Capitulo 28
--Meninas não façam nada que eu não faria – Disse Beto assim que as mulheres abriram a porta para saírem.
--Não respondo porque a tem criança no recinto --Disse Leticia pegando o capacete. –Se importa em irmos de moto?
--Não tem problemas – Pegou o capacete já caminhando com Leticia para a moto, Cléo suspirou ao sentar na garupa, sentir o contato com aquele corpo, era muito bom, estava com saudades daquilo, enquanto Leticia pilotava com uma alegria enorme em seu peito, sentir a mulher que amava assim tão próxima a si é motivo da sua felicidade, e iria lutar por ela, com todas suas forças.
--Nossa aqui é bem legal.
--E a comida é ótima, aposto que você vai adorar, se gosta daquela minha lasanha sem sal imagina as massas daqui.- puxou a cadeira pra ela sentar
--Você já veio aqui antes?
--Já sim, tem um prato com umas bolinhas de queijos que derretem na boca, delicioso.
--Hum, legal - Parou de falar, não queria perguntar, mas não conseguiria se manter calada. –Veio com o Beto, ou com outra pessoa?- Letícia a encarou, sentiu o ciúmes dela só pela maneira dela falar, conhecia demais aquela mulher para saber os tons de voz que ela falava em todas as situações
-- Com o Beto, mas vou ser sincera, desde que vim fiquei com vontade de te trazer aqui. – Deu seu sorriso mais sedutor, Cléo sorriu retribuindo, viu que ela iria tentar conquista-la, coisa que não seria muito difícil, logo o garçom aproximou-se delas e começaram a conversar sobre coisas corriqueiras
-- Bem que você não exagerou, adorei a comida. - Falou assim que encerraram
--Eu não disse? Sabia que você iria gostar.
--E aquela sobremesa? Não entendi o nome, mas estava ótima.- Caminhavam para a saída do restaurante
-- Realmente, uma delícia, Cléo poderíamos dá uma volta? Sei lá, andar em alguma praça, ainda está bem cedo
--Sabe de uma coisa que eu estou com bastante vontade de fazer?
-- Não, o que? - Animou-se, gostou do tom de voz de Cléo que ficou alguns segundo calada enquanto o garçom entregava a conta. – Qual seus planos? – Disse já projetando fazer amor com ela por toda noite.
-- Vamos andar de moto por alguma estrada? Como antigamente?
-- Ah! Você quer dá uma volta de moto? – Perguntou desanimada.
-- Não uma volta qualquer, mas “A volta”- Letícia sorriu da maneira que a outra falou.
-- “A volta” pra você significa nós duas em alta velocidade em uma estrada qualquer?
-- Isso, mas com segurança que temos uma filha pra cuidar
--Tudo bem, você é que manda – Letícia disse sorrindo, amava àquele lado aventureiro da ex, esse que ela mesmo incentivou, pois morria de medo de qualquer aventura, principalmente sobre a motocicleta. --Eu conheci um lugar incrível uns meses atrás, vou te levar lá - Leticia disse subindo na moto, após a ex se acomodar melhor nela, isso significa segurando em sua cintura aproximando. – Segura firme pois tem uma estrada com o calçamento irregular – Cléo apenas acenou com a cabeça e ficou observando o caminho, depois de alguns minutos entraram em uma estrada que demonstrava ser pouquíssimo movimentada, com bastante ladeiras, sorria ao sentir o vento em seus braços, não demorou muito e Leticia parou em um mirante que dava uma ampla visão das luzes da cidade que brilhavam e fascinavam as mulheres.
--Nossa como esse lugar é lindo – Cléo olhava fascinada
--Realmente, não pensei que era tão lindo a noite.
--Como você achou esse lugar magico? – Caminhou até uma rampa de madeira
--É um posto de salto para asa-delta, fui chamada para fazer um serviço na Kawasaki z 1000 dele, uma bela maquina, mas ele brigou com a namorada e elas passou a faca em umas mangueiras ele ficou louco de raiva.
--Acho que teve ter custado uma grana pra consertar.- Sentou no tablado, olhando para as luzes
--Pra minha sorte – Sentou ao lado da mulher olhando para a outra, admirava-a demais, ficava pensando o quanto amava aquela mulher e deixou escapar o seu amor, após mais de um minuto Cléo a encarou sorrindo
--O que foi?
--O que foi o que?
--Você ai me olhando, o que foi?
--Estou aqui mais uma vez me martirizando, pensando o quando eu sou uma idiota.
--Você não é idiota.
--Seria egoísta se eu te pedisse perdão mais uma vez?
--Egoísta? Por que egoísta?
--Porque eu perdi o que de melhor tive na minha vida, porque eu fui uma filha da puta que só pensei em mim quando me deixei levar pela raiva, porque o que eu mais queria todos os dias dos últimos meses que acordei era ter você ao meu lado, porque eu te fiz sofrer, só por esses porquês já é motivo suficiente pra saber quer eu seria egoísta em te pedi perdão. – Baixou a cabeça enquanto uma lagrima escorria.
-- Não seria egoísta, pois é o que você quer e como sempre você foi de correr atrás daquilo que quer então não é egoísmo.
-- Então você acha que conseguiria me perdoar?
--Acho que sim, é o que eu mais quero nesse mundo.
--Então você me perdoa? – Cléo via a esperança brilhar nos olhos de Leticia.
--Eu quero conseguir te perdoar, então vamos tentar novamente? Vamos começar do zero, iniciarmos uma nova história.
--Como assim uma nova história? Nós já temos nossa história.
--Sim temos, mas não significa que não poderíamos ter duas histórias, eu quero te sugerir começar do início e não deixar nos perdemos como aconteceu.
-- Entendi, mas como você quer fazer isso?
--Essa é a questão, não é o que eu quero fazer, mas sim o que nós queremos, Let eu vou sugerir umas coisas e você também pode sugerir, temos que em comum acordo fazer o que é melhor, essa será a diferença, não será o que uma de nós quer, mas sim as duas, em primeiro lugar creio que voltar para a terapia vai nos ajudar bastante.
--É eu também acho estive refletindo sobre isso, iria falar com a Bruna para me indicar alguém, independente de nós duas, acho que preciso consertar umas coisas aqui dentro – Apontou para a cabeça.
--É eu também preciso, vamos fazer isso juntas? – Segurou a mão de Leticia.
--Sempre – Sorriu e levou a mão da outra até os lábios. – Eu te amo tanto – Acariciou toda a extensão da face da outra com as pontas dos dedos. –Posso te beijar? – Não tinha certeza de seus passos então resolveu ir com calma, por isso pediu a autorização da mulher.
--Não pode – Ela abaixou a cabeça em decepção, mas Cléo continuou. – Você apenas deve me beijar Leticia – Assim que levantou sua cabeça teve sua boca tomada em um beijo quente, um beijo que fez seu coração acelerar com tanta força que sentia o movimento do peito sob a camisa que usava.
-- Eu estava com tanta saudades da tua boca – Leticia voltou a beija-la, mas agora com mais urgência, com mais sede que o beijo anterior, sua mão esquerda apertou a cintura de Cléo enquanto a outra foi para o pescoço, o beijo tomou uma volúpia que dominou os corpos de ambas, mas Cléo interrompeu o beijo.
--Essa é a segunda coisa que queria pedir. – Estavam com as testas coladas e ofegantes pela intensidade do beijo – Se vamos com calma temos que convim que sex* não faz parte dessa etapa – Leticia se afastou um pouco para poder encarar a face da outra.
--Você quer dizer que nada de sex*? – Cléo balançou a cabeça afirmando, Leticia não pensou mais que alguns segundos para ter a certeza do quão dispensável para ela aquilo se tornara no momento. – Por mim tudo bem, sem sex* – Fez um carinho na face da mulher –Será difícil, mas não vejo problema algum a única coisa que me importa é te ter na minha vida novamente.
--Então namoradas? – Perguntou fazendo uma cara de sapeca.
--Namoradíssimas – Leticia abraçou Cléo com força.
--Então vamos que isso não é hora de uma moça de família está na rua com a namorada.
--Vamos sim, sem contar que estou com medo de deixar a Isa com aqueles dois, eles estão em combustão, só eles não perceberam ainda.
--Eu perguntei a Bruna ela disse que não aconteceu nada. – Leticia estendeu a mão para ajudar a outra levantar
--O Beto também disse isso, mas não confiou de todo no que aquele tarado fala.- Caminhavam para a moto. –Quer minha jaqueta pra não ficar com frio? – Disse que sim com a cabeça e Leticia fez questão de colocar a peça – Eu acho que mereço mais um beijinho por ser tão “cavalheira” não acha? - Puxou a mulher pela cintura
--Mas você gosta de se aproveitar, não é mesmo? – Sorriu beijando-a – recompensa dada.
--Agora podemos ir – Sorriu colocando o capacete e entregando outro para Cléo .
--Espero que você aproveite as curvas dessas ladeiras – Leticia levantou a viseira sorrindo, Leticia aproveitou que o movimento quase nulo naquelas estradas e acelerou a moto, deitava nas curvas para a alegria de Cléo que adorava aquele tipo de aventura.
-- E ai eu soube aproveitar as curvas direitinho? - Leticia perguntou assim que parou a moto em frente à casa.
--Com perfeição- Disse retirando o capacete -- Vamos ver o que aqueles dois estão aprontando – Elas entraram em casa com o mínimo de silencio que puderam, para a supressa delas encontraram os amigos no sofá da sala, Bruna dormindo deitada com a cabeça no colo de Beto que também cochilava, um filme qualquer passava na televisão.
--Muito bonito – Leticia falou assustando os dorminhocos.
– Esses babás que arrumamos só sabem dormir mesmo – disse Cléo sorrindo do susto dos dois.
--Que susto Leticia – Beto colocou a mão no peito
--Você quase derrubou Bruna do pulo– Leticia gargalhava
--Palhaças, já chegaram agora vamos pra casa? – Bruna perguntou olhando para Beto.
--Eu vou dá um beijo na Isa e já volto para irmos Beto –Leticia disse indo para o quarto da filha.
--Chegaram tão animadas, pensei que Leticia iria dormir aqui – Disse Beto arrumando o cabelo com as mãos.
--Ainda não Beto – Cléo disse sorrindo – Vou tirar essas sandálias e já volto- Cléo saiu sorrindo, deixou as sandálias no quarto e quando estava saindo esbarrou com Leticia saindo do quarto da filha.--Nos vemos mais tarde? – Perguntou vendo Leticia se aproximar.
--Eu venho ficar com a Isa a tarde, você vai trabalhar de manhã também?
--Não, conseguir uma semana de folga na escola, mas não conseguir do cursinho, pois está próximo de uma prova e temos que dá muito intensivo.
--Então venho a tarde – Enlaçou a cintura de Cléo e a beijou
--Por isso a demora dessas duas – Disse Beto e Bruna na entrada do corredor que dava para os quartos.
--Deixem de piadinhas os dois – Leticia disse sorrindo – Até o almoço – Deu um selinho demorado em Cléo e saiu junto com Beto.
-- O que foi? Por que está me olhando assim? – Cléo perguntou para Bruna que a encarava enquanto caminhavam para a sala.
--Estou esperando os detalhes, apenas isso.
--Você não disse que iria pra casa?
--Eu vou, mas só depois que você me contar o que rolou. – disse sentando no sofá.
--Nós jantamos, depois ela me levou em um mirante lindo, conversamos, decidimos recomeçar e é isso.
--Como assim? É isso? Não vai dá detalhes?
-- Não teve detalhes, e já vai dá duas da manhã, ou dorme por aqui ou vai para casa, sei que tem paciente logo cedo.
--Tenho mesmo, mas você não me escapará dos detalhes – Sorriu pegando sua bolsa e despedindo-se da amiga.
Fim do capítulo
Ola minhas flores
E não é que as coisas estão se ajeitando!!!
Até o proximo
BJS
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