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Sala de Reboco por Hanna Quexua

Ver comentários: 3

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Palavras: 934
Acessos: 1101   |  Postado em: 07/08/2020

Capitulo Único

O suor pingava no chão, aquela gente molhava a terra que há muito não via chuva. A

zabumba, o triângulo e o fole da sanfona criavam a harmonia do salão. Os pés na terra

batida, sem levantar poeira, era o instrumento vivo. Enquanto dançava, durante um giro,

vi uma flor em meio ao Cerrado. Quebrei o protocolo ultrapassado da dama e o

cavaleiro, conduzi o segundo giro, mas não a vi mais. Soltei o moço, que falou algo que

não fiz questão de compreender. Ofegante, o andar meio descompassado devido ao

cansaço de horas dançadas, atravessei a multidão. No banheiro, joguei um pouco de

água no rosto.

 

- Me passa o sabão, por favor? – Perguntou a moça de voz doce, mas de olhar firme,

daqueles que nos causa um arrepio na pele de tamanha força.

- Claro! – Respondi sorrindo e pegando o pequeno pedaço de sabão que estava no ralo

da pia, com a certeza que era a tal moça que vi a pouco.

 

Dei passagem e com a barra do vestido enxuguei o rosto enquanto via aquela mulher a

lavar as mãos. O cabelo estava preso no alto da cabeça, com fios soltos, sem regras, o

que me passava um pouco da mulher selvagem. Os olhos eram levemente puxados e

tinha algo felino neles, talvez a independência. Através da blusa branca, notava-se que a

liberdade também estava em seus seios. Sem armação, soltos a mover-se livremente a

cada movimento. A sua saia possuía uma costura própria, feita a mão, com remendos

dos mais diversos tecidos. A sandália de couro se misturava facilmente com a cor do

chão.

 

- Oxi, minina, tá tudo bem? – Perguntou ela a perceber que eu a observava.

- Ah, sim! – E sorri com o sorriso mais desconcertante que poderia ter.

Ela me sorriu de volta e nossos olhos se encontraram.

- Ainda quer dançar? – Perguntou ela me estendendo as mãos e mantendo o sorriso nos

olhos. Apenas segurei uma de suas mãos e a puxei de volta para o salão. Ao som do

mais belo xote, aproximei do seu corpo suado e quando o meu nariz encostou em seu

pescoço apanhando uma gota de sua salgada água a escorrer na pele, senti o seu cheiro

natural que exalava o melhor perfume. Saí do ritmo. O tempo ficou mais lento.

Afastei um pouco e a encarei como que a buscar explicações sobre o que sentia. Os seus

olhos me responderam com a mesma intensidade. Senti um tremor quando às suas

mãos, uma na cintura e a outra em meu pescoço, me puxaram para mais perto. Apertei a

sua cintura enquanto os nossos olhos se penetravam sem medida. Trouxe o seu corpo

ainda mais junto ao meu. Senti o nosso pulsar fora da música. Quando me questionei

internamente se estava forçando contato, ela segurou minha nuca com firmeza como se

tivesse ouvido o meu mais íntimo pensamento. Respondeu-me com o corpo. Delineou o

seu nariz sobre o meu. Abri um sorriso e ela riu do meu descompasso.

 

O ambiente gonzagava: “Enquanto o fole tá fungando, tá gem*ndo. Vou dançando e

vou dizendo meu sofrer pra ela só. E ninguém nota que eu estou lhe conversando (...) ”.

Enquanto dançávamos, o meu corpo se mostrava totalmente sensível a cada roçar de

nossos faróis. A água em meu corpo fluía mais rápido, fui levada para fora do salão.

Corremos.

 

Ela me atirou por sobre a cerca. Segurando as minhas mãos no alto, iniciou beijando o

meu cangote e foi subindo. Afastou os lábios da minha pele e me fitou com um olhar

enigmático. Como que num piscar, a puxei e troquei de posição com ela. Sem perder a

vista que nos conectava, com uma mão em sua cintura e a outra em sua nuca, nos

beijamos calorosamente. Às nossas mãos exploravam a carne, o nosso beijo traduzia a

nossa própria língua. Arrepios corriam em meu corpo. Enquanto o beijo corria intenso,

a cada inspirar eu encostava os meus seios com delicadeza nos seios dela. Parei o beijo

e deslizei até o seu ouvido onde suspirei baixinho. Ela apertou as suas mãos agora em

minha cintura. Deslizei o meu corpo sobre o seu, ela me puxou ao seu encontro, me

estreitando em seus braços. As nossas mãos mapeavam o corpo como a nova terra à

vista a ser descoberta. Brincávamos na água que jorrava em grande abundância, apesar

do calor que nos consumia.

 

Como que a fechar as nossas represas naturais, as luzes externas do terreiro foram acesas e as

pessoas começaram a sair do forró. Nos afastamos em silêncio, mesmo com o corpo sedento e

pulsante pela continuidade daquela prazerosa dança. Ouvi uma voz a chamar o meu nome.

- Por onde você esteve todo esse tempo? – Perguntou minha amiga que ao se aproximar, viu o ritmo de nossa respiração, percebeu instantaneamente o motivo. Cumprimentou a moça e em seguida se afastou me dando a liberdade para a despedida.

 

Nos olhamos, e na profundeza de seu olhar eu via a continuação de nosso ato. Respirei

profundamente. E selei a minha partida encostando os meus lábios nos seus. Rodei nos

calcanhares e parti. Entrei na van que me levaria de volta a capital. Não olhei para trás como se faz nos filmes. Não perguntei o seu nome, onde mora ou de onde veio ou o que faz. Nem sei se a encontrarei outra vez. Mas, aqueles olhos e aquele cheiro serão reconhecidos por mim em qualquer lugar.

Por mais que seja rápido, efêmero, o mergulho pode ser profundo.

Hanna Querxuá

 

Fim do capítulo


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Comentários para 1 - Capitulo Único:
lis
lis

Em: 08/11/2020

uauu lindo, parabéns

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Manuella Gomes
Manuella Gomes

Em: 11/08/2020

Quanta regionalidade! Adorei. 

O conto é bem original, poético, sutil, misterioso, singular.

Deu até vontade de um "rala bucho", faz tempo que não danço um "pé de Serra". ;)


Resposta do autor:

Opa, Manuella!!! Muito feliz com o seu retorno. 😍😍  Quem num gosta de um rala bucho, não é msm? Rsrsrs

Responder

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Rosa Maria
Rosa Maria

Em: 08/08/2020

Hanna... que intensidade foi essa? Me senti até em um arrasta pé. Essa poeira subindo e o suor descendo, essa inundação de sentimentos. Intenso na medida certa.

Beijos

Rosa


Resposta do autor:

Ounnn, muita generosidade sua! Me sinto honrada com o seu comentário. Ficarei na torcidaatorcida para os próximos. 😍😍😍

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