Atualizei Flávia e Marcela via whatsapp, contei do jantar, do documento de separação que estava indo buscar para entregar para Sílvia, e combinei de passar mais para o fim da manhã na casa delas para buscá-las.

Você não dormiu? O que houve?

A Rosinha, não dormi não, mas eu tô me sentindo super bem. Eu tô de saída, mas volto daqui a pouco com as meninas pra gente ir pro sítio.

Onde você vai?

Vou buscar o documento de separação que a Bia fez pra mim, vou dar um jeito de achar a Sílvia, e depois buscar as meninas pra gente por fim sair.

Faço almoço?

Nada, a dona Maria tá esperando a gente com comida boa.

Passei na casa de Bia, mas nem entrei, peguei o papel, me encontrei com 4 homens da polícia amigos meus, e me dirigi junto a eles para o endereço onde Sílvia estava. Eu não contei, mas, havia contratado um detetive para segui-la.

Consegui entrar na portaria, com um Mandato de busca que tinha nas mãos, e o porteiro foi proibido de avisar.

Podem ficar aqui, eu vou entrar sozinha, qualquer coisa falo nosso código. Falei para eles em tom baixo.

Achei que precisaria arrombar a porta, mas, meu trabalho foi poupado, pois já estava sem chave, foi só abrir.

Meu coração dava pulos, minhas mãos estavam geladas, mas agora precisava ir até o fim. Pisquei os olhos para me acostumar a pouca luz da casa, e fui procurando onde elas poderiam estar, até que tive a confirmação de barulhos vindo de uma das portas.

Coloquei a mão na maçaneta da porta, levando alguns minutos ainda para abrir. Vamos Jaque, você é corajosa, em um impulso de raiva, abri a porta, e meus olhos viram o que os barulhos denunciavam, Sílvia e uma mulher fazendo sex*, não era amor, era somente sex* mesmo.

Muito bem Sílvia, cheguei na hora exata de entregar-lhe isto. Falei entrando no quarto com o papel na mão.

Jaque? Ela me olhou com a cara pálida. O que, o que? Como você?

Pare, você não precisa falar, nem explicar nada, eu só preciso que você assine isso aqui. Mas por favor, te aguardo na sala, gostaria que minimamente você estivesse decente para tal. Falei saindo daquele ambiente, que já estava me dando enjoo.

Em menos de 2 minutos ela apareceu. Jaque, eu posso explicar...

Não quero explicações, assine isso.

Não posso assinar, e todos nossos anos de casamento?

Jogaste fora. Assine isso, e saia da minha vida.

Ela leu o papel, e ainda não estava acreditando. Como você tem coragem, eu te amo, você vai fazer eu sair sem nada? Isso realmente é um pedido de divórcio?

Se amasse, não faria o que fez, durante anos! Falei contida, agora, por favor, assine isso, não me obrigue a tomar medidas drásticas. Do jeito que você veio pra minha vida, você vai embora dela, sem nada.

Ela assinou sem muito a fazer. Saiba que eu ainda acabo com você, eu vou te matar, e vou dar um jeito de ficar com seu dinheiro, já que fomos casadas por muito tempo, eu tenho direito, e imagina, quem liga pra morte de uma juíza? Você não perde por esperar.

Quieta Sílvia, nem ligo para suas bobagens. Bom, agora você pode retornar para o que estava fazendo. as suas roupas, eu deixei já lá fora, com o porteiro na portaria, pedi para trazer, portanto, me esqueça. Falei batendo a porta.

Encontrei os 4 escondidos atrás de uma pilastra, fiz sinal para pegarmos o elevador.

Deu certo doutora? Perguntou André.

Deu sim, muito obrigada gente.

Nem fizemos nada, a senhora fez tudo.

Bom, agora eu vou me esconder no sítio, muito obrigada mesmo, falei abraçando um por um.

Embarquei no carro me sentindo por um lado destruída, mas por outro, estranhamente leve, com vontade de falar com Laura e avisar da minha separação, mas o que ela pensaria? Quanta bobagem. Falei sacudindo a cabeça e dando partida. Liguei o som do carro, e enquanto dirigia, deixei as lágrimas escorrerem, como pude ser tão idiota!

Fim do capítulo