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Starbucks por obomlugar

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Palavras: 4284
Acessos: 3554   |  Postado em: 15/04/2021

Morgana

 

"Eu poderia começar dizendo que não havia juntado todas as peças completamente e que demorei pra acordar. Exatamente assim. Talvez um tempo considerável para alguém que estava  apaixonada então vamos supor que meu cérebro foi incendiado e tudo que eu sabia sobre amor virou fumaça e só posso culpar Kara Danvers por isto. Era eu, a garota do Starbucks e tudo que crescia teimosamente dentro de mim que em algum momento iria escorregar pra fora em uma declaração cafona por que... droga, era tão óbvio mesmo quando eu queria negar."

 

 

Lena Luthor P.O.V:

 

 

- Vamos lá, tente isto então... Eu tive um casamento de merd*, foram dois anos desperdiçados ao lado da pior decisão que já tomei e agora estou no meu melhor momento, finalmente livre do cativeiro de Ava Sharpe. - Com a boca cheia de queijo Sara brincava de testar o novo dispositivo que instalei em Morgana, o detector de mentiras.

 

 

- Existe uma probabilidade de 98,8% dessa informação ser falsa. - O pequeno robô de 30 centímetros agora tinha um sensor acoplado na parte frontal capaz de identificar pela voz se o locutor estava faltando com a verdade. Nada  novo nem muito elaborado, apenas um sutil acréscimo a minha invenção que tinha feito em algum momento de tédio.

 

 

- Oh, você é boa, realmente muito boa!- Ela limpou as mãos no próprio pijama (o meu pijama) deixando rastros de molho e aplaudiu. - Você gosta de mulheres? Digo robôs-garotas... Se foi Lena que a criou tenho certeza que tem uma tendência nata ao lesbianismo.

 

 

- Não tenho informações o suficiente para responder a essa pergunta. - O androide andava de um lado para outro na pequena mesa de centro como um vigilante. Ele estava muito bem nos laboratórios da L-Corp monitorando os projetos que eram desenvolvidos mas assim que Sara pôs os olhos nela pela manhã quase chorou e me chamou de monstro por deixar aquele pequeno autômato gentil e vibrante sozinha e então resolveu traze-la até o meu apartamento sem nem ao menos pedir a minha autorização. Não só Morgana como também uma prancheta rabiscada com dados inúteis, duas ampolas vazias e um mini ventilador roubado de algum funcionário distraído. Sara precisava de uma bronca por sucessivos  pequenos furtos.

 

 

- É assim que começa, você fica confusa e em negação por um tempo até ser sacudida de jeito e tudo aquilo que você tentava empurrar para o fundo vir repentinamente a tona. Não há saída, você vai cair do armário mais cedo ou mais tarde.- Sara afastou a caixa de pizza quase vazia de si enquanto procurava o controle remoto entre as almofadas do sofá em que estava para aumentar o volume. Ela realmente gostava de Animal Planet. - Ela pode se apaixonar por uma babá eletrônica Lena? Conheço uma que fariam seus circuitos queimarem, Morgana.

 

 

- Não. - Ri de como a imaginação de Sara a levava para lugares estranhos. - Nem pretendo fazer aperfeiçoamentos até chegar nesse ponto, seria uma cilada, ela é uma inteligência artificial e eu a invejo. Se apaixonar deveria ser uma escolha, deveríamos ter o este direito de decidir se querermos ter tal emoção ou não, e quando, e por quem... não sei, talvez uma pequena chave que liga e desliga, não sermos lançados no mundo tendo que lidar com essa carga extra, não é muito agradável. Os sentimentos apenas atrapalham e tornam tudo mais difícil, ser uma máquina tem essa vantagem, não sentir...  - Eu estava concentrada (ou nem tanto) tentando não ser encurralada e perder mais uma partida de xadrez para Lex que não notei o franzir de testa dele. Isto soou estranho, mas é só uma dessas coisas que dizemos por repetição certo? Eu não estava apaixonada. Não, não estava, isto é ridículo!??

 

 

- Xeque-Mate! - Ele anunciou e eu tinha perdido pela terceira vez seguida o que era inédito mas talvez meus pensamentos estivessem perdidos em caixas de papelão lotadas, armários pendendo pra frente e uma sala úmida a meia luz no Starbucks pra me importar e querer revanche.

 

 

Mentalmente ainda xingava Sara por ter interrompido aquele momento com Kara e não parava de voltar para sua boca a centímetros da minha. Ela tinha me mandado mensagem com o seu endereço e eu elaborei um plano entre uma partida e outra de casualmente aparecer na sua porta apenas vestida com um sobretudo e Ops, surpresa! Deixar cair no chão para atacá-la em seguida. Mas já eram onze da noite de um sábado e tínhamos um encontro no dia seguinte, parecia um ato desesperado, desconsiderei.

 

 

Tenho as piores ideias quando estou com tesão mas ainda bem que elas se mantem só na minha mente.

 

 

- Eu desisto... - Apenas dei de ombros e me levantei da mesinha tentando sair do escrutínio do olhar de Lex mas ele me conhecia bem demais para deixar passar algo despercebido.

 

 

- Quem era a garota de Starbucks? - Merda.

 

 

Ele me seguiu até o sofá onde uma Sara espaçosa e parcialmente acordada quase ocupava todo o móvel nos fazendo sentar no tapete de frente para a televisão.

 

 

- Hmm... o quê? - Peguei uma fatia de pizza. talvez eu pudesse me esgueirar do assunto fingindo alheamento ou ganhar tempo. Vinha fazendo isto desde que saímos do Starbucks e inevitáveis perguntas sobre o cardigan de Kara ou sobre meu repentino reaparecimento dos fundos da loja com um óculos, que nem era meu, totalmente embaçado surgiram.

 

 

- Certo, você quer tornar isto mais difícil então... - Ele bruscamente tirou o pedaço de massa altamente calórica das minhas mãos e comeu antes de mim fazendo um barulho alto e nojento.

 

 

- Hey! Pelo menos feche a boca durante a mastigação, estou vendo tudo daqui! - Abri uma latinha de refrigerante e antes de ser roubado por Lex estapeei de leve sua mão.

 

 

- Vocês está saindo com aquela garota?

 

 

- O quê? Não... é claro que não. - Quase me afoguei com um gole de coca-cola tossindo pela pergunta inesperada.

 

 

- Morgana, ela está dizendo a verdade?

 

 

- Existe uma probabilidade de 98,8% dessa informação ser verdade. - Ele estava mesmo usando minha própria criação contra mim? Que belo vilãozinho Lex Luthor podia ser!

 

 

- Está satisfeito? E antes que surjam mais perguntas ela só é uma atendente com quem costumo trocar algumas palavras, nada de- Meu celular tocou fazendo Sarah despertar aturdida soltando um "Onde estou?". Era Kara,  ignora-la levantaria mais suspeitas mas atende-la faria com que Lex me colocasse contra a parede... Dane-se por que estou com medo de falar sobre ela para os outros?  - Alô, Kara?

 

 

- Oi Lena... Err, eu... me desculpe estar ligando, é só que... - Ela hesitou e eu até podia visualiza-la coçando a nuca nervosamente. Eu encarei Lex que tinha aquela expressão de quem tomaria o aparelho das minhas mãos e a interrogaria antes de me levantar e ir para a sacada para ter mais privacidade.

 

 

- O que foi? - Me certifiquei de fechar a porta de vidro para não dar brecha para os dois bisbilhoteiros.

 

 

- Temos um encontro amanhã!

 

 

- Temos um encontro amanhã...

 

 

- Eu tenho que ficar repetindo isto em voz alta para acreditar que está acontecendo e acho que estou... hmm, meio apavorada...

 

 

- Ah, tudo bem, Kara, é só um encontro. Você já deve ter tido outros, certo? Saímos juntas e conversamos para nos conhecer melhor, é assim que funciona...

 

 

- É claro que já tive outros encontros, conheço a dinâmica.

 

 

- Então, o que é?

 

 

- Eu não sei, que tal por que você é Lena Luthor e não faço a ideia do esperar disto tudo? E eu não tenho nem um traje elegante para a ocasião... - Não pude deixar de rir daquela tolice e contatar como meu peito pulava ridiculamente quando ela mostrava nervosismo. Kara me fazia sentir coisas novas que eu tentava me convencer que não queria continuar sentindo mas que não podia parar. - Não ria, eu estou realmente sofrendo.

 

 

- Oh, desculpa é só que... - Voltei meus olhos para o céu procurando algum ponto luminoso entre as nuvens para me fixar. A chuva havia momentaneamente cessado aquela noite. -Não pense tanto nisto, irá acertar com qualquer coisa que vestir, não é como se eu fosse  te levar a uma baile de gala... - Bem, não ainda.- Não há nada de excepcional em sair com um Luthor, esqueça tudo que envolva meu sobrenome, não quero que  isto te leve a concluir coisas sobre mim que nem ao menos devem condizer com quem realmente sou. Esqueça tudo, somos só duas mulheres que vamos tentar nos... divertir.

 

 

- Estou tensa, o que você quer dizer com nos divertir? Devo usar uma camiseta do National Braves e me preparar para enormes baldes de asinhas de frango e muita cerveja enquanto assisto uma partida de Beisebol com você ? Sabe, eu sei que você é uma apaixonada por eles, vi um vídeo seu e de Lex no youtube. Cara, cada vez que o câmera se voltava para arquibancada a transmissão censurava o que você dizia. Eu não sabia que você tinha a boca tão suja. - Sua voz ficou repentinamente abafada e ouvi um barulho como se algo estivesse sendo destampado. - Oh espere, estou me desafiando a encarar uma porção de gosma escura.

 

 

- Huh? Não, não irei te levar a uma partida do NBS nunca nem foi considerado. - Certo, não ainda. - E... gosma escura? - O toc toc frenético as minhas costas me fez desviar a atenção do céu carregado e encarar duas caretas medonhas grudados no vidro da sacada espionando. Lex e Sara com o nariz achatado baforando ar quente e desenhando coraçõezinhos na condensação. Tão maduros, seria uma longa noite.

 

 

- Sim, é como mágica! Apesar de parecer que você está com toxina de polvo paralisando seu rosto... Dez minutos e todos seus poros desaparecem. Indicação de uma ex, ela tinha a pele perfeita  era como tocar uma seda muito cara e não conseguir parar... Talvez algo sobre isso tenha contribuído pra Imra ser uma super modelo... além de todo o resto.

 

 

- Super modelo? Você... Você namorou uma super modelo? - Certo, aquela informação fez um nó instantâneo se formar na minha garganta e tive que afastar o celular pra Kara não me ouvir pigarrear.

 

 

- É, quer dizer, ela ainda não era uma quando namorávamos. No início achava um máximo mas a agenda dela foi ficando lotada demais com os eventuais compromissos e viagens que surgiam e mal nos víamos então ela foi morar em nova york e... só acabou. Já faz algum tempo, ela foi minha primeira namorada, a primeira garota que beijei, meu primeiro tudo mas... É isto, ela foi alguém importante que eu amei muito, até onde podia amar alguém. - Havia aquela tristeza perceptível em sua voz, uma que dificilmente conseguíamos disfarçar por terem deixado estragos irreparáveis e eu só queria envolve-la em um abraço e dizer que a sua ex era só uma vadia deslumbrada que não a merecia e...

 

 

Pare com isso, Lena!

 

 

- Mas ah,  que estou fazendo? Falando da minha ex as vésperas do nosso encontro, duh, isto chega a ser ilegal mas o meu repertório é muito maior que este e não sou nenhuma obcecada, já está superado... então você teve uma revelação muita pessoal sobre mim, é uma troca justa que agora me diga para onde pretende me levar amanhã... - Recuperando a animação, ela apenas mudou de assunto rapidamente. Existia uma transparência aterradora em Kara Danvers e eu me sentia tão impotente por ser exatamente o oposto e me deixar encantar a cada nova descoberta sobre sua personalidade. Inferno.

 

 

- Admiro sua obstinação, Kara, mas não vou ceder e não importa que artimanha você use para tentar arrancar informações, não vai conseguir. - Tive um gemido descontente como resposta. Ela não sabe que um Luthor é irresoluto? - Vamos lá, só faltam algumas horas, não é vida ou morte.

 

 

- Eu realmente mataria por isto, Srta. Luthor.

 

 

- Não seja dramática, Srta. Danvers. - Devolvi aquele formalismo idiota não conseguindo sair da visão de Lex e Sara que naquele momento faziam um teatrinho ridículo como se fossem um casal para me desconcertar. Lex de joelhos beijando a mão de Sara e ela, que de algum jeito havia roubado um porta guardanapos do Starbucks, estava lambendo exageradamente as bordas para depois equilibra-lo na careca dele. Nojento.

 

- Ah, Deus. Você é sempre assim, impositiva e difícil de se dobrar? - Bufou decepcionada. -Então eu entrego os pontos e desisto. Só me resta passar a noite concentrando meus esforços nas pontas dos meus dedos fazendo movimentos circulares... --Antes que aquilo sugerisse outra coisa e me chocasse, ela se engasgou e começou a gaguejar. - Ah... hmm, sabe as instruções no rótulo, err... massagear o rosto com a gosma escura... ponta dos dedos e movimentos circulares... para uma melhor absorção. Eu não quis dizer que..

 

 

Não pude conter uma risada incontrolável que explodiu ruidosamente e precisei de alguns segundo pra recuperar o fôlego.

 

- Oh, certo, claro. Não pensei que fosse outra coisa. Boa noite Kara e tente não cansar demais os seus dedos. Vou precisar deles amanhã.

 

 

- O que você quer dizer com.. Ugh, entendido! Bo-boa noite Lena. Nos- nos vemos amanhã.

 

 

 **********

 

Quando as duas pessoas mais piradas se unem contra você o que se deve fazer é desistir de tentar evitar o confronto... mas se não fosse o latejar constante das minhas têmporas seria quase engraçado vê-los tão revoltados.

 

 

- Nós tínhamos um juramento Lena!

 

E lá estava eu, como uma menina mal comportada que foi pega fazendo o que não devia. Lex com o peito estufado e as mãos na cintura me dando bronca e Sara teatralmente horrorizada com o queixo caído ainda segurando Morgana como se fosse um bebê (algo sobre tomar gosto pela maternidade deveria estar a consumindo depois da discussão com Ava sobre terem um filho). Era como se eu tivesse 5 anos agora e tivesse sido levada para o cantinho da vergonha mas era só meu sofá e eu, com o rosto enterrado em minhas mãos, tentava não rir ou não chorar com aquela cena toda. - Desde criança prometemos contar tudo um para o outro. Foi uma promessa de dedinho Lena, uma promessa de dedinho! E o que você fez? Foi desonesta comigo todas as vezes que te perguntei se estava interessada em alguém e me enganou esse tempo todo. - Ele não estava realmente bravo, era só aquela raiva simulada que eu conhecia bem mas não pararia de fazer o seu show.

 

 

- Você traiu o seu irmão, Lena. - Sara seguindo o  roteiro dramático de Lex sentou ao meu lado com uma Morgana desesperada balançando pernas e braços mecânicos. - Você estava trans*ndo com a garota do Starbucks e nem teve a decência de nos contar. Isto é falta de consideração e das piores, pelo que Lex me disse a última vez que ele acreditava que você tivesse trans*do o Pussycat Dolls ainda era muito popular. E.. você sabe qual é formação original do Pussycat Dolls? Isto mesmo, ninguém lembra. - Mais um daqueles desvios de assunto que ninguém entende tão comum em Sara.-  Então descubro que você é mais bem fodida de nós por que aquela garota é indecentemente gostosa... apesar de eu só tê-la  visto da cintura pra cima por causa do balcão... mas deve ter mãos muito eficientes e hábeis pela praticidade de fazer tantos cappuccinos em uma velocidade impressionante e ao mesmo tempo que...

 

 

- Eu não estou fodendo com a garota do Starbucks. - Disse com tristeza e isto era mesmo uma pena.

 

 

- Morgana?

 

 

- Existe uma probabilidade de 98,8% dessa informação ser verdadeira.

 

-  Vocês podem só parar de fazer suposições sobre a regularidade com que faço sex* por favor? Isto está me deixando arrasada por que nem me lembro mais se sou boa nisto ou não. - Enterrei o rosto ainda mais em minhas mãos indignada.

 

 Lex se sentou do outro lado no sofá me fazendo olhar para ele. Estava encurralada entre Sara e ele e era certo que não havia como escapar. Não era como se conseguisse evita-los pra sempre só queria adiar aquele derradeiro momento em que eu seria confrontada e teria que falar sobre... sentimentos? Eu não consegui deixar de ter uma quedinha pelas maneiras atrapalhadas e sorriso doce de Kara e estava um pouco assustada com a rapidez avassaladora que aquilo tudo me atingia em cheio mas ninguém mais precisava saber e então procurei evitar o máximo. Kara Danvers era pra ser o meu segredo.

 

Eu estava hiperventilando como uma adolescente a poucos instantes de sair do armário para os pais e não era nem uma comparação decente. Assumir o que sente é muito mais fácil, parece ser tão fácil, só que pra mim não era. Eu poderia contornar sempre, fazia isto comigo mesma o tempo todo e até me convenci que era só um breve caso que duraria o suficiente até que a levasse para a cama. Talvez o desejo incontrolável  de toca-la e tê-la derretendo na minha boca fosse a fonte e tudo voltasse para o lugar depois de trans*rmos, já tinha acontecido outras vezes. Sim, era possível mas existia algo desconhecido e assustador que se insinuava de dentro de mim e não estava pronto para admitir em voz alta para ninguém. Não ainda.

 

- Certo, então comece pelo começo. - Lex incentivou e quase retruquei pedindo pra ele parar de querer ser sempre tão participativo (talvez dizer que o achava intrometido e puta merd* como você é inconveniente e chato magoaria demais seu frágil coração) em tudo que me envolva mas por outro lado me deixava desarmada ver ele sendo tão protetor e interessado. Além de meu irmão Lex era também o meu melhor amigo, seríamos nós, somente nós, o que restou da família Luthor, até o fim. Nunca me sentiria sozinha se tivesse ele ao meu lado e afinal tínhamos mesmo feito a promessa de dedinho.

 

Precisei de quase uma hora pra resumir as minhas idas ao Starbucks nos últimos dois meses. Entre interrupções sarcásticas e risadas de Lex e Sara, contei tudo com a maior impassibilidade que consegui. Fui acusada de ser uma imprestável por só olhar a garota e não ter reagido antes por Sara que disse que minha carteirinha de lésbica estava sendo revogada por tempo indeterminado.

 

- Sua credibilidade despencou milhões, Lena, isto é inacreditável. Se não fosse Kara ter tido a iniciativa de escrever o número de celular no copo de frappuccino você estaria até agora flertando com ela por telepatia e torcendo para seus dedos se tocarem acidentalmente. Mas se quer saber acho que seriam uma boa introdução para votos de casamento, o que acha Lex?

 

Eu mencionei sobre as mensagens trocadas, sobre a irmã que Kara frisava ser uma grande detetive e muito indisponível para mim além da pequena rusga entre Katy Perry e Taylor Swift que era o nosso ponto de discórdia.

 

-  Eu queria ver você como CEO em uma discussão sobre cantoras pop. Se soubesse que levava tão a sério já teria pedido a um dos conselheiros vir uma camiseta escrita Team Taylor Swift só para ter uma Lena zangada o dia todo. - Lex Provocou.

 

- Eu gosto da Taylor Swift, só não acho que ela estava com a razão.

 

Estávamos dividindo um pote de sorvete que passava de mãos em mãos e se demorava mais com Sara e suas colheradas desordenadas. Ela conseguiu lambuzar a ponta do nariz e até a lateral o próprio pijama isto tudo mesmo com Lex tendo prendido um guardanapo no seu pescoço como um babador, mas pelo menos estava a quase vinte e quatro horas sóbria.

 

- Taylor Swift? É aquela que fez a Lizzie Mcguire? - Ela meteu a colher na boca depois de fazer todo sorvete desandar e virar uma pasta marrom com pedaços de chocolate. - Eu adorava a franjinha mas gosto mesmo é da Britney Spears. Eu fico molhada toda vez que assisto ela assistindo ela mesma fazendo pole dance em Gimme More.

 

- Não, Hilary Duff fez Lizzie Mcguire. - Tirei o pote das suas mãos tentando pegar os maiores pedaços de brownie. -  E eu sei da sua obsessão pela Britney por todas as vezes que tive que assistir Crossroads com você na faculdade depois de ter levado um fora.

 

- O que eu posso fazer? Ela é a melhor.

 

Lex vibrou quando mencionei que fui persuadida muito facilmente por uma garotinha esperta a tocar violão e cantar The One That Got Away.

 

- Oh, a Ruby é a menina inofensiva que estava sentada a mesa na nossa frente fazendo palavras cruzadas? Não acredito que você cedeu para aquele par de olhos castanhos de cachorrinho! Então este é o seu ponto fraco, irmãzinha. Crianças.

 

- Claro que não! Não tenho um ponto fraco! - E tivemos um digladiar de colheres antes de Sara tirar das nossas mãos

 

Mas quando falei que Kara e eu estávamos a um segundo de nos beijar e fomos interrompidas pelo seu grito esganiçado ela se retesou imediatamente e fez uma pausa dramática antes de cair na risada.

 

- Ah, meu Deus... eu sinto muito, Lena. Como iria saber que vocês ainda usavam essa tática? É como faziam as garotinhas do sétimo ano que atraiam para o vestiário aquelas que queriam beijar.

 

- Eu nunca fiz isto no meu sétimo ano.

 

- Eu fazia. E como fazia. - Ela ajeitou as pernas sobre o sofá se sentando sobre elas. Tinha que contar como adquiriu sua perícia em fazer malabarismo só para poder beijar meninas. - O internato tinha câmeras em quase todos os pontos mas claro, não nos vestiários, não podiam controlar o que acontecia naquele espaço. Então se tornou um lugar bastante disputado e tínhamos até escala para que o nosso sistema não fosse descoberto e arruinado. Éramos organizadas e foi dentro de um daqueles cubículos que fui condenada a danação eterna por beijar uma menina e nunca mais ter parado.

 

O ápice foi quando mencionei que tinha um encontro e Lex teve mais um de seus ataques histéricos e quis saber de tudo mas pedi que se contivesse pois não teria essas informações. Acontece que era pessoal demais e se tratando de Lex e Sara algo muito desastroso poderia acontecer como ser seguida por ambos em algum disfarce óbvio só pra se certificarem que eu não iria estragar tudo. Isto era mesmo a cara deles e eu não precisava de uma comitiva como essa coordenando meu encontro com Kara.

 

- Já que estamos proibidos de opinar, promete que vai nos contar tudo quando acabar? E com todos os detalhes sujos? Que não irá nos esconder nada? - Sara juntou as mãos implorando. - Por favor...

 

- Não prometo nada, nem tenho certeza se vai rolar algo. - Talvez eu estivesse um pouco nervosa por antecipação imaginando diferentes maneira que poderiam fazer com que tudo desse errado e óbvio que Lex percebeu.

 

 

- Sempre achei que você estivesse acima dessas coisas mundanas como se apaixonar. - Ele sorriu provocativo, sabia que eu sempre treinei as minhas emoções por detestar não estar no controle. - Você não precisa ter medo, sei que a vulnerabilidade é assustadora sem falar na queimação irritante no seu estômago e é quase como uma condenação voluntária estar tão a mercê de outra pessoa mas... é incrível, é uma sensação louca e incomparável ter alguém que te faz sentir tanto só por existir... e isto acontece tão poucas vezes na vida. Você não é fraca por ceder a algo tão humano e bonito então apenas deixe acontecer e não racionalize tanto. Mulheres inteligentes também se apaixonam e perdem a cabeça.

 

- Hey, é só um encontro, não significa que estou me apaixonando!

 

E neste instante eu percebi o quão traiçoeiras inteligências artificiais podem ser.

 

- Existe uma probabilidade de 98,8% dessa informação ser falsa. - Morgana nem ao menos tinha recebido comando algum.

 

- Seu pequeno amontoado de lata traidor, amanhã mesmo irá virar sucata!

 

Assim que avancei contra o robô que estava próxima na mesa baixa de centro, Sara interveio e o pegou novamente.

 

- Nem pense nisto, Morgs (MORGS??? ) é minha protegida agora e muito útil se quer saber. Apaixonada, Lena? Eu vou adorar acompanhar isto de perto.

 

Rolei os olhos antes de pegar uma almofada e esconder o meu rosto nela.

 

- Querem ouvir uma piada muito boa? - Lex perguntou alto e eu sabia que seria péssima.

 

- Por favor, não...

 

- Vou contar mesmo assim... Por que um cachorro entrou no Starbucks?

 

- Por quê? - Sara devolveu animada.

 

- Pra pedir um cãoppuccino!

 

Ambos caíram na risada.

 

Quem será que teve a brilhante de ideia de juntar os dois? Ah sim, fui eu.

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Heyyy twitter @kittenysm


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