Capitulo 21 - Sophia
Sophia
Quando ia saindo da faculdade, acabei encontrando a Aninha no corredor:
- E aí sumida! Por onde você andou esse tempo todo?
-Oi Aninha, estava estudando um pouco, mas já estou indo embora. – falei desanimada.
-Ah! Hoje é sexta, nosso pessoal vai sair, você não vem?
-Ai, desculpa Aninha, mas não vai dar. Não tô no clima hoje...
-Ei, o que foi? Amanhã é seu aniversário e você vai noivar garota! Não deveria estar contente?
-Eh, deveria...
-Sophis, fala a verdade...você não ama o Pedro, né?
-O que? Amo, lógico que amo! Eu...eu...quero me casar com ele!
- Não quer, eu sei que não. Você não precisa falar disso comigo, mas dá pra sentir Sophia! Não tenta mentir pra você.
-Do que você tá falando Ana? Tá achando que pode entrar na minha mente agora é?
-Infelizmente eu não posso, Sophis. Porque se eu pudesse eu já teria feito você ir procurar a Marcela.
E foi dessa forma desaforada que minha melhor amiga foi embora...como ela sabia? Claro, era a Ana e ela sabia de tudo sempre.
Acho que depois disso, fiquei uns cinco minutos parada no corredor da faculdade, pensando no que fazer...lembrei da caixinha e, então, não hesitei.
Corri para a casa da Marcela, torcendo para que ela estivesse me esperando. Cheguei na porta dela ofegante e toquei a campainha, enquanto tentava inutilmente arrumar o meu cabelo. Depois de alguns toques, acabei desistindo. Ela provavelmente tinha ido na casa do Marcos...
Já estava próxima ao elevador, quando a escutei me chamar.
Assim que me virei, toda a apatia que eu havia ensaiado no caminho desmoronou. Droga! O que essa mulher tinha que me fazia ficar tão... boba?
-É...oi Marcela, digo...professora...
-Oi, Sophia. – ela sorriu.
-Ah, desculpa...é...eu recebi sua mensagem e...demorei um pouco para vir...desculpa acho que já está tarde, eu volto outra hora...
Ela se aproximou rapidamente:
-Não, não. A hora tá ótima...quero dizer...está tarde, mas mesmo assim está perfeito. Entra um pouco, precisava falar com você...
Nesse momento eu percebi o quão frágil ela estava...os olhos estavam inchados e o hálito denunciava um elevado consumo de bebida. Ela tinha chorado? Será que foi por minha causa? Não, não...talvez o Marcos tenha feito alguma bobagem, ou algo no projeto da faculdade deu errado...
Sentei no sofá e percebi que ela evitava me olhar, enquanto ficava andando de um lado para o outro, passando a mão pelo cabelo. Nunca havia visto a Marcela tão nervosa:
-Eh...que bom que você veio Sophia! Recebeu o meu bilhete? Quer uma água? Um suco? Whisky talvez?
-Não, professora, obrigada. Só vim porque pareceu que você queria me dizer algo importante, talvez sobre a pesquisa...
-Sim, é importante o que eu tenho a dizer, mas não é sobre a pesquisa...eu...queria pedir desculpas...pelas minhas atitudes com você.
Então era só isso. Ela estava arrependida por tudo o que aconteceu e, provavelmente queria evitar algum tipo de escândalo caso eu resolvesse contar a alguém que eu fiquei com uma professora.
-Não se preocupe, professora. Por mim está tudo certo. – falei, me levantando e indo em direção à porta.
-Espera, não foi isso que eu quis dizer, Sophia! Eu...eu...estou me desculpando por...droga, é difícil falar sobre isso...
-Falar sobre o que Marcela?
Ela, então, me encarou. E eu comecei a sentir uma pontinha de esperança:
- Sophia, eu quero pedir desculpas por ter sido rude e fria com você desde o início e por ter te decepcionado ficando bêbada na festa da Ana. Queria que você soubesse que todo esse meu comportamento era com a intenção de te afastar, simplesmente porque eu tinha medo. Medo de fugir à ética e, principalmente, medo de tudo o que eu sentia quando estava com você.
Nesse momento eu já estava com vontade de abraçá-la, mas ela precisava ter a coragem de falar, então insisti:
-Marcela, você pode ser mais clara?
-Eu...eu...eu te amo Sophia. E te chamei aqui porque estou completamente apaixonada por você. Eu precisava te olhar e dizer que você é quem faz eu me sentir viva. E, quando você sorri, tudo, de repente, passa a fazer sentido. Sei que nós duas somos comprometidas e que existe muita coisa contrária à gente, mas, é possível. Eu...eu quero correr os riscos se isso significar que terei você ao meu lado. É isso.
-Marcela eu...
Ela me interrompeu:
-Mas... também queria dizer que se você ama o Pedro, não tem problema. Eu entendo que eu falei tarde demais e que você pode não sentir o mesmo que eu e que...
Eu gargalhei:
- Marcela, como pode uma professora palestrar tranquilamente para um auditório com duzentas pessoas e ficar tão nervosa quando fala de amor para uma só?
Passei a mão pelo seu rosto:
-Eu também te amo, você é a pessoa mais incrível que eu já conheci. É muito fácil se apaixonar por você e eu poderia passar dias falando das suas qualidades...
Ela se aproximou e colou os lábios na minha orelha, sussurrando:
-Ah é? E quais seriam?
-Inteligente, educada...gostosa...muito gostosa...
Nesse momento ela soltou uma risada rouca e eu não resisti...ela era encantadora, fascinante...a beijei delicadamente e sorri...tê-la ali parecia um sonho. Marcela segurou em minha mão e a beijou, com lágrimas nos olhos. Fiz questão de enxugar cada uma enquanto a conduzia pela mão para seu quarto. Logo que entramos, a deitei na cama e reiniciei os beijos e carícias pelo seu corpo...era delicioso descobrir o que a fazia se arrepiar, fechar os olhos, se excitar. Quando minha mão alcançou o botão de sua calça, ela me interrompeu. Estranhei: será que havia feito algo errado?
Ela então me encarou com um olhar travesso e um sorriso sexy e disse:
- Hoje quem conduz tudo sou eu...
Nem consegui processar a informação e ela já estava sobre mim, segurando minhas mãos acima da cabeça...
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:

Marta Andrade dos Santos
Em: 17/09/2023
Eita!Até que enfim em Marcela.

GMS
Em: 17/09/2023
Autora da história
Marcela tomando a atitude!
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GMS Em: 19/09/2023 Autora da história
Ana sempre no momento certo!