Capitulo 1
Hoje o dia amanheceu com um sol escaldante, nem eram 10 horas e a claridade podia deixar meus olhos doloridos, sai de casa como sempre atrasada e sem tomar café da manhã.
Ossos do oficio de quem dorme tarde e não se organiza.
Peguei a mochila, com meu guarda-chuva afinal sempre chove na capital. Corri até a estação Brigadeiro, não é fácil essas ladeiras de São Paulo, afinal de onde eu vim é tudo tão plano e pequeno.
Passei meu bilhete do metro, e olhava quantas pessoas tinha ali, indo pra onde? Fazer o que? Quais eram os planos de vida de cada pessoa parada ali, tem horas que invento minha própria historia, talvez por isso nunca seja a pessoa que acompanha series.
O barulho dentro das estações, são bem parecidos com os barulhos de dentro da minha cabeça, la dentro é como um vai e vem, infinito, de pessoas que chegam, saem, descem, sorriem, frases, barulhos, olhares e musica.
No meu fone tocou uma canção que ecoava dentro, bem la no fundo.
Oco.
Por um momento, revivi em segundos cenas de um pedaço da minha vida, e parecia tão perto que podia tocar, parecia tão vivo, que até o calor eu sentia, e parecia tão bom que eu nem queria que tivesse acabado.
Se tênis surrado, seu cabelo sempre bagunçado, sua risada debochada, e aquela firmeza que na vida era mais importante o ser do que o ter.
Seus olhos mel e sua pele clara me lembravam do sol, sua voz rouca, os barulhos da estação. Então um clarão ardeu meus olhos, o metro chegou!
Em bancos frios e apertados eu me lembrei do nosso primeiro encontro, me lembrei do seu uniforme fechado, seu all star e aquele sorriso de foder a mente de alguém uma. Ali começamos.
Mas como hoje vou falar de saudade, pararei por aqui, não vou falar do que não deu certo, pois deu certo, se sinto dentro de mim uma falta, é porque você ficou, eu queria hoje te contar como estou, saber de você, escutar as musicas velhas que ouvíamos, sentar na calçada e abrir uma cerveja, escutar você rir do mundo e pro mundo, discutir suas teorias, te olhar correndo na praia, receber um bilhete com letras de forma, brigar pela ultima lata, fumar o mesmo cigarro e reclamar de quem fumou mais, queria o barulho do seu som!
Queria por um minuto, matar um pouco a saudade que eu estou de ver a vida sob os seus olhos, sei que saberia o que me dizer, e com certeza iriamos rir e tocar o barco, queria um abraço, um cafuné e um até logo.
Passei pela estação em que você vinha comigo, hoje já sei andar sozinha por aqui, não tem a mesma graça mas é tudo o que posso fazer agora.
Queria saber se ainda se lembra, queria te encontrar sem querer, queria deixar registrada a falta que eu tô sentindo de você!
Vou desligar minha mente agora, preciso trabalhar e cheguei atrasada.
Na volta nos encontramos, podemos conversar mais!
Metro linha verde, conexão Ana Rosa , te espero lá!
Fim do capítulo
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