Passado, presente e futuro não passam de uma ilusão, constante, da mente – que mente. Nosso cérebro simplesmente interpreta o tempo como se fosse um programa que só sabe ler os códigos desse jeito: classificando as coisas como já vividas ou prestes a serem. Mas, como dito, é tudo ilusão. Porque as coisas simplesmente são. Agora.

Não fosse esse “tilt” do nosso processador teríamos, possivelmente diante dos olhos, e claro como o dia, porções de nós mesmas mais ou menos transformadas pelo passar dos dias. Saber disso é importante porque se eventualmente você teve algum momento impactante, até traumático na sua vida (quase todas vivemos dias mais sombrios), essa informação serve como chave para você acessar você mesma, e se consolar. Você se consolar – olha que incrível.

Considerando que o agora é o momento de maior “lucidez”, vamos chamar assim, com relação ao tempo, propriamente dito, é no agora que todas essas realidades se juntam, então é só agora que você consegue se acessar. Mencionei sobre o passado, mas a porta está sempre aberta para o futuro também, ainda que neste caso a comunicação aconteça de uma maneira mais unilateral.

Sim, é complexo, e tentar explicar isso com a limitação do nosso entendimento é difícil. Einstein falava dessas coisas no começo do século passado, mas com fórmulas. Muito mais que um cientista, ele era um sujeito transcendental. Um visionário. Dizia que a vida era como andar de bicicleta; só se mantém em equilíbrio seguindo em frente.

Mas às vezes a bicicletinha da vida se enrosca em algum ponto do trajeto passado, e a gente fica presa lá, não avança – não consegue avançar. São mágoas, rancores, aborrecimentos que a gente cultiva num ciclo quase viciado, que nos escraviza, nos mantém presas lá. Quem se prende? Você. Ainda que por conta de ações vindas de outras pessoas. Quem pode te soltar? Você também! E o momento para fazer isso é agora!

Se revisite! Se solte! Se liberte! Conecte-se com você mesma!

Essa crônica é em agradecimento à caribu do futuro, que veio aqui hoje escrever.  

Fim do capítulo