Celos
18. Celos
- Amaya, vou só parabenizar a minha aluna e nós já vamos.
- Tudo bem, vou ao banheiro, nos encontramos na entrada.
- Até já (sorriu e foi em direção ao palco).
Saindo do banheiro Amaya encontrou com uma moça, que também fazia aula de canto, iniciaram a conversa comentando sobre a apresentação e de supetão ela quase a beijou.
- O quê foi isso? (Perguntou se esquivando toda desconfortável).
- É que tenho curiosidade de ficar contigo.
- Você não pode simplesmente vir me beijando assim, nunca mais faça isso. Não gostei, você ao menos tinha que ter falado comigo antes.
Terminou de falar e viu que Coraline estava deixando o local, foi correndo atrás dela, chegou a chamar por ela, que não parou. Já no estacionamento entrou na sua frente, para conseguir ter a sua atenção.
- Eu empurrei ela, não correspondi, isso você não viu?
- Vi, mas, fiquei pensando que vocês possuem a mesma idade.
- Nem continua, não diga bobagens. Por favor, pare com isso.
- Eu estou nervosa, fiquei atordoada (disse brava).
- Nós viemos juntas, você vai embora e vai me largar aqui?
- Não.
- Eu não tenho culpa e você saiu andando nem ao menos falou comigo. Eu não esperava aquilo, briguei com ela, veio de história dizendo que tinha curiosidade de ficar comigo e foi tentando me beijar do nada, por isso, daquela cena. Poxa e você saiu, nem quis me ouvir.
- Desculpa, fiquei cega de ciúmes, sei que não tenho direito de exigir e nem de pedir nada, nem mesmo de ficar enciumada.
- Eu entendo, também ficaria enciumada, mas, te ouviria.
- Você não precisa explicar nada, vi que se afastou. Nunca tive tanto ciúmes assim, me descontrolei. Ela já tinha dado em cima de você antes?
- Não, nos falamos pouquíssimas vezes, nem sonhava com isso.
- Se soubessem sobre nós, isso não teria acontecido (abaixou a cabeça).
- Vamos embora, estou com fome.
No caminho compraram esfihas e logo chegaram na casa da mais velha.
- Ótimo! Duas ciumentas (comentou pegando copos e o refrigerante).
- Só não podemos deixar o ciúmes nos atrapalhar, ainda mais quando não temos culpa, que foi o teu caso ontem e hoje o meu.
- O que deu naquela louca, qualquer dia vai acabar levando um tapa na cara, por chegar assim sem mais nem menos beijando os outros.
- Só estávamos comentando da apresentação, eu fiquei sem entender.
- Eu também não entendi nada.
- Levei um susto. Muito boa essa esfiha.
- Eu adoro a massa deles. Amor, eu não iria te largar lá sozinha, me desculpa por ter saído andando, não vai acontecer novamente.
- Já passou. Amanhã não vou querer sair para lugar nenhum, prefiro ficar quietinha aqui com você.
- Melhor mesmo. Eu não consigo te dividir com ninguém.
- E quem disse que eu quero isso? Estou muito bem sendo só sua.
- Mas estão de olho em você.
- Aposto que vários olhares também são direcionados para você.
- Eu ficaria arrasada se ela tivesse te beijado (reclamou).
- Vamos mudar de assunto, achei a peça linda.
- Também gostei, devem ter ensaiado bastante. Na quinta recebi um convite para cantar na inauguração de uma exposição, no mês que vem.
- E você vai?
- Quero ir sim, será em outra cidade, vão pagar passagem e hospedagem, posso levar acompanhante. Você já vai ter entrado de férias.
- Está me convidando para te acompanhar?
- Sim, você aceita?
- Claro, só preciso falar com a minha mãe, acho que ela vai deixar.
- Se não estivéssemos juntas, você teria ficado com ela?
- Chega deste assunto, mas, a resposta é não. Gosto de ficar envolvida, de ter uma amizade, acho estranho beijar assim do nada.
- É errado eu te querer só pra mim?
- Não, é recíproco.
- Nossa, que estranho, em pleno sábado a noite, estão mandando várias mensagens no grupo dos professores. Vou só ver se é importante.
Ela leu tudo, acessou o link que tinham enviado e sorriu.
- Tudo em ordem?
- Parabéns aluna exemplar.
- O quê foi?
- A coordenadora está toda orgulhosa, a maquete do teu grupo foi muito elogiada e a sua apresentação está disponível no site da diretoria de ensino, com destaque para você representando as escolas públicas, essa outra moça é do ensino técnico e esse outro é de um colégio particular.
- Deixa eu ver, minha mãe vai amar! Espero que eu não tenha gaguejado.
♡
- Bom dia! (Trocaram selinhos e ficaram abraçadas na cozinha).
- Bom dia! Senti sua falta na cama.
- Não consegui dormir mais, estou acostumada a acordar cedo.
- Que cheiro bom, o que você está preparando?
- Bolo e torta.
- Assim me apaixono mais, se é que isso é possível.
- Está quase pronto. Lembra que a Aninha nos contou sobre uma moça da escola nova, que ela vem conhecendo...
- Lembro sim.
- Ela passou mal, precisou tomar remédio na veia para melhorar, tem cólicas muito fortes, advinha o que a minha amiga fez.
- Não faço ideia.
- Foi para casa dela, levou chocolates e bolsa térmica, para fazer compressas quentes, para aliviar a dor.
- Não somos as únicas apaixonadas e aquela parte que ela não namora.
- Acho que dessa vez ela está caidinha.
- Nem posso julgar, fico te admirando e babando. Você é tão linda!
♡
No dia 12 de junho.
Ao término da sua aula, Amaya ficou aguardando próximo do carro de Coraline, que precisou passar na sala dos professores para guardar umas pastas e diários de classe. Não demorou, pois, tinham combinado de sair, assim que a viu sorriu e destravou as portas do carro.
- Oi, tudo bem?
- Tudo sim e você?
- Bem. Toda vez que marcamos algo, a hora demora para passar.
- Estava ansiosa para me ver mocinha?
- Sim, você não?
- Sempre e fico com a mesma sensação, de que o relógio não colabora.
Coraline estacionou, Amaya tirou um presente de dentro da sua mochila.
- Para você.
- Muito obrigada! (Deu um beijo nela agradecendo e pegou uma sacola que estava no banco traseiro).
Depois de trocarem presentes, almoçaram num restaurante.
- Onde vamos assistir ao filme? Em qual shopping?
- Já faz tempo que quero conhecer uma sala de cinema que é muito elogiada, deixa eu te mostrar (comentou pegando o celular).
- Nossa que bonito e as poltronas são diferentes.
- Comentam que é uma ótima experiência.
- Mas, não é muito longe? Não vai ser cansativo para você dirigir?
- Vai ser bom que passo mais tempo contigo.
- Adorei!
Coraline fez questão de dar as mãos para Amaya, que ficou radiante, andando de mãos dadas com ela, gostaram muito do longa metragem.
- É sempre bom contar com a sua companhia.
- Eu também gosto muito, minha quase namorada.
- Amaya, então o nome que você deu para o que temos é quase namoro?
- É o que parece né (disse e deram risadas).
Fim do capítulo
Feliz junho! Mês do amor, das deliciosas festas juninas, do orgulho e da maior parada do mundo. Beijos e abraços, May.
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May Poetisa Em: 02/06/2023 Autora da história
Boa noite Lea, tudo bem contigo?
Adoráveis né e teu comentário lindo!
Beijos e abraços, May.