Capitulo 58
Eu não sei o que estava acontecendo. Não conseguia me mover, nem abrir meus olhos, muito menos me comunicar. Via tudo ao meu redor, minhas amigas desesperadas, dona Rosa, Dona Maria, seu João sem chão, Laura sem saber o que fazer, e até uma pessoa que não conhecia super preocupado.
Via a Sílvia vindo todos os dias me visitar, e eu não conseguia fazer nada, enquanto ela fazia suas maldades, retirando aparelhos, cobertor, e achando que eu não estava ouvindo o que ela dizia, e a vontade imensa que ela tem de me matar. Eu precisava ter forças para sair logo daqui, antes que realmente isso se tornasse verdade, mas eu não conseguia esboçar nenhuma reação.
Sempre tinha uma pessoa do meu lado, que eu não sabia o nome, mas ela sempre me tranquilizava e dizia que eu iria voltar, e por incrível que pareça, eu me sentia em paz com isso.
Sílvia vinha frequentemente, e cada vez mais estava colocando seu plano em prática, desligava o oxigênio por horas, retirava soro, e ainda assim eu não conseguia ter reação, apenas via meu corpo de cima, e tudo o que acontecia comigo.
Ela saiu, e eu continuei vendo meu corpo. Hora do meu corpo, hora de pessoas desesperadas.
Vi Flávia entrando, ela estava irreconhecível.
Jaque, eu sei que você está aí, ouvi ela falando. Tá muito difícil sem você, sabia? Dizia ela segurando minha mão. Eu nunca imaginei que eu pudesse te dizer isso, mas eu te amo, desde quando te conheci. Eu sei que você conheceu a Laura, e por te amar quero que você seja feliz, o amor é isso... Mas agora, não faça isso comigo... Nem comigo, e nem com as pessoas que gostam de você...
Não estava acreditando no que ouvia, Flávia estava se declarando pra mim, e agora, eu já não me via mais de cima.
Eu preciso que você volte, porque mesmo que você esteja com outra pessoa, eu ainda vejo você feliz, com esse sorriso lindo. Eu não aguento mais te ver assim.
Agora eu sentia a mão de Flávia na minha, então, apertei-a com a força que tive no momento.
Jaque, você apertou minha mão?
Apertei novamente, e agora consegui abrir meus olhos. Estava tudo muito confuso, mas conseguia reconhecer Flávia.
Jaque, você acordou! Ela falava com lágrimas nos olhos, vou chamar o médico. Apertei novamente a mão dela, lembrando do que ela havia me dito a alguns minutos, acho que ela não imaginava que eu estava ouvindo.
Eu não podia deixar com que ela falasse que acordei, eu precisava falar, então, continuei ainda segurando sua mão, utilizei toda a força que tive para falar.
Flávia, me escuta. Você não pode dizer que acordei. A Sílvia não pode saber, ela quer me matar, e está tentando fazer isso todas as vezes que vem aqui.
Fim do capítulo
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Marta Andrade dos Santos
Em: 31/03/2024
Agora a cobra vai fumar.
Resposta do autor:
muita coisa pra rolar ainda!
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