Guaramiranga, Acampamento Beija-Flor

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A chuva havia cessado quando chegaram a Guaramiranga, os alunos desceram animados, enquanto os professores seguiram ladeados pela Madre Superiora.

- Irmã Benedita, que prazer tê-la outra vez em nosso acampamento.

- Obrigada Helza, é um prazer para nós também.

- Os alojamentos estão prontos, são treze alunos, não?

- Quinze, trouxe dois a mais esse ano.

- Meu Deus, onde vou por esses dois? Todos os quartos estão lotados, tem outra escola além da sua.

 Uma noviça levantou a mão pedindo desculpas por não ter enviado o e-mail avisando a mudança dos números, alegou esquecimento. A Madre Superiora franziu o cenho, mas, logo voltou a sorrir pra dizer.

- Trouxe os destaques de todas as turmas, com a graça de Deus o número de bons alunos cresceu de dois anos para cá.

- Irmã, tem um quarto bem pequeno de madeira, é simples, mas, aconchegante, está em reforma, tem um único colchão de casal no chão, só tem uma lâmpada fraca, mas, podemos por umas velinhas aromáticas, dá até um clima aconchegante. Tiramos as cortinas para reformar, mas, não tem lugar mais bonito para ver o por do sol, é um pouco frio, na verdade, mas, podemos colocar edredons mais grossos. Enfim, é só o que temos para oferecer. Lamento.

- Eu fico, não tem problema – Stella se adiantou sorrindo.

- Patrícia, você pode ficar com Stella no quarto?

- Eu adoraria – respondeu a professora de Física com uma pitada de ironia na voz – mas, esses dias minha sinusite está atacada, é pedir para morrer ficar em um quarto de madeira.

- Imã, eu posso ficar com a professora, não tenho essas frescuras.

- Mas querida, seu pai pagou para ficar no melhor quarto, não é justo. Imagine a filha do Desembargador Francisco Flores com a grande atriz cearense Cassandra Flores ficar em um quarto simples, com colchão no chão?

- Por mim tudo bem, não tem isso. Eles não precisam saber.

- Isso que é a atitude de uma alma nobre. Deus está vendo sua nobreza de caráter Yasmin – Stella aproximou, segurando o braço da tia.

- Irmã Benedita, você pode vir aqui um instante.

- Claro... – As duas se afastaram, e Stella pode soltar sua opinião.

- Essa menina é impossível, pra tudo ela tem uma resposta, é atrevida, não quero essa responsabilidade pra mim.

- Parece que não tem escolha, só mantenha suas mãos longe.

- O que está insinuando?

- Esqueceu que te conheço desde sempre? Não se deixe seduzir, porque a tentação virá. Lembre-se, Deus te vê... – Stella corou, voltando a reunião.

- Está tudo decidido, Stella e Yasmin ficarão no quarto.

- É super simpático, se chama “Casa na árvore”, bem pitoresco, fica por trás do alojamento das meninas.

- Pertinho de nós, tudo certo.

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Os alunos estavam reunidos em volta de uma fogueira, esquentando marshmallows no espeto, enquanto Pedro, um loirinho do 3 ano B, tocava Raul Seixas no violão. Stella acompanhava, acompanhada a uma xícara de chá de lavanda, balançando a cabeça para cantar a música, os cabelos levados pelo vento.

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- Professora?

- Oi Breno.

- Em nome da turma gostaria de pedir desculpas por tudo o que aprontamos contigo. Sentimos muito.

- Estão perdoados querido, se tranquilize, vai lá, sua namorada está te esperando...

- Muito  Obrigado, Professora.

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         Stella sorriu, não esperava o pedido de desculpas, continuou curtindo a música de Raul, sem entender como alunos tão jovens conheciam a música Meu amigo Pedro.

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Todos os caminhos são iguais

O que leva à glória ou à perdição

Há tantos caminhos tantas portas

Mas somente um tem coração

E eu não tenho nada a te dizer

Mas não me critique como eu sou

Cada um de nós é um universo, Pedro

Onde você vai eu também vou

Pedro, onde cê vai eu também vou

Pedro, onde cê vai eu também vou

Mas tudo acaba onde começou

É que tudo acaba onde começou

Pedro, meu amigo Pedro...

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         Stella sentiu uma mão encostar na sua, fazendo um suave carinho.

- Trouxe pra ti, come é gostoso...

- Marshmallow, faz tempo que não, como isso, nada melhor do que queimadinho assim na fogueira. Aceita um chá?

- Não, não gosto de chá. Gosto das bebidas mais fortes, dos amores mais loucos, dos pensamentos mais complexos e dos sentimentos mais intensos.

- Olha, citando Clarice Lispector, quer me impressionar?

- Acho que já o fiz...

- Você é um tanto prepotente, não? Hahahahah

- Nega, também acho importante dizer que completei dezoito anos.

- Não vai rolar, de jeito algum...esquece, aliás, não devia ter esse tipo de conversa com uma aluna. Com licença, vou me deitar.

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         Stella vestiu o pijama de flanela, realmente o quarto era gelado, deixou a garrafa térmica do lado, soprando a xícara para dar um gole no chá. Olhou pela janela e a fogueira continuava, mas, os alunos com certeza já tinham se encaminhado para os alojamentos.

- Oi professora, é impressão minha ou fugiu?

- Não queria me deitar e descansar, amanhã o dia vai ser corrido.

         Yasmin pegou o pijama, acendendo a luz fraca do quarto, deixou que as roupas caíssem, ficando nua na frente de Stella, que engoliu seco com o corpo jovem e cheio de curvas, sentiu a boca salivar, e o sex* repuxar, tentou disfarçar pegando um livro. A aluna deitou ao seu lado, puxando a coberta para cima de si.

- Não vai vestir um pijama?

- Eu durmo nua...sempre.

- Está frio, vai pegar uma pneumonia, vista algo vá...

- Não preciso, estou me esquentando.

- O que está fazendo?

- Me tocando, estou com muito tesão.

- Pare com isso, não é o lugar.

         A aluna continuou e só parou quando deu um gritinho junto com o orgasmo forte que veio, depois virou para o outro lado, encostando a bundinha arredondada na professora.

- É hoje que não durmo...

Fim do capítulo