida. Além disso, isso daria alguma motivação para seus dias naquela cidade. Ela insistia que deveria ter alguma forma de pagamento, e a única coisa que Mariana pediu, se era que pudesse pedir, era o caderno com aquela anotação. Não hesitou em dá-lo, e marcar o próximo encontro para o outro dia.
Aquilo se sucedeu por pelo menos três semanas. A garota a encontrava três vezes na semana, terça, quinta e sábado, sempre meia hora depois do seu expediente. De primeira, se encontravam em uma pagoda ali próximo. Mariana estava longe de ser uma professora, mas, se esforçava para poder explicar da melhor forma e, bom, ela era uma boa aluna, e para um bom aluno, o interesse já basta.
Depois, começaram a se encontrar em um café próximo de onde Mariana estava hospedada. Mostrava suas novas anotações, fazia um ou outro comentário do que tinha acontecido no seu trabalho. Segundo a tutora, conversação era a resposta, e ela estava certa.
Assim que soube que onde ela trabalhava era o ponto de sua família, que consistia nela e mais outros dois irmãos, pai, mãe, avó, cunhada e sobrinho no qual moravam todos na mesma casa e dividiam muitos conflitos familiares. Da vizinha que se intrometia em tudo. Do cachorro que já era falecido. Do avô carrasco e da amiga que tinha brigado com a outra. Do homem do ponto a dois pontos do dela que tinha um suposto caso com a do final, casada e fadada a um triste casamento.
E ela, o que tinha a acrescentar?
Apenas a solidão e seus vídeos vistos por tantos outros espíritos que vagavam à procura de algo que os preenchesse.
“Deve ser bom viver sozinha.”
Não tinha o que reclamar, isso era um fato. Jamais voltaria para a vida que tinha outrora, mas a liberdade podia cegar por vezes. Ter um lugar que não podia chamar de seu também. Por vezes, tinha um vislumbre de voltar, mas, para onde iria? Nada a prendia em um lugar algum. Uma benção ou uma maldição? A cada dia, a resposta para essa pergunta era diferente.
Talvez seja algo a ver com a natureza humana, o bicho social ou qualquer outra convenção que nos segue ditando como a vida deve ou não ser vivida. Ainda não sabia dizer. Sem filhos, sem alguém, há anos sem contato direto com a família.
“Por quê?”
Outra pergunta sem resposta. Nem quando viajou e pôde ser livre de fato se reaproximou deles. No fundo, saberia o que diriam a ela sob qualquer decisão que tomasse: perigoso, indecente, imoral ou não aceitável.
Bom, aos olhos deles, quando não era?
Ainda assim, aos olhos daquela mulher que ainda guardava traços de uma garota, a indiferença queria dizer outra coisa: a falta de acolhimento.
Talvez seu ninho, naquela árvore tão distante, fosse o lugar.
Passou-se uma semana quando, enquanto liam o mesmo livro em um final de tarde no parque, ela ouviu aquela frase sendo proferida em um português sutilmente melhor.
“Minha família quer conhecer você.”
Como tinha chegado nisso?
“Eles querem ver a pessoa de quem tanto falo.”
Não era o tipo de coisa que esperava, mas também não era o tipo de convite que se podia recusar.
Então, no sábado, final da tarde, se encontraram no lugar marcado e seguiram até o outro lado da cidade, um local ao qual Mariana não fazia ideia de que existia. Outra vivência, ares, uma nova vida que pulsava longe dos seus olhos que acreditavam ter de visto de tudo ali.
Uma recepção calorosa em uma pequena casa, seguida de uma mesa farta e traduções feita por aquela que podia facilmente sair do seu lugar de aprendiz. A animação deles em ver aquela figura estrangeira contagiava até mesmo a figura fechada dela, mesmo que fosse sempre aquelas mesmas perguntas de sempre em respostas prontas na ponta da língua.
Até que chegou o convite para dormir na casa. Não era do seu feitio ficar na casa de estranhos, mesmo que pelo menos uma pessoa dali não fosse tão estranha assim. Não é como se não quisesse ficar ali e evitar pegar a condução naquele horário da noite, mas, simplesmente não soava certo ter que dividir a cama com ela.
No entanto, a insistência em conjunto ao pensamento que tímido estava em sua mente fez com que acreditasse que não era uma ideia tão ruim.
E, talvez, esse tenha sido seu maior erro ou acerto.
A cama era apertada, e dividia o quarto com o irmão, que tinha saído para trabalhar, a cunhada e o sobrinho, que dormiam na outra cama. Estava quente, abafado pela porta fechada, e sentia seu rosto transpirar, assim como suas mãos. As luzes em tons laranjas invadiam a pequena janela, mostrando a vida noturna tranquila daquele bairro, algo totalmente diferente do que já tinha se acostumado ali.
Era uma cena que não dava para esquecer, por mais que depois só pudesse se lembrar de alguns segundos daquilo, como uma fotografia que se encara, transpassa aquele breve sentimento que tinha quando a viu e logo se apaga.
Ainda mais quando sentiu aquele peso em seu ombro, de uma cabeça que repousava nela, mas, não dormia. Podia sentir o ar saindo do corpo e batendo contra a pele umedecida pelo calor que ali fazia, mas, nada além disso. Era silencioso a ponto de que a única coisa que se podia ouvir era a estática. Fechou os olhos e, em algum momento, o sono a encontrou.
Os encontros continuavam. Nenhum toque além do cumprimento ao chegar e ir embora, mas, as conversas se aprofundavam cada vez mais a ponto de que sentia que não somente um coleguismo. Havia se tornado confidência, companheirismo, algo frequente que se tornou parte da rotina.
Sorrisos, a espera pelo horário, o fato de que já podia prever seus movimentos. Ela dizia que Mariana tinha o mau costume de mexer o nariz, como se estivesse fungando, quando tentava se concentrar na conversa. Já Mariana afirmava, entre um e outro riso, que ela sempre fazia uma cara de tédio e mexia com uma mecha atrás da orelha esquerda quando não concordava com alguma coisa, mas não queria falar.
Rapidamente sua família a acolheu. Risadas, comentários e noites de sonos seguidas de cafés da manhã e algumas palavras que saíam de apenas simples cumprimentos. Haviam se entrelaçado de tal forma de que o pássaro estranho havia encontrado seu lugar no ninho, sobretudo quando eles apareciam em seus vídeos, e as pessoas adoravam. Começaram a aparecer mais, e as sugestões sobre como ela pareciam uma família só aumentava.
A intimidade, apesar de silenciosa, era inevitável. Não era só sobre mostrar o dia a dia de alguém como algo curioso e até exótico, mas sim uma rotina como qualquer outra. Logo, não era de se estranhar que, conforme fosse convivendo em sua casa e dormindo em sua cama, o toque físico não fosse mais tão ocasional quanto antes. No começo, era algo afastado, de um canto a outro, depois, já se podia ver um braço apoiado entre outro, um suspiro baixo de resmungo do peso de um corpo, suas idas a cozinhas, a brincadeira com a criança que ainda estava aprendendo a falar. Os dias já não eram mais os mesmos.
E ela nem sabia dizer o que sentia sobre isso, ou melhor, não queria se preocupar em pensar sobre.
Certo dia, recebeu o convite para que saíssem. Estava cansada dos encontros linguísticos, o cômodo morno e a comida de sua mãe. O que ela sugeriria? A vida noturna ali era animada, e seria uma experiência completamente diferente. As músicas, as pessoas, o ar, a companhia. Sugeriu que fossem a um bar, já ela sugeriu uma boate a qual seus amigos iriam.
Não era a favor, ainda mais quando pensava o quanto se sentiria deslocada, mas, ainda assim, por insistência, acabou indo. Concluiu que talvez fosse bom gravar algo lá, mais cru, vívido, e como isso seria interessante. Ao encontrar com seus amigos, foi mais bem recebida do que podia imaginar. Palavras explicadas, bebidas que apareciam em sua mão e um ambiente que fazia suas mãos suar diante de pouca luz e uma música que considerava terrível.
Todos bebiam muito, como jovens inconsequentes que sequer entendiam do que os motivavam a fazer o que faziam. Só queriam sentir qualquer coisa, e aquilo a preocupava na medida em que, tão inconsciente quanto, como em uma revoada, seguia o bando.
Olhares escusos, pensamentos intrusivos, retinas que fitavam o que não deviam, dentes que brilhavam em sorrisos largos e sugestivos. Confusão. Confusão mental e física com toques que se esbarravam e uma mão que se entrelaçava a dela. Fingiu que nada aconteceu e se deixou levar pelo estado de embriaguez até o final, quando se iria pegar a última condução e se despediram dos demais.
O banco chacoalhava, uma sentada ao lado da outra, sem nenhuma palavra dita. Seu rosto estava úmido, seus lábios secos e os olhos procuravam qualquer lugar que não fosse de encontro da pessoa ao lado. Só não pôde ignorar quando desceram e seguiram em passos lentos para sua casa naquela rua.
Ela parou, segurou seu braço e a encarou com confidência. Aquela que você sente seu estômago arrepiar por antecedência de lá no fundo, saber o que vem em seguida. Ainda assim, demorou alguns segundos para entender o que tinha acontecido. Sentia o gosto do álcool e do seu batom, logo em seguida de um afastamento.
“Nós não podemos.”
Não se importou em responder mais uma vez. Estática, silêncio, pupilas dilatadas. Aconteceu de novo, mas, dessa vez, não se afastaram mais até a porta da sua casa, onde fingiram normalidade até chegar a outra porta.
No outro dia, saiu sem dizer nada, alegando que tinha um compromisso inadiável. O incômodo tomou conta do seu âmago. Aquilo estava certo? E se não estivesse, quem poderia falar que estava errado? Foi a pergunta, assim como as outras, que corroeram sua mente por três dias antes de que ela batesse em sua porta, com os olhos marejados e perguntasse se não sentia o mesmo.
Segurou os dedos e os entrelaçou aos dela. A pessoa que tanto a ensinou com palavras, agora não tinha nenhuma delas. Não sabia o que dizer. Era complicado.
Podia se estabelecer ali novamente. Pensava alto, criava suposições. Não queria admitir para si que pudesse estar feliz com aquela companhia do jeito em que estava. Seu coração quase podia gritar o que ela realmente queria dizer.
Mas, também sabia de tudo aquilo que podia implicar. Eram muitos “talvez”, e uma única certeza que não podia sair de seus lábios.
Insistiu no que havia dito antes. Um coração partido ecoava em lágrimas desacreditadas à sua frente.
“Vai passar.”
Saiu sem dizer nada. Aquele olhar ficou fixo em sua mente. Sabia que não podia mais ficar ali.
Arrumou suas coisas e comprou a passagem para qualquer lugar o mais próximo possível, porém, não tanto quanto gostaria. Aquilo fazia sua mente ferver o suficiente para começar a pensar que não fosse uma boa ideia, depois já não parecia ser ruim, se amaldiçoou, amaldiçoou o próximo, o destino, tudo o que poderia ser atribuído culpa. O pássaro azul engaiolado em sua própria decisão, que gralhava desesperado batendo no que o cercava. Havia caído em seu próprio erro.
Mais um talvez, o da despedida. Poderia ir embora sem dizer nada ou poderia vê-la pela última vez. A última opção parecia a mais correta, mesmo que não respondesse suas mensagens ou qualquer tipo de contato. Se havia alguma moralidade por si, pelo menos o faria.
Não podia viver mais com tanto peso no qual queria se colocar. Parou em frente da loja. Ela a viu, mas desviou o olhar. Era uma situação insuportável, mas, aquilo só ia doer uma vez, como um broto arrancado da terra de forma visceral. No balcão, a agenda que outrora tinha dito seu presente. Nada disse. Apenas o colocou ali, olhou para as costas que estavam à sua frente e foi embora a passos lentos, sentindo a cada passo o peso dos seus ombros sumirem.
Seja qual fosse o resultado, estava em paz consigo. O toque de uma mão ao seu braço. Virou já sabendo quem era. Não queria colocar expectativas. A agenda em sua mão, os olhos marejados, o outro brilho que complementava sua boca entreaberta.
A resposta estava bem ali.
“Eu encontrei esse alguém
Que lê esses versos simples
Sinto o mesmo por você
E quero que siga comigo.”
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]