Crônica
Meu seguro vai vencer. Meu, não. O seguro da Jackeline, minha carra.
Sim, é a vida, todo ano vence, todo ano tenho que renovar, todo ano tenho que pagar. Aí acontece de eu entrar no mês de julho sempre já meio na bad, porque sei que vou ter esse dispêndio de dinheiro que, muitas vezes, eu não tenho.
Hoje é dia 12, o que significa que faz 12 dias, quase duas semanas!, que eu fico me martirizando devido a um boleto que ainda nem venceu (ainda nem foi gerado!!!). Doze dias remoendo, me martirizando, me recriminando às vezes até de ter feito escolhas erradas no passado, e não ter optado por uma profissão que me deixasse rica de verdade.
Neste ano de 2021 a cobrança é ainda maior, porque devido à pandemia eu quase não dei rolê de Jackes (e tive gastos mesmo assim, além do seguro, porque no ano passado quebraram o vidro dela). Aí virou do dia 30 de junho para o dia primeiro julho, e pronto. Comecei minha ladainha anual.
O corretor só mandou mensagem hoje, me lembrando que o seguro só vence depois do dia 20. E o que me fez escrever essa crônica foi que, pela primeira vez, conversei com o sócio do corretor, porque ele mesmo morreu em abril de covid, e eu só soube hoje.
Agora, imagine a minha cara de tacho. Há dias que estou reclamando de um boleto. Faz semanas que estou me lamentando por ter gastos. E o cara morreu! E isso faz meus problemas parecerem tão pequenos, que praticamente desaparecem. Somem, na vergonha dos meus pensamentos.
Estou triste, e isso porque hoje acordei toda feliz, porque amanhã finalmente vou me vacinar.
Deixo então registrada a minha gratidão por ainda estar por aqui, com saúde, e com a Jackeline, que até o fim do mês estará segura de novo.
P.S.: por favor, se cuide!
Fim do capítulo
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cris05
Em: 12/07/2021
Recentemente também passei por uma situação ligada à covid que fez meus problemas parecerem pequenos. E também me senti envergonhada.
Uma situação difícil e extremamente triste principalmente porque poderia ser evitada (ou amenizada, sei lá).
Oremos mesmo!
P.S Já tomei a 1° dose e já estou ansiosa pela segunda.
Vacina no braço!
Comida no prato!
Máscara no rosto!
Fora, genocida!
Beijos!
Resposta do autor:
Pois é, menina... E a gente achando que ia ser ruim, foi pior!
Que o amor toque o coração dos revoltados! Eta teste difícil!!
Vacina no braço!
Comida no prato!
Máscara no rosto!
Fora, genocida!
Se cuide!
Beijos!
NovaAqui
Em: 12/07/2021
Eu achei que seria uma crônica para rir e não foi
Perdi parentes também nessa pandemia e confesso que é muito triste
Esperar por notícias diariamente do hospital, quando vem é um comunicado tão sem informações que você fica pior do que antes. E quando você é chamado para ir ao hospital com a documentação vem a dor maior.
Uma despedida fria, 15 minutos e tudo se acaba
Pensar que poderíamos estar mais avançados na vacinação
Muito triste mesmo
Que os familiares dele estejam bem
Continuamos nos cuidando
Vacina no braço!
Comida no prato!
Máscara no rosto!
Fora genocida
Abraços fraternos procês aí!
Resposta do autor:
É, eu não vejo a hora de esse pesadelo acabar e eu poder voltar a escrever só coisas leves, que nos façam rir. A vida anda aflita, e a gente, tensa.
Perdi parentes tb, e uma amiga muito especial, minha vizinha querida (apesar de não morarmos mais perto há anos). E é uma sensação de impotência tão fodida, porque não se vê possibilidade de melhora!
Ou vê... me vacinar é uma coisa boa... mas é triste tb, pq muitos não conseguiram esperar esse dia.
Oremos!
Vacina no braço!
Comida no prato!
Máscara no rosto!
Fora, genocida!
Se cuide!
Beijos!
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