A Detetive por Isis SM
Esta obra é registrada e todos os direitos são reservados a autora, não é permitido adaptações ou cópias de nenhuma forma.
Capitulo 1
Capitulo 1
Novos recrutas
Meu dia começa cedo, às 7h da manhã já estou de pé para minha corrida matinal, me obrigo a correr pelo menos 45 minutos por dia mesmo que meu trabalho me obrigue a fazer menos tempo em dias turbulentos. Saio do apartamento indo pelas escadas para me aquecer e disparo pela porta do prédio me despedindo de Paul que acena bocejando em frente ao balcão da recepção onde trabalha. Vou pela calçada sentindo o ar frio da manhã passar por meus pulmões e esfriar minha pele exposta pela blusa de capuz sem manga que uso, sempre me senti melhor correndo com roupas largas e de moletom, em meus fones tocava Toxicity System of a Down e o rock barulhento me enchia de adrenalina, toda vez que ouço rock minha vontade de aprender guitarra me invade, mas nunca tive tempo para fazer aulas, então só me deixo vagar pelos solos de guitarra e baixo, enquanto aumento a velocidade cruzo as ruas para ir direto ao parque onde darei a volta e retomarei meu caminho. O parque está quase vazio essa hora exceto por algumas pessoas que fazem o mesmo que eu ou caminham com seus animais, sinto meu corpo começar a apontar os primeiros sinais de exaustão e decido voltar, a caminho de casa passo sempre em frente de uma cafeteria que abre pontualmente às 8h da manhã e fica a dois prédios do meu apartamento, sempre compro um copo grande de café forte e um donut recheado de doce de leite. Assim que viro a esquina para a cafeteria alguém esbarra em mim e entorna seu café quente em meu corpo e agradeço mentalmente por estar de moletom se não com certeza ganharia algumas queimaduras de café.
_ Mas que... Você não olha por onde anda? - Digo sacudindo minha blusa.
_ Meu Deus mil desculpas, mas você surgiu do nada e aí eu não consegui evitar, sério desculpa mesmo.
Faço um sinal aborrecido para que ela pare de falar e tiro a blusa ficando apenas de top percebo que a menina parou de falar e olhava para mim de um jeito estranho, eu diria até que com desejo a reação dela me fez ficar sem graça, então só passo por ela e sigo para o meu apartamento, no processo até esqueci de comprar o que eu queria apenas quero tomar um banho e ir trabalhar. Chego no departamento cedo e com dor de cabeça pela falta de cafeína, faço uma nota mental de pegar um copo na cafeteria que tem em frente ao trabalho apesar de ser fraco demais ou frio demais, pelo menos iria tirar meu mau humor ou piorá-lo.
Olho no retrovisor antes de sair do carro, meu cabelo curto cortado repicado e propositalmente bagunçado me deixa com um ar rebelde, minha irmã mais nova fala que pareço ainda mais lésbica agora que o cortei, não que me importe com o que falam o fato de eu ser da polícia sempre deixa os homens com pé atrás quando me conhecem e meu último relacionamento é melhor nem lembrar, apenas queria mudar e quando coloco algo na cabeça ninguém tira, a cor castanho claro dos meus cabelos destacou muito bem meu tom de pele latino que lembrava um café com leite claro e meus olhos cor de mel.
Assim que entro vários colegas me cumprimentam e eu tento retribuir seus sorrisos, mas duvido que passei alguma simpatia, muitos eu conheço desde a época de cadete e isso faz com que me sinta mais em casa. Quando chego ao andar da homicídios vejo a movimentação e fico imediatamente tensa.
_ Ei Gonzáles o que está havendo? -Falo me aproximando do círculo que se formou para o que imaginei ser uma reunião.
_ Acho que hoje teremos a apresentação de novatos, parece que vamos trabalhar em duplas ou trios dependendo do caso. - Diz o rapaz com cara de descrença.
"Só pode ser brincadeira, não basta arriscarmos nossas vidas temos que nos preocupar com os outros agora". -Penso enquanto me aproximo para ouvir o discurso do meu chefe, a ideia de ter alguém como parceiro me apavora desde... Meus pensamentos são interrompidos pela voz de meu chefe que percebo está com o semblante tenso.
_ Bom a maioria já deve estar sabendo, recebi ordens extremas para que não tenha nenhum detetive trabalhando sozinho a partir de hoje, aqueles que já têm parceiros vão continuar com os mesmo e em casos muito delicados pode ser que eu mesmo selecione alguém a mais, aqueles que não têm serão responsáveis por ajudar os novos recrutas, eles irão fazer a prova final para detetives em breve e logo se tornarão seus parceiros definitivos, eles irão se apresentar amanhã a vocês e espero não ter problemas...
Parei de ouvir depois da palavra "problemas", depois da morte do meu parceiro no meu primeiro ano na homicídios preferi trabalhar sozinha, claro que sempre tive ajuda, mas nada além disso. Agora além de ter que lidar com um novato ainda vou ter que protegê-lo e treiná-lo, meu dia está cada vez melhor.
_ Valdez espero não ter que chamá-la de novo! -Disse meu chefe alterado de dentro de sua sala, não que eu já o tenha visto calmo.
_É melhor ir Valdez hoje ele está conseguindo estar pior que o normal. -Disse Gonzáles indo para sua mesa e eu me dei conta que viajei em meus pensamentos de novo e agora a maioria de meus colegas já estavam se posicionando para trabalhar, me recuperei de minha distração e fui a sala de meu chefe.
_ Feche a porta e sente-se. Como está indo o caso dos Hamilton? Ainda não vi seus relatórios?
_ Estou aguardando a ordem de prisão do marido da vítima senhor, assim que eu finalizar essa etapa eu entrego o relatório completo.
_ Está bem, mas preciso de um resumo ainda hoje ou mais tardar amanhã pela manhã, você é uma ótima detetive Valdez, mas preciso da parte burocrática também. Mas não lhe chamei aqui por isso, amanhã sua nova parceira vai se apresentar e você e eu sabemos que não lhe agrada ter parceiros de novo..., mas não posso abrir exceções ok.
_Mas senhor eu não...
_Não há exceções Valdez, marquei um horário com a nova psicóloga contratada do departamento e você tem uma consulta em... Meia hora, aqui está sua guia de encaminhamento e só volte para sua mesa depois que me apresentar o carimbo.
_Senhor eu entendo a sua posição, mas...
- Valdez isto é uma ordem já está dispensada!
Me retirei da sala com um esforço muito grande para não esmurra a cara do meu chefe ou gritar umas verdades a ele, peguei minhas coisas na mesa e sai do escritório sem dar tempo de ninguém me questionar sobre o assunto, atravessei a rua em busca de café na cafeteria medíocre que tinha em frente, mas assim que cheguei no balcão vi a plaquinha ESTAMOS SEM MÁQUINA DE CAFÉ DESCULPE O TRANSTORNO.
"Meu dia está ficando perfeito, como uma CAFETERIA está sem café???"
Entro no carro indo direto para o consultório da psicóloga, fica meio distante do departamento e pelo horário não deveria ter trânsito, mas como "Murphy" me adora e acabo ficando presa em um, ligo o rádio para tentar ouvir alguma notícia e está tocando - You Found Me -The Fray- me deixo levar pela música e tento me acalmar enquanto tento não me estressar mais ainda com as buzinas dos outros carros, após quatro minutos de música o repórter começa a anunciar que um acidente terrível de carro estava impedindo o cruzamento entre as ruas 12 Parker e a rua 15 Bronks e eu estava exatamente na 12 Parker e no meio do tumulto, o que era para ser um trajeto de 30 a 40 minutos se tornaram incrivelmente 1h e 40min de aborrecimento.
Quando cheguei finalmente no consultório eu estava estressada e com uma enxaqueca terrível por falta de cafeína e com um humor ainda pior.
_ Bom dia. - Falei à secretaria que estava virada de costas e não pude deixar de pensar como foi irônico desejar bom dia já que o meu estava péssimo.
_Bom di...a. - Disse a secretaria deixando a última sílaba morrer nos lábios e arregalando os olhos.
"Ah cara! Deus só pode estar me testando, a menina que arruinou minha blusa e me fez esquecer o meu precioso café é a secretaria da psicóloga só pode ser sacanagem."
_ Tenho hora marcada com a doutora Sarah Connor. -Disse séria e evitando encarar muito a mulher a minha frente "ela deveria me pagar um café só por ter parte da culpa do meu dia estar sendo horrível".
_ Ah claro a senhora é? -Disse a secretaria recuperada do choque.
_ Rubí Valdez, era para eu ter chegado mais cedo, mas não consegui. "Agora a sonsa vai fingir que não me conhece"
_ A senhora poderia preencher esse formulário e aguardar um instante? Vou verificar se a doutora tem como lhe encaixar ainda hoje.
Assenti com a cabeça e me sentei em uma poltrona com o formulário em mãos e observei a secretaria arrumar algumas coisas na mesa e se levantar para ir à sala da doutora, vestia um conjunto social cinza com blusa branca por dentro do blazer e se não me engano scarpin preto, pelo menos tinha bom gosto. Ela se encaminhou para sala e eu desvie minha atenção para continuar a preencher o formulário. Minha cabeça doía horrores o que me fez lembrar que não havia comido nada. "Tomara que a consulta não demore"
_Senhora Valdez?
_Será que pareço tão velha? - Olhei a mulher a minha frente e o fato de repará-la tanto já estava me incomodando, ela também percebeu e ficou levemente vermelha.
_ Bom não parece, mas é apenas um jeito formal de me referir aos pacientes não se ofenda, por favor.
"Eu tenho que parar de falar o que penso em voz alta, mas que droga"
_Ah desculpa... Só estou aborrecida hoje, e aí conseguiu o encaixe? -Disse apressada para não ser mal educada.
_ Não se preocupe, bem a doutora só irá ter um horário disponível após o almoço então a senhora... quer dizer, você gostaria de esperar ou dar uma volta e retornar por volta das 14:00 horas?
“Como eu disse Murphy me adora, que dia incrível.”
Passei meus dedos indicadores dos dois lados da cabeça e suspirei, não tinha muito o que fazer então entreguei o formulário e comecei a ir até a porta quando a mulher voltou a falar me fazendo me virar e encará-la.
_ E a propósito meu nome é Carolina e mil desculpas por hoje mais cedo, queria poder me desculpar melhor, sua blusa deve estar arruinada.
"Então ela lembra? Bom saber que tem princípios".
Levantei as sobrancelhas fingindo surpresa
- Oh! Era você? Que mundo pequeno não? Bom ela está mesmo, mas não se preocupe tenho outras iguais.
Carolina sorriu e me fez prestar mais atenção em seu rosto, era branca de cabelo liso preto cortado de uma forma acho que Chanel só que longo até a altura do ombro. Olhos azuis penetrantes e um sorriso bonito. Bom...Ela é bonita e elegante o que me fez perceber como eu estava vestida, calça jeans, camisa de gola v branca onde meus óculos Ray- Ban pretos descansavam e a jaqueta do departamento que escondia o coldre com minha pistola e distintivo. Ela ruborizou de novo e ia dizer algo, mas meu celular tocou e tive que sair da sala para atender.
_ Detetive Valdez.
_ Oi Valdez aqui é o Enzi recebemos um código 9 estou passando o endereço por sms eu e Gonzáles já estamos a caminho.
_Tudo bem estou a caminho.
Parti imediatamente para o píer da cidade onde já encontrei a área isolada, mal eu tinha solucionado um caso e infelizmente já havia outro corpo, mostrei minha identificação a um guarda e passei pela faixa amarela de proteção, me aproximei de onde a vítima foi achada.
_ Ei meninos? O que temos? -Disse chamando a atenção dos dois detetives a minha frente.
Tafari Enzi era negro alto e musculoso, careca por opção ele dizia que cabelos davam trabalho então raspava tudo, lembrava um lutador de boxe, sua especialidade era em interrogatórios, não sei se os culpados confessavam por medo ou por ele ser bom de argumentos. Roberto Gonzalez era mais baixo que Enzi, pele clara, cabelos bem cortados e moldados a gel, olhos castanhos esverdeados e o corpo mediano, sua especialidade era achar pistas em lugares que ninguém pensaria em procurar e um sexto sentido aguçado. Ambos formavam uma dupla dinâmica e inseparável.
_ Olá Valdez, bom até o momento parece um caso de suicídio. - Disse Gonzáles me dando luvas descartáveis.
_ E onde está o corpo?
_ É isso que nos incomodou quando chegamos, venha é por aqui. - Disse Enzi me conduzindo para o meio do píer onde o corpo estava deitado e sendo examinado pela legista.
_ O Corpo foi encontrado boiando perto desta área, porém, como pode ver há marcas em seu pescoço e nos tornozelos. - Concluiu Enzi.
_ Estão fazendo uma busca na água para ver se encontramos algo útil. - Disse Gonzáles.
_ Entendi, encontraram alguma identificação? Algo perto do píer ou da praia?
_ Ainda não, mas estão vasculhando. - Concluiu Gonzáles.
_ Enzi, procure por câmeras de segurança perto do píer e nas proximidades.
_ Tudo bem.
_ Gonzáles, tire depoimentos das pessoas das barraquinhas de comida lá atrás, veja se consegue algo com eles.
_ Sem problemas.
Enquanto os dois saiam para suas funções aproveitei para falar com a legista, em uma conversa rápida ela me adiantou que a vítima era uma mulher de entre 22 e 25 anos e que pelas condições do corpo havia morrido em no máximo 12 horas, mas precisaria de um exame mais técnico para ter certeza, o que levava a concluir que o assassinato ou o suicídio que eu achava ser pouco provável foi por voltas de 00:00h e 2h da manhã, anotei o pouco que ela disse e a liberei para que ela levasse o corpo para autópsia, de qualquer forma só após esse procedimento eu teria mais pistas de onde começar a procurar. Passei mais algum tempo na cena do crime, mas lugares públicos são difíceis de achar algo sólido eu ia ter que contar com as imagens das câmeras e se González conseguisse alguma testemunha, fora isso era ter que esperar para começar uma investigação mais a fundo, conversei com outros policiais para entender melhor a cena em que me encontrava mas eles garantiram que não havia nada de anormal exceto a vítima. Olhei em meu relógio e já eram quase 13h da tarde, pedi para que assim que conseguissem o que pedi me avisassem e aproveitei para voltar ao consultório da psicóloga.
Cheguei por volta das 13:30h e a secretária não estava, me sentei ainda pensando nesse novo caso e comecei a tentar formar o quebra cabeça, mas não deu em nada. Por volta das 14h a doutora me atendeu e passei cerca de 40min tentando fazê-la assinar minha "alta" para que eu pudesse voltar ao departamento, porém só consegui que ela me colocasse para ter consultas regulares todas às quintas- feira de 16h às 17h, para acompanhamento. Quando sai da sala a secretária já havia retornado e sorriu ao me ver, sorri amarelo para ela e fui embora. "Eu não sei porque ela tem que ser tão sorridente".
Meu dia foi cheio demais e não voltei ao departamento, se meu chefe queria me fazer passar por uma psicóloga ele que esperasse os relatórios então, seguindo este pensamento segui para meu apartamento, mas antes iria passar na minha cafeteria preferida e comprar um café duplo com dois donuts e só depois ir para meu apartamento curti o resto do meu dia sozinha o que consistia em trabalhar até meus olhos arderem.
Fim do capítulo
Olá !!!
Os capítulos serão postados por semana podendo ou não ter mais de um por vez, espero que gostem!!!
Até breve!!!
Comentar este capítulo:
Júlian Costa
Em: 23/04/2024
Comecei a ler hoje por uma indicação, já amei o início.
Isis SM
Em: 25/05/2024
Autora da história
Obrigadaa espero que goste e leia até o final !!!
[Faça o login para poder comentar]
Mara Oliveira
Em: 15/04/2024
Oie autora comecei a ler hj .... Vamos desvendar os mistérios juntas com Rubi
Resposta do autor:
Obaaaa kkk espero que goste, pode sempre me contar suas teorias viu obrigadaa
[Faça o login para poder comentar]
Marta Andrade dos Santos
Em: 03/03/2024
Eita que dia de merda.
Isis SM
Em: 03/03/2024
Autora da história
O dia para desafiar qualquer ser humano kkk
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
Isis SM Em: 22/12/2024 Autora da história
Ao longo da historia eu mostro melhor mas Rubí ja é chefe do setor dela e a moça do café vai aparecer mais sim kkkkkk