Capitulo 33
--Que cara é essa Leticia, não gostou da festa?
--Gostei sim, me divertir muito ensinando aquela molecada a jogar pião e bola de gude e você saiu bem com o bambolê.
--Adorei o tema da festa, brincadeiras de antigamente, sem contar que você deu show no vídeo game, os meninos não tiveram nenhuma chance.
--Ninguém me ganhava no street fighter – Disse orgulhosa
--Aquele careca ganhou umas duas vezes.
-- Ele ganhou uma luta, mas é melhor de três e eu ganhei as outras duas, fiquei com dó Isa que não poder brincar
-- Nada, ela adorou o pega-vareta e olha lá dormiu com o tamagotchi, disse que iria se dedicar em alimenta-lo.
--Vamos ver se ela consegui, caso ela se sair bem possamos pensar naquele cão que ela quis tanto.
--Depois pensamos isso, mas eu quero saber sobre o motivo dessa carinha ai pensativa.
--É que segunda começo minha terapia, estava pensando em como vai ser.
--Acho que não deva se estressar por isso, vai te fazer bem.
--Isso eu não tenho dúvida e você como está em relação ao que conversamos?
--Chegamos, vamos descer e colocar essa moça na cama, tenho uma garrafa de vinho na geladeira, o que acha de conversamos a bebendo?
-- Adorei a ideia – Leticia desceu do carro já pegando a garota que dormia no banco de trás.
-- Cuide da sua filha que eu vou pegar o vinho e te espero na sala.
-- Nossa ela está cada dia mais pesada – Leticia entrou na sala com a mão na costela.
-- E você mais velha – Cléo disse sorrindo com uma taça nas mãos oferecendo a Leticia.
--Eu velha? Lembre-se que você é mais velha que eu, - Pegou a taça e sentou ao lado da mulher
--Só uns pouquíssimos anos querida – Cléo virou-se para ela.
--Ainda assim é mais velha, nossa que vinho bom
--Foi a Joana que trouxe para um jantar, faz uns meses, tomamos uma e essa ficou.
--Ao menos para vinho ela presta – Leticia ainda sentia uma pontinha de ciúmes da mulher.
--Isso é ciúmes que estou vendo ai?
--Ciúmes? Ciúmes de quê? – Pegou a garrafa e encheu novamente
--De nada – Cléo sorriu
--Eu estava aqui lembrando do dia que tomei aquele porre, acho que nunca fiquei tão bêbada
--Eu acho que você nunca ficou tão bêbada, e a projeto de caminhoneira não conseguia nem com você
--Projeto de caminhoneira? A Jo? – Cléo gargalhava
--Sim, quando eu cheguei ela estava quase mijada em tentar te levar para o quarto.
--Mas por que projeto de caminhoneira?
--Ela fica nesse meio termo ai.
--Credo Leticia deixa ela, só porque ela não é tão masculina, deixa de preconceito.
--Mas não é questão de ser masculina, é que o jeito dela não combina com as roupas entende?
--Não entendi, me explica
--Sei lá Cléo ela se veste toda menininha, mas os gestos dela não passa feminilidade e não é preconceito é implicância, ela tentou ficar com minha mulher eu sempre vou implicar com ela.
--Então está assumindo os ciúmes? – Cléo sorria com da forma que Leticia falava
--Sabe de uma cosia? Eu morro de ciúmes dela mesmo e sabe o motivo? – Cléo fez que não com a cabeça – Ela me parece ser uma pessoa bacana, estudada, mostra ser companheira, coisas que eu não estava sendo, para você, isso me fez sentir raiva, essa raiva se misturou com o ciúmes e me nublou de uma forma horrível, me levou para um caminho que não me permitiu ser racional,
-- Eu não entendo de onde vem essa sua destemperança quando algo não sai do seu controle não é da forma como você quer, você fica sem pensar direito, não poda seus atos ou palavras.
--Eu também não sei de onde isso vem, mas vou ume esforçar ao máximo para melhorar.
--Você já está fazendo isso não é mesmo?
--Isso o que?
--Mudando? – Leticia afirmou com a cabeça. --Eu fiquei com receio quando você veio me falar que Celina estava te procurando, mas agora eu percebo que há uma diferença com antes, você não está querendo a proximidade dela diferente da primeira vez.
--Você acha que eu estava buscando alguém?
--Não buscando, mas acabou encontrando, alguém que falasse o que você queria escutar, alguém que se mostrasse aquilo que você queria no momento, coisa que eu não estava sendo e nem vou ser, pois em uma relação não é apenas o que uma pessoa quer e sim o que as duas querem, eu deixei de fazer tantas coisas que sempre sonhei por saber que não se adequaria a você e hoje eu vejo que não era para ter sido assim, não era para me desfazer dos meus sonhos por você e sim adequá-los com você. – Leticia abaixou a cabeça e deitou no colo de Cléo, não segurou suas lagrimas e se derramou em um choro longo e dolorido, Cléo apenas afagava a cabeça da mulher enquanto deixava algumas lagrimas também caírem, após um bom tempo Leticia foi acalmando-se.
--Desculpa Cléo, desculpa por eu ter sido essa pessoa ruim.
--Ei, não, você nunca foi uma pessoa ruim, ao contrário, Let você é uma pessoa maravilhosa, honesta, trabalhadora, carinhosa, parceira dentre muitas outras qualidades, mas também tem seus defeitos como todo mundo, amanhã conversa direitinho com o terapeuta, tenho certeza que te fará muito bem.
--Obrigada por não desistir de mim – levantou do colo da mulher e selou os lábios de ambas em um beijo calmo e sereno. – Agora me deixa ir, já está bem tarde.
--Dorme aqui, você já bebeu, não pode pegar a moto.
-- Só tomei uma taça de vinho.
--Isso já é o suficiente para causar algum acidente, vem tem umas roupas suas lá no guarda-roupas, você toma um banho e dormimos.
--É, você está certa, vem tomar um banho também – A puxou pela mão e saíram para o quarto
--Droga só tem alguns bermudões jeans, não ficam legais para dormir, Ah! Achei uma cueca e aquele seu blusão do Ramones, você adora dormir com ele.
--Perfeito, prometo não demorar
--Não tem pressa- Cléo foi tomar seu banho no quarto da filha, sabia que Leticia demorava horrores no banho, ela sorriu ao retornar ao quarto e ver que Leticia ainda estava no banho. – Certas coisas nunca mudam – Cléo sorriu arrumando a cama.
--Ai caramba! – Leticia exclamou ao entrar no quarto e se deparar com Cleo de quatro na cama arrumando os lençóis, ela estava com uma camisola preta com a maior parte do bumbum a mostra.
--O que foi? – Cléo pulou da cama, pois assustou-se
--Er.. Nada, nada, eu só pensei que você não estava no quarto, só isso- Tentou disfarçar, mas não obteve muito resultado, pois seus olhos não se distanciavam das pernas de Cleo. – Eu vou lá para o quarto de hospede, tem lençol lá? – Estava sem jeito
-- Vai dormir lá? Não prefere dormir aqui – Cleo deitou na cama e bateu ao lado.
--Você quer que eu... eu é deite e durma ai? Ai ao seu lado? Na cama? – Leticia estava nervosa demais.
--Let para de besteira, vem logo – Leticia nada disse apenas correu e deitou-se
--Droga a luz – Pulou para fora da cama e apagou a luz, deitou-se na cama, mas ainda não sabia ao certo como agir e deitou-se na pontinha da cama
--Let deixa de cerimonia vem para mais próximo, estou vendo a hora de você cair da cama
--É que eu estou nervosa – Assumiu virando-se para Cléo que ligou a luminária ao lado da cama para enxergar melhor a outra.
-- Nervosa? Está com medo de quer?
--Não é medo é vontade – Cléo a puxou para mais próximo e beijo-a, o beijo ganhou proporções e Leticia não se segurou, apenas subiu sobre o corpo que ela já conhecia, mas que estava disposta para redescobrir cada pedaço.
--Mãeee tô com medo - Leticia pulou da cama com tanta pressa que acabou caindo de costa nos chão.
--Ai meu Deus Let, você está bem? – Cléo preocupou-se
--Mãe Let a senhora caiu da cama?- A menina perguntou inocente
--Ai minhas costas – Leticia estava estatelada no chão
--Você está machucada? – Cléo tentou levanta-la, mas foi impedida
--Não, deixa a dor diminuir – Leticia respirava fundo – Acho que foi a minha costela – Colocava a mão entre a barriga e o seio
--Vou chamar uma ambulância – Cléo já estava ficando nervosa.
--Não, acho que não precisa, só tenta me ajuda a levantar- Com a ajuda de Cléo Leticia se pôs de pé.
--Vem tenta deitar na cama – Leticia deitou com resmungo de dor.
--Tá melhor mãe?
--Estou gatinha, estou – Respirava fundo afim que a dor diminuísse
--Filha vai pegar um copo com agua para sua mãe tomar um remédio – Cléo correu para o banheiro e a menina foi pegar a agua. – Um relaxante muscular e um analgésico para aliviar a dor, meu Deus Leticia você quase voou para o chão.
--Droga eu me assustei. Ai! – Cléo começou a gargalhar – Cléo você está rindo? Está doendo
--Eu sei, mas é que parece que você estava fazendo alguma coisa errada. – continuava sorrindo
--Eu realmente me assustei – Começou a sorrir também.
--Então já melhorou? – A menina entrou com o copo de agua na mão
-- Tá melhorando minha gatinha- Leticia disse para acalmar a filha
--Vem Let com cuidado – Cléo entregou o remédio que depois de muito resmungo pela dor voltou a deitar-se
--Posso ficar aqui para cuida da senhora?
--Claro meu amor, vem aqui – Leticia bateu ao lado da cama, a criança deitou com cuidado.
--Filha me deixa dormir do meio, para você não magoar sua mãe, essas perninhas não para a noite toda – Não demorou para as três estarem dormindo;
--Será que a mãe Let tá melhor? – Foi a primeira coisa que a criança disse assim que acordou
-- Não sei filha, vamos fazer um café da manhã para ela, mas antes vai lá que vou ajudar você no banho– Estavam cochichando na cama
--Eu já aprendi a tomar banho com uma mão só.
--Eu sei, mas mesmo assim eu quero ajudar você – A menina saiu da cama e foi para seu quarto, Cléo ficou ali observando a mulher dormir, ficou pensando por minutos, como poderia ainda amar tanto aquela mulher mesmo diante de tudo, não poderia negar que não tinha outro lugar no mundo que quisesse está a não ser ali, naquela cama com aquela mulher.
--Será que a mamãe já acordou? A comida já está pronta.
--Não sei filha vou lá no quarto ver.
--Eu vou jogar no seu celular – A menina pegou o aparelho e foi para a sala, assim que Cléo entrou no quarto viu a mulher ainda dormindo.
-- Hora de acordar dorminhoca –Disse beijando a testa de Leticia
--Hum mais já? – Tentou vira-se, mas sentiu uma fisgada na costela. – Droga esqueci.
-- Ei vai com calma, está doendo muito?
--Só quando eu me movimento bruscamente – Sentou-se lentamente na cama
--Não acha melhor ir no hospital?
--Se não melhorar eu prometo que vou, acho que só foi um mal jeito mesmo.
--Vem tomar um banho quente para relaxar.
--Você vai me dá banho? - disse provocativa
--Até poderia – Deu-lhe um selinho -- Mas seria só o banho mesmo, até porque você está dodói – Mordeu a pontinha da orelha de Leticia que ofegou.
--Posso tá dodói, mas não imune a você –Leticia estava entregue aos leves beijos que recebia no pescoço.
--Mãeee... – Cléo afastou-se antes que a menina entrasse --A vovó ligou disse que está quase chegando, tá melhor mãe Let?
--Estou melhorando.
--Filha vou lá na cozinha, fica aqui, se sua mãe precisar de alguma coisa me avisa - A menina afirmou com a cabeça e voltou a atenção para a tela do celular.
--Então ela já voltou?
--Não mãe, ainda não, mas é que a chamei para dormir aqui ontem, mas ainda não voltou a morar aqui.
--Mas para que essa demora toda? Eu quero um cafezinho – A mais velha chegou alguns minutos após Cléo sair do quarto e agora estavam na cozinha
-- Estamos apenas indo devagar, não queremos nos precipitar para não dá errado, como estava dando.
--Não sei qual motivo, mas também não sei como se pode gostar de mulher, então...
--Vó a senhora já chegou – Isabela abraçou a avó – A mãe Let tá com as costas doendo – Apontou para Leticia que entrava caminhando devagar.
--Se isso é está indo devagar, imagina se for com pressa – A senhora disse segurando o riso.
--Não foi nada disso que está pensando dona Zilda – Leticia tentou justificar
--A mãe Let caiu da cama, ontem quando entrei no quarto ela caiu da cama
-- Isso mesmo gatinha, AI! Isso doi – Leticia lentamente sentou na cadeira
--Vai com calma filha não precisa quebrar a coitada, ela está magrinha - A mais velha agora sorria
--Mãe, para com isso – Cléo não segurou e caiu na gargalhada com a mãe
--Não tem graça nenhuma – Leticia fez uma careta servindo-se de café
--Não é melhor você ficar Let? Está com essa dor, tem que ter alguém com você.
--É mãe fica aqui eu cuido da senhora. – Leticia sorriu, mesmo querendo muito ficar preferiu ir para sua casa, não queria impor sua presença nem apressar o intuito de ir devagar.
--Eu sei que vocês cuidariam muito bem de mim, mas eu estou bem melhor, só uma dorzinha leve, não se preocupem e amanhã tenho um compromisso cedinho, ficaria difícil ter ir para casa, odeio acordar muito cedo, vocês sabem disso.
-- Então vai de carro para não forçar essa coluna – Cléo pegou o capacete da mão de Leticia.
--Tudo bem, até amanhã – Deu um selinho rápido em Cléo, depois um beijo na testa de Isabela e foi para casa.
Fim do capítulo
Ola minhas flores.
Ai que peninha da Leticia, ou seria da Cleo por não está se aguentando? kkkk
BJS
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