PRÓLOGO
Bem... como começar? São tantas coisas para se dizer... Talvez seja melhor eu me apresentar primeiro, não é? Então deixem-me ao menos tentar! Vocês precisam saber quem está do lado de cá para ver se vale a pena continuar aqui comigo (e eu espero que a resposta seja positiva!! rs).
Meu nome é Camilla Isfahan (pronúncia Isfárram) e em 2022 estou com 43 anos. Sou morena, altura mediana, dona de longos cabelos negros (está bem, assumo que os negros estão sendo platinados pela vida!), nem bonita e nem feia. Digamos que vocês não se apaixonariam por mim à primeira vista mas também não teriam pesadelos comigo. rs Sou mulher cis, longe do estilo “patricinha” ou do “largadona”, ficando em um meio termo entre uma coisa e outra. Só fico produzida quando o momento exige, porém prefiro sempre me apresentar de forma sem ostentação, embora seja muito asseada e viciada em perfumes (é verdade a lenda que diz que uso perfume antes de fazer quase qualquer coisa!!).
“--Eu não acredito, Camilla! – Elzira exclamou divertida – Passasse perfume só pra jogar o lixo fora, bicha doida? – sorria
--Já basta o lixo pra ser fedorento, né, prima? – respondeu bem humorada”
Acordo cedo, luto para que meu dia tenha mais que 24h, sou kardecista, vegetariana, montanhista, de esquerda e grande apreciadora de livros, música e artes, na medida do meu possível. Não consumo drogas, não fumo e somente bebo alcoólicos (vinho) em raros momentos, mas sempre especiais. Adoro esportes que me colocam em contato com a natureza. Se assanhar minha adrenalina, melhor ainda! rs
“—Dessa pedra são cerca de 16 metros de altura até chegar no rio. De vez em quando vêm uns atletas aqui e fazem salto. Tal de canyon, canyoning, sei lá. – o guia explicava apontando para as águas – Nessa época que estamos em cheia por causa das chuvas da estação passada, a profundidade fica em uns 10 metros.
--É mesmo? – Camilla perguntou empolgada – Então dá pra saltar sem aperreio! – concluiu em voz alta – “Espia que água transparente!” – pensou ao olhar para baixo
--É, mas... melhor a gente seguir o nosso trekking até a parte baixa. Mais seguro! – o guia aconselhou – Pra pular daqui a pessoa tem que dar uma corrida boa e se jogar com tudo. Não recomendo!
--Vamos descendo logo, porque eu tô doida pra tomar um banho! – uma jovem pediu empolgada
--E eu! – um homem concordou – Tá calor e já faz 2 horas que a gente caminha!
--Simbora caminhar, pessoal! – o guia voltou a seguir a trilha
TIBUM!!
--Que foi isso?? – um rapaz perguntou surpreendido
--Cara, ela pulou! – a jovem chocou – Que louca! – riu brevemente
--O que?? – o guia correu para ver – Que diabo de professora doida é essa? – perguntou-se boquiaberto”
Venho de uma família de imigrantes libaneses e nasci no Brasil, em uma cidade do interior de Pernambuco chamada Triunfo, a 405 km do Recife. Tive que sair de lá na adolescência para estudar e há exatos 20 anos sou professora universitária da UFPE, precisamente do Departamento de Engenharia Eletrônica. Sou formada em Física, fiz mestrado, doutorado, mais um monte de cursos, e me especializei em sensores. Posso dizer resumidamente que meu trabalho consiste em ensinar a garotada a, vamos dizer, detectar o que precisar ser detectado. Também conduzo vários projetos de pesquisa nessa linha, atendendo a governos e empresas no país ou no exterior.
Falando assim pode parecer um troço chique, não? Mas não se iludam porque não é! rs Considero uma atividade muito linda e honrosa, que eu amo e da qual muito me orgulho, porém travamos árduas lutas diárias para trabalhar com ensino e pesquisa no Brasil. Pouco valor se dá a isso no país e, entra governo sai governo, pouca coisa muda; quando não piora! Por essas e outras até investi cinco anos da minha vida como diretora sindical para lutar por melhorias. Quero dizer que além de tudo que faço acumulei mais essa função sindical e comi o diabo que amassou o pão nesse processo! rs Mas não me arrependo; a luta me chamou e eu fui.
“--Ninguém vai sair daqui enquanto nossas reivindicações não forem atendidas! – Camilla bradava do alto do carro de som – Nós somos professores, não somos baderneiros! Nosso trabalho é preparar os jovens como cidadãos e profissionais úteis à sociedade. – olhava para os demais – Não queremos simplesmente entubar um conteúdo e entregar jovens diplomados sem qualquer senso crítico pra servir de capacho de patrão ou massa de manobra pra político dispor como bem entenda! – falava com paixão
--Corre, mulher, a polícia já começou com as balas de borracha e os spray de urtiga! – um funcionário da universidade advertiu
--A gente dá aula pros filhos de vocês, inclusive! – Camilla dirigiu sua falação aos policiais – E se eles não estão na Universidade pública é porque o sistema é injusto e excludente! Venham bater na gente pra continuar sendo assim! – provocou – Venham contribuir pra esse país nunca sair da mediocridade! – gesticulou”
Apesar de ter me apoiado na decisão de encarar esse desafio, maama respirou aliviada quando não me candidatei nas eleições sindicais de 2020. Ela teve uma pequena noção do que passei e foi o suficiente para que ficasse impressionada.
É engraçado, sabe? As pessoas que me conhecem me consideram super corajosa! Porque sou o tipo da mulher que encara o que vier. Sou daquelas que fala o que ninguém tem coragem, embora busque sempre a sabedoria para saber quando falar. Sou daquelas que denuncia injustiças, apoia os desfavorecidos, desafia os poderosos e não mantém relações de conveniência. Luto pelo coletivo, nunca por interesses mesquinhos e oportunistas. Já encarei cada coisa que vocês não acreditariam se eu contasse!
“Um homem truculento e mal encarado adentra uma sala de um casebre caindo aos pedaços. Vinha acompanhado por mais dois comparsas. – E num é que à vera, mano? – cruzou os braços ajeitando o fuzil nas costas – Quando me batero que tinha uma gringa aqui atrás de um vacilão da Quebrada 29 fiquei bolado! – olhava para a mulher – Tu veio a mando de quem, meu? – perguntou desconfiado – Geral fica encagaçado só com meu nome e tu tem culhão pra tentar safar as treta do mané?
“Ih, esse aí é traficante importado!” – pensou – Bom dia, senhor porr*dão. Acho que posso lhe chamar pelo nome de guerra, né? – levantou-se da cadeira – Meu nome é Camilla, prazer. – fez um gesto de cabeça – Não sou gringa e nem sei que Quebrada 29 seria essa, mas... – pensava em como falar – Procuro por Marcelo Gusmão, que é meu aluno na faculdade, e fiquei sabendo que ele... Parece que ele bateu fofo e deu uns vacilos com o senhor e por isso ficou preso aqui. Não é isso?
Continuava desconfiado. – E só não mandei pra vala porque a coroa dele colou com um fechamento meu, tá ligada? Mas já tomou muita porr*da pra ficar esperto!
--No que lhe agradeço muito tê-lo deixado vivo. – respondeu gentilmente – Mas amanhã ele tem prova e não gostaria que faltasse. – explicou – Aí pode deixar que a segunda parte da porr*daria é comigo.
Achou graça e riu. – É sério que tu veio me pedir pra soltar o vacilão pra fazer prova?? – não acreditava
--Já percebi que o senhor veio de longe pra se estabelecer aqui. – falava tranquilamente – Deixa Marcelo se formar em engenheiro que é muito melhor, vai por mim. – fez um gesto despreocupado – Menos concorrência pro senhor. – olhava para o homem – E com a pesquisa que vou passar pra ele fazer, duvido que tenha tempo de vacilar por aqui de novo! – garantiu – “O que a gente não faz por aluno, meu Pai Santo!” -- pensou”
Mas... a “corajosa” levou anos e anos para se assumir diante da própria maama (aliás o nome dela é Suhaila, pronúncia Súrraila). Sou uma lésbica num armário trancado a cadeado e com cachorro rosnando na porta. Até hoje não sou assumida diante de todos; aliás, morro de medo que a família descubra ou os colegas de trabalho. E como isso me incomoda, Ave Maria! É a maior contradição da minha vida! Eu, uma cidadã do mundo, tão intensa, tão passional e ao mesmo tempo tão covarde...
Minha família é grande e a maior parte dela vive em Triunfo trabalhando humildemente no plantio de alimentos ou prestando serviços no setor de turismo. Tenho três irmãos casados. São homens meio muito complicados além da conta, porque vivem por gastar além do que podem e tentar delegar para mim a responsabilidade pela família que formaram; é nessa hora que minha fofura se torna seletiva. Vocês entendem isso? Tenho muita paciência e busco tratar as pessoas muito respeitosamente, mas tudo tem limites!
“--Por isso que diz que Camilla é encantadora de bebê! – a mulher pegava gentilmente a filha nos braços da professora – É botar os bichinho na mão dela e num instante eles se aquieta e dorme! – sorriu para a outra
--Agora leva ela pro berço, meu bem. – aconselhou gentilmente – Embalou no sono. – falava baixo
A mulher soprou um beijinho e se afastou com a criança.
--Suas cunhadas são boazinha mas não entende patavina de bebê. – Jandira afirmou observando mãe e filha ao saírem do quarto – Quando os bichinho chora elas ficam num arrudeio por lá e cá que nem lançadeira de máquina! – riram brevemente
--Normal, tia. Elas não tinham o hábito de cuidar de ninguém. – olhou para a idosa – Eu sou acostumada no trato com criança desde pequena. – pausou brevemente – E então? Pronta pra viajar comigo amanhã? – perguntou sorridente
--Ave Maria, e num tô? – confirmou empolgada – Só você pra ter paciência com as velha e cuidar de nós na capital!
--É sempre um prazer, tia. – respondeu com a verdade – E se a senhora precisa de tratamento, fica lá em casa até se recuperar. – deu um beijinho na testa da idosa – Maama quer ir também então a gente vai se divertir em trio! – sentou-se na cama
--Mana, falando nisso... – Zyah apareceu na porta do quarto – Será que você não deixava eu ir junto, querida? – pediu cheio de dengo – É que tô liso feito um coco, não sabe? A mulher tá reclamando de precisão das coisa em casa... – sorria – Eu pensei de fazer umas comprinhas na capital... De mais a mais o menino tá pra fazer aniversário e tô querendo comprar uma churrasqueira que ele me pediu de presente...
--Meu sobrinho te pediu uma churrasqueira? – perguntou descrente -- Você pode até vir com a gente, mas se tá sem dinheiro como é que vai bancar essas comprinhas e mais a tal churrasqueira pro menino? – cruzou os braços olhando para o irmão
--Oxe, querida... – fez cara de quem viu a santinha – Pensei de você me liberar o cartão de crédito enquanto eu tiver lá... – arriscou
--Ora, Zyah, tome vergonha! – respondeu ao se levantar – Tá pensando que eu sou trapo pra encher fiofó de Judas, é? – retrucou de cara feia – Sei muito bem que você comeu o dinheiro do seu FGTS na forrozeira da Filó! – encarava o homem – Além do mais não sou idiota! Que criança de 5 anos pede churrasqueira de presente pra alguém?
--Mas, querida... – tentou argumentar
--E deixe de me queridiar! – interrompeu a fala dele – Eu hein, cara de pau!
--Toma, papudo! – Jandira resmungou consigo mesma”
E o que dizer da minha vida amorosa? Eita, que aí a coisa é tinhosa... rs Tive namoradas mas já há alguns anos vivo um relacionamento para lá de complexo com uma advogada que me tira do prumo. O nome dela é Bianca Hamid (pronúncia Ramíd), descendente de sírios e nascida no Recife. Sendo 11 anos mais nova que eu, regula mais ou menos o meu porte, embora seja mais baixinha e miúda. Ela é daquele tipo que parece que já acorda arrumada, maquiada e de cabelo feito. Sempre chique, sempre linda (eu acho!) e impecável, usualmente calçada em poderosos Scarpins, é uma pessoa séria, dedicada ao que faz, decidida, apaixonada, ciumenta e cheia de personalidade. Ela não me conquistou pelo que meus olhos viram, mas pelo que meu espírito sentiu... Foi louco, sabe? Em um momento eu tentava ajudá-la em seus dilemas pessoais e em outro momento ela se tornava o meu próprio dilema.
“--Você não pode aceitar isso, ninguém merece esse tipo de tratamento! – Camilla afirmava enfática – Ponha na sua cabeça que ela não se torna melhor que você só porque é uma juíza! – olhava nos olhos – Não quero que pense que digo isso com segundas intenções, mas esse relacionamento é muito tóxico e ainda pode acabar com a sua vida de uma forma ou de outra!
--Eu sei que você tem razão... Criei uma dependência com ela e fiquei sem forças pra me desvincular... – derramou uma lágrima sentida – Mas, sinceramente... – levantou a cabeça para olhar para a outra – Eu me sentiria a mais sortuda das mulheres se você tivesse me dizendo isso apenas porque pensa em... ficar comigo de verdade... – confessou timidamente
--Eu quero o seu bem, menina... – abriu os braços – Vem aqui, linda?
Bianca jogou-se nos braços da professora e fechou os olhos sentindo-se acolhida”
“--Calma, minha linda, não fica assim. – consolava a namorada – Essa sentença foi desfavorável a sua cliente, mas você sabe que pode recorrer. – olhava para a advogada – Faça o que você faz sempre: estude o caso o máximo que puder e explore as jurisprudências que encontrar!
--Ah, mas eu vou vasculhar em todos os fóruns dessa cidade e encontrar ao menos uma jurisprudência que me sirva ou não me chamo Bianca Hamid! – afirmou convicta – Mas não posso aceitar que a Érica perca a guarda dos filhos, isso não!
Sorriu para a outra. – Eu sei que você vai conseguir ajudá-la a recuperar a guarda dessas crianças. – segurou uma das mãos da advogada – E morro de orgulho em ver como você dispõe parte do seu tempo pra se dedicar a causas de pessoas tão pobres que de outra forma não teriam o tremendo suporte que você dá. – beijou-lhe a mão – Sua dedicação ao que faz e senso de Justiça são apaixonantes!
--Own, habibem... Eu te amo! – puxou a professora pela gola da blusa e a beijou nos lábios”
“--Camilla Isfahan, hora de dar satisfações! – entrou na casa da professora como um foguete – Cadê a vagabunda? Cadê? – olhava para todos os lados – Ah, mas eu vou ver no quarto! – dirigiu-se ao cômodo
--Oi, minha linda, boa tarde pra você também, visse? – fechou a porta da sala – Já terminou a inspeção ou ainda vai demorar muito? – parou no meio da sala e ficou esperando
--Oxe, mas você deixe de fuleiragem pro meu lado! – voltou para a sala – Cadê a loura? Onde ela se escondeu? – cobrava de cara feia – E nem vem negar que eu vi tudo!
--Viu tudo o que, garota? – não entendia – Será que você ainda não notou que estamos só nós duas aqui? – respondeu tranquilamente ao se aproximar – Além do mais, até onde eu saiba, estamos terminadas por sua própria iniciativa, não foi?
Fingiu não ter ouvido a última observação. -- Eu vi você cheia das fosquinhas com uma loura muito da sem graça na portaria do prédio! – acusou – Aí as duas entraram juntinhas e subiram no elevador! – olhava nos olhos da namorada – Só não peguei as duas no flagra porque o elevador fechou a porta antes que eu chegasse! – gesticulou – Fuleiragem da porr*!
Riu gostosamente. – Ai, ai... – balançou a cabeça divertida – Você jura que ficou com ciúme da síndica do prédio? – riu novamente – Justo de quem! – revirou os olhos
--A senhora não venha querendo me fazer de besta! – deu um tapinha no ombro da outra – Sei muito bem que tua síndica é uma ruiva buchuda e aquela loura era bem diferente disso!
--Acontece que ela fez lipoescultura, lipo não sei o que e desembuchou! – esclareceu – Quanto aos cabelos, a pessoa pinta, meu bem! – riu mais uma vez – Ela tava de retorno do hospital na revisão pós cirúrgica e teve dificuldade pra entrar no prédio. Daí eu ajudei e foi simplesmente isso!
--Ah... – afastou-se constrangida – Como eu ia saber? – passou a mão nos cabelos – É tanta mulher na sua vida que eu me perco! – justificou-se
--Tanta mulher?? – achou graça – Não bastasse isso aí ser puro delírio da sua parte, dona Bianca, relembro que estamos terminadas. – cruzou os braços – Mesmo se houvesse um coletivo de mulheres aqui você não teria nada com isso! – rebateu calmamente
--A única mulher da sua vida sou eu e fim! – lançou-se nos braços da professora e a beijou com paixão”
Também devo salientar que foi graças a Bianca que eu comecei a escrever contos lésbicos. Sim, é verdade, eu escrevo. Aliás, eu escrevo muita coisa... Enquanto Camilla, escrevo artigos científicos, escrevo sobre política, sobre vida... Sou conhecida pelo tanto que escrevo. rs Mas é somente enquanto Harih, meu pseudônimo no mundo virtual (significa, digamos, liberdade em árabe), que expresso minha alma em sua completude. Harih é meu disfarce, meu refúgio, a máscara que uso para sair temporariamente do meu armário interior. Será que vocês entenderão isso ou me verão como uma grande hipócrita? Não sei, mas não vou temer este julgamento. Prefiro acreditar que vocês me abrirão as portas de seu metaverso e me receberão com até, talvez (e por que não?), alguma simpatia. Sonhar não custa! rs
***
E... em meio ao burburinho das coisas da minha vida aconteceu 2020 e a marcante pandemia de CONVIDE-0. Sim, eu peguei essa doença e a vida nunca mais foi a mesma sob todos os aspectos... Antes eu era quase uma atleta amadora, tinha uma disposição invejável, fazia mil coisas ao mesmo tempo e com desenvoltura (sem falsa modéstia mas com muita humildade juro que é verdade). Viajava muito, à serviço e nas férias, e tinha uma produtividade no trabalho que chamava atenção. Meus amigos diziam que eu era “pé de boi”; uma gíria que usam por aqui para falar de pessoas que fazem de um tudo. Depois dessa doença, que também virou a vida de maama de ponta a cabeça, hoje sou uma mulher quase sedentária, muito menos fisicamente disposta e com grandes dificuldades para conciliar atividades diante do meu novo normal. Tive que abrir mão de algumas delas por não dar mais conta, como foi o caso do Sindicato. Maama ficou mal, teve que vir morar comigo no Recife, e eu fiquei trabalhando remotamente na maior parte do tempo.
Eu não sei como vocês são, mas do lado de cá, apesar de tudo que lhes disse, nunca existiu uma super mulher ou uma gostosona irresistível. Não quero que fique essa imagem. Sou gente igual a tantas mulheres com as quais vocês cruzam na rua ou dividem espaço sem dar muita atenção. Sou uma dentre as tantas filhas de Deus que lutam para escalar as montanhas dentro de si.
Começarei minha narrativa para vocês neste ano de 2022, que está apenas começando, e não sei se essa conversa que tivemos até aqui foi suficiente para deixá-las interessadas na minha história; espero que sim.
Agora me ocorreu que talvez vocês estejam se perguntando quem seria Rute no meio desse conversê todo, mas ela é uma figura de linguagem que humilde e respeitosamente peguei emprestado. De acordo com o livro de mesmo nome que encontramos no Antigo Testamento, Rute foi uma honrada mulher que em um dado momento da vida foi compelida a escolher entre cuidar de atender às próprias necessidades ou cuidar da sogra. Ela foi posta diante de um dilema e qualquer das duas decisões implicaria em uma renúncia; uma grande renúncia. Este é, de uma forma ou de outra, o meu caso: preciso escolher e, portanto, renunciar. É isso que quero dividir com vocês porque é complicado passar por estas coisas sozinha.
Creio que a essa altura vocês estejam se perguntando: “mas como assim?”. Então desde já gostaria de destacar que este é um papo do tipo que a gente leva com amigas, sabe? Quem ficar aqui, por favor me veja assim: como amiga. Eu desabafo daqui, vocês daí, se quiserem... Amigas trocam confidências, não é verdade? “Camilla, mas que papo de adolescente pra uma mulher de 43 anos! Que fuleiragem é essa?”. Não é isso, pessoal. Não é comportamento adolescente. Certas coisas são atemporais.
Fica aqui o meu convite. Vamos desabafar... Pode ser?
“Deixa, deixa, deixa,
Eu dizer o que penso dessa vida,
Preciso demais desabafar...
Eu já falei que tenho algo a dizer, e disse,
Que falador passa mal e você me disse,
Que cada um vai colher o que plantou,
Porque raiz sem alma como o flip falou, é triste...”
Fim do capítulo
Música do capítulo:
Desabafo. Intérpretes: Marcelo D2 ft Cláudia. Compositores: Marcelo D2 / Nave (faixa Deixa Eu Dizer: Ivan Lins / Ronaldo Monteiro). In: A Arte do Barulho. EMI Records, 2008. 1 CD, faixa 2 (2min55)
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Zaha
Em: 30/12/2024
Bom início de semana, Sadi!
Meu natal foi agradável, espero que o seu tenha sido TB, dentro do que a situação pede....
Estamos quase no fim do ano. Tomei um tempo depois do treino para dar uma olhada na estória.
Me pareceu interessante e familiar, espero desfrutar, assim como você o fez escrevendo.
O prólogo foi bom, deu um Panorama geral do virá, gostei
Diferente das outras, pois tinha muitas personagens, esse é focado em uma, apesar de depender de outras personagens secundárias.
Aos poucos, vou lendo... tranquila! Eu não tenho recebido as respostas. Abrem e aparece erro ou mensagens aleatórias. Então, posso demorar a ver.
Uma estória que tem bastante correlação, interessante.
Bem, é isso! Camila me agradou. Ela simples e gosto disso e complexa TB.
Fique com Deus e sua mãe TB. Espero que sua mão esteja melhor
Com carinho,
Lai
Solitudine
Em: 05/01/2025
Autora da história
Olá minha amiga Principeska!
Espero que esteja bem.
Eu poderia escrever muitas coisas, mas já que estou poupando o punho, resumo numa frase: escrever uma história sem receber comentários de Laila Dourado é como não escrever.
Obrigada!!!!!!
Beijos caipirescos,
Sol
Solitudine
Em: 05/01/2025
Autora da história
Feliz 2025!!!!!!!!!!!
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PaudaFome
Em: 10/07/2024
Não resisti e já vim adorei o estilo e a proposta cada história sua tem um jeitinho bem diferente da outra e eu sempre amo está favoritada
Solitudine
Em: 25/07/2024
Autora da história
Olá querida!
Perdoe a demora! E obrigada por ter vindo aqui ler este conto mais recente.
Sim, cada história é diferente embora sempre traga algum vínculo com as anteriores.
Obrigada por tudo!
Solitudine
Em: 25/07/2024
Autora da história
Beijos,
Sol
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Mara Oliveira
Em: 11/04/2024
Oi! Estava esperando terminar de escrever para começar a ler...Não gosto de ler histórias em andamento pq mtas autoras não termina e depois fica só a frustração em imaginar o final...Gostei do 1 cap.e conhecer um pouquinho de vc...Vamos lá?
Solitudine
Em: 11/04/2024
Autora da história
Olá querida!
Ainda não a tinha visto por aqui. Obrigada por vir prosear comigo.
Pode ficar tranquila que a caipira aqui sempre conclui as histórias todas. Este foi mais uma delas.
Fico feliz que tenha gostado deste primeiro capítulo e te convido a continuar comigo pelos demais. Volte aqui para me dizer o que está achando, está bem?
Beijos,
Sol
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Ontracksea
Em: 10/02/2024
Jasin Solitudine será que Camilla é você?
Super a fim de participar disso. Vamos juntas!
Solitudine
Em: 17/02/2024
Autora da história
kkkk Olha quem veio me ver por aqui!
Agora que finalizou as demais histórias eis que ela vem me ver por aqui. Fico feliz com isso!
Não, eu não sou a Camilla. Como também não sou a Jasin. São todas fakes de mim, entende? Mas todas temos algumas interfaces em comum.
Veja a Camilla como uma personagem de uma obra de ficção. Tudo que escrevo, apesar dos pesares, é ficcional.
rs
Beijos,
Sol
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Vanderly
Em: 24/01/2024
Olá Sol, tudo bem?
Eu já tinha lido esse capítulo, mas como não tive tempo pra comentar, hoje reli. Ultimamente não tenho tido tempo para ler muita coisa,e muito menos escrever, mas felizmente agora foi possível.
Não entendi muita coisa, mas prometo tentar acompanhar. Conversando chegaremos em algum lugar.
Feliz 2024!
Espero que estejas bem juntamente com a sua família.
Abraço fraterno!
Vandely
Solitudine
Em: 27/01/2024
Autora da história
Olá!!!!!!!!!!!!!
Mulher, que transmissão de pensamento!! Como você está? Hoje mesmo te mandei um e-mail, veja se recebeu, por gentileza. Preciso falar com você.
Antes de começar a escrever este conto, fui ler Por Acaso um Amor e estava gostando muito, especialmente da Acácia. Mas aí eu me embananei e tive que parar a leitura. Nisso cismei de escrever esse trem aqui... Porém, prometo que vou voltar desde o início, ler e comentar. É uma história rica do jeito que eu gosto.
Agora quanto ao seu comentário: o que você não entendeu? Deixe-me saber e quem sabe posso esclarecer ou confundir ainda mais! kkkk
Feliz 2024! Espero que tudo esteja muito bem em sua vida.
Beijos e abraço,
Sol
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jake
Em: 08/12/2023
Olá autora querida espero que esteja super bem, feliz por ter vc de volta .Vamos lá ouvir os desabafos e mais uma história de sucesso.
Solitudine
Em: 09/12/2023
Autora da história
Olá querida!
Vê-la aqui e em Tempus Agendi é uma grata surpresa. Obrigada! Espero que crie o hábito e venha sempre prosear com a caipira! rs
Obrigada pelo carinho!
Beijos,
Sol
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Lea
Em: 30/11/2023
Vamos lá Camilla,desabafa....
Sol,bom vê-la por aqui mais uma vez!
Solitudine
Em: 30/11/2023
Autora da história
Olá querida!!!
Que bom que você voltou!
Fico feliz que esteja disposta a ler mais este conto também.
Obrigada por comentar. Venha sempre!
Beijos,
Sol
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HelOliveira
Em: 23/11/2023
Estou pronta para esse desabafo.....adoro suas histórias
Solitudine
Em: 24/11/2023
Autora da história
Olá querida!
Prazer revê-la!
Obrigada. Espero não te decepcionar aqui.
Beijos,
Sol
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Cristina
Em: 22/11/2023
Olá Sol!
Tudo bem com você? Espero que sua Maama esteja melhor!
Demorei mas cheguei! Não esteva achando minha senha. Depois de muito procurar, achei o caderninho que anotei no meio de minhas coisas da faculdade.
Vou acompanhar este conto, adoro suas histórias! Ainda não li o anterior. Não estava em uma boa fase. Pretendo lê-lo em um futuro próximo!
Bateu uma curiosidade: acho que você, como Camila, também é Kardecista. Se for, como conheceu o kardecismo?
Continue sempre!
Um beijo, Cris.
Solitudine
Em: 24/11/2023
Autora da história
Cristina!!!!!!!!!!!!!!!!!
Boa noite, querida, tudo bem?
Eu fiquei muito preocupada porque te escrevi um e-mail e você sumiu. Graças a Deus que está bem.
Fico feliz que tenha vindo e espero que goste desse conto aqui. Fique à vontade para ler os outros no seu tempo.
Sim, nós somos kardecistas. Vou responder sua pergunta no conto. rs
Continuemos!
Beijos,
Sol
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mtereza
Em: 20/11/2023
Pronta para mergulhar no seu universo literário em forma de desabafo os seus contos são sempre uma aventura deliciosa
Solitudine
Em: 24/11/2023
Autora da história
Olá querida, boa noite!
Obrigada por sempre vir me "ver". Espero que eu consiga que você goste desse conto e que o acompanhe com a mesma empolgação com a qual sempre me presenteia.
Tudo de bom!
Beijos,
Sol
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Samirao
Em: 16/11/2023
Amore posso te dar de presente de despedida eu ficar postando?? Huahuahua
Solitudine
Em: 18/11/2023
Autora da história
kkkkkkkkkk
Não, Samira.
Agora só quem posta os trem sou eu. Olha o combinado!
Beijos,
Sol
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EsqueletoGato&Guerreiro
Em: 15/11/2023
Te conheci no ABC... e nunca deixei de ser fã
Solitudine
Em: 18/11/2023
Autora da história
Olá querido!!!!
Eu achei seu nome aqui um trem engraçado, com todo respeito. Força nesse esqueleto! rs
Obrigado por continuar me aturando até hoje. Não sei se você já me escreveu com outro nome, mas é um prazer conhecer.
Beijos,
Sol
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Samirao
Em: 15/11/2023
Amoreee!!! Passando pra te dizer que Seyyed perdeu a senha e anda às voltas com umas provas mas ela tá lendo e pediu pra continuar bjusss
Solitudine
Em: 18/11/2023
Autora da história
Olá querida!
Eita, que pena. Vou sempre falta dos comentários dela, sempre muito divertidos. Espero que ela seja bem sucedida nestas provas.
Mas, uma dúvida básica: como que você anda proseando com ela??
Beijos,
Sol
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Alexape
Em: 15/11/2023
Autorinha linda!!!! Conta tudo sem cortes eu quero ler esse desabafo!!! Tô só olhos!!
Solitudine
Em: 18/11/2023
Autora da história
kkkkkkkkk Obrigada pela empolgação de sempre, querida!
Beijos,
Sol
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Joabreu
Em: 14/11/2023
Boa noite!
Uma taça de vinho branco espumante é erguida na sacada do restô: oh, my! Ela voltou!
Here comes the sun
Here come the sun
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Welcome Lesbodiva! A palavra sua.
Jo Abreu{}
Solitudine
Em: 18/11/2023
Autora da história
Olá querida!
Agradeço por mais um brinde que me fez em seu restô. Eu provei um vinho branco espumante gaucho no feriado de 12 de outubro e gostei muito.
kkkk Obrigada pelo carinho de sempre.
Beijos,
Sol
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Migas
Em: 13/11/2023
Vá em frente! Não vá na pilha das invejosas nem das falsas amigas
Solitudine
Em: 18/11/2023
Autora da história
Olá!!!
Ainda não a conhecia e agradeço que tenha vindo. Espero que volte sempre.
Uai, mas que invejosas e falsas amigas? Vou em pilha não. rs
Beijos,
Sol
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Young
Em: 13/11/2023
Olá Solzinha,
Você sempre arrasa com suas histórias. Não precisa perguntar. Siga em frente que a gente vai junto!
Young Cy
Solitudine
Em: 18/11/2023
Autora da história
Olá querida!
Obrigada pela gentileza de sempre. Espero não decepcionar.
Beijos,
Sol
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Samirao
Em: 12/11/2023
Habibem amore hayati... entendi o que vc tá querendo fazer aqui e fiquei emocionada. Continua please!
A cara de pau do zyah me mata! Huahuahua Adooro
Solitudine
Em: 18/11/2023
Autora da história
Olá querida,
É a nossa despedida... jamais passaria em branco.
Espere que virá mais de Zyah e sua turma! kkk
Beijos,
Sol
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Irina
Em: 12/11/2023
Kotinha,
Feliz que tu voltaste!!!
Se parares por aqui estarás a ser cruel com vossas gagias! risos
Espero-te.
Com estima
Solitudine
Em: 18/11/2023
Autora da história
Olá querida!
Não quero maltratar as gagias!!! rs Obrigada!
Beijos,
Sol
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Yoko tsuko
Em: 12/11/2023
Continue sensei!!!!
Solitudine
Em: 18/11/2023
Autora da história
Olá querida!
Obrigada! Vamos em frente!
Beijos,
Sol
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Gold
Em: 12/11/2023
Quem quer mais levanta a mão!!!
Solitudine
Em: 18/11/2023
Autora da história
Olá Gold!
Obrigada pelas mãos erguidas!!!
Beijos,
Sol
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Lando
Em: 12/11/2023
Manda ver gatona! Continua e TMJ na luta!
Solitudine
Em: 18/11/2023
Autora da história
Olá Lando, tudo bem?
Obrigado pelo apoio!
Sim, firmes na luta!
Beijos,
Sol
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Marta Andrade dos Santos
Em: 12/11/2023
Gostei da Camilinha continua.
Demorou pra posta em Sol.
Solitudine
Em: 18/11/2023
Autora da história
Olá querida!!!!!!!!!!!
Obrigada por apoiar!
É, eu não sou muito rápida, mas creia que já fui bem pior. A caipira vai calibrando a mão aqui. rs
Volte sempre para prosear, visse?
Beijos,
Sol
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NovaAqui
Em: 12/11/2023
Gostei da Camilla
Pode continuar
Adorei a conversa com o traficante kkkk
Lembrou uma conhecida que era diretora e assaltaram um professor da escola dela. Ela foi lá "nós" homens, falou o que aconteceu. No outro dia a aliança, documentos e algum dinheiro estavam no parabrisa do carro do professor. Ele só queria a aliança kkkk
Legal que ela é preocupada com o bem estar da comunidade e não só dela.
Esse é o objetivo: a coletividade ser beneficiada
Até o próximo capítulo
Solitudine
Em: 18/11/2023
Autora da história
Olá querida!
Eu ainda não a conhecia. Obrigada por ter vindo e espero que volte sempre para me dizer o que acha de cada capítulo. Postarei um novo daqui a pouco. Não sei se você já leu algum dos outros contos que escrevi, mas se não leu está mais que convidada! rs
Gostou da conversa com o traficante? Professora é que nem mãe, se mete em muita peitica por conta de aluno! rs
Nossa, acabou que o serviço de devolução dos trem foi melhor que o esperado! Mas essas coisas são complicadas, não? As pessoas que vivem na violência, infelizmente, acabam perdendo a noção o mal que ela faz a quem a pratica e não só a quem sofre suas consequências imediatas.
Sim, Camilla pensa no coletivo. Isso é essencial na construção de mundo melhor.
Beijos!
Sol
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Dandara091
Em: 12/11/2023
Alô Autora
Segue o jogo que bola na rede é gol tá ligada? As mana tão contigo.
#caipiramandaver
#manatamojunta
#desabafargeral
Solitudine
Em: 18/11/2023
Autora da história
Alô Dandara!
Obrigada pelo apoio de sempre!
Beijos,
Sol
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Mille
Em: 11/11/2023
Olá Sol
Espero que esteja tudo bem com vc e sua família.
Vamos embarcar nessa nova jornada. E já ri aqui assistindo meu verdao e lendo.
Sabe que lembrei de você mês passado viajei com minha mãe e teve conexão no Pará, aí no lembrei das loucuras das emoções das dunas.
Bjus e até o próximo capítulo
Solitudine
Em: 18/11/2023
Autora da história
Olá querida Mille!
Tudo bem?
Digamos que esteja como uma Camilla da vida! rs
Fico feliz em saber que gostou da proposta e já até se divertiu!
Lembrou-se da autora em A Autora? ;) Obrigada pela lembrança, assim como por vir sempre aqui.
Beijos,
Sol
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Zaha Em: 30/12/2024
Ah, um 2025 mais leve e com mais notícias boas!! Que o ano que passe de ela deixado pra trás tudo que já não serve e abrimos uma nova porta para deixar entrar o novo, lindo e com grande sabedoria e força. Beijinhos