Milena~

Deixei o Rick à frente da empresa com a Isa, eles sabiam o que tinham que fazer, pedi um tempo pra mim. Ver a Laura beijando outra, foi o mesmo que não ter os movimentos do corpo e ficar paralisada só esperando a morte. Não queria que fosse real, então fugi, fugi para o mais longe que eu consegui. Segui para minha fazenda, onde comecei a comprar e vender gado, a cuidar dos animais, a olhar mais para as minhas terras. Conheci Grace, uma menina da cidade grande que estava a trabalho no interior, era nutricionista e atendia a população. 

Era quinta, dia de feira na cidade, chamei o Zé e fomos levar algumas verduras para vender no centro. Acordamos cedinho, equipamos a L200 e seguimos estrada a cidade. Todos da pequena cidade já me conheciam, afinal já faz dois meses que morava lá. coloquei tudo na barraca, deixei o Zé por conta, comecei a andar no centro, ver alguns mantimentos que queria para fazenda. 

- olá senhorita - encostou em mim uma moça, com um risinho fácil 

Eu continuava a escolher qual licor levar, sem olhá-la respondo - bom dia senhorita - a encaro com um belo sorriso
- desse jeito que vou morrer apaixonada - morde o lábio inferior e solta um riso
- Aconselho que seja melhor não - dou um riso - não to podendo me apaixonar - rimos
- digo o mesmo loira, não posso me apegar a alguém tão safada e sem coração - me da uma encoxada, colocando as mãos entre minhas pernas apertando a calça, olho em volta para ver se alguém está vendo
- Grace, Grace - afastei sua mão com delicadeza - estamos em público - colo minha boca na sua.
- Você adora uma aventura - fala sorrindo e sai.

A sigo com o olhar, ela entra no centro de saúde da população. Pago a moça do licor e sigo atrás. Estava uma típica fazendeira, botas, calça jeans colada, camisa de flanela solta e uma branca por dentro e não podemos esquecer do chapéu, para dar aquele ar de cafajeste. 

- Bom dia meninas - falo sorrindo
- ora ora se não é a mais cobiçada da cidade que chegou para ser admirada - diz Liz, aquela não cansava de dar em cima de mim
- Para com a ousadia, essa já tem dona - Grace aparece com sua bolsa e vem em minha direção me dando um selinho
- Você viu né? não mexe comigo não chulé - brinco com ela e caímos na risada.
- Vamos? - grace pergunta
- Vamos sim gatinha - dou um beijinho em seu nariz - pessoal, tchau tchau - elas me dão tchau em conjunto e saímos.

Estávamos caminhando em direção ao carro, falei com algumas pessoas no percurso, passei na barraca e fui saber se o Zé precisava de algo, se não iria pegar a estrada de volta para a cidade, estar no meio de muita gente já não me alegrava mais. 

- que tal um jantarzinho romântico hoje?! - fala assim que abre a porta do carro
- Gracee.. - a advirto
- Eu sei, eu sei… - segura meu rosto - sei que não quer nada sério e nem tão pouco eu, mas porque não podemos nos divertir enquanto estamos vivendo isso aqui - apontou para nós duas.
- O que você não me pede mandando que eu não faço correndo? - rimos, depositei um beijo em seus lábios - que fará para nós hoje a noite? - bato a porta do carona e dou a volta para entrar no motorista
- Risoto… hmmmm que tal? - semicerrou seus olhos me olhando
- acho uma boa pedida - sorrimos e seguimos rumo a fazenda.

A noite foi regada de muito amor entre a gente, a Grace realmente aflorava meu lado selvagem romântico, mas ainda não era o que queria. Amanheceu e aquele dia tava triste, tava cinzento, meu peito doía, eu não parava de pensar nela, em como tava e que zorra, agora outra estava desfrutando daquilo tudo que era meu. escuto meu celular tocar, avisto ser Rick, eu espero alguns segundo antes de atender.

- pois não, porque me incomodas? - rimos
- Já que maomé não liga, a montanha se porntifica a todo sacrificio a fazer essa arte - rimos
- Sei sei, o que manda? - pergunto
- primeiro estou morrendo de saudades. segundo meu casamento se aproxima, são daqui tres meses e a vossa senhoria é minha dama de honra porr* - fala me adveretindo
- Primeiro: também estou morrendo de saudades. Segundo: não sei se quero ir…
- Você vem sim, e se não estiver aqui, nossa amizade acabou. foda-se a Laura, Foda-se você, entendeu? você é a minha amiga a vida toda, né porque deu errado no amor e esse amor também vai estar lá, acompanhada de outro amor, não quer dizer que você não vá…
- rick, rick… espera, tá bom, eu irei, sem mais dramas. - falei surpresa e interrompendo a sua fala
- Sabia que iria funcionar - rimos - ei, ela sente sua falta também
- Não rick, não sente. Ela está com outra pessoa, nem deve se lembrar de mim, eu fui muito otária com ela, eu magoei a mulher que amo e não tem perdão
- você fez o que tinha que ser feito, para com isso. Sabemos que nunca a traiu, e sabemos que o que fez foi por conta de proteção a vida dela
- Sabemos, mas deixa como está, vai ser melhor assim e sabemos disso.
- Você sabe o que todos nós achamos, o que tá fazendo é perda de tempo. Pare de coisa. E vem aqui nos visitar quando? - pergunta depois do sermão
- Não sei ainda, mas em breve - riu fraco, não queria voltar tão cedo
- Natal e ano novo vai passar conosco, para de coisa - me advertiu
- Amigo, esse não, mas quem sabe o próximo, já irei para um evento grande que é seu casamento, não me force a ir para mais um evento que não quero comparecer, na verdade é que não quero comparecer, é que não tô no clima.
- Tá bom, irei respeitar.

Nos despedimos, os dias seguintes passaram que nem furacão, meu pai me ligou me ordenando a ir para o Brasil visitá-lo e comprei as passagens para primeira semana de janeiro. Chegou o Natal e passei com Grace e as amigas da unidade de Saúde, todas foram para a fazenda. Sentia que Grace estava se apegando e então decidimos conversarmos mais uma vez, pois não queria confundir as coisas. Decidimos então parar de ficar, pois ela não conseguia não gostar de mim. A virada do ano chegou, e eu, meu whisky Jack de mel, algumas pedras de gelo e o job’s na varanda comemorando mais um ano que chegou. Bebi demais, bebi muito, sem pensar em nada, ou melhor, na minha amada. 

- Job’s, meu amigão, aquela mulher sabe como arrebentar um coração - estava sentada no chão da varanda olhando a lua da virada, abraça ao job’s
- au au auuu - era o que ele me respondia
- isso ai amigo, não se apaixone não, seja o cachorro delas, mete marcha e casca fora, amar doí.
- au au au
- Te amo, feliz ano novo!

Laura ~

Passamos o natal com minha familia, a familia da Megan veio para Miami, e eles se adoram, pelo menos eu acho. a noite foi um pouco estranha, não era exatamente o que que meu coração pedia, a uns meses atras tinha uma aliança em meu dedo, uma casa em meu nome e uma mulher que eu tinha orgulho de chamar de minha. Ahh falar em aliança, estou a encarando faz mais de 1 hora, sem conseguir me mexer, minha irmã entra no quarto e segura minha mão.

- vai atrás dela - sussurra em meu ouvido
- ela quem escolheu assim, não posso mudar - uma lágrima caiu
- Não, você não sabe. agora que ela está aqui fora, vocês merecem ter uma conversa franca.
- Yumi, é a conversa franca - nada mais falei

Ficamos caladas por alguns minutos e minha irmã decidiu não mais falar nada e saiu do quarto, Yumi, Yumi, Yumi era o nome que se repetia em minha mente desde que saí daquela sala, queria vê-la, saber quem era, queria saber o que ela viu nessa mulher, e porque me traiu, eram perguntas que só uma pessoa poderia responder e que eu estava zero a fim de ir atrás. 

- amor, onde quer que esteja, estou morrendo de saudades - falei em voz alta.
- Saudades de mim? - escuto uma voz atrás e tomo um susto
- aii - levo a mão ao coração - Megan - riu fraco - Sim, já estava indo te encontrar - ela caminha em minha direção, eu estava na beira da cama, olhando a lua, escondo a alianças rapidamente no bolso da jaqueta que vestia aquela noite
- porque está trancada sozinha no quarto meu coração? - me beija a face
- Estava pensando, estamos no fim do ano e ano que vem tem muito mais turnê - rimos - vamos voltar, já devem estar atrás da gente

Seguimos para a sala e terminamos nossa noite de natal, Megan queria sex* e eu deitar e dormir, mas sempre fui muito carinhosa com ela, fizemos amor, mas só para o prazer dela, temrinamos eu fui ao banheiro e tomei banho, fiquei uns 15 minutos apos banho, sentada no vaso olhando aquele numero no qual queria mandar mensagem, escrevi te amo, to com saudades, te quero, vamos voltar, eu te odeio, porque você fudeo com a nossa vida, você e a Camila se merecem… e não tive coragem de enviar absolutamente nada. desliguei o celular, pois era o melhor que faziamos. 

Ano novo se aproximava, iria passar com os meus amigos, casa de praia, casa essa que era dela, porém Rick usava com Diana já fazia tempo. Estávamos todos reunidos Rick, Diana, Isa, Gloria, Ryan, William, Jeff e Well, as meninas da banda e eu, eu e eu, e meu coração partido e Megan, a única figurinha fora do álbum daquela noite - credooo Laura, que pensamento fora do contexto - balancei a cabeça em negação e fui curtir a casa. estávamos todos empolgados naquele dia, meus pés me levaram a um lugar cujo não queria, mas por teimosia entrei. e lá estava, nossas fotos naquele quarto, nossa cama, nosso banheiro e nossa vida, tudo jogada fora, nosso espaço. roupas ainda estavam no guarda-roupa, talvez de um verão passado, cheirava a guardado

- amoooor - escuto alguém me chamar e sei bem quem é, tento rápido sair do quarto mas é tarde demais - mor - me olhava incrédula ou interrogativa
- hmm - a olho desconfiada
- Tá fazendo o que?
- tava vendo esse quarto, é da dona da casa, que não está aqui hoje - lembro das fotos na cabeceira - vamos? - já chamo saindo do quarto
- e porque o Rick não fica aqui? - pergunta assim que fecho a porta
- Porque ele já tem o quarto dele, igual nós temos o nosso. - ri fraco e descemos.

o dia transcorreu bem, nos divertimos a beça, Megan queria trans*r a todo custo, mas eu não queria, muito estranho trans*r na casa dela 

- diana - sussurrei para ela na beira da piscina
- oiii - chegou com cara de fofoca
- Megan quer trans*r - arregalei os olhos
- espero que seja com você - me encara seria
- É né, assim também espero e é na verdade, porém aqui não me sinto confortável - sussurro
- então não dá ué - diz o óbvio
- como despistar?? - suplico
- remédio de dormir, depois da meia noite - rimos
- ela quer agora, a toda hora, só não é pior que milena - rimos.
- Amiga, relaxa tá, relaxa

Nossa noite de virada estava sendo maravilhosa, eu estava amando, a única coisa que faltava todos sabiam, queria saber onde estava, queria saber com quem estava. a lua era cheia, o céu tava lindo, eu via estrelas e as estrelas me viam - querida, eu te amo, amo e amo - fechei meus olhos e o celular vibrou, mensagem de texto. 

Te amo, feliz ano novo! 

Ai meu Jesus, meu Deus, amor… fiquei paralisada, ouvia fogos, ouvia conversas, ouvia celebrações, Megan me abraçando e eu inerte, o que eu faço, ela lembrou de mim.

Fim do capítulo