Olá meus queridos, tudo bem com vocês? Como havia prometido aqui está o capitulo de "Natal". Bem, provavelmente esse será nosso último encontro do ano, a semana de ano novo vou tirar para colocar os pensamentos no lugar, descansar um pouco e claro escrever, pois preciso adiantar alguns capítulos para não ficar no sufoco que me encontro.
Aos novatos essa oneshot pode ser lida separadamente, mas caso queiram conhecer um pouco mais desse universo aconselho vocês a lerem "Fios do Destino" e posteriormente "Quem lhe ensinou a amar" e a oneshot "Tentação". Aos semideuses acompanhantes de longa data, aqui está a tal história de "sequestro" que vocês tanto queriam ver... Não sei se ficou a altura das expectativas, mas esse é meu singelo presente para vocês.
Bem meus amigos, muito obrigada por tudo, foi um ano incomum, cheio de perdas e tristeza, mais "baixos" do que "altos", mas o importante é que estamos vivos e unidos, esse é meu segundo Natal e Ano Novo com vocês e nem preciso dizer o quando isso me faz feliz, o quanto aprendi e fica aqui meu abraço virtual a todos!
Boa leitura!
Uma noiva para Clarisse
Era costume de Clarisse e seus amigos se esgueirarem pelos terrenos ocupados pelos oficiais, principalmente quando os mesmos se reuniam para compartilhar histórias nas cantinas ao final do dia. Qualquer outra criança estaria aproveitando o seu tempo em casa, com afazeres diferentes, ou aproveitando o calor do colo materno, mas ela não, sempre gostou de estar entre os guerreiros, mesmo que às escondidas e a sensação de perigo era algo que lhe motivava ainda mais.
Normalmente ela dividia aqueles momentos com o seu irmão Mark e seus amigos Frank e Chris, entretanto o príncipe herdeiro começara a sua fase de treinamento mais rígida, com certeza agora ele também encontrava-se na tenda e com isso Frank também se ausentaria um pouco mais, sobrando apenas ela e o rapaz de olhos escuros e espertos.
-Vamos Clarisse, eles já vão dispensar os efebos, não posso ser pego aqui... - comentou Chris em voz muito baixa para a garota ao seu lado. Os garotos abaixo dos doze anos seriam enviados novamente para casa, retornando no dia seguinte e aqueles dentro da faixa etária seguiam para a vigília noturna, cada pelotão tinha suas designações especificas.
Precisou que o amigo lhe balançasse o ombro para que a espartana desse algum sinal de vida, ele lhe olhou com alguma desconfiança, mas a garota deu de ombros, como se não fosse nada importante. Queria poder ficar um pouco mais, mas bem sabia que há essa hora o amigo já deveria estar dormindo devidas suas atividades no campo, não queria que ele fosse repreendido por sua culpa. Dienekes era um bom homem, mas sabia dar sermões e punições quando a indisciplina mostrava-se presente.
Seguiram o caminho de sempre como já era esperado, Chris sabia atalhos pelas vielas de Esparta que talvez nem mesmo o melhor dos soldados tivesse conhecimento, era rápido e silencioso. Não demorou muito para que a princesa fosse deixada a salvo em sua residência, porém o menino de cabelos revoltos ainda teria um bom trecho a pé para percorrer.
Despediram-se brevemente, assim que a garota lhe entregou uma sacola com algumas poucas provisões já previamente separadas por ela, era a forma de lhe agradecer pela companhia do servo de Dienekes e ela bem sabia que Chris precisaria comer um pouco mais caso realmente quisesse seguir com o seu plano de se tornar escudeiro.
A princesa seguiu para gineceu de forma silenciosa, era como um teste, ninguém poderia lhe ver, apesar de que bem sabia que sua senhora, a rainha, já devia ter notado sua ausência. Chegou aos seus aposentos sem muita dificuldade, os guardas há essa hora ainda eram poucos, a maioria ainda estava nas cantinas e ela gostava de escalar até o parapeito da sua janela pelos sulcos da estrutura solida - também era assim que conseguia fugir de forma mais eficiente.
Deveria estar exausta por tudo o que fizera no decorrer do dia, mas aproveitara a noite bonita para observar as estrelas, identificando aqui e ali algumas que a rainha lhe mostrara e aos poucos contava suas histórias. As palavras do rei Leônidas para os demais companheiros ainda em sua mente... Não escutara a conversa desde o começo, mas apenas o suficiente para fazê-la pensar no assunto por todo o caminho de volta.
"Um espartano deve ser capaz de carregar a sua própria esposa"
-Eu daria um figo cristalizado pelos seus pensamentos...
Clarisse não se assustou, na verdade ela já esperava que a rainha aparecesse em seus aposentos em algum momento, era quase como a forma de certificar-se que ela estava bem apesar das travessuras diárias.
-Estou apenas olhando as estrelas, minha senhora. - confessou prontamente, arrancando um sorriso bonito da mulher que estava à porta. - o céu está bonito hoje.
-Sim, tens razão. - confirmou observando a garota já crescida, não se passara tantas primaveras assim desde que a semideusa estivera sobre a proteção de seus braços. - lhe deixarei com os seus pensamentos.
Gorgo conhecia bem aquele olhar, Clarisse passava um bom tempo a observar as estrelas, mesmo assim sabia que a menina tinha os pensamentos voltados para outro assunto que não queria compartilhar no momento.
Assim que a rainha se retirou, deixou-se levar mais uma vez, não poderia dizer que estava pensando em seu futuro, principalmente na palavra "casamento". Seus pensamentos transitavam em quem poderia ser a sua noiva... Afinal se ela seria um oficial como todos os outros ela teria de ter uma noiva, certo?! Não conhecia muitas garotas espartanas, mas tinha completa ciência que agradaria a rainha e sua família uma mulher forte.
Coçou o queixo pensativa antes de deitar-se com as mãos atrás da cabeça, observando o belo manto noturno tecido por Ártemis. Foi quando um sorriso convencido pairou sobre os lábios infantis... Como não pensara nela antes? Bem, talvez sua rainha fosse um tanto quanto reticente a sua escolha, mas com todos os atributos nem mesmo Gorgo seria capaz de recusar a sua futura esposa. Annabeth poderia ser na maioria das vezes muito irritante e convencida, mas tinha de confessar que era a pretendente perfeita... Apesar de ser uma ateniense ela era bonita, inteligente - como era de se esperar de uma filha de Athena - e sabia lutar como uma verdadeira guerreira.
Ambas eram filhas de deuses da guerra, se complementavam, eram a força e a razão, certamente Annabeth possuía predicados o suficiente para ser uma esposa espartana e bem... Ela não sabia o que tinham de fazer para ter filhos, mas não tinha dúvidas de que seriam um bom casal.
Parecia satisfeita por ter chegado a tal conclusão sozinha, logo antes de fazer mais uma de suas viagens até a pólis de maior importância da Ática... Sentou-se deixando as estrelas e suas histórias de lado, era o momento de traçar um plano sem falhas.
~***~
Clarisse estava agindo de forma estranha desde que chegara, normalmente quando a espartana visitava Atenas os servos e demais ocupantes da residência montavam guarda para deixar tudo em ordem, entretanto a filha do deus da guerra estava atipicamente quieta.
Parecia observar melhor o movimento, analisava ao ser redor constantemente e por vezes suspirava pesadamente como se algo estivesse errado. Silena aproximou-se, gostava da garota rude e encrenqueira, gostava da forma corajosa que se portava e principalmente do sorriso bonito que se escondia por trás da feição carrancuda demais para alguém de sua idade... Queria ajudá-la de alguma forma, Clarisse sempre lhe fazia sorrir.
-Você parece um pouco inquieta... - comentou de forma tranquila, mesmo assim a espartana lhe olhou com o semblante suspeito.
-Não se preocupe, não é nada em especial. - comentou a semideusa desviando o olhar e desfazendo a tática rudimentar que desenhara na areia com um graveto.
Silena sorriu, mas não fora um sorriso de alguém que debocha sobre algo, mas um sorriso compreensivo. Segurou na mão da semideusa e olhando em seus olhos pode transmitir a segurança que a outra precisava para compartilhar o seu "fardo".
-É possível... - a espartana limpou a garganta e olhou para os lados, como se estivesse se certificando de que nada seria compartilhado com terceiros. - é possível me casar com uma garota?
A filha de Afrodite cora brevemente com o apontamento, Clarisse também sente o sangue lhe subir até a face e tenta desviar o olhar, provavelmente arrependida de ter confessado algo tão constrangedor, entretanto a ateniense ergueu novamente o seu queixo, fitando os belos olhos verdes.
-Quando duas almas estão predestinadas não importa se é um homem ou uma mulher. - informou com serenidade, sentindo Clarisse menos arredia. - acho que posso lhe ajudar com o seu "casamento".
Não tinha muita certeza de suas palavras, mas ela era filha de Afrodite, não era?! Deveria ser capaz de unir qualquer tipo de casal. Clarisse sorriu com as suas palavras e podendo ou não, naquele momento ela tinha certeza de que faria o possível para que a espartana concretizasse aquilo que estava em seu coração.
-Você acha que... - a pequena guerreira remexeu-se incomodada, como se confessar aquilo fosse algo infinitas vezes mais difícil do que simplesmente guardar dentro de si. Mas Silena estava ali, segurando sua mão como se lhe passasse a coragem necessária para tal. - você acha que... Talvez... Annabeth gostaria de se casar comigo?
A pergunta saiu tão baixa que a filha da deusa do amor só foi capaz de escutá-la por estarem muito próximas. Por mais que aquela situação fosse a mais embaraçosa de sua vida até então, sabia que apenas Silena era capaz de conhecer Annabeth tão bem, não que Percy não soubesse, mas ele era um garoto e como tal jamais saberia de peculiaridades como a morena de olhos azuis.
-Annabeth não pensa sobre esses assuntos... - disse após breves segundos, não pode deixar de notar que tal resposta deixara a filha de Ares balançada. - normalmente fala sobre cálculos, construções, tecelagem e como você é uma guerreira a altura para desafios... Seus parceiros de treino em Atenas não são dos melhores, ou possuem receio de machucá-la por ser filha da patrona da pólis.
Silena começou a divagar em suas palavras, mas Clarisse ergueu sua sobrancelha gradativamente com a informação solta... Annabeth lhe notara de alguma forma, lhe achava uma guerreira digna de sua atenção, ela poderia não pensar em casamento, mas a espartana tinha lá suas qualidades.
-Bem... - a voz da ateniense chamou a atenção da convidada mais uma vez. - ela pode não falar de sentimentos abertamente, mas eu sinto que vocês possuem algum tipo de ligação.
Clarisse sentiu algo estranho no peito, nem mesmo quando ela corria por grandes trechos em Esparta ela se sentia daquela forma, mas agora havia disparado ao ponto de lhe causar um leve desconforto que se espalhava pelo corpo. "Uma ligação", talvez não soubesse classificar aquilo de forma certa, nem era certeza de que algum dia se casaria com sua escolhida, mas já poderia considerar como algo a seu favor.
-O que vocês estão fazendo?
A pergunta chamou a atenção das duas garotas, Percy se aproximou com o sorriso travesso de sempre, os olhos brilhando em curiosidade.
-Não estamos fazendo nada... - resmungou a espartana empinando o nariz e adotando a sua carranca novamente.
-Estamos pensando em uma forma de Clarisse se casar com a Annabeth... - rebateu Silena em tom animado.
Percy desfez o sorriso gradativamente bem como a filha de Ares empalideceu, se fosse possível ela adoraria afundar a própria cabeça no chão e não sair dali nunca mais. Como era de se esperar o estúpido herdeiro de Poseidon simplesmente começou a gargalhar.
-Como alguém desejaria algo assim? - disse após tentar se controlar da crise de riso. - você e Annabeth? Pelos deuses, como você aguentaria alguém tão chata e irritante?!
Clarisse pensou em socar a cara do garoto antes que ele chamasse a atenção de outras pessoas, mas estava confusa, ele não estava rindo de seus sentimentos ou por ela ser uma garota assim como Annabeth, mas estava julgando o fato de sua irmã de criação ser uma sabe tudo irritante.
-Se bem que faz algum sentido... - comentou o garoto repassando algumas situações anteriores onde Clarisse demonstrará algum tipo de afeição pela filha de Athena. - então... Qual vai ser o plano? - perguntou animado, os olhos verdes faiscando com a expectativa de fazer algo para quebrar as regras.
~***~
Por mais que fosse um dia atípico Annabeth não deixara de lado as suas tarefas diárias como estudar e treinar, afinal ela era filha de Athena, patrona da pólis na qual residia e protegida do general e magistrado de Atenas, como tal ela deveria dar o exemplo de sua mãe, mesmo que não passasse de uma garota com sete anos.
Já que Percy não estava lhe importunando, o que era raro - provavelmente ele e Clarisse estavam juntos maquinando algum plano diabólico contra Línus - e Silena simplesmente desaparecera - o que vinha se tornando uma atividade normal - aproveitou o momento solitário para dedicar-se aos seus treinamentos.
Não era comum em Atenas que mulheres se exercitassem - o que comumente acontecia na rival Esparta -, na verdade não era comum que mulheres exercessem qualquer atividade fora as típicas do lar ou aquelas que lhes tornariam boas esposas no futuro. Nesses momentos ela agradecia por ser uma semideusa de tamanha importância, assim ela poderia estudar como qualquer outro homem de situação abastada, treinar em casa ou nos ginásios sem ser incomodada... Ser filha de Athena tinha seus privilégios e os homens temiam mais a fúria de sua patrona do que a quebra de dogmas enraizados.
Com a espada de treino ela aplicava golpes precisos, assim como Temístocles lhe ensinara por diversas vezes até que atingisse a perfeição. Mesmo sendo uma espada de madeira o resultado nos bonecos articulados de palha eram de assustar qualquer adulto.
-Belos golpes!
A voz de Clarisse chamou-lhe a atenção, a filha de Ares lhe olhava de uma forma "suspeita", não sabia ao certo como classificar, não era a primeira vez e isso estava lhe deixando embaraçada já há algum tempo, mas lhe acompanhou com os olhos cor de chumbo.
-... Mas ele não revida. - completou aproximando-se rapidamente, o sorriso esperto e desafiador tão bem conhecido por seus iguais.
Annabeth sorriu em expectativa, ficando em guarda enquanto a outra garota se atrevia a lhe enfrentar, mesmo que de mãos vazias... A pequena ateniense não se intimidou em suas investidas, o que mais admirava em Clarisse era a ausência de medo em momentos como esse, não sabia se era porque ela era filha do deus da guerra, por ser uma espartana ou um misto das duas coisas; a garota de olhos verdes nunca recuava.
Palavras não foram trocadas como normalmente faziam entre elas, cada golpe, cada esquiva e cada nova investida era milimetricamente calculada pelas duas semideusas... Nenhuma delas queria perder, por mais que possuíssem uma peculiar admiração velada. Por alguns poucos segundos ela se perdeu na intensidade dos olhos verdes, Clarisse sempre soltava palavras de provocação e sorrisos que lhe irritavam na tentativa de lhe distrair, mas no momento estava tão concentrada que não pode deixar de lhe observar com um pouco mais de dedicação.
Cometera um pequeno e crucial erro... A espartana aproveitara-se da oportunidade para chutar a falsa lâmina, desequilibrando-a de sua mão. Esperou que ela se gabasse em tom de superioridade pelo seu feito, mas não, Clarisse tomara uma atitude completamente inesperada, tanto que a princípio lhe deixara sem ação. Em um movimento rápido a jovem princesa usara de toda sua força e técnica de garota de oito anos para lhe colocar sobre os ombros... Poderia ser mais ultrajante que isso?!
-O que você está fazendo? - o tom utilizado fora assustado, mas tinha aquelas breves notas de quem saberia dar bem ordens quando crescesse.
Clarisse não lhe respondeu, apenas agarrou-se ainda mais sua cintura como... Como... Deuses, ela sequer conseguia raciocinar qual história aquele evento ridículo se assemelhava tamanha era a sua indignação; tinha de admitir que não era qualquer um que conseguiria ter um bom empenho em uma corrida com alguém se debatendo sobre o ombro, muito menos uma criança.
-Me solte agora mesmo! - ordenou a plenos pulmões enquanto batia nas costas da garota com os punhos. Não queria machucá-la, mas também não concordava com aquela sandice.
-Não! - rebateu tão autoritária quanto à loira, não importava o quanto ela lhe batesse ou esperneasse, Annabeth seria sua noiva.
De relance pode ver Silena e Perseu em um cavalo ao mesmo tempo em que tentavam segurar um segundo animal aparentemente desconfiado, contudo o filho de Poseidon tinha alguma vantagem nesse quesito.
-Pelos deuses o que você está tentando fazer? - berrou mais uma vez, entretanto se desvencilhar não seria nada fácil.
-Não discuta comigo, apenas suba na droga do cavalo! - rebateu Clarisse com a expressão de poucos amigos, teriam de sair imediatamente ou teriam alguns problemas, não bastava sair da casa de Temístocles, tinham de deixar os portões de Atenas sem chamarem tanta atenção como agora.
Alguns servos colocavam suas cabeças para fora dos devidos cômodos, não entendiam o que estava acontecendo e o motivo para tanto estardalhaço, os guardas que faziam a segurança no perímetro da residência adentraram o pátio principal empunhando suas espadas em busca de algum malfeitor.
O barulho também chamara a atenção do general e de seus convidados, os três homens tão intrigados com a cena quanto qualquer outro ali presente. Silena e Percy estavam montados no cavalo de Dienekes, a filha de Afrodite agarrada ao menino enquanto o mesmo tinha a feição vermelha ao tentar conter o segundo cavalo - o do rei Leônidas - enquanto isso Clarisse estava com Annabeth nos braços, aparentemente tentando colocá-la na montaria.
-O que está acontecendo aqui? - perguntou Temístocles de forma calma, porém extremamente sério.
Clarisse deu-se por vencida, seu plano foi um fracasso, os guardas ainda os rodeavam, confusos sobre o que ocorrera, Annabeth se desvencilhou de seus braços e correu até o seu tutor, não por medo, mas para ter certeza que a estúpida guerreira não seria tomada novamente pela loucura.
~***~
Os semideuses e os três homens responsáveis pela guarda dos quatro se dirigiram até o androceu, ali teriam mais privacidade para conversar, mesmo que não fosse o recinto mais adequada para as crianças. A princesa espartana estava mais ao centro, a feição emburrada e parecia alheia ao seu redor, Annabeth ainda ao lado do general, também estava irritada com tudo o que acontecera... Perseu tinha cara de culpado e tentava não rir, já Silena era a única que aparentava alguma serenidade entre as crianças.
-Clarisse... Gostaria de explicar o que aconteceu?
A voz do seu rei fez os ombros da menina se encolherem, ele sabia que tal travessura tinha sido obra sua.
-Me desculpe meu senhor, sou indigna de dirigir-lhe a palavra. - a menina aparentava pesar em sua voz. - não fui capaz de levar minha noiva para Esparta. - confessou baixando os olhos.
-O que?! - Annabeth soltou sem conseguir acreditar no que escutara, Clarisse realmente estava falando a verdade? Não poderia ser.
Leônidas e Temístocles se olharam como se a informação ainda não estivesse clara, ou assim esperavam. Perseu não conseguiu segurar o riso, rompendo com aquele momento constrangedor.
-Clarisse, poderia nos explicar, por favor? - insistiu o ateniense adotando uma postura mais relaxada em seu clínes.
A espartana arrumou sua postura e ficou de pé, pelo menos alguma dignidade ela deveria demonstrar em meio aquela situação embaraçosa.
-Meu senhor... Sinto muito pela cena presenciada, não queria fazer-lhe mal algum. - explicou-se da forma mais polida possível, afinal estava à frente do homem mais importante não apenas de Atenas. - creio que seria de bom tom casar-me com Annabeth, estreitaria as relações entre as duas pólis, creio que a rainha de Esparta veria com bons olhos minha união com uma ateniense.
Annabeth queria poder usar um véu no momento, seu rosto formigava e deveria estar tingido de vermelho pelo rubor de tais palavras. Clarisse queria lhe levar para Esparta, e não apenas isso, queria tornar-lhe sua companheira. Nunca escutara algo tão absurdo em sua vida e duvidava que alguém pudesse retirar o posto de Clarisse.
Temístocles pela primeira vez não tinha palavras, procurou pelos olhos do rei em busca de alguma ajuda, mas Leônidas parecia tão surpreso quanto ele, já Dienekes, o homem sempre tão centrado, se esforçava assim como o filho dos seus dos mares para controlar-se. Tinham de admitir que a filha de Ares possuía mais coragem e determinação do que muitos homens adultos.
~***~
À volta para Esparta não foi das melhores, a princesa ainda se sentia indigna e frustrada, sequer queria retornar para a pólis tamanha era a sua desonra, contudo todos tentavam lhe convencer que ela era nova demais para pensar em tal assunto. Clarisse não queria escutá-los, tinha seus ideais plenamente formados, não importava quanto tempo levasse, ela e Annabeth ainda iriam se casar, disso ela tinha certeza.
Fim do capítulo
E então o que vocês acharam?
Uma one levinha para esse fim de ano, o que o próximo tem para nós? Não sei! Mas eu tenho planos e uma pontinha de esperança de tocar finalmente um projeto pessoal para frente e provavelmente vou precisar de vocês, então até breve e fiquem seguros!
Comentar este capítulo:
rhina
Em: 01/01/2021
Oi
Bom dia.
Feliz 2021.
Nem interessante.
Personagens diferentes.
Gostei da garra de Clarisse.
Rhina
Resposta do autor:
Olá, muito obrigada por comentar. Tenha um ótimo 2021 também!
Muito obrigada! Se te interessar que tal conhecer a longa que inspirou essa oneshot?
Abraços e até breve!
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