Capitulo 18
Assim que atravessei a porta todos me olharam, mas meus olhos foram de encontro aos de Claudia que me olhou e ficou vermelha, talvez vergonha por seus pais estarem em casa antes mesmo de me apresentar formalmente e eu sorri.
- Olha quem acabou de chegar. – Vanessa fala sorrindo.
- Demorou cunhada. – Gisele me olha e ver as sacolas em minhas mãos. – A fila do mercado estava grande não é? – Agradeci mentalmente por ela me ajudar.
- Ohh sim, sim, desculpem a demora, deixei o celular no carro e acabei demorando por conta da fila no mercado.
Olhei para o sofá e vi um casal muito bem vestido, o senhor tinha um sorriso charmoso nos lábios que lembrava muito o sorriso da Gisele, seus olhos eram da mesma cor dos da Claudia, um senhor muito bonito, a senhora tinha os olhos castanhos e seu sorriso era alegre, sua postura de madame lembrava muito a Gisele porém quando ela levantou e veio em minha direção notei a semelhança na forma de andar e até de olhar com o da Claudia.
- Seu Alfredo e Dona Maria Antônia, esta é Renata Reis a minha namorada, Renata esses são meus pais. – Claudia fala sorrindo tímida me olhando.
- Muito prazer Dona Maria Antônia e senhor Alfredo. – O casal veio em minha direção e logo recebi um abraço de cada um.
- É um prazer finalmente conhece-la. – Dona Maria Antônia fala me olhando nos olhos e sorrindo.
- O prazer é todo meu dona Maria Antônia. – Correspondi ao abraço da senhora e eu me senti mais calma. – Fico feliz em recebê-los em casa, desculpem ter demorado a chegar.
- É um prazer conhece-la Renata. – Senhor Alfredo me abraçou e depois me olhou nos olhos. – Parece um anjo de tão linda, nem parece que colocou a Luana no devido lugar dela. – Corei né? Com certeza Gisele deve ter comentado do ocorrido.
- Deixa eu levar as sacolas para a cozinha Rê. – Vanessa fala e já vai pegando as sacolas.
- Trás um copo d’água, por favor? Trouxe o remédio da Claudia. – Pedi olhando minha amiga que logo sorriu.
Sentei ao lado de Claudia que me olhava e sorria e Gisele ao lado dos pais.
- Pois então pai, eu não vi a direita que ela deu na idiota da Luana, mas pelo que Andreia me contou a fez cair sentada. – Começou a rir e ali tive certeza que ela realmente contou todo o ocorrido do dia anterior.
- Não sou de violência. – Falei com vergonha. – Mas jamais iria deixar alguém agredir a Claudia. – Olhei para minha namorada que acariciou meu rosto.
- Luana sempre foi muito abusada, estava na hora de alguém dar uns sacodes naquela atirada. Não sei como minha Claudia teve coragem para namorar aquela mulher. Dei graças a Deus quando foi embora. – Dona Maria Antônia falou olhando para Claudia que baixou os olhos envergonhada.
- Mãe isso ficou no passado ok? Eu era jovem, já conversamos sobre isso. Luana não irá mais me procurar. Deixei claro hoje a tarde que estava com a Renata e que não a deixaria por nada. Nos despedimos numa boa e ela não forçará nada! – Claudia falou e me olhou, eu não disse nada, apenas fiquei analisando suas palavras. Logo Vanessa veio da cozinha e entregou o copo com água para Claudia e eu dei o remédio para ela, vi que seu pé machucado não estava apoiado.
- Você não pode ficar com a perna assim. Você ouviu a Marcinha, tem que colocar a perna para cima, me deixa ajudar você. – Coloquei sua perna sobre o centro da sala apoiado numa almofada. – Está bom assim? – Perguntei olhando para ela que só sorriu e assentiu, correspondi seu sorriso e me voltei para seus pais que nos olhavam curiosos e sorrindo, fiquei corada e baixei os olhos.
- Mãe, pai estão deixando minha cunhada envergonhada. – Gisele começou a rir e Vanessa acompanhou.
- Renata sempre foi muito tímida, tem um coração de ouro essa minha amiga. Só um pouco geniosa. – Vanessa fala sentando ao meu lado.
- Vocês são muito amigas não é? –Seu Alfredo pergunta.
- Muito, Vanessa ficou ao meu lado nos momentos mais difíceis da minha vida, digo que ela é minha família, minha irmã.
- De fato conhecendo você agora, vendo a forma que trata e protege a Claudia e o quanto Gisele fala de você vejo que finalmente achamos uma boa nora. Seja muito bem vinda a nossa família Renata Reis. – Dona Maria Antônia fala e eu sinto meu coração acelerar.
- Agradeço todo o carinho e posso garantir aos senhores e a Gisele que cuidarei da Claudia e a farei feliz sempre. – Falei segurando sua mão.
- Acharam uma boa nora é? Deveriam agradecer a Juliana que fez toda a palhaçada e a mim que contratei a Renata. – Gisele falou para descontrair e eu comecei a rir.
- Na verdade, fui EU quem achou uma boa nora para vocês tá? Eu quem peguei o celular dela e gravei meu numero, EU quem mandei mensagem e EU quem pediu em namoro. – Claudia fala rindo e Vanessa começou a gargalhar.
- Tenho que concordar se não fosse a Claudia do jeito que a Renata é lerda elas ainda estavam se conhecendo.
- Obrigada pela parte que me tocas Vanessa. – Comecei a rir.
- Mas e você Vanessa? – Senhor Alfredo olha minha amiga e depois olha Gisele que já ficou vermelha.
- Eu o que senhor Alfredo? – Minha amiga pergunta desconfiada.
- Quando vai pedir nossa filha em namoro? – Dona Maria Antônia pergunta e Vanessa fica pálida com a boca aberta, Claudia e eu não aguentamos e caímos na gargalhada.
- Vocês duas parem de rir, quero ouvir a resposta da Vanessa. – Seu Alfredo nos repreende e logo calamos.
- Pai e mãe... Isso é coisa de se perguntar? – Gisele que agora adotou uma postura tímida se manifesta. – E como vocês sabem que nós estamos nos conhecendo, eu não comentei nada. – Olhei minha namorada que abriu um risinho irônico e ali soube que ela quem comentou.
- Sua irmã que nos contou ué. – Os pais da minha namorada começaram a rir e Gisele olhou para a irmã.
- Ué maninha, achou que eu deixaria de falar da minha futura cunhada para nossos pais? – Claudia começou a rir e eu logo me lembrei de quando Gisele falou do nosso namoro para os pais.
- Pois então Vanessa? Não pretende ter algo sério com Gisele? – Seu Alfredo perguntou de novo e vi minha amiga ficar ainda mais pálida.
- Pai, por favor, não...
- Senhor Alfredo e Dona Maria Antônia a minha pretensão com a Gisele é de ter algo sério sim, não quero viver apenas uma aventura com ela. Ela merece muito mais e eu estou disposta a oferecer caso ela aceite e os senhores permitam. – Eu estava com a boca aberta, Vanessa estava se declarando, aliás, pedindo a mão de Gisele em namoro aos seus pais?! Oi? – Apesar de saber que ela saiu a pouco tempo de um casamento e diante de muitas coisas que conversamos e que aconteceram, sei que ela gosta de mim tanto quanto eu gosto dela. – Olhou para minha cunhada que estava com os olhos marejados e sorriu. – Eu nunca pedi ninguém em namoro e como sabe meu último namoro sério foram anos atrás, mas estou disposta a tentar com você Gi. Já estava pensando em te pedir, mas acho que diante dos seus pais é a maior prova de que eu quero apenas você. Aceita namorar comigo?
- Meu Deus Van... – Gisele começou a chorar e foi em direção a minha amiga. – É claro que eu aceito, seria louca de não aceitar. – Abraçou minha amiga. – Você está tremendo, tá tudo bem?
- Claro que estou tremendo, estou pedindo você em namoro na frente de seus pais e sua irmã queria o que? – Vanessa sendo Vanessa, sei que tentou descontrair, mas se pudesse sumia de nossas vistas.
- Vejo que minhas duas filhas finalmente acertaram. – Senhor Alfredo começa a falar. – Da mesma forma que Renata é muito bem vinda em nossa família você também é Vanessa, será muito interessante ter uma delegada e uma detetive em nossa família. – Sorriu. – Mas espero que vocês duas façam nossas meninas felizes e cuidem delas, caso contrário irão ganhar dois inimigos.
- Esse papel de malvado não combina com você Alfredo. – Dona Maria Antônia fala sorrindo e logo seu Alfredo sorri também. – Meninas, viemos aqui para conhecer uma nora e estamos saindo com duas que nos provaram gostar de verdade de nossos bebês. Simpatizamos muito com vocês duas e estamos vendo que andam cuidando muito bem das meninas, porém exijo que todo domingo vão almoçar lá em casa, queremos conhecer mais de vocês. – Olhou o relógio e olhou para nós. – Infelizmente teremos que ir agora, temos um jantar com um sócio, mas esperamos vocês quatro amanhã lá em casa. Vamos querido?
- Vamos amor. Meninas tenham uma ótima noite e esperamos vocês amanhã.
Meus sogros se despediram dando um abraço em cada uma de nós Gisele era só sorrisos para o lado da Vanessa que correspondia a todos, estava muito feliz por minha amiga.
- Rê, podemos conversar agora? – Claudia me olha com um olhar triste que me apertou o coração.
- Podemos, vamos para o quarto. Espera vou pegar sua muleta, esqueci no carro. – Fui correndo no carro e peguei a muleta que comprei para ela assim que entrei em casa Vanessa e Gisele já haviam ido para o quarto, Claudia falou que as meninas só iriam tomar banho enquanto a gente conversava, subimos para o quarto comigo ainda auxiliando Claudia por conta das escadas e assim que entrou eu fechei a porta.
- Sei que vacilei amor, mas me deixa explicar tá bom? – Claudia fala me encarando.
- Ok.
- Bom, assim que saí da sala e estava descendo para vir embora eu vi a Luana vindo e para evitar uma conversa acelerei o passo o que me fez tropeçar e cair e como ela estava perto correu para me socorrer, eu senti muita dor tanto que achei que tinha quebrado porque inchou muito na hora e ficou meio roxo. Eu ainda contestei, mas a dor me fez aceitar ir com ela para o hospital, eu falei que estava de moto para irmos com ela, pois não queria fazer alguma de vocês irem buscar e sei que você só dirige. Assim que chegamos ao hospital ela foi fazer minha ficha e eu segui com o enfermeiro para tirar o raio x e enquanto a tal da Marcinha analisava solicitei que ela ligasse para você para avisar.
- Certo e em que parte você permitiu ela acariciar seu rosto e segurar sua mão? – Perguntei em pé olhando para ela analisando suas expressões.
- Já no quarto ela se aproximou de mim pedindo desculpas pelo descontrole e por tudo que me fez passar quando estávamos juntas, falou que se arrependeu de ter ido embora e me deixado e que me queria de volta. – Sentia meu rosto esquentar de raiva e meu coração comprimiu de medo, baixei meus olhos e caminhei até a janela do quarto. – Mas eu disse que te amava e nada me faria deixar você, que nossa história havia terminado e para mim é um assunto encerrado ficará no meu passado. Ela se aproximou de mim e falou que já imaginava que isso aconteceria, pois era nítido o brilho dos meus olhos quando falo de você e então se aproximou de mim falando que só queria minha felicidade e se fosse ao seu lado ela entenderia e foi por isso que ela estava acariciando meu rosto e segurando minha mão. Juro que não teve nada demais estávamos colocando um ponto final em tudo.
- Não sabia que precisava tocar para encerrar um assunto. – Falei brava e ela sorriu.
- Não sabia que era ciumenta. – Claudia pegou a muleta e veio em minha direção. – Eu te amo Renata e nada, nem ninguém me fará deixar você. Luana não significa mais nada para mim você é única. – Enlacei sua cintura e beijei sua boca de forma possessiva, puxando mais seu corpo contra o meu, esqueci completamente que minha namorada estava machucada quando ela soltou um gemido de dor.
- Amor, desculpa. Olha eu sendo estabanada de novo, vem sentar vem. – Ela começou a rir.
– Tudo bem amor, só foi uma fisgada. – Me olhou nos olhos e sorriu. – Você é perfeita sabia? Tudo que eu sempre quis. – Me deu um selinho. – Pode me ajudar a tomar banho?
Ajudei minha namorada a tomar banho, aliás, tirei sua botinha ortopédica para ela tomar banho e logo depois coloquei, Claudia tomou banho sozinha só ajudei a se secar e se vestir, foi difícil me controlar para não toma-la, mas consegui.
Logo as meninas chegaram e ficamos em meu quarto comendo e conversando, era simplesmente maravilhoso ter essas três mulheres em minha vida.
Fim do capítulo
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Marta Andrade dos Santos
Em: 30/11/2021
Luana a fila andou aceita que dói mesmo ou não.
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