Dona Marta terminava de arrumar os cabelos de Fernanda enquanto a menina permanecia emburrada. A menina de 10 anos tinha menstruado precocemente e começava a lidar com as mudanças de humor e dores que todas mulher experimentava.

 

- Filha eu prometo que não vamos demorar.

- Mas mãe não quero ir - respondeu com a cara fechada enquanto tinha seu cabelo penteado.

- Meu amor, eu sei que está chateada que não vai poder entrar na piscina mas você precisa ir comigo hoje, não tenho com quem te deixar e o vizinho de cima ando se drogando de novo não vou te deixar aqui sozinha.

- Me deixa na casa do tio Maneco, ele é quase meu padastro já.

- Que isso menina eu e Manoel somos apenas amigos.

- Mãe eu não sou criança... eu vi vocês se beijando

- FERNANDA ME RESPEITA GAROTA - disse irritada e com o rosto vermelho - Você vai e pronto.

 

Era a festa de fim de ano dos funcionários da escola onde Marta trabalhava, costumavam ir todos anos mas pela primeira vez foi contra sua vontade. Ficou andando pelo sítio mas não sentia vontade de brincar e não podia ir para piscina. Então depois de algum tempo se sentou num banquinho afastado para jogar o mini game que havia levado até que foi atraida pelo barulho de crianças menores brincando um pouco distante dali, uma delas passou ao seu lado correndo com os cabelos loiros todos bagunçados em uma maria chiquinha mal feita, pareciam brincar de pique esconde e a pequena foi para uma área mais afastada onde achou um espaço entre as grades e passou desaparecendo do campo de visão de Fernanda, fazendo a morena levantar e ir atrás, sabia que aquele lugar estava fechado por algum motivo e foi alertar a criança, mas a mesma já não mais estava ali. Reparou então nas pequenas ondas que a parte que conseguia enxergar da piscina fazia, arregalou os olhos pensando no pior, tentou em vão entra pela pequena brecha que viu a menina passar, mas ela era grande demais, então escalou pela grade e quando finalmente viu a piscina por completo se jogou nela sem pensar duas vezes. Quando encontrou a água lembrou que o professor de natação sempre dizia para em uma situação de afogamento eles deveriam chamar um adulto, mas Fernanda lembrou disso um pouco tarde demais, empurro a menina pra borda e se segurou com uma mão enquanto mantinha a outra em volta da pequena tentando deixá-la na superfície. Não tinha forças para colocá-la pra cima, o pouco que ainda lhe restava usou para gritar em plenos pulmões, por um tempo que pra ela demorou horas e na verdade tinha sido apenas breves minutos, até escutar o barulho da grade se abrindo ou melhor se partindo e um homem puxar as duas finalmente para fora da piscina.

 

Foi apenas um susto e resto é virou história.

 

 

6 anos haviam se passado, as festas de fim de ano continuavam e Fernanda continuava frequentando-as agora mais pelo carinho que tinha pelo senhor Erik do que por vontade própria. Se sentia deslocada, não tinha mais idade para brincar, se sentia envergonhada de ir a piscina pois seu corpo tinha curvas demais que lhe faziam ficar desconfortável, então acabava por ficar nas rodinha com sua mãe ou passear pelo sítio por algum tempo. Naquele ano o lugar escolhido tinha até mesmo uma pequena cachoeira, na qual a morena estava perto e já escutava o barulho da água caindo, mas também um pequeno choro.

 

Atrás de uma árvore Fernanda observou de onde vinha o barulho e logo reconheceu Lara mesma a menina estando de cabeça baixa, parecia triste e a outra decidiu se aproximar.

 

- Oi - perguntou um pouco de longe ainda e viu a outra lhe olhar - Tá tudo bem? - o silêncio reinou - Bom você tá chorando então não deve tá...

- E o que você tem com isso garota? Nem te conheço me deixa em paz - a loira disse ríspida só queria ficar em quieta.

- Fernanda... pode me chamar de Nanda, agora me conhece - disse num meio sorriso.

- Lara... me chamo Lara - respondeu mais calma pra outra que tentava ser simpática.

- Eu sei... te conheço desde bebê - riu e sentou a lado da menina na pedra que estava - Minha mãe trabalha aqui faz muito tempo.

- Quem é ela?

- Marta, professora de história da 3 a 5 séries.

- A ela é muito legal, me deu aula... gosto de história... apesar do professor de agora seu um babaca - fez uma careta e escutou a outra rindo.

- Seu Nelson né? Já tive aula com ele também ... sou mais minha mãe - sorriu.

- Está em que série?

- Estou indo pro Segundo ano e você?

- Sétima... mais dois anos e você acaba... sorte a sua - disse transparecer um pouco de raiva novamente - Tudo que eu queria era acabar a escola logo e meter o pé daqui... não guento mais meus pais.

- Por isso estava chorando?

- Também ... eles são uns nariz em pé e querem que fique igual a eles e meus irmãos - desabafou - Querem que continue nas aulas de piano mesmo eu já sabem tocar muito, só para se exibirem pro amigos nos recitais de música... por isso que eu mato.

- As aulas de piano?

- Sim - deu de ombros - Eu até gosto de tocar sabe mas as aulas são um tédio.

- Já falou isso pra eles? Talvez mudem de ideia ...

- Atá - gargalhou de forma debochada - Você não conhece meus pais.

- Conheço seus avôs, eles são muitos legais e bons - ponderou.

- E nada se assemelham a filha deles vulgo minha mãe - bufou - Para completar vão me escrever no clube de leitura, no de xadrez e no time de vôlei ... a verdade é que eles não me querem em casa e quanto mais tempo passar na escola melhor.

- Eu sou do time de judô da escola - Fernanda disse com orgulho.

- Legal... o Henrique também do time.

- Henrique Calazin? - viu a outra fazendo que sim com a cabeça - Ele sempre perde pra mim - riu debochando - Mas o que tem ele?

- Eu sou apaixonada por ele, mas ele me deu um fora hoje ... raiva disse que não tenho muita experiência.

- E você ficou triste por isso?

- Claro né... logo depois briguei com meus pais e vim pra cá - suspirou - Ele sabe que eu só fiquei com um garoto... deve achar que não beijo bem.

- Ele é um babaca Lara, não devia dar bola o que ele diz, além do mais ele é da minha turma então é muito velho pra você - disse com um tom de repressão.

- Não seja careta - disse revirando os olhos - Eu só queria aprender a beijar direito e poder ficar um vez com ele, tenho certeza que ele mudaria de ideia.

- Não tem mistério nenhum em beijar, é só encontrar o encaixe com a outra pessoa, não faz diferença se ficou um ou vinte, cada beijo é diferente... mas deixe disso não deveria querer ficar impressionando aquele otário.

- Mas eu quero - fez uma careta como se pensasse em algo - Quantas pessoas você já beijou?

- 5.

- Então deve beijar bem - sorriu largo deixando a outra vermelha.

- Bem ... meu namo...

 

Tudo aconteceu muito rápido. Fernanda antes de terminar a frase tinha os lábios da loira colados nos seus, a menina tinha se movido rápido e de forma insperada, está em choque nos primeiros segundos e depois se deixou levar, os lábios se abriram e as línguas se tocaram por longos minutos, até uma voz, bem longe, gritando por Lara ser ouvida pelas duas.

 

- É farfar me chamando ... droga preciso ir - se levantou sorrindo com cara de sapeca - Tchau.

 

 

O ano virou e os meses se passaram. As aulas voltaram, e as vezes nos intervalos as duas se olhavam, mas apenas isso, nenhuma palavra trocada, muito menos uma explicação pro ocorrido naquela festa. Até que por um acaso a morena encontrou a outra no shopping, Fernanda precisou de alguns minutos até tomar coragem para andar e parar atrás da menina na fila da pipoca.

 

- Você realmente estava falando sério quando disse que matava as aulas de piano - brincou, talvez assim a outra lembrasse de meses atrás.

- Ah oi ... Nanda né?

- Isso - respondeu sem jeito.

- Vai assistir o que?

- Cloverfiel Monstro e você?

- Eu ainda não comprei, na verdade vim comprar pipoca... tô decidindo se vejo ou não filme... mas acho que vou ver eu sou a Lenda de novo ou Alvins e os Esquilos que eu ainda não vi.

- Bom eu tô com ingresso sobrando acabei levando um bolo - deu um sorriso amarelo - Eu ia te chamar ver Cloverfiel mas acho que você não deve poder entrar... alias você não é nova demais para estar sozinha no shopping?

- Eu não sou nenhuma criança garota, já tenho 11 anos, - disse com certa raiva - Sei me cuidar sozinha ... além do mas ninguém olha identidade aqui no shopping sempre vejo filmes de terror com meus amigos.

- Bom se é assim... quer ver comigo? - mostrou os ingressos.

- Tá - deu de ombros - Mas pago a pipoca.

- Tudo bem - andaram na fila.

- Você disse que tomou um bolo, quem furou contigo? - a loirinha perguntou meio curiosa.

- Meu namorado ou melhor meu ex namorado? Não sei muito bem como estamos.

- Namorado... tipo homem? - a morena fez que sim com a cabeça - Achei que você era sapatão, você me beijou...

- EU NÃO TE BEIJE - falou mais alto que devia e sentiu o rosto queima - Você que fez isso.

 

Lara apesar da pouca idade sempre foi pra frente, até demais. Fernanda já tinha percebido isso a bastante tempo mas isso não significava que não se assustava com certas coisas. Se encolheu com que a outra disse, muita gente tirava sarro da sua aparência, até mesmo seu ex namorado, as roupas largas e pretas começaram a serem usadas quando seu corpo passou a crescer e menina retraída não soube lidar com os olhares. Nunca havia ficado com meninas, mas sempre teve fama de lésbica na escola, ela não ligava de verdade, acaba ficando mais amiga dos meninos por isso e tinha sido dessa forma que havia conhecido e se apaixonado por Guto.

 

- Estou velha... todo mundo da minha sala beija na boca, meus amigos já até trans*ram - falou naturalmente enquanto pegava dinheiro na bolsa - Você estava dando mole para mim e eu queria beijar na boca melhor.

- Eu não te dei mole... eu só... só estava te consolando você estava triste - cruzou os braços indignada com a cara de pau daquela menina.

- Que seja - esticou o braço com o dinheiro assim que andaram e chegaram ao caixa - Boa Tarde, duas pipocas grande um doce e uma salgada e duas cocas e um saco de jujubas - pegaram as guloseimas e a loirinha voltou a falar - Eu fiquei com o Henrique depois, tomei coragem e puxei ele lá no celeiro.

- Lara mas ele tem namorada - disse chocada

- E daí você também tinha e me beijo - deu um risinho.

- Para de dizer isso droga - disse chateada enquanto pegava os ingressos no bolso e dava ao moço que realmente não olhou as identidades - Não devia ter te convidada.

- Eu estou brincando com você chata - sentaram nas poltronas com a outra ainda emburrada - Sei que fui eu que te beijei, eu só queria treinar pra que meu primeiro beijo com o Henrique fosse bom...

- Você talvez ainda não saiba por conta da sua idade mas o que você fez foi horrível, você me usou sabia?

- Para de falar da minha idade - disse brava - Eu sou mais madura que você - ficaram em silêncio e os trailer nem davam sinal de iniciar - Desculpa ... eu só ... eu só queria muito mesmo ficar com o Henrique e fazer tudo certo pra ver se ele me notava - disse triste - Mas nem adiantou ... foda-se também o beijo dele foi muito ruim me babou toda e ainda machucou minha boca... o seu foi bem melhor - olhou pra morena que fico sem graça - Seu ex é um babaca de não querer seus beijos.

 

Os trailers se iniciaram e as duas ficaram em silêncio que permaneceu o filme inteiro, com breves comentários de ambas partes.

 

- Como você vai embora para casa? Você já vai? - a morena perguntou assim que saíram do cinema.

- De carro, o motorista me pega na escola de música daqui uma hora...

- Nossa uma hora ainda? É tanto tempo de aula assim?

- 3 infinitas horas por isso que eu não faço mais - deu de ombros - Você quer uma carona?

- Ah não eu moro longe... eu só ia perguntar se não tava a fim de lanchar?

- Quero sim, rachamos uma pizza? - viu a outra fazer que sim e seguiram conversando até a praça de alimentação.

- Como você consegue matar aula e sem seus pais descobrirem?

- Minha professora não conta pra eles, ela ganha 800 reais por mês sem precisar gastar 3 horas comigo por semana, ela sabe que eu toco muito bem por isso não se importa quando chega o resistais de músicas eu arraso, meus pais ficam felizes, minha professora fica feliz com o dinheiro dela e eu sem as aulas - deu de ombros.

- Hum... e como vão as aulas extras na escola?

- Um tédio, xadrez é insuportável, mas até que estou gostando de fazer vôlei... te vi no clube de leitura...

- Bom ano que vem presto vestibular, achei uma boa entrar pro clube e ler literatura nacional, quando era mais nova não gostava - deu de ombros.

- Podemos ler o mesmo - a outra vez que sim com a cabeça enquanto paravam na pequena fila para pedir pizza - O que acha de lermos o Mundo de Sofia? Não é nacional mas todo mundo fala que é bom.

- Pode ser - sorriu e seguiram conversando até a hora da loirinha ir embora.

 

 

A promessa do livro realmente aconteceu e as terça-feira as duas participavam do clube de literatura, sempre liam o mesmo livro e se ajudavam no debate nas rodas pós leitura. Fora isso quase nunca se falavam pela escola, muito por conta dos horários de intervalos não serem os mesmos, apenas de entrada e saída, muito mais por conta da neta do dono da escola estar sempre cercada de amigos, mas uma vez ou outra se esbarravam ou Fernanda sai correndo da aula de judô e conseguia pegar os últimos minutos das aulas de vôlei da outra, as vezes se falavam outras não. No segundo semestre as duas continuaram juntas toda terça, e o encantamento da morena pela mais nova só fazia cresce, foi no segundo semestre que Fernanda também percebeu a aproximação de Lara e Henrique, o menino sempre estava com ela na entrada e saída da escola, assim como nos dias que ficava pras atividades da tarde. Treinavam juntos judô e a morena começou a reparar nas conversar do playbozinho que tinha acabado de terminar e já estava "com outra engatilhada" como o próprio dizia se divertindo com os amigos. Antes do fim do ano letivo os dois estavam namorando, assunto que as duas nunca tocavam, até Lara aparece com os olhos cheios de lágrimas na biblioteca alguns minutos antes do clube de leitura se encontrar.

 

- Ei - encostou no braço da outra que olhava pro nada sentada - Tá bem? - viu a negativa e os olhos azuis ficarem ainda mais molhados - Vem vamos sair daqui, você não tá legal hoje - Puxou a mão da outra, andaram até uma porta que ficava entre as estantes de madeira e entraram na sala que tinha grandes janelas e era cheia de arquivos.

- Nossa onde a gente tá? - perguntou surpresa enquanto secava as lágrimas teimosas.

- É antiga sala dos professores, quando eu tava... acho que na terceira série o prédio novo foi construído e mudaram a administração e os professores pra lá... e aqui virou um arquivo dos primeiros anos da escola... quase ninguém sabe dessa sala e entra aqui ... descobri porque me escondia quando me perturbavam na quinta série - deu de ombros e se sentou no chão - Senta ai ... que que tá rolando?

- Ai ... é o Henrique bicho ... não temos nem 3 meses e ele fica me pressionando pra levar ele em casa, porr* meus pais iam ficar doidos e ele não entende ... e agora fica com ciúme de tudo... fala que não amo ele - disse chateada.

- E ama?

- CLARO eu sou doida nele garota, já fizemos amor até ... só não posso apresentar pros meus pais.

 

Ficaram conversando e acabaram não indo pro clube só se deram conta da hora quando o Blackberry 8310 da outra não parava de apitar. Era Henrique e a loira saiu com pressa, tanta pressa que pego a mochila mas esqueceu o fichário no chão. Alguns minutos depois a morena tentava encontrá-la até achar perto do portão de saída com o namorado que segurava seu braço parecendo nervoso.

 

- ME DIZ LARA PORQUE DEMOROU? HEM?

- Henrique para com isso amor, eu só fiquei conversando com meus amigos e perdi a hora.

- MENTIRA VOCÊ NUNCA SE ATRASA.

- Amor para - tentava tiras os braços que estavam sendo apertados.

- LARA - a morena falou chamando atenção dos dois - Você esqueceu do seu fichário.

- Aaah brigada.

- Tá tudo bem? - disse falando pra ela mas encarando o menino.

- Não se mete Fernanda, ao menos que queira levar as surras que te dou no judô do lado de fora.

- Você sempre perde pra mim otário - riu.

- Não me provoca, tô nem ai que é mulher... até porque você é mulher macho então posso bater sem problema - zombou.

- Fernanda para com isso vai embora por favor... tá tudo bem - disse a menor se colocando no meio dos dois que estavam bem mais perto.

 

A morena deu alguns passos para trás e se preparava para sair quando o outro a provocou.

 

- Isso mesmo vaza sapata - riu - E para de andar com minha garota porque ela gosta disso aqui, não de uma sapatão nojenta que nem você - Pegou em suas partes íntimas e deu um leve cuspida que pegou no pé da morena.

 

Logo o estrago tava feito, Fernanda acertou um soco no queixo do menino que caiu apagado, uma pequena multidão se aproximo incluindo Eric.

 

- O QUE VOCÊ FEZ GAROTA? O QUE VOCÊ FEZ? - Lara ao lado do namorado caído gritava pra outra que estava congelada olhando a cena.

 

Henrique foi levado para enfermaria e Fernanda pra diretoria. Sentada na cadeira viu sua mãe entrar na sala totalmente chocada com ocorrido, não demorou muito pra ser avisada que estaria suspensa pelos próximos dias com risco de expulsão mas o caso ainda seria estudado, a morena não estava nem ai pra isso, a única coisa que importava era se explicar pra Lara, por sorte, ou azar, encontrou a meninas quando saia da diretoria.

 

- Lara ...

- Cala boca sua maluca - disse interrompendo a tentativa

- Deixa eu te explicar por favor... ele tava te machucando e me ofendeu ... não sei o que aconteceu ... mas eu precisava te proteger... ele não pode falar assim com você droga....

- ME PROTEGER? VOCÊ NÃO É NINGUÉM PARA ME PROTEGER GAROTA - disse com tanta raiva que seu rosto ficou vermelho na hora - Você não é minha amiga, você não é minha colega, você não é nada minha pra me proteger... eu quero que você suma garota, me deixe em paz, me esqueça e não fale mais comigo... não faz sentido mesmo eu andar com uma esquisitona como você... Henrique tava certo você é nojenta.

 

A loirinha entrou na sala da diretoria e a morena saído correndo com os olhos cheios de lágrimas. Foi pra casa de ônibus sozinha, nem quis esperar sua mãe como costumava fazer, chorava todo tempo lembrando dos acontecidos. Acabou encontrando com Júnior enquanto subia a rua de casa e desabafou com amigo e pela noite fez o mesmo no colo de Dona Marta, mas nada a fez esquecer as palavras de Lara.

 

Dali pra frente a morena fez o que lhe foi pedido, não falou mais com a loirinha. Com o tempo Lara esqueceu de Fernanda, mas Fernanda nunca esqueceu de Lara.

 

 

Fim do capítulo