Capitulo 12: Retorno ? realidade
A viagem de retorno ao Brasil fora longa e cansativa, com duas conexões e muita espera nos aeroportos. Ambas dormiram durante o voo, mas sentiam-se esgotadas após o longo período num banco apertado de avião. Pousaram em São Paulo com os corações em suspenso. Não haviam conversado sobre os próximos passos, o que fariam. Nenhuma delas queria se separar, mas provavelmente seria inevitável, visto que moravam em cidades distintas.
Por ora, resolveram se hospedar num hotel na capital para descansarem um pouco e recuperarem as energias. Estavam envolvidas num misto de sentimentos. A chegada ao Brasil foi como um balde de água fria na atmosfera de tranquilidade que as envolvia. Logo que pousaram em solos brasileiros, os telefones de ambas começaram a pipocar toques e notificações.
Enquanto respiravam o ar de fora do aeroporto em busca de um carro para levarem-nas ao hotel, o telefone de Emily começou a tocar repetidamente, indicando várias chamadas perdidas de Jessica. A amiga ligara simplesmente 57 vezes. O toque insistente quebrou o silêncio e Emily olhou para o aparelho com uma expressão hesitante. Na viagem, simplesmente abandonara o celular e não respondeu ninguém. Ela sabia que Jessica estava preocupada, especialmente depois de todas as ligações não atendidas. No entanto, ela não estava pronta para enfrentar a realidade da notícia que havia recebido.
Por mais que estivesse se redescobrindo e vivendo intensamente cada momento, a finitude de seus dias ainda era uma realidade difícil de aceitar. Ela não queria falar sobre isso, queria continuar se entregando àquela viagem, àquela conexão especial que havia encontrado com Alice e aos momentos de alegria e amor que estavam vivendo juntas.
Com um suspiro, Emily decidiu ignorar mais uma vez a ligação de Jessica. Ela sentia uma mistura de culpa e medo por não enfrentar a situação, mas também entendia que precisava desse tempo para si mesma, para processar suas emoções e descobrir como seguir em frente.
O ar fresco da manhã acariciava seu rosto, trazendo uma sensação de renovação. Ela sabia que eventualmente teria que enfrentar a realidade, mas naquele momento, ela só queria se permitir viver o presente, sem se preocupar com o que estava por vir.
Enquanto olhava para o horizonte, Emily pensou em como a vida era frágil e preciosa, e como cada momento era uma dádiva a ser apreciada. Ela sabia que tinha muito a viver, a descobrir e a amar, e não queria que a notícia de Jessica a impedisse de aproveitar os momentos que ainda estavam por vir.
Parecendo combinado, o telefone de Alice também começou a tocar, interrompendo a tranquilidade do momento em que ela estava mergulhada em suas reflexões. Ela viu o nome do seu ex-namorado na tela, e um sentimento de ansiedade e incerteza a invadiu. Ele já havia tentado entrar em contato várias vezes desde o término do relacionamento, buscando uma nova chance para reacender o que um dia tiveram.
No entanto, Alice sabia que esse capítulo da sua vida já estava encerrado. Ela havia tomado a difícil decisão de terminar o relacionamento, reconhecendo que ambos seguiriam caminhos diferentes. Naquele momento, ela estava redescobrindo a si mesma, encontrando um novo sentido para sua vida e explorando uma conexão especial com Emily, que preenchia seu coração de uma maneira única.
Alice suspirou profundamente, sentindo a mistura de emoções dentro dela. Ela sabia que ignorar a ligação não era uma tarefa fácil, mas ela também sabia que era necessário para seguir em frente e se permitir viver plenamente aquela nova fase de sua vida.
Com determinação, Alice desviou o olhar do telefone e voltou a sua atenção para a vista. O sol brilhava, e a paisagem parecia envolvê-la em uma sensação de paz e libertação. Ela sentia-se mais forte e confiante em suas decisões.
Os telefones insistiam em tocar, mas ambas permaneceram firmes em suas escolhas. Elas sabiam que reabrir aquela porta só traria mais dúvidas e incertezas, e não queriam comprometer o crescimento que haviam conquistado nesse período.
Ao ignorar a ligação, Alice sentiu um peso sendo tirado de seus ombros. Ela sabia que essa era a decisão certa para ela e para o seu bem-estar emocional. Ela não queria se prender a um passado que não tinha mais espaço em sua vida.
Os telefones eventualmente pararam de tocar, e com um suspiro de alívio, elas sentiram-se mais leves, como se tivessem tomado a decisão certa. Elas sabiam que o caminho da frente poderia ser desafiador, mas também estava repleto de possibilidades emocionantes.
Com um sorriso determinado, Emily decidiu aproveitar o resto de sua jornada com alegria e serenidade. Apesar do futuro desafiador de uma doença incurável com poucos meses restantes, estava disposta a abraçar as oportunidades que surgissem em seu caminho e aproveitar todos os momentos que possuía.
Enquanto o sol se punha no horizonte, Alice sentiu-se grata por ter encontrado força para seguir em frente e encerrar de vez esse capítulo do seu passado. Ela estava pronta para continuar sua jornada, sabendo que estava no controle de sua própria felicidade e que não precisava reviver o passado com alguém que a traíra para encontrar significado em sua vida.
Emily e Alice chegaram animadas à cidade de São Paulo, ansiosas para explorar a metrópole cheia de vida e oportunidades. O sol brilhava no céu, e a cidade pulsava com sua energia única. Elas seguiram juntas pelo movimentado centro da cidade, onde arranha-céus se erguiam majestosos ao redor.
Após pedirem um carro pelo aplicativo, adentraram pelas ruas movimentadas, chegando ao hotel escolhido para se hospedar. Era um prédio imponente, com uma arquitetura moderna e elegante. O hall de entrada exibia uma decoração sofisticada, com luzes suaves e um aroma agradável.
Ao entrarem, foram recepcionadas por funcionários simpáticos e prestativos. Emily e Alice sentiram-se acolhidas e bem-vindas, como se estivessem voltando para casa após uma longa viagem; e estavam mesmo.
A recepcionista sorriu para elas e deu-lhes as chaves dos quartos. "Sejam bem-vindas ao nosso hotel, senhoritas. Espero que tenham uma estadia agradável conosco", disse ela com gentileza.
Elas subiram pelo elevador até o andar onde ficavam os quartos. Ao andarem pelos ambientes do hotel, foram recebidas por um espaço acolhedor e bem decorado. As janelas amplas permitiam a entrada de luz natural, iluminando o ambiente de forma aconchegante.
"Que lugar encantador", disse Emily, admirando a vista da cidade lá embaixo.
"Sim, é realmente maravilhoso", concordou Alice, olhando ao redor com um sorriso.
Após se acomodarem em seus quartos e um pequeno descanso, desfizeram as malas e decidiram sair para explorar a cidade. Desceram novamente pelo elevador e se dirigiram ao saguão do hotel.
Ao saírem, a movimentação da cidade as envolveu. O barulho dos carros, as pessoas apressadas nas calçadas, as luzes da cidade se acendendo ao entardecer, tudo isso contribuía para a energia única de São Paulo.
Elas caminharam pelas ruas, absorvendo a atmosfera da cidade grande. Exploraram lojas, cafés e pontos turísticos. Riram e conversaram sobre suas expectativas para a viagem, compartilhando sonhos e planos para os próximos dias.
Quando finalmente decidiram voltar ao hotel, estavam exaustas, mas com o coração cheio de alegria. A caminhada de volta foi mais tranquila, permitindo-lhes apreciar as luzes da cidade que começavam a brilhar à medida que a noite caía.
Ao retornarem ao hotel, sentiram-se acolhidas novamente pelo ambiente sereno e elegante. Subiram pelo elevador até o andar de seus quartos e finalmente foram desfrutar de um merecido descanso após a longa jornada de volta ao Brasil.
O sol brilhava suavemente naquela manhã, iluminando o quarto de Emily em tons dourados. Ela estava sentada em uma confortável poltrona, absorta em seus pensamentos. Havia combinado com Alice um programa especial para o dia.
Ambas decidiram estender seu trabalho voluntário para um asilo em São Paulo, uma nova aventura, onde encontrariam um grupo de idosos acolhedores e cheios de histórias para compartilhar. Elas adoraram a experiência com as crianças tailandesas e resolveram compartilhar novamente essa experiência de se doar ao próximo aqui em seu país. Emily estava animada, pois ajudar em causas sociais era um dos desejos de sua famosa lista de coisas que queria realizar antes de morrer.
Chegaram ao local com sorrisos calorosos, prontas para espalhar alegria e aprender com as experiências daqueles sábios anciãos. Emily aproveitaria de sua habilidade em desenho para ensinar-lhes a desenhar e pintar e Alice utilizaria seus conhecimentos em fotografia para ensiná-los e registrar os momentos especiais.
Elas se sentaram em uma sala bem iluminada com um grupo de idosos. Eles estavam ansiosos para aprender a pintar, e Emily estava mais do que disposta a compartilhar seu talento.
Emily: (com carinho) Bom dia a todos! Meu nome é Emily, e hoje vamos aprender a pintar belos quadros juntos.
Os olhos dos idosos brilharam de entusiasmo, e eles prestaram atenção às orientações de Emily. Ela distribuiu pincéis e tintas, e juntos eles começaram a desenhar e pintar em suas telas em branco.
Idoso 1: (sorrindo) Eu não sabia que ainda poderia aprender a pintar nesta idade. Obrigado por nos ensinar, Emily!
Emily: (com gratidão) A idade não é uma barreira para aprender coisas novas e expressar nossa criatividade. Vocês são todos artistas talentosos!
Enquanto Emily ensinava, Alice se juntou a outro grupo de idosos no jardim do asilo. Ela trouxe consigo sua câmera e seu olhar apaixonado pela fotografia.
Alice: (animada) Olá, pessoal! Sou a Alice, e hoje vamos capturar momentos preciosos juntos através da fotografia.
Os idosos acolheram Alice com entusiasmo, ansiosos para aprender mais sobre essa arte.
Idoso 2: (sorrindo) Fotografia sempre me intrigou, mas nunca tive a chance de aprender. Estou empolgado!
Alice: (com carinho) Estou feliz por estar aqui para compartilhar meu conhecimento com vocês. A fotografia é uma forma maravilhosa de capturar memórias que duram para sempre.
Alice ensinou aos idosos as técnicas básicas de fotografia, e logo todos estavam capturando momentos especiais no asilo. Eles riam, posavam para fotos e interagiam de maneira descontraída, esquecendo-se por um momento das preocupações cotidianas.
Enquanto isso, na sala de pintura, Emily e os idosos estavam imersos em suas criações. Cada pincelada revelava uma parte única da personalidade deles, e a sala estava repleta de cores vibrantes e sorrisos radiantes.
Idoso 3: (orgulhoso) Nunca imaginei que poderia pintar um quadro tão bonito. Isso me faz sentir vivo novamente.
Emily: (com doçura) A arte tem o poder de nos conectar com nossos sentimentos mais profundos. Fico feliz que estejam aproveitando essa experiência.
Enquanto o dia passava, Emily e Alice compartilharam momentos inesquecíveis com os idosos. Juntos, eles riam, aprendiam e encontravam conforto na presença uns dos outros.
No final do dia, todos se reuniram em um espaço ao ar livre. Emily e Alice sorriram, sabendo que haviam feito a diferença na vida daqueles idosos e também que aprenderam valiosas lições com eles.
Emily: (com gratidão) Foi um dia maravilhoso. Obrigada por nos receberem com tanto carinho.
Alice: (com carinho) Vocês nos ensinaram muito hoje. Obrigada por compartilharem suas histórias e sorrisos conosco.
Os idosos se despediram de Emily e Alice com abraços afetuosos e gratidão em seus olhos. Aquele dia especial de voluntariado não apenas deixou uma impressão duradoura nos idosos, mas também no coração de Emily e Alice, que aprenderam o verdadeiro significado da generosidade, empatia e conexão humana. E assim, eles partiram, sabendo que a experiência daquele dia continuaria a ecoar em suas vidas, inspirando-as a compartilhar amor e bondade sempre que pudessem.
Fim do capítulo
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