05. Tempo para Pensar
SOPHIE LOPES
Me despedir da minha família foi a parte mais difícil da minha volta para o Rio de Janeiro. Todos os três foram me deixar no aeroporto. Minha mãe não conseguia parar de chorar e papai tentava acalmá-la. Já a Lara continuava com as suas especulações. Minha irmã não me deixou em paz desde a noite que saímos com Elisa, o que foi a 2 dias.
- Você não vai me contar mesmo porque demorou tanto no carro de Elisa? - Lara era muito insistente e muito irritante.
- Já disse, era assunto de trabalho. - Menti.
- Sei, você não sabe mentir Sophie. Mas tudo bem, vou ligar para a Lizzy e perguntar dela. - Ela sabia muito bem como me irritar e o pior é que ela ligaria mesmo.
- Tá bom, eu conto! Nós nos beijamos, mas foi só isso. Agora por favor, Esquece essa história e me abraça porque vou sentir sua falta. - Ela me abraçou mais feliz do que o normal.
- Também vou sentir sua falta irmã mais velha. Mas no próximo mês vou entrar de férias da faculdade de medicina e vou te visitar. - Pensei que ela esqueceria o assunto anterior, mas me enganei. - Não acredito que você beijou Elisa Franco! - Tapei sua boca para que nossos pais não escutassem.
- Fala baixo Lara. Eu não quero que nossos pais fiquem me enchendo de perguntas. E outra coisa, qual é a surpresa você acha que ela é boa demais para mim?
- Claro que não Sophie. Ninguém é bom demais para você. Mas ela não é bem o seu tipo.
- Como assim? E qual é o meu tipo? - Perguntei ofendida.
- Sei lá, acho que homens arrogantes e escrotos. - Sempre podia contar com minha irmãzinha para esfregar a verdade na minha cara.
-Tô cansada desses homens, Aliás não quero relacionamento nenhum. Então, Vamos parar de falar sobre isso. - Lara concordou com cara feia.
Fui até meus pais e abracei a minha mãe novamente me despedi e disse que logo voltaria para visitá-los. Não demorou muito e anunciaram o embarque do meu voo.
Entrei no avião, me acomodei e coloquei minha venda. Quem sabe conseguiria dormir um pouco, já que nos últimos dias não tive muito sucesso. A proposta de Elisa não saía da minha cabeça e eu não tinha a menor ideia do que iria fazer.
******
Entrei em meu apartamento e tudo estava como deixei. A janela de vidro da sala mostrava o mar e as pessoas caminhando no calçadão de Ipanema. O sol iria se pôr em alguns minutos. Troquei de roupa, peguei uma das muitas câmeras que eu tinha e desci até a praia. Consegui fotos incríveis do pôr-do-sol, aquele dia tinha sido bem cansativo. Me deitei na areia e observei as estrelas começarem a aparecer no céu. Só conseguia pensar no dia em que conheci Elisa. Será que ela pensava em mim também? Será que as coisas em Nova York estavam bem? Olhei para o meu celular e senti vontade de ligar pra ela, mas o que eu iria dizer? "Ainda não tenho sua resposta, apenas queria ouvir sua voz." O que estava acontecendo comigo? Eu não era assim. Com certeza,não ligaria. Peguei minhas coisas e fui para casa. Amanhã seria um dia cheio e eu tinha que dormir. Ou ao menos tentar dormir.
*****
O dia já tinha começado com tudo. Muito trabalho, muita edição de fotos. Não tinha parado desde o momento que peguei minha câmera. Já era 14hs e eu nem tinha almoçado.
- Sophie, eu posso sair mais cedo hoje? Tenho apresentação na faculdade. - Flá fazia o curso de jornalismo e era minha assistente pra conseguir pagar a faculdade. Eu sempre a ajudei. Ela ia se formar esse ano e estava sobrecarregada por conta do seu TCC.
- Claro Flá, pode ir. Fica tranquila e relaxa que vai dar tudo certo. - Minha amiga me abraçou e foi embora.
Olhei para as crianças que estavam se arrumando. Hoje era dia de publicidade infantil, fotos para uma marca de materiais escolares.
Durante a tarde inteira me ocupei com trabalho e me esqueci do resto. Quando terminamos já era noite. Fui para o meu quarto. Tirei minhas roupas e entrei no banheiro, precisava de um bom banho. A água quente caía em meu corpo o que me fez relaxar de imediato. Lembrei da pele de Elisa sobre meus dedos, ela era tão quente! Nunca tinha me sentido assim. Eu não era assim, sex* só era uma obrigação de todo relacionamento. Nem era algo bom. Apenas doía é incomodava, mas porque eu queria tanto que a loira me tocasse de forma inapropriada? Talvez seja pelo seu beijo que foi a melhor preliminar da minha vida ou talvez pelo seu olhar que me deixava muito excitada. A quem eu estava querendo enganar? Desde a primeira vez que a vi eu quis tocá-la e agora ela estava me oferecendo isso sem Compromisso nenhum.
Minha mão foi até meu seios e comecei acariciá-los. Eu imaginei que fosse a loira me tocando .
Elisa pressionou meu mamilo e apertou, eu gemi. Sua mão desceu para o meu abdômen e eu queria que aquela sensação não parasse.
O que eu estava fazendo? Nunca tinha me tocado daquela forma.
Encontrei meus lábios vagin*is e os acariciei, isso fez com que uma onda de prazer percorresse todo meu corpo. Continuei acariciando até que encontrei um ponto de prazer que parecia uma montanha russa. Eu pressionava e o prazer vinha, eu tirava a mão e meu corpo pedia por mais. Pressionava de novo e a sensação era mais forte. Ao invés de pressionar fiz círculos ao redor do meu ponto de prazer e senti algo novo. A sensação era como se alguém estivesse enchendo uma bexiga de ar, quanto mais assopra mais o balão corre o risco de estourar e eu estava a ponto de explodir. Percebi que se fizesse mais rápido o prazer ficava mais forte, então continuei. Estava tão perto! Só mais um pouco e eu chegaria há algo que nunca tinha sentido antes! Meu celular começou a tocar me assustando. Droga! Logo agora!
Sair do chuveiro e corri em direção à sala enrolada em uma toalha. Era Henrique ele me chamou para uma festa. Pensei em recusar, mas tinha que me distrair. Ficar em casa só me fazia pensar na proposta de Elisa e por eu não ter uma resposta estava aflita. Concordei e terminei de me arrumar rápido.
Não demorou muito e Rick bateu na minha porta.
A festa não era longe. Tínhamos ido no carro de Henrique. O lugar era em uma casa super luxuosa, algo mais privado. Será que estávamos no lugar certo?
- Rick, tem certeza que a festa é aqui? - Perguntei incomodada.
- Claro Sophie. - Ele me levou até um bar e pediu bebida para nós dois.
- Henrique, que bom que você veio! - Um homem mais velho falou nos cumprimentando.
- Boa noite senhor Mendes. Essa é minha amiga Sophie. - O cara beijou minha mão e tentou ser galante.
- Não sabia que você tinha amigas tão lindas.- Apenas sorri fraco para ele.
- Vou deixá-los aproveitar a festa, se divirtam e Henrique, nos vemos amanhã no trabalho. - Já tinha entendido tudo. O homem se afastou e eu puxei Rick pela gola da sua camisa.
- Não acredito que você me trouxe para uma festa do seu trabalho! - Falei furiosa.
- Se eu falasse você ia recusar como da última vez - Ele se afastou e ajeitou sua roupa.
- Você me enganou seu filho de uma mãe. - Rick riu da minha dificuldade de xingá-lo e se aproximou.
- Vamos lá Soph. Não fica brava. Aproveita a festa, vamos dançar. Tem bebida, vamos nos divertir você não ia sair mesmo, eu te fiz um favor.
- Tá bom. - Revirei os olhos. - Mas você vai ficar me devendo e eu vou cobrar caro. - Ameacei.
- Pode deixar. Se você suportar essa festa de escritório comigo eu te dou qualquer coisa. - Rimos e começamos a beber, pois só assim eu poderia aguentar aquela festa parada e sem graça.
ELISA FRANCO
Esperei a segunda-feira chegar como se fosse o dia mais importante da minha vida. Depois de tantos compromissos eu estava feliz de estar no Rio novamente. Afinal, nessa noite eu iria ver a Sophie. Já não aguentava mais de ansiedade desde o momento em que a deixei na casa de seus pais. Será que ela iria aceitar minha proposta?
- Filha que bom que você chegou. - minha mãe me abraçou e beijou meu rosto.
- Estou feliz de estar em casa. - Falei colocando minha mala no canto da sala.
- Vem, eu fiz almoço para você. - Ela falou carinhosa.
- Que bom porque eu estou morrendo de fome. - Segui minha mãe até a cozinha e o cheiro estava maravilhoso. Arroz, feijão e bife minha comida favorita.
- Não esqueça de lavar suas mãos mocinha. - Fui até a pia e lavei minhas mãos, depois sentei me servindo.
- A senhora não sabe o quanto senti falta da sua comida, é horrível fazer dieta em época de desfile. Mal posso esperar para comer o que eu tivesse vontade. - Revirei os olhos ao colocar a primeira colherada em minha boca.- Que delícia! Te adoro mãe.
- Olha que interesseira só diz que me adora por que fiz sua comida favorita. - Minha mãe falou dramática.
- Claro que não minha rainha. Eu te adoro a todo momento. - Falei dengosa .
- Eu também te adoro minha loira. - Mamãe já estava com seu prato servido.
- Como foi a viagem?
- Foi boa. conheci o dono de uma loja de roupas muito famosa em Nova York . Ele se interessou pelos meus desenhos. Me convidou para uma reunião para discutirmos sobre uma possível parceiria. - Essa tinha sido a melhor notícia da viagem. O resto foi a mesmice de sempre, festas, eventos, reuniões sem fim e entrevistas.
- Isso é maravilhoso filha! Esse sempre foi seu sonho. Ter sua própria linha de roupas. Que chique minha filha vai conquistar o mundo! - Dona Cláudia era sempre exagerada.
- Espero que dê certo. Quero me aquietar viver de fato em uma cidade. Estou cansada de não ter tempo para nada. Sei que ser empresária é trabalhoso, mas posso resolver a maioria das coisas por aqui mesmo.
- Estou orgulhosa de você e seu pai também ficaria. - Lembrar do meu pai sempre me emocionava. Ele era meu herói.
- Sinto falta dele mãe. - Meus olhos ficaram úmidos. Ela se aproximou e me abraçou e tudo voltou a ser como antes. Eu e minha mãe contra o mundo.
- Eu também minha loira. Eu também.
Falar sobre meu pai sempre foi delicado pra mim. Lembro do dia em que seu Fernando Franco me levou para o trabalho junto com ele. Eu tinha 10 anos e achava incrível ver meu pai sentado na sua enorme mesa preenchendo vários relatórios e participando de várias reuniões. Ele era muito inteligente. Lembro como se fosse hoje. Ele olhou para mim e disse "Lisa, você tem que ser persistente se quiser conquistar os seus sonhos. Nós da família Franco Não desistimos nunca." E esse foi o Lema que eu carreguei minha vida inteira. Tudo o que eu conquistei foi porque o meu pai me ensinou a não desistir.
Terminei de almoçar e fui para o salão de beleza. O evento da Bella cosméticos seria para comemorar o sucesso da minha linha de batons e para anunciar o lançamento do meu perfume. Tudo aconteceu tão rápido, em três semanas eu já era o rosto de dois produtos. Isso fez uma diferença enorme, principalmente na minha conta bancária. Em breve eu compraria uma casa aqui no Rio perto da minha mãe.
Adentrei o salão onde seria realizado o evento. Muitas pessoas vieram me cumprimentar tirei várias fotos, dei algumas entrevistas, falei com a Bella, que era a dona da revista. Eu estava muito feliz. Esse sempre foi meu sonho. Mas alguma coisa estava faltando.
A todo momento eu olhava para porta de entrada. Onde ela estava? Será que ela viria? As horas foram passando e nada de Sophie aparecer. Já estava desacreditada de que ela viria. Me virei para o garçom e pedir duas doses de tequila. Bebi e senti minha garganta arder eu não costumava beber, mas não queria estar sóbria para encarar a decepção da sua recusa novamente. Olhei para a porta mais uma vez e nada. Meu olhar se perdeu por entre as pessoas que estavam na festa. Como eu pude achar que ela aceitaria minha proposta bizarra? Ainda não acredito que dei corda para o Mateus.
- Oi linda, posso sentar aqui? - Uma ruiva se aproximou.
- Fica à vontade. - Falei sem muito entusiasmo e ela ficou me encarando.
- Vi você aqui tão tristinha. Deixa eu alegrar sua noite. - A mulher falou toda sedutora. Em outra época eu teria aceitado sem pensar, mas hoje não.
-Me desculpa, mas hoje não é uma boa noite. - Ignorei a ruiva e bebi mais um pouco.
- Porque não é uma boa noite? - Ela era insistente e um pouco irritante. Eu não gostava de tratar mal ninguém, mas teria que dispensá-la.
- Porque ela está acompanhada. - Senti a mão de Sophie em volta da minha cintura. Ela veio e estava incrivelmente sexy. Puta merd*, ela queria fuder os meus neurônios. Seu vestido era tão curto que se ela se mexesse muito ele poderia subir e revelar parte da sua calcinha. Se é que ela estava usando alguma.
- Soophie, voocê veiooo? - Falei lentamente por causa da bebida. Não sabia se aquilo era real ou um sonho.
- Sim querida, estou aqui. - Sua mão se tornou mais possessiva. Ela e a ruiva se encararam e a outra mulher saiu a passos firmes.
- Quer dizer que você me convida para lhe assistir flertando com outras mulheres? - Seus olhos estavam intensos. Não sei se ela tinha percebido, mas ainda estava com os braços ao redor do meu corpo.
- É claro que... - Percebi o seu ciúme e talvez pudesse usar aquilo ao meu favor. - Você está com ciúmes? - A provoquei.
- De você? É claro que não. - .
- Então tá, se não se importa vou atrás da ruiva. Talvez ela ainda queira alguma coisa comigo. - Provoquei novamente.
- Nem pense nisso. - Sophie falou e me puxou contra o seu corpo grudando nossos lábios.
A morena estava sem freio. Puxei seu corpo para mim aprofundando mais o beijo. Ela era tão deliciosa! Seus lábios tinham um gosto tão bom. Eu estava ficando louca não conseguia mais me controlar ao seu redor. Tinha que ter aquela mulher o mais rápido possível.
- Vamos pra outro lugar? - Ofereci.
- O que você tem em mente? - Ela falou com voz afetada. Eu estava adorando o poder que tinha sobre ela.
- Você vai ter que vir comigo pra descobrir. - Estendi a mão para a morena.
Por um momento achei que ela não aceitaria. Mas logo ela pegou minha mão e corremos para o estacionamento. Não sei se foi a bebida ou o tesão que estava sentindo, mas fiquei super corajosa e queria Sophie nua e goz*ndo pra mim.
Fim do capítulo
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