Direitos autorais da imagem: Romero Ceuz
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Capitulo Único
Ela dançava entregando-se a cada movimento como a amante que se atira nos
braços do seu amor. Apesar de sempre mergulhada nas águas, ela brincava com a
mistura dos elementos em seu corpo que exalava uma porção de
encantamento contida em seu suor que saltava da pele nos deslocamentos
mais bruscos. A sua água salgada banhava o chão de madeira seca, ela trazia
o mar dentro de si. O vento na decisão contida em seus olhos. A terra nas
voltas de seu corpo. E o fogo que incendiava o seu desejo. A quintessência era
a junção de todos, era o próprio ambiente criado por ela e pela música que
conduzia suas intenções. As luzes apagaram, era o fim do primeiro ato.
Aplausos. Ela saiu do palco satisfeita com o que havia deixado ali e seguiu
para o seu camarim.
Abriu a porta, acendeu a luz e assim que entrou, alguém que estava logo atrás
passou a chave e apagou a luz a impedindo de enxergar. A atriz foi jogada
contra a parede e em um ato de desespero tentou empurrar para fugir da
situação. A outra foi mais forte e com uma das mãos conteve os seus braços
enquanto a outra mão emudecia aqueles lindos lábios.
- Shiiiiiii... Não precisa gritar. – Sussurrou no ouvido da atriz. – Primeiro me
escute, depois se você quiser.... irei embora. – Falou baixinho contendo o
esforço que pouco a pouco diminuía. Continuou. – Incrível o solo que fez, mas
não estou aqui para isso... – Tentando controlar a respiração descompassada
devido ao sangue que fervia ao percorrer as veias, prosseguiu. - O perfume
que a sua pele exala me embriaga a razão, os teus movimentos roubam os
meus olhos, até mesmo o teu silêncio soa como canção aos meus ouvidos. –
Falou entre respirações espaçadas e agora segurando a cintura.
O esforço para fugir foi cedendo espaço para o tesão. Ela ainda não sabia
quem era aquela mulher, mas o seu desejo começou a dançar ao som
daquelas palavras e a vontade de abrir as pernas estava ficando incontrolável.
- Quero adentrar nas tuas matas, escalar tuas montanhas, me banhar em tuas
águas. – Suspirou a mulher ainda escondida na penumbra. - Posso sentir você
latejar antes mesmo de tocá-la. – Ainda sussurrando no ouvido. – Você só
precisa abrir um pouquinho como um sinal de consentimento. – Disse enquanto
a sua mão soltava a cintura da dançarina que mesmo sem enxergar nada
estava excitada e como resposta abriu as pernas bem devagar.
A intrusa desceu a mão por sua barriga e em seguida retirou a pequena saia
que fazia parte do figurino e passou sutilmente a mão por cima da calcinha já
molhada. A outra suspirou já entregue as mãos alheias.
A desconhecida começou a morder o pescoço suado da atriz, enquanto as
suas mãos molhavam-se em seu corpo. A própria atriz tirou a calcinha. A sua
bucet* doía de tanto tesão e queria ser comida ali mesmo entre os figurinos e
maquiagens, enquanto a peça em seu segundo ato acontecia no palco que
acabara de sair.
A mulher da noite derrubou tudo que ficava por cima da pequena mesa colada
ao espelho na parede, após sentá-la ali beijaram-se desesperadamente.
Após uma lambida no rosto daquela que invadira o seu espaço, a dançarina
sussurrou em seu ouvido enquanto a sua língua percorria o ouvido da intrusa.
- Mete. Mete! – Pediu totalmente entregue aquele momento.
A desconhecida tirou a sua própria roupa com a ajuda da outra que espremia a
bucet* de tanto tesão. A intrusa após um beijo molhado, desceu com a língua o
corpo suado e chegando aos seios ch*pou um enquanto as suas mãos
acariciavam o outro. Passando a língua em volta do umbigo, a estranha
começou a passar os seus seios no sex* encharcado da atriz que saltou os
olhos com aquele movimento inesperado. O bico do seio, agora conduzido
pelas mãos da invasora, passavam levemente a acariciar o clit*ris ouriçado.
Enquanto os seus seios deslizavam no clit*ris, os seus dedos adentraram o
molhado canal.
Enquanto metia, colocou a sua boca entre os pelos e mordeu de leve a
saborosa testa que estava banhada de suor, lubrificação e saliva. Abrindo o
caminho com a língua ela chegou ao clit*ris, onde cuspiu, apesar de já
molhado. Misturava o seu esputo com o liquido que escorria em enxurrada.
Ch*pava em demasiado prazer enquanto metia.
Com uma mão no espelho e a outra a meter com mais intensidade, a intrusa
começou a jogar frases sujas em seu ouvido. As palavras poéticas agora
dialogavam com a selvageria. A atriz, tocando o corpo da outra com
intensidade, soltou um gemido juntamente com o seu gozo. Ficou alguns
instantes abraçada com a incógnita de sua enigmática equação.
Ainda sentindo a vibração nas carnes ela lembrou que ainda entraria em cena.
Soltou o abraço, desceu da mesinha em um salto e foi ao banheiro.
Ficou refletindo no que havia acabado de acontecer. E também lembrou do que
ouviu. Saiu do banheiro para questionar e saber quem era aquela mulher. Ao
acender a luz não havia mais ninguém em seu camarim. Apanhou o seu
figurino no chão e o vestiu. Buscou algumas maquiagens caídas e fez o
retoque no rosto. Ficou pensando em quem poderia ser ela.
Alguém bateu na porta e a abriu:
- A próxima cena é a sua. – Falou a contrarregra do grupo. – Está tudo bem? -
Surpresa com a bagunça no ambiente.
- Está sim, fique tranquila, já estou subindo.
Ela se aproximou das coxias com as pernas ainda tremulas. Olhava para o
público em busca daquela que invadiu o seu espaço, o seu corpo e extraiu com
precisão o seu prazer. Entrou no palco e entregou a cena com uma
energia a mais do que sempre costumava introduzir ao papel nos ensaios. Era
noite de estreia e o elenco percebeu o brilho a mais que existia em suas falas e
no mover do seu corpo. Como um efeito em cascata as outras atrizes e atores
foram contagiadas com aquela energia. As cortinas fecharam e o público foi ao
delírio. Voltaram para agradecer e com as luzes da plateia acesas ela
procurava por aquela mulher no meio da multidão. As únicas lembranças
corporais, além do cheiro, que percebera foram a estatura que era quase igual
a sua e o cabelo curto. Tentava lembrar de algum detalhe que a fizesse
destacar das outras pessoas.
Por fim, voltou ao seu camarim que agora já estava arrumado por um capricho
da contrarregra. Em poucos minutos chegaram amigas e amigos, familiares e
admiradoras para lhe parabenizar. Ela olhava para todas as mulheres com uma
régua em suas lentes que calculava as possibilidades de encontrar aquela que
não permitiu ser conhecida.
Após abraços e agradecimentos, ela voltou a ficar sozinha. A atriz arrumava os
seus pertences enquanto retirava o figurino.
Saiu do teatro ainda pensativa. Andou pelas vielas escuras de
prédios antigos, viu a lua cheia e como sereia saltou ao desconhecido universo
encantado que acompanha as filhas D’Água. Nadando em seu reino, protegida
pela mãe do manto azul, chegou até a parada de ônibus.
Após subir no seu
destino e passar pela roleta, ela viu pela janela uma mulher encostada no muro
da estação férrea sozinha acendendo um cigarro. Estava a neblinar e o seu
rosto estava coberto pelo gorro do casaco. A atriz foi caminhando pelo ônibus
acompanhando pelas janelas a mulher que sumia rapidamente de sua vista.
Nos últimos instantes, já na última janela, o gorro foi levantado e numa fração
de segundo surgiu um olhar. Sim! Era ela.
Hanna Querxuá
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Rosa Maria
Em: 03/08/2020
Hanna... você acha que somos de ferro é?? que furacão esse primeiro ato, maravilhoso e intenso. esses líquidos foram demais adorei. Tem certeza que não tem uns "segundos e terceiros atos" nessa sua cabecinha aí? kkkkk
aproveitando tenho uns contos publicados também se puder dar uma olhada agradeço.
Beijos
Rosa
Resposta do autor:
Que delícia de comentário, Rosa!! 😠Logo mais irei postar novos contos. Fico muito feliz que tenha gostado. E simmm, vou conferir agora mesmo o seu trabalho. Muito boa essa partilha literária! â¤ï¸â¤ï¸
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