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ÚLTIMO MOMENTO DE LUCIDEZ por Karol Rodrigues

Ver comentários: 2

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Palavras: 1626
Acessos: 316   |  Postado em: 28/07/2022

Carta

A você que está lendo isso, não se assuste quando perceber que estou falando de mim no passado.

Porque se você está lendo isso, eu com certeza não estou mais aqui.

Não quero me fazer de vítima nem nada, apesar de que, se você está lendo isso, eu claramente fui vitimada.

Entenda isso como um desabafo. O eco de um grito que eu nunca dei, porque sempre tinha uma mão que me calava. Nessas linhas eu divido com você, o que eu chamo de MEU ÚLTIMO MOMENTO DE LUCIDEZ.

Meu primeiro erro, foi achar que "isso nunca aconteceria comigo". Clássico! Tanto aconteceu, que quando me dei conta já era tarde demais. Meu segundo erro, foi classificar cenas de ciúmes e (no início) pequenas

privações, como "cuidado de quem ama". Meu terceiro erro, foi não ter denunciado o primeiro tapa. Porquê

"Ah, todo mundo faz besteiras de cabeça quente. Não vai acontecer de novo". Pois eu afirmo que: VAI SIM!

No começo é tudo muito sutil. Tudo que você faz acaba se virando contra você e, simplesmente, você aceita.

Porque sempre vai ter uma voz (A VOZ DELE) na sua cabeça, te fazendo acreditar que você poderia ter agido

diferente. Você não precisava ter cumprimentado na rua aquele amigo que conhece desde criança. Não tinha necessidade de você usar aquele short um pouco mais curto. Você não precisava usar um sutiã com bojo na rua. Pra quê? Para as pessoas ficarem imaginando o tamanho dos seus seios? Nem pensar! Você não tinha que ter questionado o porquê dele chegar em casa tão tarde e fedendo a bebida barata. Ele trabalhou o dia todo, coitado, merecia relaxar com os amigos. E os seus amigos? Você não precisava deles, porque ele te fez acreditar que ele seria o suficiente. E você acreditou. Porque ele era um homem bom, e só estava cuidando de você.

Eu fui essa pessoa, que cega pelo que parecia ser um amor correspondido, não percebi que uma teia firme e

intransponível estava sendo cuidadosamente tecida ao meu redor. Eu não fui abusada apenas fisicamente. Os abusos começaram antes mesmo de eu sentir pela primeira vez a força de sua mão no meu rosto. Começou quando, deliberadamente, eu fui afastada das pessoas que, antes de mim, enxergaram o buraco em que eu estava me enfiando. Aparentemente, eram pessoas falsas, que só queriam ter o que a gente tinha. Começou quando eu não podia sair na rua sem avisar aonde eu ia e para quê. E também quando eu chegava em casa e tinha que explicar o motivo de ter gasto 5 minutos a mais do que era esperado para o trajeto que eu havia dito que faria. Mas isso era apenas o sentimento de posse, disfarçado de cuidado e preocupação. Ele só não queria que nada de ruim acontecesse com a mulher.

O primeiro tapa, veio depois de uma briga boba, algo que caiu e quebrou, não me lembro direito. Mas ele veio

seguido por um pedido de desculpas que pareceu tão sincero, que não tinha como não perdoar. Afinal, ele teve uma semana difícil no trabalho e perdeu a cabeça. É claro que ele não faria isso de novo. E por algum tempo (pouco tempo), ele não fez mesmo. Estava mais atencioso, chegando em casa cedo e com uma surpresa aqui e outra ali, porque a mulher da vida dele merecia o melhor.

Mas o melhor dele durou pouco, e o que tinha sido uma situação isolada e totalmente justificada pelo estresse, se tornou parte da rotina, e aquele primeiro tapa foi seguido por um segundo... Terceiro... Quarto. Um soco aqui e um chute ali. Você mereceu! Ele dizia. Por que você me faz fazer isso com você? Ele berrava. Eu dou tudo a você, mas você é uma ingrata! Ele começava a se acalmar e, enquanto eu engolia o choro e segurava minhas lágrimas para não correr o risco de chateá-lo com minha fraqueza, ele se deitava na cama e dormia o sono dos justos.

Àquela altura, eu já não saía mais de casa por vontade própria. Sentia dores demais no corpo para ainda ter

que suportar a dor da vergonha, humilhação e o peso do julgamento das pessoas. Eu não podia acreditar que eu estava naquela situação, totalmente desamparada e a mercê de uma pessoa doente e psicologicamente desajustada. E por muito tempo eu não soube o que fazer pra sair das garras daquele monstro. 

Eu chorei sozinha por noites a fio e nada me dava algum consolo. Nenhuma luz parecia brilhar pra mim, e eu

acreditei cegamente que eu fiz por merecer tudo aquilo. E era sim, tudo culpa minha. Mas não era. Eu nunca

mereci aquilo.

Em uma noite que ele chegou em casa, aparentemente depois de outro dia ruim, a coisa ficou realmente feia.

Ele estava com fome, e eu não tinha feito o jantar. E ele me bateu. De novo. Mais uma vez. Ele não levou em

consideração o meu olho completamente inutilizado por um hematoma. Hematoma esse que ele mesmo havia me presenteado no dia anterior. Cada soco, reverberava na minha cabeça com um ritmo único. Era a minha sonata. Ali foi onde eu imaginei que seria meu fim. Mas não foi. Ainda não.

Uma vizinha, se sentiu solidarizada pela minha situação. Não aguentava mais ouvir calada os meus gritos, que ficavam cada vez mais constantes e dolorosos. Mas espera aí: eu gritava? Não eram os gritos que eu sentia presos na garganta? Talvez essa pressão fosse das mãos dele em volta do meu pescoço. Já não sei mais.

Quando a tortura começava, todo o resto de consciência que existia em mim desaparecia e eu me tornava

aquilo que ele enxergava em mim: um objeto. Algo que pode ser apertado, jogado ao chão, lançado contra

paredes e móveis, e depois deixado num canto qualquer. Eu não era mais eu!

Nesse dia, diferente dos outros, eu fui cuidadosamente lavada, pois o meu nariz quebrado havia feito muita

sujeira, e depois colocada na cama, com tanta sutileza, que era difícil acreditar que aquele selvagem pudesse ser tão delicado se quisesse. Mas então eu entendi. Primeiro a vizinha bateu na porta. Chamou, chamou e, quando não obteve resposta, ameaçou voltar com a polícia. E lá estava ela, minutos mais tarde, batendo novamente à porta com a força policial. Nesse momento, eu estava deitada na cama, completamente vestida, e coberta até o pescoço. O lado do rosto em que meu olho não abria, estava voltado para o travesseiro, e quem olhasse da porta, diria que eu estava em perfeito estado e dormindo a sono solto.

A história de que eu sofria de transtornos mentais e tinha crises diárias, parece ter convencido os policiais,

que depois de uma breve olhada de longe, foram embora pedindo desculpas pelo transtorno causado, e o

aconselhando a pensar na hipótese de me internar, pois eles não conseguiam imaginar como deveria ser para um marido dedicado, dia após dia, ter que lidar com a agressividade da mulher que não batia muito bem da cabeça. E eu estava lá, ouvindo tudo e querendo gritar a plenos pulmões que era tudo mentira. Ele era o agressor. Ele era o doente que precisava de internação. De prisão. Mas eu era incapaz de mover qualquer músculo que fosse.

Ele dormiu no sofá, e no dia seguinte foi trabalhar sem que eu o visse. Não voltou para a casa à noite, e nem

no dia seguinte, e no outro. Depois de cinco dias sem saber do seu paradeiro, e com o corpo mais forte,

comecei a pensar que ele havia fugido. Talvez a visita cordial da polícia dias antes, o tenha inibido e ele

resolvido desaparecer. Munida de uma esperança renovada e agradecida pela oportunidade de um recomeço, procurei uma delegacia para registrar queixa. Fiz todos os exames que a lei exigiu para que se fosse comprovada a agressão, e uma ordem de restrição contra ele foi emitida, seguida por uma mandado de busca para que pudesse prestar esclarecimentos.

Dias depois, soube que ele havia sido encontrado, preso, mas solto sob fiança, já que era réu primário e não

havia se caracterizado o flagrante. Vez ou outra achava de baixo da porta um bilhete contendo uma ameaça ou recebia uma ligação anônima silenciosa. Mas sem ter como poder provar que era ele, a polícia nada podia fazer, a não ser me pedir pra redobrar os cuidados, e que os chamassem caso visse alguma movimentação estranha. Infelizmente, é assim que funciona o nosso sistema, só é efetivo quando já não adianta mais!

Não darei sequência na história, porque não sei como ela irá terminar. Mas, se você está lendo isso, você sabe como ela terminou. Deve ter lido em algum jornal, ou visto o caso na tv. Estou deixando essa história registrada, para que outras mulheres, que estejam nessa mesma situação, não repitam o meu erro. Não se desvalorizem, não se diminuam, não se sintam culpadas. Vocês são fortes e conseguirão se reerguer. Apenas não esperem mais, não se deixem mais enganar por falsas promessas e pedidos de desculpas vazios. Nada justifica essa agressão gratuita.

Infelizmente, quando você ler isso, eu não estarei mais aqui. O que te fará pensar que terá o mesmo fim que o meu, mas veja bem: isso não precisa ser verdade! Que a minha história sirva de exemplo, e ao contrário do

que eu fiz, não se curve e tenha coragem. Ao primeiro sinal de violência, reaja. Não devolva com mais

violência, mas não aceite menos do que a liberdade. Corte o mal pela raiz, e aceite ajuda de quantas pessoas se dispuserem a isso. Não se isole do mundo como eu fiz. Você não está sozinha!

A você que está lendo isso, a decisão é sua! 

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 1 - Carta:
Lea
Lea

Em: 28/07/2022

Boa noite Karol!

Uma triste e infeliz realidade!


Resposta do autor:

Oi, Lea.

Infelizmente isso ainda acontece muito e em todo lugar. ;(

Responder

[Faça o login para poder comentar]

StellaGB
StellaGB

Em: 28/07/2022

Ah, podia ter feito com uma mulher abusiva, pois existem relacionamentos tóxicos entre mulheres também.


Resposta do autor:

Oi, Stella.

Isso é verdade, existe abuso entre mulheres também, porém, felizmente (se é que se pode colocar dessa forma), é menos comum. Eu quis abranger as mulheres de um modo geral, e sob a perspectiva de qualquer tipo de abuso. 

Obrigada pelo seu feedback, pensarei em algo a esse respeito futuramente.

Beijos 

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