Whitout me por Kivia-ass
Oie
Não foi dessa vez!
POV CATARINA
-Ai Cat, eu sinto muito por isso. – Laura me abraçou pelo ombro. – Isso de fato é muito injusto, você é tão talentosa.
-Mas só talento não resolve nada, o que conta aqui é o poder aquisitivo. – Suspirei derrotada, tinha contado para Laura sobre a vaga no ateliê de Malvina. – Eu não sei o que falar para o Eduardo, ele está me esperando para fazer a inscrição.
-Fala a verdade, Catarina. – Laura disse com tranquilidade, mas eu não estava preparada, não queria perder meus amigos por isso. – E se eles se afastarem, eu estarei aqui.
-Obrigada Laurinha, eu te amo muito amiga. – Abracei minha tampinha e agradeci a Deus por ter alguém como ela em minha vida. – Agora vamos, preciso avisar minha mãe que vou direto para o brechó.
-Hoje eu vou até o escritório do meu pai, te vejo mais tarde. – Laura se levantou e juntou suas coisas. – E Cat, às vezes alguém possa te ajudar nesse lance do estágio, converse com as pessoas.
-Nesse lugar ninguém ajuda ninguém, Laura. – Dei os ombros e parti para o banheiro. – Até depois.
Joguei um beijo no ar e fui encontrar minha mãe, minha cabeça estava a mil, não parava de pensar em como tudo dava errado pra mim. Eu me esforçava tanto para ser a melhor, mas parece que isso tudo não valia a pena. Enchi meus pulmões de ar e entrei no banheiro na esperança de encontrar minha mãe sozinha, só queria um abraço dela.
Pigarreei quando vi a novatada abraçando minha mãe, aquilo era bem incomum, tendo em vista que todos os alunos desse lugar são esnobes e parecem não enxergar os empregados.
-O que estava rolando aqui? – Perguntei à minha mãe assim que a menina saiu.
-Ela só não está tendo um dia bom. – Minha mãe continuou limpando o chão. – E parece que você também não está, o que aconteceu?
Comecei a chorar e minha mãe me abraçou, contei para ela sobre o estágio e ela ficou penalizada, com minha situação.
-O meu amor, eu não gosto de te ver assim. – Minha mãe beijou meus cabelos. — Queria poder fazer alguma coisa pra te ajudar, talvez eu possa conversar com o Tassiano.
-Não mãe, ele já faz muito me deixando estudar aqui. – Dei os olhos e limpei meu rosto. – Agora eu preciso ir, só vim te ver.
-Até mais tarde minha filha, quando eu chegar farei brigadeiro para nós. – Sorri e me despedi dela com mais um abraço.
O resto do meu dia foi tranquilo, Eduardo ainda me enchia de perguntas se eu tinha feito minha inscrição e eu acabei mentindo que tinha feito. Passei o dia separando algumas peças no brechó e aproveitei para separar a minha roupa para a festa de Bianca, seria uma festa do pijama e mesmo triste com o dia de hoje e me empolguei com os preparativos, avisei Edu, Geovana e Marcelle que levaria eles comigo e claro que a empolgação deles me contagiou.
-Oi gatinha. – Estava distraída dobrando algumas peças quando Rafael chegou.
-Oi lindo, pensei que não viesse. – Deixei um beijo rápido em seus lábios.
-Fiquei preso no escritório do meu pai. – Rafael e eu começamos a namorar há alguns meses, eu não queria, mas ele acabou insistindo até que eu aceitei. – Já almoçou?
-Fiz um lanche ainda pouco. – Fui até minha bolsa e peguei uma das pulseiras da festa de Bia. – Vai ter uma festa de uma garota da faculdade e eu gostaria que você fosse comigo.
-A jura amor? Você sabe que eu não gosto dessa galera. – Na cabeça de Rafael todo mundo que estudava comigo era do meio LGBT...
-É só uma festa Rafa, nada demais. – Revirei os olhos e ele se aproximou. – Mas se você não quer ir tá tudo bem. Irei com os meus amigos.
-Eu pensei que poderíamos fazer algo só nós dois no sábado. – Ele me segurou pela cintura e beijou meu ombro.
-Eu já tenho compromisso. – Me soltei e voltei a organizar algumas roupas. – Já combinei com o Eduardo.
-Você sabe que eu não me dou muito bem com os seus amigos. – Ele deu os ombros.
-Por puro preconceito né, Rafael? – Coloquei a mão na cintura e o repreendi.
-O Eduardo é muito escandaloso, eu não gosto de gente assim. – O encarei indignada e balancei a cabeça.
-Rafael me dá licença? – O levei até a porta e pedi que ele se retirasse.
-A qual é, Linda? – Não respondi, apenas pedi que ele se retirasse.
Não ia admitir que ele destratasse meus amigos, principalmente Eduardo. Terminei minhas tarefas e fui pra casa, hoje o dia foi cheio demais.
{...}
Já era sábado e logo depois do almoço nos juntamos na casa de Edu para nos arrumarmos para a festa. Como era uma festa do pijama, eu não precisava ir com algo de grife, mas eu caprichei no meu look.
-Cat, eu não acredito que você não foi selecionada. – Eduardo dizia com pesar.
-Pois é, não foi dessa vez. –Dei os ombros e continuei arrumando meus cabelos.
Eu menti para o Eduardo, disse que tinha feito minha inscrição, mas não tinha sido selecionada, ele pareceu acreditar, depois que eu disse que não queria ficar falando muito nesse assunto.
-Ouvi dizer que a filha da Malvina vai estar na festa. – Geovana disse como quem não quer nada. – Talvez a Malvina também esteja e você mostra seus croquis à ela.
-A Malvina tem filha? Deve ser mais uma dessas riquinhas mimadas. – Eduardo disse sorrindo e eu sorri junto.
-Como se você também não fosse, né baby? – Meu amigo deu os ombros e continuou mexendo no computador.
-Cat, a Geo tem razão. – Ele se virou e me encarou. – Você é boa demais, leva seus croquis, talvez você descubra quem é a filha dela e peça pra ela entregar pra mãe.
-Quem sabe. – Eu não estava muito confiante, a filha da Malvina deve ser mais uma dessas mimadas que pisam em todo mundo.
-E se não encontrar, eu dou um jeito de entregar à ela quando meu estágio começar. – Edu bateu palmas e eu sorri de lado.
Fim do capítulo
Volto logo!
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