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Escrito na Gazeta por caribu

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Palavras: 3313
Acessos: 1428   |  Postado em: 03/10/2021

Capítulo 18 – A descoberta

 

                Lia jamais imaginou tantas reviravoltas em sua vida. Em um período de 15 dias se apaixonou, se frustrou, se apaixonou de novo (ou talvez nunca tenha desapaixonado, só se magoado), e depois mais uma vez – Robertinha agora toda hora surgia na sua cabeça, com aquele sorriso lindo (e ela estava sempre sorrindo porque era muito piadista).

Mas as mudanças não se restringiam apenas aos relacionamentos, englobava também o trabalho; Lia sentia que sua autoconfiança estava mais apurada. Ao tentar estabelecer quando foi que tudo começou, reconheceu que aquele na verdade era um processo contínuo, que já vinha se desenvolvendo – há toda sua vida, quem sabe? –, mas mais ou menos como as sementes, que primeiro crescem dentro da terra, para depois saírem. O processo de Lia foi lento porque ela não se regou, só se podou (e do jeito errado). E reconhecia que o adubo daquela floração, sem dúvida, era Isa.

                Isa, que surgiu do nada, que vaporizava maconha dentro da redação e comia bolo (larica, talvez?), que intimou Tomás, que enfrentou Sérgio, que saiu, que voltou, que beijou uma estranha (que era conhecida), que agora tinha uma crush; Isa, que se mostrou com problemas para se envolver, com a revelação daquelas pulseiras. Acostumada a analisar as pessoas, mesmo que só de maneira particular, Lia passou a acreditar que algo provavelmente a tinha traumatizado, por isso Isa agia daquela maneira, fugindo dos relacionamentos. Apostava em algo na infância, algum trauma, depois que descartou a possibilidade de ela simplesmente ter tido o coração partido (faria sentido, mas era muito óbvio e Isa definitivamente passava sempre ao largo das obviedades).

                O mais curioso, para Lia, é que Isa parecia gostar dela! Gostava, mas atiçava e recuava. E enfiav* outras pessoas na história delas. Medo, talvez? Não, Isabela Castro não era do tipo que tem medo!

                Lia pensou em Robertinha. Outra que surgiu do nada, mas de um jeito muito mais tranquilo, como um dia de mar calmo sem ondas (e não como o tsunami Isa, devastando tudo, levantando as coisas do lugar). Robertinha era gentil, engraçada, era muito (muito!) gata e beijava bem. Tinha uma pegada gostosa, gostava de plantas, como Lia, de bicho, de ver o pôr do sol. E estava tranquila no ninho, como ela, e não agitada, sempre querendo voar, como Isa.

                O maior diferencial, para Lia, agora deitada em sua cama, com os olhos bem abertos apesar de estar tudo escuro (Curau ali deitado com ela), era que Robertinha parecia ser uma pessoa mais “paciente”. Seria essa a palavra? Não. Mais “comedida”. Não também, péssima escolha. Quem é comedido não passa a mão por debaixo da camiseta no primeiro beijo, como Robertinha fez. Mas também não sai andando de calcinha fio dental pela casa, como Isa (mas Lia se puniu por pensar aquilo, porque na ocasião ela própria estava mais louca que o Batman, e nem sabia o que tinha feito – ainda hoje não se lembrava de nem a metade. Não era justo responsabilizar a gostosa da Isa por ficar sassaricando de calcinha pelo apartamento, portanto).

                Curiosamente, as duas tinham um discurso parecido com relação ao apego, a relacionamento, à própria monogamia. Isa era adepta de relacionamentos abertos; Robertinha tinha no seu histórico um namoro a três. Ou seja, caso se envolvesse com quem quer que fosse, seria com emoção – para não dizer “choque”. Até porque Lia nunca tinha namorado, então seus conceitos eram baseados em achismos, apenas.

                Longe de querer se ver tendo que decidir entre as duas, foi inevitável não listar os prós e contras de cada uma antes de dormir. Lia pegou no sono pensando em como seria bom se pudesse juntar o beijo de Robertinha com o cheiro de Isa; o bom humor de Robertinha com a acidez de Isa; a gentileza de uma com a pegada de outra.

                Naquela quinta, ao acordar, o primeiro pensamento de Lia foi a Gazeta. Depois pensou nos imóveis, na enorme possibilidade de a Prefeitura estar envolvida em algo sujo, na investigação sob sigilo, na fonte de Isa, Isa e Robertinha. Nessa ordem.

                Ao pular da cama, assustando Mingau, estava pensando em manipular todos os horóscopos da edição da próxima, de um jeito que auxiliasse na solução desse caso dos imóveis. Daria trabalho, porque ela teria que fazer de um jeito com que todos os signos batessem (e sem chamar a atenção; pareceria previsão de verdade), e de uma forma para que tudo só fosse solucionado na próxima semana. Afinal, para esta semana ela já tinha o assunto e a capa pronta.

                Desta vez se espantou menos em encontrar Isa já na redação, mesmo tão cedo, porque via a empolgação da jornalista com aquela investigação. Bom, pelo menos Lia preferia pensar nisso a achar que, novamente, ela tinha ido caminhar com a “amiga” nova.

                Por que será que tinha ciúmes, se elas duas nem tinham nada?

 

- Bom dia, editora – Isa cumprimenta, se virando na cadeira para olhar para ela. Não se levantou, e Lia é que se abaixou para abraçá-la.

- Dia, Isa – Lia responde, depois do abraço, puxando sua cadeira.

- Já fiz a matéria do tráfico. Espero que você goste – Isa se volta novamente para sua mesa, e digita mais alguma coisa – Vou tentar daqui a pouco descobrir mais alguma coisa sobre a investigação sigilosa. Sempre tem alguma coisinha que escapa sem querer.

- Daqui a pouco o pessoal chega, Isa. Toma cuidado porque ninguém pode saber que nós estamos atrás disso – Lia liga o computador e vai clicando nas pastinhas da rede.

- Ninguém vai saber, fica tranquila – Isa responde, ainda digitando – Vou ligar para a minha fonte antes que a redação fique cheia.

- Cedo assim? – Lia pergunta, olhando para o relógio. Eram 6h42.

Isa só levanta os ombros, como se não se importasse com detalhes básicos, por exemplo, acordar logo cedo as pessoas que poderiam lhe dar informações importantes. E isso ficou comprovado, quando ela puxou o telefone e começou a falar, às 6h47.

 

- Oi, bom dia. Aqui é Isa, do jornal Gazeta – ela se apresenta, e no final pareceu dar um mini suspiro – Desculpa, te acordei? Ah, tá, que bom. Sim, e você? – breve silêncio – Aham, tudo bem, não se preocupa com isso. Te liguei por outro motivo. É, te mandei um e-mail ontem, depois da sua mensagem, mas achei melhor ligar também. Eu sei. Sim, eu sei. Eu sei, você falou – Isa pareceu um pouco impaciente – Tudo bem, ué. Mas mesmo... mas mesmo assim...! – ela fala como se estivesse sendo interrompida – Mesmo assim, meu querido, eu sou da imprensa, você não pode me esconder isso – Isa retruca, e Lia olha pela primeira vez para ela. Daquele jeito não ia conseguir muita coisa! – Tá, mas nem a linha de investigação? Só isso! Mas por que não? – ela se exalta um pouco, suspira e mexe no cabelo – Mas eu não estou te pedindo detalhes, você me ouviu pedindo “detalhes”? Só quero a linha de... – ela nitidamente estava sendo interrompida mais uma vez, e ficou um tempo quieta. De sua cadeira, Lia ouvia o chiado de uma voz masculina saindo pelo telefone – Então envolve isso – ela finalmente fala, e do outro lado da linha a voz ficou muda – Então envolve exploração sexual – Isa insiste – Não, foi você quem disse! – ela agora estava rindo, e puxou o vaporizador – Nada disso, você é quem falou. Eu só não sou boba, ué, só liguei as informações. É! – ela ri de novo – Não, é sigilo aqui também. Fica tranquilo, é sigilo, ninguém sabe que estou atrás disso, nem mesmo o Sérgio – Lia volta a olhar para Isa, que pisca para ela – Sim, eu imaginei algo assim. Te juro, foi o meu palpite logo de cara! É, eu sou cobra criada – Isa ri uma última vez – Tá bom, se cuida você também. Combinado, até sábado, então. Um beijo, pai. Tchau!

 

                Lia abre a boca, espantada, e não fechou até que Isa a encarasse, vaporizando de novo. Isa sorria, porque percebia a surpresa no rosto de Lia. Estava mesmo esperando uma reação assim.

 

- Seu pai é policial? – Lia pergunta, Isa apoia a cabeça no encosto da cadeira e sorri para responder.

- Não – ela vaporiza antes de continuar – Ele é delegado – Isa complementa, e vaporiza mais uma vez, desta vez com força, como se estivesse fumando. Ou sendo rebelde.

- Seu pai é delegado da Polícia Federal? – Lia repete a pergunta, porque de repente aquela informação não pareceu tão absurda, ou inteiramente desconhecida – E é amigo do Sérgio? – agora ela já parecia desconfiada, a boca se contraiu no canto, em suspeita.

- Meu pai é “amigo” de todo mundo. Todos o conhecem, apesar de ele não morar aqui. Ou mora, mas passa a semana em São Paulo – Isa responde, parecendo sincera. Lia balança a cabeça. Definitivamente já tinha ouvido aquilo. Mais uma conversa do dia do porre que voltava à tona – Na real a galera tem medo dele, aí puxam o saco, meio que para “comprá-lo”. Bom, é como eu vejo. Mas ele não se curva.

- Você me contou isso! – Lia diz, e sua frase soou como uma pergunta, apesar de estar afirmando.

- Sim. Naquele dia, na sua casa – Isa estava sorrindo para ela – Foi um pouco antes de você tirar o meu sutiã – ela continua, e ri quando Lia fica vermelha – Adoro fazer isso com você!

- O quê?, me deixar encabulada? – Lia vira a cabeça para o lado, e olha para Isa com o canto do olho.

- Te tirar do eixo, sim – Isa responde, sorri de um jeito sacana e pisca para ela – Mas acho que você já percebeu.

- Já, já deu para notar – Lia retruca, rindo, voltando a mexer no computador – O caso envolve exploração sexual?

- Então! Foda! Mas isso é ainda mais segredo do que a nossa investigação. Meu pai jamais teria deixado escapar, se estivesse falando com outro jornalista. Até porque quase não fala com jornalista.

- Envolve exploração sexual, a administração de imóveis vazios e lavagem de dinheiro, com as reformas, certeza – Lia lista os assuntos, tamborilando os dedos na mesa ao som de Dido, com Thank you, que escapava pelos fones. A cabeça balançava no ritmo, mas ela quase não captava a melodia. Estava era embalada no mundo de possibilidades que aquela informação nova trazia – Será que o endereço que você achou é onde eles vão se encontrar?

- Será que eles usam os imóveis para a prostituição? – Isa pergunta, também às voltas com seus pensamentos.

- Será que vai ser no fim de semana?

- Será que são menores de idade?

 

                As duas se entreolham, os pensamentos se cruzando naquele instante, uma respondendo à outra sem dizer uma palavra. O fluxo foi interrompido pelo som de uma mensagem chegando no celular de Lia, e na sequência pela vibração de Isa em cima da mesa, que pegou o aparelho para ler. Lia a viu morder o lábio inferior, mas o canto da boca se abriu um sorriso.

 

- Tá, agora vou trabalhar. É um prazer participar dessa investigação jornalística com você – Isa empurra a cadeira para perto de Lia e dá um beijo na sua bochecha. Voltou para perto do seu computador e colocou um fone grande em volta das orelhas. A sessão da Câmara dos Vereadores da tarde anterior começou a ser narrada.

 

                Lia não disse nada, porque Isa começou a digitar o que ouvia numa página, e em outra ia escrevendo tópicos, para o texto que viria.

Antes de começar a trabalhar de verdade, bateu com o dedo duas vezes na tela do celular, e viu uma mensagem de Robertinha. Era um gif, de contagem regressiva, ela dizendo algo sobre estar ansiosa para o encontro delas daquela noite. Mas Lia ainda não sabia se iria. Queria ir, mas não queria também.

Isa tossiu, e pareceu que só mostrou o motivo da sua indecisão. Isa, a filha do delegado. Vinha daí aquela coragem toda, certeza! O que mesmo ela tinha dito? Pai policial e mãe que vivia dopada, à base de remédio. Por qual motivo, Lia? Puxa, vai, puxa! Resgata da memória!

Depressão, Lia se lembrou. A mãe de Isa tinha depressão porque perdeu um filho. Com a lembrança, Lia leva a mão à boca, um pouco em choque por ter escondido aquilo dela mesma. Isa perdeu um irmãozinho quando tinha cinco anos, o menino tinha três. Ele se afogou na piscina, a mãe entrou em parafuso, o pai se enfiou no trabalho e Isa ficou sozinha. Só tinha companhia nas férias do pai, quando iam viajar (só os dois, pois a mãe não os acompanhava). Foi o primeiro local a ser pintado no mapa-múndi que ela tinha na perna; Isa foi para a Disney com o pai, quando tinha seis anos.

Lembrou dela falando que na adolescência descobriu que o pai traía a mãe, e foi um choque, ela o tinha como íntegro, entrou quase em conflito existencial. Por causa disso, aquele foi o primeiro ano que ela virou sem a sua companhia, e decidiu ir para a praia com uma amiga. Em janeiro do ano seguinte, Isa partiu para o seu primeiro intercâmbio. Nova Iorque foi a segunda parte do mapa a ser pintada. Por isso Isa tirou a calça e mostrou a tatuagem. Foi nessa hora.

Mas ela falou também que hoje em dia entendia o pai, que aquele já era um assunto resolvido; como ser feliz com alguém infeliz? Seus pais eram casados só no papel, quando o pai vinha aos finais de semana dormia até em outro quarto. A mãe, na verdade, mal saía do seu próprio quarto, até comia lá – o pouco que aceitava comer.

Isa cresceu recebendo amor, mas amadureceu sozinha, ganhando coisas materiais de um pai que mal via, e dando outras para a mãe, que igualmente via pouco (tipo amor). Mas eram amigos, pai e filha. Isa revelou que na verdade até tinha dó do pai, que não podia ser totalmente feliz porque se sentia em dívida com a esposa. Preso. “Deus me livre viver assim”, ela tinha dito.

Por isso não se envolvia! “Cada pessoa é um universo”, Isa falou naquela noite. “A gente mal lida com as nossas questões, para que enfiar mais problema na história?”.

Claro, vinha daí. Por isso era como era.

Naquele encontro regado a álcool e maconha, Lia lembrava agora que Isa tinha falado até mesmo de Amélie para ela, mas a chamou por outro nome (“Lie”, que soou como “Li” e Lia imaginou que escrevesse “Lee”). Isa estava perdida quando reencontrou sua primeira namorada, um ano depois do término. Acreditava que tinha partido o coração da mulher que mais a tinha compreendido, e acolhido, em toda a sua vida até ali. Amélie foi a primeira pulseira (era tatuada, ficava debaixo das demais).

Lia olhou novamente para Isa, concentrada no trabalho, alheia às lembranças que agora vinham como uma enxurrada, clareando alguns buracos – lacunas já abertas há dias.

Mas longe de ficar consolada, as memórias deixaram Lia um pouco inquieta, até constrangida. Se sentia egoísta, de certa forma cobrando de Isa coisas que ela não tinha condições de dar, embora cobrasse de maneira inconsciente.

Isa sentiu o seu olhar, e retribuiu com um sorriso. Lia sorriu também, porque Isa a rendia, seu sorriso era lindo, não conseguia não se sentir encantada. Especialmente quando sorria para ela.

Estava com muito trabalho, a cabeça a mil, mas empurrou a cadeira em direção à Isa e a beijou. Não encostou as mãos, só os lábios.

Isa não cedeu, só pareceu surpresa. Mas a beijou de volta, seu calor e seu cheiro transbordando junto com seu gosto. Lia ficou tão concentrada naquele beijo que nem reparou em Sérgio, parado na porta, assistindo à cena. O dono do jornal saiu antes que o vissem.

Elas não conversaram mais naquele dia. Sobre o beijo, ou a investigação, o passado de Isa, as lembranças de Lia. E antes de voltar ao trabalho, agora realmente focada, Lia pensou que era justo conversar com Robertinha. Abrir o jogo, mesmo, quem sabe até dizer que estava a fim dela, e de outra mulher, que não queria compromisso. Talvez até mesmo revelaria seu segredo.

Marcou de se encontrar na casa dela. Robertinha morava no centro, na rua dos bancos, numa espécie de apartamento que ficava em cima de uma farmácia. Lia chegou lá por volta das 18h30.

 

- Muito prazer recebê-la aqui, uma honra enorme, grande satisfação, seja muito bem-vinda – Robertinha abriu a porta e a beijou. Um selinho, mas cheio de intimidade (a pontinha da língua encostando), ali na calçada mesmo – Vem, vou te mostrar onde eu moro – ela pegou a mão de Isa e subiram juntas uma escada de 18 degraus.

 

                Lá em cima o espaço parecia de casa térrea, tinha até uma espécie de jardinzinho na entrada, a telha em cima era transparente, então tinha uma iluminação diferente, um pouco amarelada por causa da luz do poste lá fora. Um cachorrinho encardido veio fazer festa para elas, na porta, com um latido rouco.

                Robertinha tinha planta até no teto, e sua casa cheirava a incenso e café. Tinha servido na sala uma espécie de “chá da tarde”, com pão e xícaras coloridas. Sorriu para ela de um jeito lindo, vendo-a notar os detalhes de sua casa.

 

- Então, você disse mais cedo que queria conversar – Robertinha diz, assim que sentam – Também tenho uma coisa para te falar.    

- É – Lia responde, bebendo um gole de café, satisfeita por irem direto ao ponto – Sabe, minha experiência com relacionamentos é zero – ela continua, e Robertinha ergue uma sobrancelha, parecendo surpresa pela conversa começar assim. Fez um gesto com a cabeça, encorajando a continuar – Sempre fui tímida, sempre fui na minha e sempre fui cheia de encanações... Enfim, me dediquei à minha carreira, alguns estudos, e essa área da minha vida ficou meio que deixada de lado.

- Certo – Robertinha segurou em sua mão mesmo assim – E ainda teve a menina da balada, que trouxe mais alguns bloqueios...

- Pois é. E é sobre ela que quero falar com você – Lia responde, e viu, agora sim, a surpresa se estampar no rosto de Robertinha.

- Ok...? – a mulher diz, e aperta levemente a mão de Lia.

- Mundo pequeno, sabe como é... A gente se conheceu oficialmente este ano, estamos trabalhando juntas. E ela nunca vai se relacionar comigo, não do tipo “namoro”... Mas estou a fim dela. E estou a fim de você também (é possível?). Quis te falar, preciso ser sincera com você, sinto coisas boas vindas daqui – Lia coloca a mão no coração dela.

- É possível, e eu agradeço muito pela sua sinceridade, Lia. Jamais esperaria o contrário vindo de você – Robertinha beija a mão dela – E por isso quero ser sincera com você também.

- Por favor! – Lia pede, entrelaçando os dedos das duas.

- Antes de te conhecer eu estava meio que conhecendo outra pessoa – Robertinha vê Lia fazer uma cara, como quem diz “hum, entendo” – É, nem eu estava esperando. Mas aconteceu, enfim, e logo na sequência eu te conheci. E desde então estou meio que saindo com você e com ela.

- Sei... E é alguém que eu conheça? Sei lá...

- Conhece, Lia. É a Isa – Robertinha interrompe, e Lia fica boquiaberta.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

 

XD

 

Música do capítulo:

 

Dido, Thank you (https://www.youtube.com/watch?v=irzOMH7GcnQ)

 


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Comentários para 19 - Capítulo 18 – A descoberta:
cris05
cris05

Em: 03/10/2021

Fiquei boquiaberta também (apesar da @NovaAqui ter cantado a bola)

Rapaz, então a fonte é o pai da Isa? E o homi é delegado? Vixe!

A casa vai cair e vai cair bonito!

Tô aqui só na expectativa pra saber o que está escrito nas estrelas, ops, na Gazeta, pra nossa Lia. #vemterça 

Beijos!


Resposta do autor:

 

Cê viu, menina 

Um casal não tradicional rsrs 

O pai da Isa ser delegado facilita bem as coisas, ne 

Na terça saberemos oq estava escrito pra Lia, mas amanhã veremos oq estava escrito pra Passarinhal <3 

Beijos!

Responder

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 03/10/2021

Eta lasqueira hum vai ser a três kkkkkk

Responder

[Faça o login para poder comentar]

NovaAqui
NovaAqui

Em: 03/10/2021

Chocada! Menina! Que bafão! Eu achei isso, mas foi achismo mesmo! E sem querer eu acertei kkk

O trisal está formado! Agora é as três se juntarem! 

Então papai é delegado e está investigando os graúdos de Passarinhal? 

Será que essas casas são onde as mulheres exploradas sexualmente ficam confinadas?

Quando todos forem pegos será uma notícia bombástica

Será que o jornal vai acabar já que Sérgio, pelo que parece, está envolvido?

Muitas emoções!


Resposta do autor:

 

Se vc está chocada, estou feliz!! 

Sempre quisssss hahahaha 

Achismo corretíssimo! Sempre foi sobre um trisal, meio que 

"Meio que" pq qdo acabar cê vai querer mais, que já tô sentindo rsrs 

Graúdos de Passarinhal em risco. Repito: graúdos de Passarinhal em risco!rsrs 

As casas certamente estão envolvidas, assim como os papéis. Vamos ver agora de que forma! 

Bota notícia bombástica nisso! Dá-lhe horóscopo tb, pra casa toda cair!rs 

Será que o jornal vai acabar? 

Vc acredita que essa é justamente a última informação, do último parágrafo?rs 

Ó seu achismo cantando bola certa outra vez rsrs  

Beijos, amanhã nois vorta com o penúltimo!

Responder

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