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Amoras por Klarowsky

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Palavras: 3872
Acessos: 727   |  Postado em: 06/04/2022

Encontro Inesperado

Laura

A proximidade do hotel ao imponente restaurante "L'Avenue", me assustou pela possibilidade de Joseph estar mais perto do que imaginava, apesar de estar sedenta por encontrá-lo. O motorista estacionou paralelo à entrada e pedi que ficasse no carro de prontidão, caso fosse preciso usufruir de sua segunda identidade como policial.

O restaurante,localizado numa esquina movimentada, dispunha de mesas na área externa, todas cobertas por toalhas brancas de algodão egípcio, compondo a decoração com cadeiras igualmente brancas num veludo alemão, cercadas por floreiras altas com folhagens em tons de verde militar, num prédio arquitetônico da França século XV. Ao entrar, um garçom me recebeu com cordialidade e escolhi sentar de frente para a rua, de modo a poder ficar atenta a toda movimentação.

Antes que pudesse chegar a água que pedi, uma Mercedes - Maybach s600 preta parou na porta do estabelecimento e eu, amante de carros, contemplei cada curva da maravilhosa máquina que trouxe em seu interior, um senhor branco,de média idade, com chapéu panamá preto, vestido num conjunto de terno cinza milimetricamente perfeito no corte feito à medida, camisa branca de punhos largos com abotoaduras douradas e gravata em pura seda de poá preto com branco. Um senhor daqueles que esbanja sofisticação no olhar. Do meu lugar, contemplei a elegância em descer da lindíssima Mercedes e entrar no restaurante, dirigindo-se diretamente a mim.

O olhei, quase boquiaberta e completamente atônita, sentar-se à minha frente, sem pedir licença. Cruzou as pernas, abriu um sorriso modesto e em português com sotaque, se apresentou:

- Iván Rostova - estendeu a mão em cumprimento.

Apertei sua mão, sem falar meu nome, apenas o observando, sem entender como que um senhor dessa classe veio falar diretamente comigo, que estava à espera do asqueroso Joseph.

- Não é necessário se apresentar, Laura Veigas - sorriu gentilmente - já sei o suficiente da senhorita.

Arqueei a sobrancelha e franzi o cenho, demonstrando interesse em saber o que ele já sabia de mim.

- Sabe Laura - ele começou com o cenho franzido e olhando para a rua - Certa vez conheci um senhor que me contou a história de uma garota muito inteligente, amante de música clássica e que tinha uma proximidade muito linda com seu pai, um senhor autodidata bastante querido. Certa manhã, quando tinha 10 anos de idade, essa menina infelizmente presenciou um acidente que ceifou a vida de seu amado pai, junto da sua mãe..

Meu coração disparou com o começo da sua fala e, instintivamente levei a mão dentro do casaco, segurando a coronha da pistola.

- Não sou seu inimigo Laura - falou olhando-me profundamente - Sou a única pessoa que pode trazer sua Alice de volta a você.

- Quem é você? - perguntei com os dentes cerrados e abrindo o botão do coldre.

- Antes de responder quem eu sou, seria melhor que olhasse em volta com bastante atenção, e tirasse a mão de seu coldre.

Discretamente olhei em volta, e todas as pessoas presentes nas mesas ao lado, me olhavam, cada um com a mão em lugares estratégicos de porte de armas. O coração disparado, juntou-se ao arrepio que percorreu desde o calcanhar até o alto da cabeça e a respiração ofegou imediatamente. Voltei os olhos ao elegante senhor Iván que me olhava com paciência e um leve sorriso nos lábios. Tirei a mão do coldre e discretamente, apoiei os cotovelos na mesa e o queixo nas mãos.

- Muito bem, menina! Posso ver que sua fama de esperta, condiz com a realidade - sorriu gentilmente.

- Quem é você e o que quer? - perguntei sem paciência.

- Já me apresentei e isso é tudo o que precisa saber - elevou o corpo à frente, ficando mais próximo a mim - Quero algo que você tem, para ser mais específico, uma das suas muitas empresas.

- Qual e por quê? - mantive o olhar e a fala com firmeza.

- NetCel e quero porque ela é uma empresa muito importante para meus negócios.

Sorri com desdém, meneando a cabeça.

- Você chega em um carro blindado, elegantemente bem vestido, tem um restaurante inteiro ao seu dispor para segurança, sabe toda a história da minha vida e fala que quer a empresa que comprei a preço de barganha? - dei de ombros - Tenho cara de quem está aqui para brincar, senhor Rostova?

- Gosto de você, menina - Mais uma vez sorriu, agora com alegria e brilho nos olhos- Você é peculiar, como já tinham me dito.

- Não estou a ponto de dizer o mesmo do senhor - sorri com ironia - Por que quer a NetCel e o que sabe da Alice?

- Vamos lá, senhorita Veigas - franziu o cenho e sorriu - Alice está sob os cuidados de um garoto chamado Joseph Gordon, metido a mafioso, que vem atrapalhando meus negócios portuários, levando a polícia a lugares que não deveria estar - descruzou as pernas e cruzou de outro lado, entrelaçando as mãos a frente do joelho - E a NetCel, detém hoje o poder de controlar as torres de transmissão dos sinais de internet para o Brasil todo, cuja rede de informação, é do meu interesse em inspecionar para chegar a nomes - mordeu a parte interna dos lábios, refletindo o que falar - Interessantes, se posso assim dizer.

O ouvi com os olhos arregalados, perplexa com tanta frieza e destreza no falar, esbanjando paciência e tranquilidade.

- Está me dizendo que é inimigo de Joseph e que sabe onde Alice está? - perguntei dando de ombros - E que a empresa que comprei apenas por impulsividade, é uma companhia em potencial para a máfia, é isso?

- Quase tudo isso, senhorita! - sorriu gentilmente - Não sou inimigo do Joseph! Ele é cachorrinho de estimação do meu inimigo, e, graças a você, em busca da sua amada Alice, consegui chegar nele e na empresa que temos interesse comum.

- E seu inimigo que tem interesse seria....

- Se te falasse o nome, teria que te matar - deu de ombros - Daí minha presença nesse lindo lugar seria inútil - sorriu com sarcasmo.

- Certo, sr Rostova - encostei na cadeira - Está me propondo que, te dê a NetCel, em troca da Alice. É isso? - perguntei mordendo os lábios inferiores.

- Sim, querida! - sorriu gentilmente - Estou encantado com tamanha inteligência. Não é a toa que é a Ceo mais bem falada das Américas.

- Obrigada! - respondi secamente - E qual garantia eu tenho de que está falando a verdade para mim?

Ele me sorriu mais uma vez e levantou o dedo indicador. Imediatamente, de dentro do carro, estacionado na frente, saiu Marrie, a bonita policial que esteve comigo no hotel e veio ao nosso encontro. A observei ainda mais atônita, com uma certa lentidão nos pensamentos e leve tontura.

- Marrie Lozhan - ele a apresentou - Acredito que já se conhecem, não é?!

Ela me sorriu e sentou-se ao meu lado e eu, permaneci calada, tentando organizar meus pensamentos.

- Marrie - ele voltou a falar, sem desviar os olhos de mim - A senhorita Veigas quer uma garantia de que estou falando a verdade a ela.

- Laura, o sr Rostova é um importante colaborador da Cia e da Interpol - Marrie falava com tranquilidade - Ontem, ao chegarmos no porto de Roterdã, a polícia nacional acabou encontrando um carregamento importante do sr Rostova, atrasando uma das suas entregas para o enriquecimento de urânio no Irã- continuou a falar tranquilamente - Isso só aconteceu, pois recebemos notificação de carregamento de carga viva, no nome de Joseph Gordon e tivemos que intervir, acreditando ser pessoas traficadas do Brasil. O prejuízo pelo atraso na entrega do sr Rostova, será cobrado do Joseph, e com isso, podemos recuperar a senhorita Alice.

- E você trabalha para quem afinal? - perguntei com perplexidade.

- Sou uma agente múltipla - deu de ombros - Trabalho para o interesse maior da humanidade, em busca de solucionar casos que envolvem risco iminente de danos irreversíveis à vida humana.

Balancei a cabeça, boquiaberta,olhos arregalados, com dificuldade em assimilar tanta informação.

- Se aceitar essa proposta, o que devo fazer? - perguntei a ambos.

- Apenas me passar a NetCel - respondeu Iván - É tudo o que quero e preciso.

- E a Alice? - perguntei.

- Será resgatada de forma segura.

- E eu, só espero? Volto para o hotel e aguardo, pacientemente? - retruquei.

- A menos que a senhorita tenha arsenal russo suficiente para enfrentar uma guarda com alto poder bélico e um pessoal treinado para invadir o forte que o sr Joseph, carinhosamente chama de mansão - ele deu de ombros - Desse modo, quem fica no hotel - sorriu com ironia - Luxuoso e confortável hotel, será eu.

Marrie me olhava demonstrando segurança e Iván, não desviava o olhar dos meus olhos, aguardando uma resposta. Minha mente trabalhava de forma lenta e dificultosa. O sorriso da Alice, mesmo sem ser momento de aparecer, visitava as memórias e me fazia lembrar da sua empolgação em elevar o valor de mercado da empresa em questão. Me lembrei da ligação recebida ontem do Joseph, perguntando de sua mãe e agredindo Alice, e isso, fez meu coração voltar a descompassar com fúria.

- E o Joseph? - perguntei com raiva - Qual o destino dele?

- Depois que ele me levar até o chefe dele, pretendo só o encontrar no inferno, se é que ele existe - deu de ombros Iván.

- Tenho perguntas a ele - o interrompi, esbravejante.

- Se preferir, posso deixá-lo ao seu dispor.

- Ok, sr Rostova - respondi sem cordialidade - Me mostre o caminho a seguir para encontrar Alice e falaremos da empresa.

- Então, negócio fechado, senhorita Laura Veigas - Iván estendeu a mão em cumprimento e levantou-se. Marrie o acompanhou - Aproveite a estadia em Paris, é por minha conta - piscou e saiu rapidamente.

Enquanto os dois entravam no carro e saíam, me vi atônita e sem destino. Se antes já estava sem saber por onde começar, agora estava ainda mais perdida, confiando minha vida e da Alice a pessoas desconhecidas, sem opções e solução. Em meio a esse emaranhado mental, senti o celular vibrar e uma mensagem chegar:

Bia: Bom dia Laura. Através de rastreio na ligação que fiz para o Joseph, eu e a polícia encontramos o local exato da mansão. Segue as coordenadas: 48 51 '23' 'N, Longitude: 21 2 a'7" E. Não vá sozinha e me dê notícias.


******************************************************************************************

Alice

Joseph deixou a mansão logo após ficar um tempo falando ao celular, fechado no escritório junto com a Mirela. Assim que saiu da mansão e levou todos os guardas que ficam dentro da casa junto dele, deixando apenas os seguranças da área externa, percebi que seria a oportunidade de tentar conversar com as demais moças, sem que fôssemos vistas ou seguidas.

Apesar da dor na costela, me voluntariei para fazer a limpeza da casa, pois desse modo, teria como circular por todos os cômodos e conseguir analisar as possibilidades de me ver livre desse lugar.

Ao me entregar um daqueles carrinhos de limpeza e as chaves de todas as portas, inclusive do escritório, Mirela contou rapidamente que sua irmã ligou para falar com Gordon e estava mais aliviada, pois dessa forma, ele a trataria apenas como serviçal. Não entendi muito essa relação do Joseph com a irmã de Mirela, no entanto, deixei para conversar sobre isso, em outro momento que tivesse mais tempo.

Entre todos os cômodos disponíveis, escolhi ir direto ao escritório para averiguar quais as chances poderia planejar. Ao entrar no ambiente, além da mesa do Joseph e um sofá roto, uma parede cheia de televisões me chamou atenção. Cada tela mostrava um cômodo da casa, passando a visão exata de tudo o que acontecia no momento. Quarto a quarto, totalizando doze, mais a sala, cozinha, área externa, jardim e rua. Esta última, focada com três câmeras sendo a frente do portão, filmando uma rua curta e estreita e os dois lados da entrada, mostrando que a mansão estava situada em uma área vasta e pouco habitada. Nos quartos, as moças que não tinham dormido com acompanhantes, estavam acordando e começando a se arrumar para o dia monótono, enquanto as acompanhadas, despediam-se dos senhores da festa na noite anterior.

Disposto sobre a mesa, um porta retrato com a foto de um menino ruivo, segurando a mão de uma senhora também ruiva, em uma praia, ao lado do notebook ligado e com senha para acesso, vários cadernos contendo muitos nomes e números. Uma contabilidade esquisita que seria necessário mais alguns dias para estudar a lógica das finanças demonstradas. Após analisar os pertences da mesa, fiquei um tempo observando as câmeras e procurando os pontos cegos de cada ambiente, de modo que fosse possível conversar sem estar sendo vigiada.

Percebi que a maioria das moças estavam na cozinha tomando café, e sem perder tempo, apressadamente desci, mentalizando a maquete do local para ficar no ponto cego.

O barulho de vozes, misturado ao tintilar de talheres e cerâmicas dos aparatos de mesa, me fizeram ter que falar alto para que pudesse ser ouvida:

- Ei, meninas! Prestem atenção em mim!

Todas me olharam assustadas e calaram-se.

- Continuem o que estavam fazendo, apenas me ouçam! Eu estou em um ponto cego da câmera - apontei para a direção - Então sejam discretas, apenas me ouçam.

Rapidamente voltaram aos seus afazeres, comendo e se servindo, porém, quietas.

- Antes de continuar, preciso saber se alguma de vocês está aqui por livre e espontânea vontade?

Ninguém se manifestou, então continuei:

- Se nenhuma está aqui porque quer, significa que todas somos prisioneiras do Joseph, e isso, não pode continuar assim. Somos a maioria e se trabalharmos em equipe, conseguiremos sair daqui.

Mirela chegou do meu lado e começou a falar:

- Meninas, apesar de ser a mais nova em idade, mas vi cada uma que está aqui chegar, assim como já vi muitas outras partir, morrer ou se matar. Estou nessa vida já fazem 6 anos e a única que conseguiu sair porque fugiu, foi minha irmã que infelizmente, acabou caindo na mão do Joseph mais uma vez e hoje, apesar de viver no Brasil, ainda é submissa a ele pois ele a chantageia com a minha vida. Logo vocês começarão a ser enviadas para outros lugares, como alguns abrigos horríveis que tem muitas de nós se prostituindo a baixo custo, ou para serem dama de companhia de homens poderosos. É a primeira vez que vejo alguém chegar e enfrentar o Joseph como a Alice fez, além de conhecer ele antes de vir pra cá. Acho que vale a pena a gente tentar se unir.

Enquanto ela falava, observava as expressões de cada uma se fechar e os olhos marejaram-se. Todas novas, cheias de vida e sonhos, lindas e presas, à mercê de um psicopata doentio e sádico.

- Alguma se opõe a formarmos uma equipe e tentar juntas, sairmos daqui? - perguntei ao final da fala da Mirela.

Novamente, nenhuma se manifestou.

- Vamos considerar esse silêncio como um abraço caloroso e grito de guerra de equipe - sorri e elas também sorriram - Juntas iremos derrotar esse maluco!

Deixei a cozinha e voltei aos afazeres, considerando que já estava fora das câmeras tempo suficiente para encontrar problemas posteriores.

A casa, apesar de ser comandada por Joseph, não é de toda decorada no mal gosto. Não fosse as condições arbitrárias de estadia e permanência, poderia dizer que é um lugar com muito conforto a oferecer, bonito, tranquilo. Em outras circunstâncias, seria um ótimo hotel, com muitas opções de lazer e descanso, como piscinas, sauna, banheiras de hidromassagem, espaço para massagens e relaxamento. Meu cérebro, treinado para investir, já idealizou no vasto gramado em volta da casa, vários campos de golfe, pistas de caminhada e até mesmo, uma baia para criação de cavalos marchadores, iguais aos que a Laura tem. Seria um lugar incrível e muito gostoso de se hospedar ou viver.

Lembrar na criação da Laura, remeteu-me ao nosso primeiro beijo e a saudade me dominou por completo. Desejei ardentemente vê-la mais uma vez, sentir seu cheiro que me embriaga e transporta para uma realidade paralela, deliciosa, onde existe só nós. Seu beijo que me inebria. Que saudade da sua alegria e tentativa em controlar tudo e todos, mas quando estamos juntas, perde completamente a sede de poder e se entrega completamente ao nosso amor.

A saudade foi tamanha, que derramou-se de meu corpo em forma de lágrimas, lavando meu rosto, misturado ao suor causado pelo trabalho.

Já exausta e ainda com dores na costela, começando a ter febre, retornei ao escritório para agora, efetivamente o limpar.

Mesmo com a ausência de horas do asqueroso Gordon, o ambiente ainda fede ao seu cheiro de charuto barato, misturado com álcool e um perfume de péssimo gosto, de notas amadeiradas e enjoativa. Efetivei a limpeza tentando com o cheiro dos produtos, diminuir o odor do ambiente, tentativa em vão pois o cheiro já está impregnado na atmosfera. Estava deixando o local, quando ao fechar a porta, olhei para a parede de televisões e na que reflete a imagem da frente do portão, vi um caminhão de lixo estacionar. Voltei rapidamente para a frente da tv e observei o que poderia ser um plano de fuga: sair pelo lixo. No entanto, o planejar uma fuga, ficou em segundo plano, quando o caminhão deu ré para encaixar os contêineres e, da cabine, desceu aparentemente um coletor de lixos, negro, que observava atentamente a fachada e tentava empurrar o portão, enquanto o motorista encaixava os contêineres no mecanismo de içar. Olhei com atenção o coletor, vestido de macacão cinza, boné sob os cabelos armados e, peitos fartos. Estranhei me parecer familiar o andar e a fisionomia. Foquei a atenção e a surpresa foi imensa ao constatar, que o coletor, seria a mais linda e exuberante de todas as criaturas já constituídas pelo Eterno e meu pobre coração não aguentou. Disparou-se feito foguete, causando palpitações e falta de ar. As pernas bambearam e o sentido, quase sumiu por alguns segundos. A visão deu uma leve escurecida, mostrando que a pressão sanguínea baixou e nos ouvidos, um zumbido se elevou. A boca secou e amargou-se. Minha Laura, meu amor, minha amora, a mulher da minha vida e dos meus sonhos, na frente da mansão do Joseph!


***********************************************************************************************

Bia

Nem nos meus melhores sonhos, consegui vislumbrar a sensação de ser útil e tão bem tratada como tem sido essas últimas 48 horas da minha vida.

Por tanto tempo, servi obrigatoriamente uma pessoa mesquinha, doente e completamente insana que só prejudicou inúmeras famílias e vidas. Nesses 6 anos, me senti imunda, ridícula e imoral, indo na contramão do que meus pais me ensinaram com tanto afinco e amor e diariamente, me cobrei por isso. Presenciar e até mesmo participar do sequestro da Alice, foi como um divisor de águas na minha vida. Não pude mais compactuar com essas atrocidades praticadas pelo Joseph. Falar a verdade, de cara limpa e ser aceita, mesmo com todas as fichas contra mim, despertou em mim, um sentimento de ainda, ser ser humano e imaginar um futuro comum.

Conseguir expor o mínimo que sei para a Laura, apesar da vergonha absurda de estar frente a frente com uma mulher tão linda e poderosa como ela e reconhecer minha hospedagem na escória da sociedade, me fez acreditar que sou capaz de melhorar e alcançar a libertação dessa vida horrível. Para além da Laura me ouvir e acreditar em mim, ter uma pessoa como a Mayza, disposta a me ajudar, abrir sua casa e me acolher, foi e tem sido uma das melhores surpresas da vida.

Ela tem um jeito doce e encantador de ser. Desde que me socorreu no dia do acidente e me levou de volta pra casa, tem sido uma figura importante nesse processo que acredito, ser de evolução. Abriu a sua casa e o coração para me receber. Quando volto da delegacia, com a cabeça cheia de preocupações e cansada pelo dia, ela está literalmente de braços abertos a me receber na sua humilde residência, um estúdio adaptado com cama, geladeira e mesa, e me abraça, um abraço forte e demorado, que tem funcionado como um descarrego de energias negativas. Essas duas noites, foram leves, regadas a muita conversa e risadas, com cerveja gelada e comida de aplicativo. Uma grata e linda surpresa que a vida me reservou. Uma moça linda, alto astral, desprovida de bens materiais, mas dona de um sorriso encantador e companhia ímpar. Me ouve sem julgamentos e me olha, como se eu fosse a mais bela das mulheres. Hoje pela manhã, me acordou segurando uma caneca de café recém passado, e após me desejar bom dia com um beijo no rosto, falou que iria até a casa da mãe da Alice levar notícias do que conseguimos avançar nesse pouco tempo. Quando percebi, estava sentada na cama, com a caneca apoiada no joelho dobrado em "pernas de índio" e sorrindo dessa atitude tão linda e leve, dessa mulher com ar travesso que tem me encantado. Ela conta suas peripécias e me faz rir sem perceber, do nada me rouba um beijo no rosto, de um jeito leve que me faz sentir importante e me manda mensagens o dia todo, desejando boa sorte em tudo que faço. São apenas dois dias de convivência que tenho a impressão, de serem anos. Intensa, linda, carismática, carinhosa, inteligente e sagaz. Tudo em um só pessoa, disposta a ser o que quer que eu queira que ela seja, e apesar da baixa estima em me sentir a pior entre todas as pessoas, me faz sentir ser capaz de ter alguém especial ao meu lado.

Hoje pela manhã, logo após conversar com o Joseph ao telefone na presença dos policiais e conseguir sua localização, entreguei uma lista de nomes, desde pessoas comuns, até poderosos políticos e influentes na economia, todos ligados ao esquema corrupto e imundo do Joseph. Devido a isso, foi disponibilizado a mim, segurança em tempo integral.

Como estou ainda atuando um duplicidade, mantendo contato como o Joseph e ao mesmo tempo colaborando com a polícia, o próximo carregamento de meninas para a Europa, passa pela minha organização, e por dica minha e autorizado pela equipe de equipe de investigação, esse carregamento será especial, com policiais infiltrados e disfarçados de pessoas traficadas. Desse modo, teremos pessoas prontas para começarem a desmoronar internamente esse esquema perverso.

Já com as horas do dia avançada e sozinha no estúdio da Mayza, me preparava para dormir quando recebo uma mensagem da Laura, que muito me assustou:

Laura: (uma foto do portão da mansão) - Estou aqui, mas é impossível entrar. Vou passar as coordenadas para a Marrie e espero em breve, estar com acesso para a parte interna. Obrigada. Seguimos!

Laura é destemida e implacável. Não pude imaginar que iria sozinha e sem apoio tático até o local que passei as coordenadas, no entanto, agora que ela fez isso, é prudente esperar a retaliação de Joseph, que, se descobrir que estou por trás disso, será cruel com a Mirela.


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