Encontro Inevitável
Alessandra e Carlos passaram horas na biblioteca local, examinando documentos e registros que datavam de séculos atrás. Carlos ficava impressionado com a determinação e a habilidade da promotora, que parecia ter um arquivo para cada tipo de investigação em sua mente afiada. Enquanto estudavam mapas antigos e relatos históricos, a promotora notou uma referência curiosa a um local chamado "Caverna das Promessas". Parecia ser um ponto central nos acontecimentos que cercavam a vila de Belmonte.
No momento em que Alessandra e Carlos saíram da biblioteca, o sol estava se pondo sobre a vila. A vila estava mergulhada na penumbra crepuscular quando eles chegaram à pousada local onde se instalariam durante a investigação.
Enquanto isso, não muito longe dali, Melissa e Sofia estavam chegando no convento, que fica quase em frente a pousada. Sofia, sempre atenta, percebeu algo inusitado enquanto elas se aproximavam do convento. Ela cutucou Melissa e apontou discretamente para uma mulher elegante que estava entrando na pousada.
— Amiga, olha lá. É a Promotora de Ferro.
Melissa, intrigada, olhou na direção que Sofia indicava. Ela viu uma mulher imponente, de postura firme e sofisticada. Alessandra Montenegro irradiava confiança e autoridade. Seus cabelos castanho-escuros caíam em cascata pelos ombros, e seus olhos verdes esmeralda brilhavam com intensidade. Ela estava vestida de maneira elegante, com um terno sob medida que realçava sua figura esbelta. Melissa, curiosa, perguntou:
— Como assim, Promotora de Ferro?
Sofia sussurrou enquanto observavam a mulher entrar na pousada.
— É como a chamam nos tribunais. Ela é conhecida por sua determinação e por nunca perder um caso. Dizem que é implacável, sem coração e fria como o ferro.
—Melissa olhou para Alessandra com um olhar pensativo, depois voltou sua atenção para Sofia e disse com serenidade:
— As pessoas costumam rotular os outros sem realmente conhecer. Julgar alguém apenas por sua reputação não é justo. Nem mesmo você, minha amiga, gosta de ser julgada por sua aparência, não é?
Sofia suspirou, concordando com Melissa.
— Você está certa, amiga. Eu não gosto que me julguem pela minha aparência. Mas olha como ela é destemida e confiante, anda como se fosse dona do mundo.
Melissa observou Alessandra com admiração, notando a confiança em seu passo, mas não disse nada. Apenas sorriu, balançou a cabeça e continuou observando a promotora adentrar a pousada. A presença de Alessandra Montenegro certamente adicionava um elemento intrigante à pequena vila de Belmonte, e Melissa não conseguia deixar de se perguntar qual era o motivo de sua visita.
Na pousada, Alessandra Montenegro e Carlos foram calorosamente recebidos por Dona Clara, a respeitada proprietária do estabelecimento. A anfitriã sorriu com sinceridade enquanto estendia a mão para cumprimentá-los.
— Sejam bem-vindos, Promotora Montenegro e Senhor Carlos. Admiro profundamente o trabalho da Promotora Montenegro. Sou Clara, a proprietária desta pousada. É uma honra tê-los aqui. Seu quarto já está preparado, e o café da manhã é servido todos os dias a partir das 07h da manhã.
Alessandra apertou a mão de Dona Clara com gratidão e um sorriso acolhedor.
— Muito obrigada pela hospitalidade, Dona Clara. Estamos ansiosos para continuar a investigação amanhã.
Depois de se instalar em seu quarto, Alessandra sabia que tinha uma noite de descanso pela frente, antes de explorar mais sobre a Caverna das Promessas.
Naquela noite, no tranquilo convento de Belmonte, as noviças e as freiras estavam reunidas para o jantar. Uma atmosfera serena envolvia o lugar, e as conversas fluíam suavemente.
Sofia, sempre animada, não conseguia conter sua empolgação e compartilhou uma notícia com as outras noviças enquanto mexia a comida no prato.
— Sabe o que é incrível? A Promotora Montenegro está hospedada na pousada da Dona Clara.
Todas as noviças ficaram surpresas e empolgadas com a notícia. Era como se uma celebridade tivesse aparecido na pacata vila de Belmonte. Elas comentaram entre si, expressando sua admiração.
Nesse momento, Melissa, que estava um pouco distante em seus pensamentos, foi chamada de volta à realidade por Sofia, que fez uma imitação engraçada de uma nave espacial pousando.
— Mel a senhora está flutuando por aí de novo. Aterrisse na Terra!
Todas as noviças riram, e Mel corou levemente.
— Desculpe, meninas, eu só estou um pouco cansada. Ela se perguntava o que a Promotora Montenegro, uma mulher tão distinta e habilidosa, estaria fazendo naquela vila remota. Para que motivo ela estaria ali investigando? Como uma mulher como ela, com sua postura imponente, se encaixava naquele lugar tranquilo?
Naquela noite, o jantar prosseguiu com a conversa animada das noviças sobre a presença da Promotora na pousada de Dona Clara. O convento estava repleto de curiosidade e entusiasmo diante dessa notícia inesperada. Enquanto todas compartilhavam suas opiniões e especulações sobre a misteriosa visitante, Melissa permanecia em silêncio, perdida em seus próprios pensamentos.
A manhã chegou serena em Belmonte, e no tranquilo convento, as noviças começaram suas atividades matinais de devoção. Os cânticos suaves ecoaram pelos corredores enquanto elas se reuniam na capela, mergulhando em suas orações.
Após a devoção, Melissa e Sofia, como de costume, encontraram um momento para compartilhar conversas do dia a dia enquanto caminhavam pelos jardins do convento.
Sofia sorriu enquanto observava as flores florescendo.
— O que você acha dessas flores, Mel? Elas são tão belas, não acha?
Melissa assentiu, apreciando a serenidade dos jardins.
— Sim, são realmente lindas. É incrível como a natureza pode nos transmitir tanta paz.
Enquanto conversavam, uma das freiras se aproximou de Melissa e disse:
— Mel, a Madre Superiora a chama em sua sala.
Melissa ficou um pouco surpresa, mas assentiu em reconhecimento e se dirigiu à sala da Madre Superiora. Ao entrar, foi recebida com um sorriso caloroso.
— Mel, minha querida, como você está hoje? Espero que esteja bem.
Melissa retribuiu o sorriso. — Estou bem, Madre Superiora. Como posso ajudá-la hoje?
A Madre Superiora caminhou até a escrivaninha e pegou alguns documentos. — Estou com uma série de reuniões e compromissos relacionados ao nosso evento beneficente que se aproxima. E como você sabe, é uma causa muito importante para nós, pois nos permite acolher mais crianças carentes.
Melissa assentiu com compreensão.
— Sim, Madre Superiora, o evento é muito significativo para nossa comunidade.
A Madre Superiora colocou uma mão gentil no ombro de Melissa.
— Melissa, confio muito em sua dedicação e conhecimento. Como terei reuniões a semana toda, gostaria que você cuidasse da organização e dos detalhes com a Dona Clara, na pousada. Ela é uma das principais apoiadoras do nosso evento e precisa discutir alguns detalhes importantes.
Melissa sentiu-se honrada com a confiança da Madre Superiora. — Claro, Madre Superiora, ficarei feliz em ajudar. É uma causa que me toca profundamente.
A Madre Superiora sorriu, aliviada.
— Muito obrigada, Mel. Sua ajuda é inestimável. Vamos agora mesmo até a pousada da Dona Clara. Tenho certeza de que juntas conseguiremos fazer deste evento um grande sucesso.
Melissa seguiu a Madre Superiora em direção à pousada, ansiosa para contribuir com um evento que faria a diferença na vida das crianças carentes da vila de Belmonte.
Fim do capítulo
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