Gabrielle

 

Assim que vejo a Nanda caminhando na minha direção eu sorrio pra ela e ela sorri de volta. E que sorriso lindo, tudo nela é lindo.

Minha namorada é linda!

Quando ela está quase chegando seu celular toca e ela para o atendendo.

_ Fecha a boca filha senão a baba vai escorrer. – minha mãe diz no meu ouvido rindo.

_ Não tô babando! – respondo baixinho.

_ Tá sim. – Rir mais ainda de mim.

Mamãe chega até nós e cumprimenta todos e depois se senta ao lado da mãe Paula.

_ Pensei que você ia ficar até mais tarde na delegacia amor!

_ Eu ia, mas depois de tudo que aconteceu hoje, estou sem cabeça nenhuma pra trabalhar.

_ Conseguiram resolver? – Eu pergunto.

_ Não, não tinha muita pista na Lan House, mas vamos continuar investigando e tenho certeza que vamos descobrir quem é, não se preocupe.

_ A Nanda estava esse tempo todo com você não é?

_ Sim, depois que ela te deixou aqui ela voltou pra delegacia.

Sabia!

Tinha certeza que ela ia voltar pra lá.

Olha na direção dela, e ela ainda está no telefone. Está de costas pra nós perto do corrimão da varanda.

_ Quem é a morena que veio com você Daniele? Ela é linda. – Amanda diz e ganha um tapa da esposa.

_ Ai doeu!

_ É pra doer mesmo, não tem vergonha de falar isso na minha frente não?

Eu rio da cara que ela fez, mesmo também não tendo gostado dela falando isso.

_ Eu falei a verdade, e é melhor falar na sua frente do que nas suas costas, e além do mais eu disse que ela é linda, foi apenas um elogio, isso não quer dizer que eu queira algo com ela.

_ Não importa, você não tem que achar isso de nenhuma mulher além de mim. – Reclama .

_ É mamãe, você já tem a sua, deixa as outras pra quem não tem nenhuma, tipo eu, já que a Gabi está fora do mercado eu posso até tentar a sorte com a morena ali, ela é linda mesmo. – Adriana fala enquanto olha descaradamente pra MINHA Nanda.

Por alguns segundos fico sem reação, e quando ia responder a mãe dela responde por mim.

_ Deixa de ser sem vergonha você também Adriana, já não basta sua mãe. Eu tô é perdida com vocês duas.

Meu rosto deve estar todo vermelho. Acho que nunca vou me acostumar em como minha namorada chama a atenção por onde passa.

Eu me levanto rápido é todos olham pra mim.

Minhas mães estão tentando segurar o riso, e quando a mãe Paula me olha nos olhos ela não aguenta mais e começa a rir sem controle.

_ Não tem graça mãe. – Cruzo meus braços.

Ela ri mais um pouco e depois respira fundo pra recuperar o fôlego.

_ Desculpa filha, mas tem sim, você é mesmo igualzinha a Dani, você está até vermelha de ciúmes.

_ Porque ela está com ciúmes? – Luciana pergunta.

_ Porque a morena ali de quem vocês estão falando é a Fernanda, namorada da Gabi. – Mamãe responde.

_ Mandou bem em Gabi, ela é linda. – Amanda diz com um sorriso e ganha outro tapa da esposa.

_ Obrigada, agora com licença.

Falo e caminho até a Nanda.

Ela continua no celular, me aproximo das suas costas e a abraço.

Quando sente meus braços ao seu redor ela vira na minha direção, se encostar na grade e me puxa para seus braços, e é claro que eu vou de bom grado.

_ Não sei, com tudo que está acontecendo não sei se é uma boa ideia.

Ela segura meu rosto com a mão livre e me dá um selinho enquanto continua a falar com a pessoa do outro lado da linha.

_ Tá bom seu chato, mas tenho que ver com a Gabi, se ela quiser ir tudo bem... espera um pouco que vou perguntar.

Ela tira o telefone do ouvido e desce a mão para minha cintura.

_ Amor, o Rick vai fazer uma pequena reunião no apartamento dele hoje a noite, e ele está me perturbando pra nós duas irmos, você quer ir?

 _ Pode ser. – Ela me dá mais um selinho e volta a falar com ele.

Na verdade eu não estou muito afim de sair, preferiria ficar em casa junto com a Nanda, mas acho que vai ser bom ir sim, nós duas precisamos nos distrair, e tirar nossa mente de tudo que está acontecendo.

_ Te vejo mais tarde, tchau! – Se despede dele e desliga guardando o celular no bolso.

_ Você quer mesmo ir? Sabe que não precisa ir se não quiser.

_ Vamos ir sim, vai ser bom, assim nos duas nos distraímos, vamos estar no apartamento dele, acho que não corremos risco. – Coloco meus braços no seu pescoço e arranho sua nuca com minhas unhas a fazendo me apertar conta ela. – Eu quero me divertir com você, não quero ficar o tempo todo dentro de casa com medo de que algo aconteça.

_ Não precisa ficar trancada dentro de casa, só tomar mais cuidado quando for sair e ter sempre alguém com você.

_ Vou ter que andar com um guarda costas agora? – Sorrio. – Só aceito se for uma morena linda dos olhos roxos.

_ Podemos providenciar isso. – diz com um olhar sexy e um sorriso safado nos lábios.

E eu não resisto, eu a beijo.

Estou com saudades do beijo dela, estou tão viciada que basta ficar um tempo sem seus beijos que eu já sinto falta.

_ Hummm... Eu... amo... esse... seu... beijo... – Cada palavra é um selinho. – Eu te amo.

_ Eu também te amo.

A beijo novamente.

Nanda é uma namorada muito carinhosa, ela sempre fala que me ama e me trata com muito carinho e amor. Eu amo isso nela, amo ela completamente.

Dou uma mordida no lábio dela no fim do beijo e sorrio, sei que ela ama que eu faça isso.

_ Você é uma provocadora.

_ Só com você.

_ Ainda bem que é só comigo, senão teríamos um grande problema.

_ Que possessiva.

_ Muito. – Segura meu rosto. – Você é minha, só minha.

_ Completamente sua. – Lhe dou um rápido beijo. – Vem quero te apresentar as amigas das minhas mães.

A seguro pela mão e caminhamos para perto das outras.

_ Amor, essas são Amanda, Luciana e aquela ali é a filha delas Adriana. – Falo apontando pra cada uma. – E pessoal essa é minha namorada, Fernanda.

Faço as apresentações.

Ficamos um pouco conversando e depois vamos almoçar.

Temos um ótimo almoço. Amanda e Luciana contam várias histórias engraçadas das minhas mães da época da faculdade.

Depois do almoço, Nanda fica um tempo comigo e no fim da tarde ela se despede e vai pra casa dela, para que possa se arrumar.

Eu também me arrumo, são quase oito da noite já estou pronta e esperando ela vir me buscar.

Estou vestindo uma calça e uma blusa escura e colada ao corpo. Nanda disse que não era para eu usar vestido hoje, não quis me falar o motivo, disse apenas que era uma surpresa.

Ela estava bem animada quando me disse isso, tenho uma suspeita do que pode ser, mas vou esperar ela chegar pra saber se estou certa.

Pego meu celular e desço para a sala. Todo mundo está lá, Luciana, Amanda e Adriana ainda estão aqui, elas vão dormir aqui em casa hoje. Caio também está presente. Mais cedo não tinha visto ele, só depois descobri que ele estava na casa de um amigo, ele disse que tinha que terminar um trabalho e acredito que só por isso a mãe Dani deixou ele ir, porque ele ainda está de castigo.

_ Nossa, está linda em maninha. – Caio elogia assim que entro na sala.

_ Obrigada.

_ Vai sair de novo Gabrielle? – Mãe Dani pergunta.

_ Sim, vou na casa do Rick, ele vai fazer uma pequena reunião e a Nanda e eu vamos ir lá.

_ Reunião, sei! Não vai beber em?

_ Mamãe eu não bebo, sabe disso?

_ Você bebeu na boate, e pareceu gostar.

_ Eu bebi bem pouco, tomei uma Ice, e mesmo assim eu nem tomei sozinha, a Nanda dividiu comigo.

_ Vai voltar pra casa ou vai dormir fora novamente. – Pergunta com a cara emburrada.

_ Deixa de ciúme dona Daniele. – Brinco e me sento ao lado dela a abraçando.

_ Não é ciúmes!

_ Amor, é ciúme sim! – Mãe Paula a abraça também e sorri.

_ Não é, é só que a Gabrielle parece que esqueceu que tem casa, agora vive dormindo na casa da Reis.

_ Mamãe, é mais gostoso dormir em uma cama com a Nanda do que  aqui na minha sozinha. – Falo e me levanto saindo do lado dela sorrindo.

_ Deve ser mesmo muito gostoso dormir em uma cama com a Fernanda. – Olho feio pro Caio.

_ E somente eu, tenho esse privilégio.

_ Ok, maninha, não precisa dar uma de cimenta não. – Ele ri de mim.

Eu sorrio e até ia responder, mas ouço o barulho de uma moto e logo depois meu celular toca. É uma mensagem da Nanda, avisando que está aqui fora.

Peço licença e vou até a porta.

Meu queixo vai ao chão quando vejo a cena na minha frente.

Minha namorada está simplesmente MA-RA-VI-LHO-SA.

Nanda está toda de preto, tênis, calça, um cropet e uma jaqueta de couro. Toda gostosa! Encostada na moto. Ela está sorrindo, e isso só a deixa mais linda ainda.

Caminho até ela e não digo nada, eu quero... Preciso de apenas uma coisa no momento.

Preciso dos lábios dela juntos ao meus.

Passo meus braços pelo pescoço dela junto nossos lábios, Nanda segura em minha cintura com uma mão e a outro ela coloca na minha nuca, puxando meus cabelos levemente e juntando meu corpo mais ao seu.

Amo essa pegada!

Fico sempre de perna bamba.

_ Que delícia de beijo! – Diz mordendo meu lábio. – Sentiu saudades foi? Nem demorei.

_ Eu sinto saudades antes mesmo de você sair de perto de mim. – Faço um charme.

_ Precisamos resolver isso então, não quero meu amor com saudades.

_ É muito fácil, só não sair de perto de mim nunca! – Sorrio.

_ Proposta tentadora, pena que uma certa delegada não iria gostar nada nada.

_ Mamãe é bem difícil. – Faço o biquinho que ela adora.

Ela sorrir, morde meu lábio e me beija outra vez.

_ Eu tenho uma solução pra isso. – Diz distribuindo beijos pelo meu pescoço.

_ Ah! Q-qual? –

_ É só você ir morar comigo!

Me afasto rápido e olho pra ela.

_ O que?

_ Isso mesmo que escutou.

_ Você está doida? Aí sim é capaz da minha mãe te matar.

_ Você não quer? – Vejo que ela está um pouco triste.

_ Não é isso, eu iria amar ir morar com você, e eu pretendo sim que isso aconteça, só acho que seria rápido demais se fosse agora. - Acho que ela não gostou muito do que eu disse. – Não fica chateada comigo.

Peço e ela me olha com um leve sorriso.

_ Não estou chateada, acho que eu que me precipitei um pouco.

_ Tem certeza? Não quero que pense que eu não gostaria de ir morar com você.

_ Não se preocupa amor, eu entendi seu ponto de vista, e você está certa, eu te amo justamente por isso, você e bem madura para sua idade. Não estou chateada, temos mesmo que ir com calma, não precisamos nos apresar, pode não ser agora, mas um dia isso vai acontecer e quando acontecer eu serei a mulher mais feliz desse mundo, não só por ter você sempre junta de mim mas porque você estará usando um outro tipo de anel.

É impressão minha ou ela disse que vamos nos casar?

_ Que tipo de anel?

_ Ah, um anel que tenho certeza que você vai amar. – Me dá um selinho. – E você vai utilizá-lo na mão esquerda. – Meu sorriso está gigante.

E tenho meus olhos marejados.

_ Você tá falando em casamento? Você pretende se casar comigo?

Pergunto e ela me olha engraçado.

_ Claro que sim Gabi, eu te amo, e quando se ama uma pessoa você quer construir uma vida com ela, e eu pretendo fazer exatamente isso, quero um futuro ao seu lado.

_ Eu também quero estar ao seu lado pra sempre, te amo. – A abraço forte.

Ficamos mais um pouco ali abraçadas até que ela fala.

_ Vamos? O Rick deve estar louco, já era para nós duas estarmos lá.

_ Preciso só entrar, pegar meu celular e dar tchau pra todo mundo, entra comigo? – Peço e ela diz que sim.

Entramos juntas de mãos dadas.

 

 

Fernanda

 

 

_ Ta gata em cunhada. – Gabi olha feio pro irmão.

Eu sorrio, sei que ele só diz isso para provocar ela.

_ Obrigada cunhado, mas minha loirinha está muito mais gata que eu. – Respondo e dou um selinho nela que me olha sorrindo.

_ Bom, nós já vamos. – Gabi se despede de todos e da um beijo nas mães.

Aproveito e dou tchau também, mas o Caio nos faz mais uma pergunta.

_ Que tal vocês me levarem junto? Não aguento mais ficar em casa.

_ Sabe, poderia até considerar, mas você está de castigo, então não. – Respondo com um sorriso.

_ Você é má cunhada. Por favor, prometo não atrapalhar vocês duas, ou será que está com medo de descobrir que está com o gêmeo Albuquerque errado.

_ Como é? – Gabi ficou até vermelha. – Seu...

_ Desculpa te decepcionar, mas tenho certeza absoluta que tenho o gêmeo Albuquerque certo. E pare de provocar a Gabi.

Ele da de ombros e sorri.

_ Adoro provocar ela, ela fica igualzinha a mãe Dani, está até vermelha de ciúmes.

_ Não acho graça nenhuma Caio. – Minha loirinha diz com um bico enorme e os braços cruzados.

_ Eu também não, não fico igual a Gabrielle, eu controlo muito bem o meu ciúme. – A Dani fala e todos olhamos pra ela e começamos a rir.

_ Ai amor, você é uma comédia mesmo. – Paula fala a abraçando.

_ Tá na nossa hora, na verdade já estamos mais do que atrasadas.

Falo, nos despedimos deles mais uma vez e depois Gabi e eu saímos.

Entrego o capacete pra ela que me olha com um pouco de medo.

_ Eu nunca andei de moto antes.

_ Não precisa ter medo, eu piloto muito bem, não vai acontecer nada.

_ É que dá última vez, você teve um acidente e eu fiquei com muito medo de te perder.

_ Eu sei amor, mas aquele dia eu não devia ter saído de moto, eu estava abalada e nem prestava atenção direito.

_ Tudo por minha culpa. – Lamenta.

_ Ei... Nada disso, o que combinamos em? – Levanto seu queixo. – Nada de ficar triste com isso, é passado, e ele agora serve como aprendizado para que não cometermos os mesmos erros. Vamos viver no nosso presente e planejar nosso futuro.

Dou vários selinhos nela a fazendo sorrir.

_ Agora vamos!

Coloco o capacete nela e em mim, monto na moto e a ajudo a subir também.

_ É só segurar em mim amor. – Ela circula minha cintura com os braços e eu rio. – Não precisa apertar tanto.

_ Desculpa, é que eu tô nervosa.

_ Eu sei, mas não precisa, não vou correr e prometo que você vai gostar. – Acaricio sua mão. – Podemos ir?

_ Sim.

Espero ela se acalmar e dou partida.

Amo esse barulho do motor.

Gabi continua com os braços ao meu redor, mas agora não está me apertando tanto, aos poucos ela relaxa e sei que ela está gostando.

Chegamos ao apartamento do Rick poucos minutos depois.

_ E aí o que achou do passeio?

Pergunto assim que estaciono e a ajudo a descer da moto.

_ Eu amei, é mesmo muito bom. – Sorri. – Depois que o medo inicial passou eu gostei de verdade.

_ Que bom, falei que você ia gostar.

Entramos no prédio, depois de trocarmos uns beijos no elevador chegamos a porta do Rick e batemos.

A porta é aberta segundos depois por uma pessoa que eu não via a algum tempo.

Ela olha pra mim sorrindo.

_ Estava com saudades gostosa. – Diz e se jogo nos meus braços.

 

 

Fim do capítulo