Capítulo 01
México
Parada ante a beleza estonteante da paisagem natural, aquela mulher sentia o vento bater em seu rosto e nos seus cabelos loiros. Fechou os olhos e desejou que o tempo parasse por um instante para prolongar aquele momento único.
- Que lugar lindo! É sublime! - exclamou Emily Reed.
A jovem sentia-se hipnotizada pela beleza daquela praia e tudo ao seu redor, especialmente os aromas inigualáveis trazidos pelo ar.
- Percebe essa fragrância natural, Mia?
- Emy, eu só consigo sentir esse calor infernal. Você nota perfume em tudo, credo!
- Esqueceu que trabalho com isso!?
- Nova York está bem longe, estamos de férias! O único cheiro que quero sentir é o da margarita que daqui a pouco beberei.
- Insensível! - brincou Emily, continuando seu momento de interação com os aromas da natureza.
- Se você cogitar pegar o celular hoje, eu te afogo no mar. A partir de amanhã, vou te liberando gradualmente. - avisou a amiga da bela de olhos azuis.
- Não vou, mas tem gente que vai surtar, você sabe. - lembrou Emy.
- Ele surta de qualquer jeito! Se você respirar, ele já surta.
- Que exagero, Mia!
- Emy, admite... essas férias são quase uma fuga estratégica. Bem ao estilo "saída pela direita"!
- Você é uma boba! - riu daquela verdade. - Admito que estou um pouco cansada. Só isso.
- Chega de papo! Por Jesus, vamos nos trocar e procurar um bom bar.
- Para uma criatura que só pensa em beber, você está bem religiosa hoje.
- Por vinte dias você será apenas a minha amiga e não minha chefe, então... vá se danar! - disse em mímica.
- Por favor, me diz por que foi mesmo que eu te trouxe?
- Porque apesar de você não admitir, eu sou sua alma gêmea e estarei na sua vida para sempre.
- Ok alma gêmea, vamos! Ainda bem que dizem que a Alma gêmea é dividida em três. Tenho chance de encontrar a outra parte!
As mulheres vestiram-se adequadamente e foram em direção à praia, encontrando um quiosque e ali permanecendo.
Posteriormente, chegou ao mesmo quiosque outra loira, essa de cabelos cacheados e aparência divertida, tendo ao seu lado uma bela morena.
Elas cumprimentaram a todos, pareciam bem conhecidas das pessoas dali.
- Hey Liv, gostei desse cabelo avermelhado! - disse o dono do quiosque com um inglês carregado no sotaque.
- Gracias, Juan. É provisório. - respondeu Olivia.
- É uma camaleoa. - brincou a outra garota.
- Ossos do ofício. - ajeitou-se na cadeira. - Vic, afinal, quando conseguirei te convencer a voltar para Nova York comigo? - disse a morena de alta estatura.
- Nem pensar! Olha esse paraíso, Liv. Não preciso de muito para viver, mas necessito dessa paz.
- Okay... na verdade, te invejo.
- Tequila, Vic? - indagou Juan.
- Mais tarde, agora aquela margarita.
- Para mim a azul, por favor, Juan. - acrescentou Olivia.
- Não se esqueçam do luau! - o dono do quiosque avisou.
- Estou preparada desde já! - disse Victoria.
- Eu só vou se algo me interessar... - sorriu Liv.
Ele riu voltando para o balcão.
- Você não muda, Liv! Fico impressionada, você pega cada mulher linda, mas nunca se apaixona.
- Paixão é para os fracos, "mi amor".
- Vai debochando... - observou uma mesa logo adiante. - Liv...
- Hum?
- Disfarça e olha aquela loirinha, do seu lado direito.
Ela discretamente virou-se, observando a moça que nem mesmo notava sua presença.
- Bonitinha. - falou sem muito entusiasmo.
- Bonitinha? Ela é linda! Cabelos longos, olhos azuis e parece alta igual a você.
- Sim, é bonita. A outra também não é nada mal.
- Meu radar diz que a loirinha é hétero. A outra ainda não tenho certeza.
- Fala sério, Vic. Acabamos de chegar, nem ligou o radar ainda.
- Liguei sim. A de cabelo curto te notou que eu vi, porém, a loira nem tchum para você.
- Okay, percebi. Onde você quer chegar?
- Duvido que você pegue essa garota. - afirmou sem pestanejar.
- Não vou mesmo, porque ela não faz o meu tipo.
- Mentirosa! A verdade é que você nem se lembra mais como é chegar em uma mulher. Elas sempre caem matando em cima.
- Que absurdo!
- Então, que tal uma aposta, Olivia Wess?
- Para! Porque você sabe que eu não resisto a uma boa aposta, mas não esse tipo.
- Se você conseguir, eu até passo um tempo na Big Apple quando voltar.
- Está falando sério?
- Você sabe que nossas apostas são sérias, mas se não conseguir, além de não me encher mais com o assunto Nova York, perde aquela jaqueta que você trouxe do desfile Versace.
- Isso está me saindo muito caro.
- Não é você que confia tanto no seu taco? Agora está com medo?
- Eu não tenho medo de nada... - olhou por um instante na mesa em que estavam as duas moças. - mas não quero chegar em ninguém. - bebeu um gole da bebida trazida pelo dono do quiosque.
- Você está com medo. - concluiu ironicamente.
Olivia encarou-a por um instante.
- Muito bem! Aposta aceita!
- Ótimo, porque dessa vez eu ganho.
- Veremos! - voltou a olhar para Emily. - Veremos...
Ficaram mais um tempo conversando, até que em um repente, Olivia levantou-se.
- Vem...
- Vem o que, Liv?
- Cala a boca e me acompanha. - disse enfática, aproximando-se da mesa onde estavam Emily e Mia.
Pararam diante delas.
- Desculpem, mas ouvi vocês falando em inglês, também somos americanas. - chegou com gentileza.
- Ah que legal. De onde vocês são? - respondeu Mia.
- Nova York e vocês?
- Flórida. - adiantou-se Emily, não querendo dizer serem do mesmo local.
Imediatamente recebeu um olhar questionador da amiga, que não entendeu o motivo.
- Sério? Moramos longe. Perdão, nem me apresentei. Sou Liv e essa é minha amiga, Vic.
- E nós, Mia e Emy. - disse a nova-iorquina Mia.
- Emily, na verdade. - a loira estendeu a mão para Vic e depois Liv.
- Olivia, "na verdade". - fitou-a, com deboche explícito.
- Sentem-se, acabamos de chegar e estamos nos localizando ainda. - convidou Emy, porém desviando o olhar.
- Não atrapalhamos? - questionou-a, Vic.
- Imagina, por favor... - falou Mia, para as duas estranhas.
- Meninas, às vezes bate um cheiro tão bom vindo daquela direção, o que é? Não consegui identificar. - Emily indagou.
- Cheiro? - Vic estranhou o comentário.
- Não se assustem, ela sente cheiro até do pensamento.
Todos riram.
- Creio que esteja falando dos roseirais. - explicou Liv.
- Ahh...
O assunto fluiu naturalmente, mas pouco falaram de suas vidas pessoais. Apenas Vic contou viver ali havia um tempo. Assim como, sobre sua amizade com a morena.
- Minha família e da Liv eram bem próximas, não tínhamos grana, mas nos divertimos um bocado. - contou Vic.
- Grana ainda não temos, mas a diversão sim! - disse Olívia.
O que não era totalmente verdade. Olivia Wess apesar da infância e adolescência simples, estava nos últimos anos em ascensão em sua carreira de Modelo Internacional, começando a consolidar-se como tal.
Vida oposta à Emily Reed, que já nascera em uma família rica, com um negócio de sucesso com perfumes. Patrimônio que viera do avô e, posteriormente, de seu pai, Henry.
- Vocês virão para o luau? Terá um show bem bacana! - indagou Vic e não demorou a emplacar um diálogo animado com Emily. Ela, aliás, não deu uma atenção diferenciada à Olívia, como a modelo estava acostumada com outras mulheres.
- Sério? Não participo de um há anos! O que acha, Mia?
- Vamos sim! Quando será?
- No final de semana. - respondeu Vic.
- Vocês vão gostar...a noite aqui é linda! - Olivia entrou no assunto. - Emily, você comentou sobre cheiros, eles cultivam flores belíssimas, se quiser podemos ir até lá amanhã.
- Nossa, eu adoraria! Perspicaz, Liv finalmente conseguiu a atenção da jovem.
- Me inclua fora dessa, vão vocês. - avisou Mia.
- Preguiçosa! Ok, vamos nós então... - disse Reed.
Elas ficaram um longo tempo ali.
Na manhã seguinte, a modelo levou-a aos roseirais, no qual a loira encantou-se. Era realmente encantador, as flores de cores diversas e as fragrâncias emanadas dali, traziam uma magia singular.
- É maravilhoso, não é, Emy? Os olhos azuis brilhavam diante do que via.
- Olívia, já conheci muitos lugares, mas esse tem um magnetismo... um aroma que me traz tantas sensações... - pausou. - Esse é um momento inesquecível para mim... - virou-se para a outra mulher com um sorriso.
- Obrigada por isso. Aliás, sorriso retribuído.
Nos dias que seguiram, Emily e Olivia tornaram-se inseparáveis. Liv apresentou-lhe o lugar e até mesmo suas comidas exóticas.
Riam, dialogavam até altas horas, apreciavam a companhia uma da outra.
- Está entregue, sã e salva! - Wess estacionou seu Jeep diante do hotel.
- Muito obrigada! Liv. Você é uma exímia guia!
- Saiba que não faço isso sempre.
- Duvido. Isso com certeza faz parte do seu charme.
- Está dizendo que sou charmosa?
- Não, quer dizer, sim. - riu encabulada. Liv gargalhou com aquela reação.
- Não fique vermelha, só estou tirando uma com a sua cara.
- Ah, nem notei! - também riu.
- Preciso admitir uma coisa. - disse Olivia.
- O quê?
- Quando conheci você, te achei com cara de fresca. - Emy riu alto, muito alto. - antes que diga qualquer coisa, quero dizer que percebi estar enganada.
- Ufa, fico mais tranquila... - era engraçado o semblante da loira.
- Agora é você que está caçoando de mim, não é?
- Ahum.
- Touchê!
Elas riram.
- Enfim, obrigada pela companhia e pela carona. - saiu do carro, fechando a porta. - Boa noite, Liv.
- Boa noite, moça. Até amanhã! E não se atrasem!
- Tentaremos! - virou-se caminhando até a porta do Hotel, enquanto a modelo saia com seu carro.
A noite se foi e o dia iniciou belíssimo! O sol estava especialmente brilhante.
Como haviam marcado, às 9:00 am lá estavam, diante da imensidão daquele mar.
- Não creio que me tiraram da cama a essa hora.
- Não reclame, Vic. Você vive aqui e pouco vem à praia. - falou sua amiga, sentando-se ao lado de Emy, naquela areia branca.
- É sempre assim. Quando tem muito fácil, não dá valor. - comentou Mia.
- Se torna hábito e não novidade. - completou Emy.
- Querem saber, vou ali no quiosque buscar um suco e não trago para ninguém. - Vic levantou-se de saída.
- Vai mal-humorada! - zombou Olivia e também se colocou de pé.
- Direi um olá ao mar, vamos? - convidou Mia e Emily.
- Vai indo, estou juntando coragem. - riu Emy.
- Eu também, Liv.
- A preguiça da Vic está atingindo vocês. - brincou tirando a roupa que cobria seu biquíni e andando em direção ao mar.
As duas nova-iorquinas observaram Liv se afastar.
- Melhor fechar a boca, Emy. - brincou Mia.
- Me fala, como pode ter uma bunda bonita assim. Isso é uma afronta! - sorriu.
- Se fosse só a bunda... - a feição de Mia era cômica, por fim, elas riram.
- Do que vocês estão falando? - Vic retornou com sucos para todas.
- Falávamos que você traria bebidas. - Mia mudou de assunto. - e eu estou indo ali lavar a alma no mar! - decretou Reed.
- Vai lá, amiga!
Restou na areia, Vic e Mia conversando. Já as outras mulheres, conversavam sobre tudo, mas ainda preservavam suas vidas pessoais. Evitavam perguntas justamente para não haver respostas. Mais um dia se passou... Mia e Vic divertiam-se, nascendo uma sincera amizade.
- Cadê aquelas duas?
- Não se preocupe, Mia. A Liv conhece tudo e todos por aqui. Não vão se perder.
- É que o chato do namorado dela já me ligou nem sei quantas vezes.
- Namorado?
- É... mas, nem comenta que te falei. Deixa que ela fale.
- Pode deixar. Além disso, ela não está fazendo nada de errado.
- Não mesmo. Mas, me fale de você, o que você faz aqui, Vic?
- Trabalho fazendo a cabeça das mulheres!
- Muito interessante! Terapeuta ou cabeleireira?
- Você me imagina como terapeuta? - sua feição era divertida.
- Penso que não... Isso seria pirar a cabeça das mulheres e não "fazer".
- Exato! É a segunda opção.
- Eu imaginei!
Dialogaram por um longo tempo, falando em especial de suas infâncias, que tinham histórias muito parecidas.
Depois Mia retornou ao hotel, ao mesmo tempo, em que a amiga também chegava.
- Menina, aqui é o paraíso! A Liv me mostrou cada lugar! Você só pensa em margaritas, está perdendo os passeios. - contou a empolgada Emily, indo direto para o banho.
- Por Jesus, liga para o seu namorado! Você deixou o celular e eu já nem sei o que responder.
- Pode deixar! - gritou do banheiro.
- A Vic falou que o show de hoje será daquele espanhol.
- Estou sabendo.
Mia aproximou-se da porta do banheiro enquanto a amiga estava debaixo do chuveiro.
- Vocês estão bem próximas, não é?
- Quem?
- Não faça cara de paisagem. Você e a Liv.
- Ela é divertida, super agradável.
- E linda, né Emy.
- E daí?
- Você não percebeu?
- Percebeu o que Mia? Lá vem você...
- Ela joga no meu time!
- E você tem time?
- Acorda, Emily Reed! Ela está flertando com você! Emy colocou a cabeça cheia de shampoo fora do boxe.
- Quantas margaritas você bebeu? - Jesus Amado, você é muito lerda.
- E você louca! Liv e eu só nos demos bem e se ela é isso ou aquilo é problema dela, eu gosto de homem.
- Como sabe se não experimentou outra coisa? Você morre de curiosidade, que eu sei!
- Definitivamente, você bebeu!
- Queridinha, daqui a alguns dias estaremos novamente em Nova York. Você volta para o David e toda sua vidinha certinha. Então... arrisque-se enquanto pode!
- Some! Sua louca! - expulsou a amiga.
Ela saiu rindo do semblante de Emy, que apesar de negar até mesmo para si qualquer atração por aquela mulher, era inegável a sintonia que existia entre elas.
Naquela noite como em todas desde que lá chegaram, estavam juntas.
Conversavam, bebiam, riam... dessa vez ouvindo o show de Alejandro Sanz que, aliás, agradou a todos.
- Esse homem é um charme. - comentou Emily.
- Até que sim. - concordou Mia.
- Só gosto das músicas dele. - disse Vic.
Olivia somente sorriu.
- Quanta gente! Está lotado! - Reed comentou.
- É a abertura oficial do nosso verão. - contou Victoria.
Em pé na praia curtiam aquele momento musical, até então...
- Emy, vem... quero te mostrar um lugar. - chamou-a levando-a pela mão, sob os olhares observadores de suas amigas que continuaram assistindo ao show.
Elas caminharam saindo da praia lotada, a cada passo distanciaram-se das pessoas que lá estavam. Passaram por algumas pedras, chegando a um lugar mais sereno.
- Olhe... - mostrou, Olivia.
Atentando-se, Emy pode ver o reflexo da Lua na água, criando uma paisagem magnífica, enquanto ao longe, a canção Corazón partio se iniciava.
- É divino, Liv! - maravilhou-se com o que via. - Lindo...
- Amo esse lugar.
- Não tem como não amar. É maravilhoso!
- É... tem belezas que nos tocam a alma... - disse com olhos fixos na loira. Que voltando seu olhar, percebeu que Olivia referia-se a ela, pois, a bela mulher nem mesmo desviou seus olhos.
Em verdade, elas não desviaram o olhar.
- Por Deus... não me olhe assim... - implorou Emily, aquela mulher parecia enxergar-lhe a alma.
- Não? - pergunta retórica, acompanhada de um passo à frente.
Era possível sentir o quão ofegante a loira tornou-se com aquela proximidade.
- Liv... - tentou argumentar, porém foi calada.
- Shhhh... - os dedos que calaram Emy, contornaram seus lábios.
Naquele instante ela sentiu algo que desconhecia. Tão desconhecido quanto era para Olívia, que imediatamente percebeu o coração descompassar. Ela arriscou um leve beijo no canto dos lábios. Sem reação de Emily, que permaneceu estática.
Ao perceber a falta de retribuição, lentamente afastou-se.
- Desculpe, Emily... Eu... Por favor, me desculpe. Aquilo não era teatro, de fato, sentiu-se constrangida.
- Vamos voltar... - continuou Liv.
A nova-iorquina continuou inerte, apenas a observou em silêncio e vendo-a virar-se para saírem, Emy trouxe-a pela nuca, unindo seus lábios com fúria.
Talvez uma mistura de raiva pelo novo despertar, também pelo evidente desejo e, novamente, pela raiva! Olivia abriu os lábios assim que sentiu seu corpo ser puxado, a língua abriu caminho e, imediatamente, a loira sugou-a.
Para a Emy era um misto de sensações, porém, naquele momento permitiu-se não pensar.
Esvaziou sua mente. Preencheu o coração.
Interromperam apenas quando lhes faltou o ar, mas com lábios entreabertos que teimavam em não se afastarem. No entanto, por um ínfimo instante fitaram-se. A ávida respiração e os batimentos irregulares eram a tradução do que sentiam.
Ainda escutavam a canção que tocava e sem a necessidade de palavras, voltaram a beijar-se, agora com certa delicadeza e sutileza, em um vai e vem de línguas, lento e intenso. Os braços de Olivia prenderam o corpo dela, que retribuiu todos os gestos e movimentos.
A noite era o cenário perfeito para aquele momento, o clima de romance cercou-lhes, evidenciando o que iniciava em seus mais íntimos sentimentos.
Tudo se tornou mais acentuado, especialmente os beijos trocados. A boca da modelo desceu por aquela pele suave, buscando encontrar seu próprio caminho. Ouviu-se um tímido gemido dos lábios de Emy.
Definitivamente Liv sabia como despertar-lhe insondáveis desejos, porém inesperadamente Reed distanciou-se.
Seus olhares encontraram-se, mas com significados diferentes. Olivia, com a surpresa do susto pela interrupção. Emily tinha um olhar confuso, perguntava-se o que fazia ali com aquela mulher.
- Liv, desculpe... - afastou-se, mas completamente atordoada parou, virando-se. - Eu não posso... desculpe. - ela dizia olhando para todos os lados, menos para o rosto de Olivia, tampouco para seus olhos.
Ela rapidamente, foi-se, com a total certeza de que tudo era incerto na sua vida.
A modelo deixou-a partir, entendia aquela reação, imaginou que ela jamais beijara uma mulher antes. Não compreendeu, no entanto, a estranha sensação que sentiu vendo-a sair, um incógnito aperto em seu peito.
Sensação inexplicável no mundo de Olivia Wess. Decidiu, então, permanecer ali.
Mais tarde no hotel...
No início da madrugada, ao chegar na suíte, Mia estranhou a amiga já deitada, pois habitualmente ela e Liv ficavam até altas horas juntas.
- Emy... chegou cedo. Está tudo bem?
- perguntou enquanto se arrumava para deitar-se.
- Peguei um uber, estava cansada.
- Assim de repente?
- Ahum.
- Está tudo bem mesmo?
- Ahum.
- Essa é a sua resposta para: Não quero falar sobre isso?
- Ahum.
- Ok! Ligou para o David?
- Mandei mensagem, amanhã falo com ele. - Você está legal?
- Ahum.
- Tudo bem, já entendi, amanhã você me conta. Mesmo porque a tequila que a Vic me deu está fazendo efeito. - deitou-se, deixando a amiga quieta.
No mesmo instante, em outro local, Vic chegou em casa e viu Olivia deitada na rede.
- Ei grandona, achei que estava com a Emy. Até pensei em comprar minha passagem para Nova York.
- O quê? - estava dispersa.
- Nova York... aposta... Emy. Entendeu agora?
- Ah tá. - Só diz isso? Quero saber, perdi a aposta?
- Não. Esquece essa aposta.
Vic aproximou-se ao notar seriedade na voz da amiga.
- O que houve?
- Fiz besteira, Vic.
- Como assim?
- Eu a beijei.
- Desde quando isso é besteira?
- Desde que ela saiu correndo de lá!
- Uau! Achou para cabeça, Wess. Essa difere das garotas que está acostumada.
- Você fala de um jeito...
- É a verdade, Liv. Você não sabe o que é desejar uma mulher e não a ter.
- Boa noite para você, Victoria.
- Já entendi que não quer papo, mas repito: Ela é visivelmente diferente.
- Sim! Ela é hétero!
- Não é disso que estou falando, Liv. Estou falando de você!
- Não entendi.
- Você deu mais atenção para essa garota nos últimos dias do que para qualquer outra na sua vida toda.
- Nada a ver. - Sei.
- Vai dormir, vou ficar por aqui hoje.
- Entendi o "Vai dormir" e vou mesmo. Você fique aí pensando na loira de olhos azuis!
Vic desviou-se do sapato jogado pela amiga, mas ria alto, provocando-a.
Olivia passou a noite na rede, precisava ficar sozinha com seus pensamentos.
O dia não demorou a amanhecer e a modelo preparava o café, conversando com Vic na cozinha da pequena e aconchegante casa de praia.
- Não sei por que ainda bebo tequila. - reclamou a cabeleireira, segurando a cabeça com as duas mãos.
- Porque está no México... ah! e também porque é uma bebum do caralh*.
- Para de gritar!
- Sua louca eu não estou gritando, a sua ressaca que é gritante! Tem mais... - sem terminar a frase, fora interrompida pela ressaqueada.
- Espera. Estou com ressaca delirante ou é mesmo a Emy que está parada aí na porta?
Olivia virou-se bruscamente e viu-a parada próxima à porta.
Vestindo uma roupa de praia, com cabelos soltos e levemente ondulados. Em seus olhos havia um azul ainda mais marcante, percebeu Liv.
- Oi!
- Graças à Deus, não é ressaca delirante! - constatou Vic.
- Olá... - cumprimentou-a, Liv.
- Como vai a ressaca, Vic? Mia não está melhor que você.
- Nem brinca. Me alegro em saber que não sofro sozinha.
Entre ela e Olívia as palavras sumiram e a observadora Victoria olhava para a amiga, depois para Emy e novamente para Liv e nada de dialogarem.
- Meninas, vou ali e volto um dia! - brincou - Fique à vontade, Emy. - finalizou saindo e deixando-as sós.
- Então... você... - Olivia Wess procurava concluir palavras com nexo. - Enfim, quer sentar? Estou preparando o café.
- Podemos caminhar um pouco? - respondeu direta.
- Caminhar? - surpreendeu-se. - Sim, claro.
Ela deixou o café à mesa e saiu com a loira, em direção à praia.
O silêncio fez-lhes companhia, por alguns minutos apenas andaram pela areia, até Olivia manifestar-se.
- Te devo desculpas, eu sei...
A loira olhava o mar, sem nada dizer, continuando a caminhar.
- Você me ouviu, Emily?
- Ouvi, você se desculpou.
- E você não fala nada, cacete? - Emy sorriu pelo palavrão e pela irritação demonstrada - Ainda ri? Você é meio louca, sabia?
- Não sou eu que estou xingando... - sua voz tinha uma calma evidente e irritante.
- Hum. - resmungou Olivia.
Emily parou de caminhar, fitando aqueles olhos negros, que pareciam ainda mais escuros.
- Você se desculpou por se arrepender?
- Em que isso importa? Você saiu correndo.
- Se eu te beijasse agora, você também sairia correndo?
- Isso é uma pegadinha?
- Não, Liv. - respondeu com austeridade.
- Okay. Não, eu não correria.
- Que bom! - ela terminou a frase grudando seus lábios naquela bela mulher, lançando os braços em seu pescoço e sendo abraçada à cintura.
Em um longo e delicioso beijo... uma mistura de desejo e carinho, que não conseguiam explicar. Fatalmente existiam ali os mesmos temores da noite anterior, ou seja, a negação estava presente, mas sem qualquer tentativa de fuga.
Elas não tinham pressa de soltarem-se. Aquele demorado beijo finalizou com um abraço acolhedor. Com os braços entrelaçados pelo pescoço da modelo, Emy afastou-se apenas o necessário para conseguir olhá-la. Ela sutilmente balançava a cabeça de um lado ao outro.
- O que foi? - Liv indagou sorrindo, permanecendo com os braços em sua cintura.
- Você... - foi a única palavra que saiu dos lábios de Emy.
- Eu o quê?
- Você é um perigo! Liv gargalhou.
- De onde você tirou isso?
- Você sabe que é. - fitou-a com firmeza. - Com você é sempre assim? - franziu o cenho.
- Assim como?
- Do pouco tempo que saímos de sua casa, perdi a conta de quantos homens e até mulheres te encararam. - ela parecia indignada e isso divertiu Liv.
- Você já se olhou no espelho, Emy?
- O que isso quer dizer?
- Você é linda e talvez estejam olhando para você, não para mim.
- Não venha com essa! - beliscou a mulher alta e correu para o mar, deixando as roupas pela areia, ficando somente de biquíni.
- Ei isso doeu! - gritou. - Filhadaputa! - esbravejou, vendo-a olhar para trás sorrindo. - Ow loira maluca, estou de short e camiseta!
- E daí!? - retrucou.
- Dios, dá-me paciência! - murmurou, seguindo-a. - Essa camiseta é nova e se estragar, tem que comprar outra. - jogou-se, nadando até ela, que imediatamente abraçou-a. - Maluca do caralh*!
- Rainha dos palavrões! - respondeu Emy.
- Fresca! - Liv... por favor, cale essa boca e me beije.
Olivia riu agarrando-a e dando-lhe um impetuoso beijo de língua, com total retribuição. Havia entrega, nos mínimos gestos. Fosse em um beijo repleto de desejo ou até mesmo no aconchego do abraço.
Ali permaneceram, literalmente, curtindo suas companhias que tanto apreciavam.
Essa empatia surgiu desde que se conheceram, no entanto, agora com uma diferença, beijavam-se incansavelmente.
Um tempo depois, retornaram à casa de praia...
- Vic... - chamou-a Olivia, chegando com a roupa toda molhada.
A casa estava silenciosa.
- Liv, tem um bilhete aqui na mesa. - apontou Emy.
Olivia leu começando a rir.
- Ela disse que sofrerá a ressaca com uma amiga e se ela e Mia sumirem, devemos procurá-las no hospital.
- Ela é divertida!
- Figuraça!
- Coloca uma roupa seca, senão é você quem vai parar no hospital.
- Já volto! - disse subindo as escadas.
Emily ficou por ali, vendo algumas fotos, parecia de viagens tanto de Vic como de Olivia, percebendo que aquela casa, na verdade, era das duas e não só de Victoria como entendera anteriormente.
- Emily... vem cá.
Ouvindo o chamado, seguiu pelas escadas.
- Liv, o que fo...i. - freou a frase quando viu à sua frente, Olivia usando apenas uma pequena peça de roupa.
Até aquele momento, não havia olhado para o corpo de uma mulher com desejo. Até aquele momento...
- Quer tomar banho comigo? - perguntou enfática e direta.
- Eu... - não conseguia parar de olhar aqueles seios. - Eu preciso ir embora. - fez menção de sair do quarto.
- Não! Você não tem que ir.
Reed parou de costas. Olivia com poucos passos já estava próxima a sua nuca.
- Você não quer ir... - sussurrou e com a mão afastou os cabelos loiros, beijando seu ombro e subindo sua língua até a orelha, com suas mãos espalmadas, depositadas no quadril de Emily. Seus seios tocavam as costas daquela mulher que mal respirava.
Não havia forças nas pernas de Emy, para fugir dali.
- Fica... - murmurou, beijando sua nuca. - Fica comigo... - repetiu em um sopro, sentindo a respiração da mulher de olhos azuis mudar completamente.
Definitivamente, Olivia sabia como seduzir mulheres. Porém, Emily Reed era "A Mulher"!
- Falamos mais tarde, Liv. - mesmo com excitação em cada parte do corpo, saiu sem olhar para trás. Virar-se e fitar aqueles olhos, seria como arriscar perder qualquer juízo que ainda existisse.
Desceu as escadas com pressa e só conseguiu respirar, há metros daquela casa.
Seminua e sozinha, Olivia falou todo seu estoque de palavrões e não eram poucos!
Instantes depois, ainda enfurecida pelo que julgava rejeição, finalmente, foi para seu merecido banho.
Emily descansou no Hotel o restante da tarde. Atendeu a ligação do namorado, do irmão e até da mãe e era inevitável não se lembrar de Liv e não por vê-la seminua, mas sim pelo que sentiu quando a viu, esse era o diferencial, as sensações que aquela mulher lhe causava.
Vic e Mia mandaram mensagem para ela ir para o quiosque encontrá-las.
Já era fim de tarde quando decidiu aceitar o convite.
Ao chegar, não viu com elas a mulher que lhe tirava do eixo, sendo assim, cumprimentou-as, sentando-se.
- Como vocês conseguem beber de ressaca?
- Acha que bebi? Estou tomando suco. - respondeu Mia.
- E eu refrigerante. - completou Vic. - O que quer beber, Emy?
- Tequila!
Vic e Mia arregalaram os olhos, numa feição engraçada, pois, até então, ela era a mais contida das quatro.
- Por que o espanto? Quero tequila.
- Você quem manda! - afirmou Vic rindo e levantando-se para buscar uma garrafa, deixando-as na mesa.
- Está tudo bem? Nos desencontramos hoje.
- Tudo sim, Mia. Aproveitei e dormi um pouco.
- Cadê a Liv?
- Não faço ideia.
- Nem vi você sair de manhã.
- Você estava de ressaca.
- Continuo de ressaca, mas você sumiu antes do café.
- Ahum.
- Nem vem com essa respostinha. A Vic comentou que te deixou com a Liv hoje. O que aconteceu?
Houve uma pausa e um suspiro de Emy.
- Ela me beijou ontem.
- Aí que tudo e aí?
- "Aí que tudo"? Você deveria me aconselhar a não sair beijando por aí.
- Para de me enrolar! E aí?
- Hoje eu a beijei.
- Você? Agora sou eu que preciso de uns shots!
- Depois fugi de novo.
- Como é? Você está me deixando mais zonza do que a tequila de ontem.
Emily aproximou-se do ouvido da amiga.
- Ela ficou seminua na minha frente, eu não soube como agir. - cochichou.
- Seminua!?
- É.
- Ela é mulher, qual a novidade para você nisso?
- Você não entende.
- Entendo sim, só estou te enchendo. Seguinte... isso é novo para você, é normal se sentir assim. Ainda mais com aquilo tudo!
Emily cerrou os olhos, desaprovando o comentário.
- Por que está me olhando assim? É a verdade.
Victoria retornou à mesa, interrompendo aquele diálogo.
- Aqui está sua tequila! - Vic colocou a bebida na mesa.
- Essa noite seremos apenas você e eu Jose Cuervo! - a loira conversou com a garrafa.
- Jesus Amado, isso porque nem bebeu ainda! - sua amiga riu.
Emily bebeu alguns shots, numa rapidez perigosa.
- Garota, vai com calma.
- Vic, eu sempre vou com calma. - a voz começava a ficar pastosa. Não estava acostumada a bebidas fortes.
- Só temos uma opção... cuidar dela. - decretou Mia, deixando a amiga ter seu porre em paz.
- Sendo assim... arriba! - brincou Vic.
A cada minuto, mais uma dose.
Meia hora passou-se e também muitas doses se foram.
- Olá. - Olivia surgiu por lá.
Ela olhava para Emily e para a garrafa.
- Oi, amiga. Senta aí.
- Ei Liv. - disse Mia.
- Oi, Olivia. - a provável bêbada da noite, respondeu pausadamente.
- Você está bêbada? - questionou imediatamente.
- E se eu estiver?
- Ela só está se divertindo, Liv. - Vic apaziguou, mas foi ignorada pela amiga.
- Mia, ela já está bêbada, vai acabar parando no hospital! - afirmou irritada.
Aliás, irritação pré-existente.
Mia não teve tempo de responder, Emy adiantou-se.
- Não enche, Olivia. Não sei se te avisaram, mas a vida é minha.
- Okay. Foda-se, garota! - usou o mesmo tom.
- Que merd* está havendo com vocês? Não se soltavam, agora ficam brigando? Liv, sente-se aí e beba também, pronto.
- Concordo com você, Vic - Mia falou e depois cochichou no ouvido da nova amiga. - Isso é tesão recolhido. - elas riram daquele fato inegável.
Olívia, por sua vez, sentou-se de frente para Emily. Não falaram nada, mas fuzilaram-se com o olhar.
A loira tomou mais uma dose, obviamente fazendo careta e encarando a bela. Que em retorno fez o mesmo, finalizando o gole, porém sem careta.
Provocavam-se mutuamente, a bem da verdade, nem sabiam o porquê de tanta provocação, mas continuaram.
Ouvindo uma música latina que tocava, Emily gritou.
- Quero dançar! - logo que se levantou, um jovem que lá estava observando-a havia um tempo, chamou-a para dançar e assim o fizeram.
Na mesa, Olivia tentava disfarçar o desconforto que sentia.
- Vou buscar algo para comer. - avisou indo até o balcão onde estava Juan, o dono do bar.
- É impressão minha ou sua amiga está mesmo com ciúme da minha amiga? - questionou Mia.
- Ela está estranha mesmo, mas não é a praia da Liv sentir ciúme.
- Acredite, não é só a Liv que está estranha... - ela conversava olhando a amiga dançar.
Olivia voltou para a mesa, com muitos petiscos, no entanto, com pouco assunto. Já a loira dançava e conversava com o jovem, próximos dali.
- Vic, você deveria trabalhar em Los Angeles ou Nova York. - Mia puxou assunto na mesa.
- Essa grandona aí fica me enchendo para voltar para os Estados Unidos, mas como abandonar esse paraíso?
- É... nisso você tem razão. - afirmou Mia - E você Liv, quando retorna?
- No próximo mês.
- Que legal! - pausou. - Liv, adorei cor do seu cabelo! - elogiou.
Olívia nem ouviu.
- Liv, a Mia está falando com você.
- Desculpe, Mia. Cabelo? - falou distraída.
- Como ela mesma diz, é uma quase ruiva provisória! - brincou.
- Provisória? Por quê?
- Coisas de moda. - explicou Vic.
De repente, Olivia levantou-se.
- Garotas, vejo vocês amanhã... e não se preocupem com aquela loira maluca, cuido dela.
Não deu tempo das mulheres se manifestarem, ela saiu na direção de Emily, que ainda conversava com o rapaz local.
Ao aproximar-se segurou-a pelo braço, praticamente carregando-a, deixando o rapaz sem nada entender e as amigas rindo, ao assistirem aquela cena.
Após alguns metros, a loira conseguiu soltar-se.
- Onde você pensa que vai me levar? - esbravejou Emily.
- Para minha casa. Vem... - segurou em sua mão, puxando-a.
- Me solta!
- Você já bebeu e dançou o suficiente!
Emy parou rindo.
- Ciúme?
- Que ciúme o que garota! - indignou-se.
- Por que não admite? Você, Olívia, está morrendo de ciúme de mim.
- Chega, Emily.
- Você acha difícil admitir que está com ciúme? Admito algo bem pior. - ela respirou profundamente e olhou-a com solidez. - Pensar em você está me enlouquecendo. - Liv deu-lhe atenção. - Isso te assusta? Imagine a mim! Sou hétero! Entendeu? Hétero!
A modelo não se mexeu e Emy deu um passo à frente.
- Percebe o que está me causando, Liv? Você percebe? Que droga! - aquilo parecia uma súplica, fazendo Olivia entender algumas atitudes da loira.
Em resposta, tocou seu rosto, era uma mistura de carinho e cuidado. Emy fechou os olhos, desejando sentir aquele toque, sua irritação desapareceu com o sutil e delicado toque.
Ela beijou suavemente os lábios da loira.
- Você pensa que não tenho meus medos? Não é só você que foi pega de surpresa aqui, Emm.
- Emm?
- Você tem cara de Emm.
- Minha avó me chama assim.
- Então, a partir de agora, ela e eu.
- Liv... - fez uma careta.
Decididamente a tequila fazia efeito.
- Já entendi. Vamos rainha da tequila! - abraçou-a. - Precisamos tentar amenizar a ressaca de amanhã.
- Ai Deus do céu, por que bebi tanto!
Olivia riu, imaginando a ressaca inesquecível que ela teria.
- Para de rir.
- Paro! - segurou o riso, mas não conseguiu evitar.
A loira não demorou a passar mal e foi cuidada por ela, todo o tempo.
Depois de um longo banho, conseguiu dormir.
Antes de deitar-se, a modelo se sentou na cama, apenas observando o sono daquela mulher que em tão curto tempo, já lhe era tão especial.
Na manhã seguinte, a luz do sol despertou Olivia, abrindo os olhos enxergou Emily, que serena ainda dormia. Procurando não fazer barulho algum, preparou o café.
Não muito tempo depois, teve companhia.
- Oi!
- Bom dia moça da tequila! - brincou ao vê-la na cozinha.
- Nem me lembre... encontrei a água e o remédio na mesinha. Obrigada, eu estava mesmo precisando.
- Eu imaginei.
- Obrigada pela escova também.
Olívia sorriu.
- Agora venha tomar café. Precisa se alimentar.
- Só consigo tomar um pouco de café.
Sentaram-se à mesa conversando trivialidades e tomando seus cafés.
- Você se lembra de tudo sobre ontem?
- Aí meu Deus, o que eu fiz?
- Não se lembra mesmo?
- Liv, você está me assustando. Não me diga que subi na mesa ou fiz outra loucura qualquer.
- Nem sei como te contar...
Emy semicerrou os olhos, finalmente, percebendo o visível deboche da morena.
- Você está zoando comigo, não é?
- Sim! - gargalhou.
- Chata! - ela também riu.
Após o café, Olívia levantou.
- Bom, se me der licença, vou tomar um banho, mas não demoro.
- Claro. Eu já vou para o hotel.
- Não. Fica... eu já volto.
Ela assentiu.
Liv levantou-se subindo as escadas. Enquanto na sala, a nova-iorquina colocava as xícaras na pia e ouviu do quarto, o som da canção que tocou na outra noite.
Ela sorriu, olhando fixamente para aquelas escadas.
Pouco tempo se passou e Liv surpreendeu-se pôr a porta do boxe abrir-se e vir Emily completamente nua diante de seus olhos.
Emudeceu completamente.
- O convite para o banho ainda está valendo? - disse a jovem Reed.
Fim do capítulo
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vickviegas
Em: 14/06/2021
Li sua história na Amazon, apesar de não fazer parte da minha assinatura no Kindle, não me furtei em fazê-lo.
E reitero, não me arrependi de tê-lo feito.
Que história MAIS MAIS MAIS... LINDA, CATIVANTE, APAIXONANTE.
Gratidão... virei fã.
Abraço, fica bem.
Resposta do autor:
Muito obrigada!
Imensamente feliz que tenha gostado!
Eu entrei em contato com o Kindle sobre esse erro porque vc deve estar se referindo ao Kindle unlimited e a história está cadastrada, então, deveria fazer parte.
Gratidão por suas palavras e pelo carinho.
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