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Até o galo cantar por camaradalina

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Palavras: 8674
Acessos: 1604   |  Postado em: 22/06/2020

Capitulo 1

 

Fisgada nas costas, é isto.

É neste estado que se chega ao mercado de bici depois dos trinta e muitos. Ao descer, com os dois pés ficados no chão, meu corpo fez questão de frisar que último alongamento que fiz já fazia mais de uma semana, na outra quarta. Recuperei o ar, foquei no objetivo e bati nos bolsos, celular, chaves e carteira no seu devido lugar e, pronto.

Mas, foi somente no segundo passo confiante em direção à porta de vidro que, um záz rompeu meus pensamentos sobre a idade, ar, força muscular e halteres – o cadeado! A tranca da bici! Como que pode, Gabriela, vir com a magrela e esquecer de trancar! É o auge. Bem, acredito que se eu ralhar comigo mesma, ainda que em pensamento, em um dado momento meu cérebro dará conta de se lembrar do básico. O básico! Trancar a bicicleta no bicicletário é o básico, é o mínimo que se espera de um ser humano que usa esse transporte. Dei meia volta e, em um instante, estava definitivamente pronta.

Lembrei da lista, arroz de risoto, queijo parmesão, shiitake, molho madeira, creme de leite, cebolas, alho, algum verde e uma ipa 600ml trincando enquanto assistia Dragão Vermelho. Encontrei o arroz, daqueles embalados a vácuo, chequei o preço, sabia que pagaria hoje a mais para ter um bom jantar comigo, mas sincero, 15 reais em um arroz não estava nos planos. Respirei fundo, coloquei na cesta, pensei em mim como uma convidada especial, rainha élfica que merece toda a reverência. Nessa perspectiva, quinze reais parecem poucos. Bem, se eu fosse ter meus desejos gastronômicos realmente satisfeitos, imagine… Daria um trabalhão ao povo élfico, tenho uma fome sem fim, saco sem fundo, tudo isso e mais um pouco.

Inclusive, comi uma banana antes de sair de casa para vir no mercado e, adivinhe? Fome novamente. Melhor eu passar na padaria e comprar uns pães de queijo. Anotei na lista mental e parti para o próximo item: queijos, que estavam ao fundo do corredor, naqueles stands gelados, assim peguei também a cerveja, os vegetais ao lado e já estava na padaria.

Faltam três atendimentos e, no balcão, babei um pouco naqueles pãezinhos e docinhos de padaria, principalmente naqueles pãezinhos pequenos cobertos de açúcar e recheados com goiabada ou doce de leite. Decidi pegar um punhado, mesmo ouvindo da minha parte consciente do corpo, aquela que ainda não é viciada em açúcar, protestos lembrando a outra parte do corpo, aquela viciada definitivamente viciada em açúcar do plano inicial, aquele montado antes de sair de casa, no qual me comprometia a pegar nenhuma besteira no mercado, pois a compra era somente pro jantar e pro jantar eu já tinha sobremesa. Ignorei. Ignorei a primeira parte de mim e sabe por quê? Porque aquela pessoa que se comprometeu em casa, não sabia que essa mesma pessoa, que agora esta no mercado, estaria com fome antes mesmo de começar os preparativos da janta.

“Um punhado desses, isso, também quero de trigo, ah, quatro tá bom. Sim, tá, brigada viu. Bom trabalho!”

Passei novamente a lista, faltava o molho. Corri os olhos atrás do molho certo. Sabe, não dá para pegar qualquer molho, tem que ter alguma qualidade, afinal, aquele lance da rainha élfica, enfim, era o meu jantar. Sim, é, quem sabe eu esteja sendo exagerada com esse lance de cozinhar para mim e pensar como uma noite de diversão entre eu e eu mesma, autoconhecimento e tudo isso, a verdade disso tudo é que eu já nem sabia mais como era passar mais de quatro dias seguidos sozinha em casa. Fiz o que pude, trabalhei, convidei amigos, pintei, e, hoje, quando entediei, decidi cozinhar, assim, ocupar a mente, e, para amanhã, combinei, cedinho encontro o Xandy para dar um ponto na Joaca antes da craudeada de domingo.

“Gabi!”

Estava acocorada lendo a validade do molho (válido) quando ouvi o chamado, mas, permanecia tão entretida nos pensamentos que foi preciso um segundo chamado, um pouco mais alto e, definitivamente mais incisivo, acompanhado por um farfalhar de tactel a meio metro para minha esquerda, para eu, de fato, erguer a cabeça caçando quem que me resgatou do mundo dos alimentos.

“Lana! Eita, peraê!” Respirei fundo, puxei energia desse corpinho que precisa fazer mais agachamentos sumô e levantei em um só movimento. “Como você me reconheceu ali de baixo? Ainda mais com essa faixa aqui no cabelo, esse vento tá louco né? É o vento sul, diz que vai abrir a friaca aqui mesmo sendo janeiro!” Pronto, estava feito, agora eu já tinha desatinado a falar. Se ela não agisse rapidamente, em breve, eu estaria detalhando a velocidade do vento, o tipo de alerta que os bombeiros já tinham feito e, por sorte, ela agiu ligeira:

“Pois é, é que eu vi seus tênis, lembro deles daquele dia, do bar. Sabe, rosa desse jeito com laranja e branco chamou a atenção… E bem” ela se manteve séria mas os cantinhos da boca ergueram um pouco “continua chamando!”

Opa, opa, ela que não fale dos meus pisantes confortáveis, flexíveis e perfeitos para todo que é tipo de rolê que uma mulher como eu, com muita disposição possa fazer, afinal, quem vê fluorescência não vê conforto. “É, bem, são diferentes…” Disse, olhando para eles, eu sabia que eles eram assim, tinha um carinho especial justamente por isso.

“É, o vento sul pegou mesmo. Estava agora saindo da casa de uma amiga, a Claudia, não sei se conheces…?”

“Conheço não” coloquei o molho no cesto “do grupo ali sou chegada na Duda, na Carla, sabe? Ah, também tenho história atrás de história com a Manu! A falta que essa mina faz aqui pras bandas do sul, não vejo a hora de ir lá pra lá visitar ela.”

“Manu é uma figura mesmo! Bem, estava ali na Claudia, daí que fui sem casaco nem nada. Agora sai e vim aqui tirar um rango pra mim e acreditas que quase congelei só dando a volta na quadra até aqui?”

“Eita Lana, não dá pra brincar aqui né. É um casaco, guarda chuva e protetor solar na mesma bolsa todo o ano…” Rimos, afinal, a vida de quem mora em Florianópolis é assim mesmo ano após ano. “E o que você decidiu de rango pra ti?”

“Ah, nem sei” respondeu ela “vou ali no congelado, hoje não estou no clima de cozinhar não.” Deu de ombros, correu os olhos para minha cesta, a alface e os tomates davam cor aos cogumelos e tinham uma boa composição. Já eu sabia que ela morava só, e, para quem mora só, um rango às vezes é só um rango, um meio de se manter vivo, sem grandes firulas. É eu sei.

Mas é que no momento em que ela falou no congelado, nosso olhar cruzou e percebi algo dentro daquela linha da água arredondada, além da indiferença que ela mostrou. Imaginei que ela estivesse nesses dias em que só queremos dormir para ver se no próximo raiar vem um dia mais colorido… Sem pensar muito, desatinei “escute, eu estou planejando um grande jantar comigo mesmo esta noite. Sabe, a Cris foi viajar e decidi preparar um banquete fino, já separei aqui as coisas. Porque você não desiste dessa ideia horrorosa de mandar um congelado e vamos jantar juntas?” Cutuquei ela no antebraço, abri um sorriso que espero ter sido amigável, torci para não transparecer que percebi uma linha de tristeza na expressão dela.

Ela hesitou, com o olhar na cesta, começou o balançar a cabeça para os lados, porém, quando encontrou o meu olhar sorriu: “Sim, sim, então tá bom, eu vou pegar mais cerveja para nós e uma sobremesa…”

“Não, sobremesa não precisa, tenho um mousse de maracujá pronto na geladeira, sabe como é.” Eu não tinha certeza, na verdade se ela sabia como era. Ilustrei “Formiguinha…”

Sorriu, no ato, o rosto marcou as linhas de expressão, inclusive uma acima da pálpebra até o canto de fora do olho, aquele olhar bondoso sob os olhos castanhos desvelou, disse “Ai Gabi, você não existe mesmo!” deu meia volta e reparei que é alta, deve ter quase um e oitenta, tem ombros largos, que hoje estavam marcados pela dobra da camiseta branca larga, vestia bermuda de tactel azul escura e chinelos tipo slide, vermelho profundo. Dava para ver que ela tinha vestido o que viu na frente, mas a impressão era de arrumada. Sabe? Essas pessoas que têm presença, sempre estão prontas.

Foi quando saímos do mercado que percebi a enrascada que ela estava antes de ter um novo rolê para a noite. O vento sul gelou a rua e ela estava a pé, ia aguardar o próximo ônibus para o terminal central e ainda teria muito chão até sua casa, na Barra da Lagoa, local que precisa de mais duas conduções para chegar depois do centro. Ela ia congelar! Bem, ia congelar, assim, no pretérito imperfeito, como se não ela não tivesse de fato congelado em nenhum momento desde que começamos o trajeto, seria uma mentira. Ela congelou nas três quadras que arrastei a bicicleta até em casa, mas, pelo menos, não foi até o outro lado do mundo, praticamente. Subimos os dois andares de escada, andando rápido, para aquecer. O resultado é que chegamos esbaforidas e ainda geladas.

Peguei dois copos de água fresca. Ela tomou em quatro goles, no fim, escorreu uma gotinha do canto da boca e caiu na camiseta. Não marcou nada na estampa quadrada de ondas azuis, rápida, ergui o olhar, não queria que parecesse que eu estava secando os peitos dela ou qualquer coisa assim.

Fotografei o cômodo na minha mente, eu e ela na parte de entrada do apartamento, copos de vidro nas mãos, compras ensacadas em cima da mesa de vidro. No mesmo cômodo, mas outro ambiente estava o balcão da cozinha conjugada e a lavanderia num quartinho pequeno ao fim. O sofá, que era basicamente a sala de estar, com a tv, no outro quadrante do apartamento, estava aberto e o Jerônimo estava preguiçoso, com a barriga para cima, um pouco enrolado, como uma bolinha meio murcha. Ele abriu os olhos ao nos ver e em menos de dez segundos, virou a cara para o outro lado e continuou dormindo. O quarto meu e da Cris estava com a porta fechada e o banheiro, na porta ao lado, também. Ao sair, deixei a janela da varanda aberta e, o resultado disso, era que estava frio à vera ali dentro.

“Lana, ‘guenta aí, que vou pegar o secador para nos aquecer!” Corri para o quarto, peguei um moletom grande meu e o secador de cabelos.

Ela aqueceu as mãos e os pés, aceitou o moletom e recusou as meias “é contra minha natureza sabe, as meias, muito burguesas.” Rimos.

Meu estômago roncou lembrando aquilo que eu já sabia, fome. Organizei as delícias da padaria em uma travessa e coloquei na mesa de centro, cheguei Jê para o canto e servi cerveja nas taças da superbock.

“Daí Gabi, a Carla segurou a gata no pulso, se colocando entre ela e o macho, bateu o pé forte no chão e começou: ‘louco você não é, porque rasgar dinheiro não rasga, não é? Agora para de se pagar de trouxa e vaza daqui antes que o caldo engrosse pro teu lado otário’ e, nessa hora, os homens que estavam na mesa do lado juntaram também e o cara ficou olhando para os lados, sabe? Virou de costas e, quando estava saindo, bateu a mão na mesa plástico bem forte e aí, a Carla né, de novo, ‘ei, e nem adianta fazer manha não! Vai chorar pra tua mãe! ’ Nossa, o macho chegou a parar assim de caminhar, num breque, mas deve ter tido um segundo de consciência e continuou saindo do bar” ria muito enquanto contava o causo e eu chocada com a coragem da Carla. “Meu deus! E aí, que deu com o cara, ele parou de encher o saco dela?”

“Nada, não deu em nada! Nunca mais apareceu e a mulher ficou com Carla um tempo, depois deu algo de errado e elas seguiram cada uma seu caminho. Encontrei a mulher em um bar, há uns dias. Estava lá com uma mina mais velha.”

“É sempre lindo essas saídas do armário, não é, que bom que deu certo com o machucado” ri, mas ri mais do meu trocadilho do que ela, por óbvio “para mim foi um pouco confuso sabe, porque sou bi” troquei de assunto antes que o fracasso do trocadilho ficasse muito evidente “então teve momentos em que eu não entendia se eu estava no mundo dos héteros ou dos gays. Mas, com o tempo, entendi que não importa se eu estou afim de um cara ou de uma mina, eu sempre estou no meio dos gays…" rimos mais.

“E agora você tá com a Cris…” lembrou ela, também conhecia pouco ela, nos conhecemos todas juntas.

“Há cinco anos, acreditas? Para mim parece que eu conheço ela desde sempre. Começamos esse lar aqui há uns dois anos e, enfim, eu já estava desacostumada a ter a casa toda para mim. Quando ela programou essa viagem com as minas do partido, fiquei pensando no que faria nessa semana, bolei uma lista de coisas a fazer e, achando que ia ser muito, até cortei umas coisas… E acreditas que acabei tudo em dois dias?”

“Acredito, acredito! E o teu trabalho, tá pesado agora?”

“Ah, eu estou em contato com uma eólica no sul do estado, está um pouco corrido. Mas assim, tudo nos conformes.”

Nisso levantei, a primeira garrafa de cerveja já tinha ido. Comecei a puxar papo da cozinha e, rapidamente, Alana entendeu o recado e logo ela já estava sentada junto ao balcão, olhando para as cebolas decerto pensando em se eu gostaria delas em cubinhos ou fatias.

“Cubinhos.”

Ela riu só com metade da boca, pegou a faca, tábua e a cebola. Não derramou uma lágrima.

Que mulher!

Coloquei a água para ferver, organizei os ingredientes em uma parte lateral do balcão. Eu sou vegetariana e gosto da minha comida muito colorida. O balcão ficou cheio de montinhos coloridos, organizados e picados.

“Alana, será que você poderia fazer o favor de pegar o gengibre naquela fruteira? Isso, isso, mais embaixo, ai!” A fruteira, estava há uns dois metros a minha esquerda, ela esticou o braço, sem dificuldade para catar, depois deu três passos para me alcançar pela minha direita. Senti o deslocar do ar atrás de mim, com o movimento dela. Seu braço roçou no meu cotovelo para que eu percebesse o gengibre praticamente na minha mão, perto da cintura. Senti o cheiro dela, bem leve, refrescante, com um fim de laranja. Meu estômago afundou. Ignorei. Foquei na panela.

“Está bom, agora é só deixar dar uma engrossada… Está quase pronto… Vamos abrir a outra cerveja?” Em um instante o som surdo da garrafa estralou, brindamos a fonte inesgotável do malte. Ela pegou a garrafa nas mãos e leu o rótulo: “Essa cerveja, Patagônia, tem na Patagônia mesmo?”

“Tem, tem, e tem mais outras lá… Sabe, se você tá pensando em ir para lá, de carro, tem que ficar atenta nas fronteiras à Argentina e na carta verde, sabe?”

“Sei, tão me faltando, no momento, minhas férias de gerência. Conversei com o encarregado e ele vai fazer uma adaptação, vou tirar um mês e meio de férias, já que eles estão quase vencendo dois anos sem me liberarem… É bom, assim consigo viajar por um bom tempo e também descansar.”

“Tens que ir a Calafate, mas também tem que ir pra Torres del Paine… Se for no verão, tem uns lagos lindos de morrer lá, mas no inverno, bem, no inverno, tem... gelo…”

“… é o mínimo que eu esperava, né?” E desatamos a rir, já que é lá que tem o parque nacional dos glaciares, que são basicamente uns rios de quilômetros de largura congelados há bilhões de anos que derretem gradualmente formando água principalmente no verão, já que no inverno tudo congela por lá.

Agora com uma ajuda da cerveja, eu consegui relaxar um pouco mais. Ela foi ao banheiro, reparei nela pelas costas. Seu cabelo liso, louro começando já a ficar branco, estava preso em um rabo de cavalo baixo, dando para ver o brinco de argola simples preto.

Já eu estava agora sem meus tênis rosa, pelo contrario, usava discretas pantufas escuras, calça de linho, camiseta cropped larga e lenço verde que continuava amarrado na juba, organizando os fios ondulados que caiam meio emaranhados até minha cintura. Eu estiquei o olhar no espelho no canto da sala, me chequei à distância. Usava também um colar de bolinhas de madeira marrom e brincos parecidos, uma bolinha em cada lóbulo. Eu estava bonita? Será? Virei e olhei minhas costas e bunda. Estava bonita ou não?

E porque isso importa agora?

Divaguei até ela voltar do banheiro, já puxando um assunto qualquer. Num lapso de consciência, lembrei do risoto. Ainda bem. Estava no ponto, mais uns segundos e queimaria. Já fui pegando os frufrus que tinha planejado para a noite de jantar comigo mesmo, umas velas, porta copos coloridos, guardanapos de papel estampados em roxo e laranja e suplaít de palha.

Sinalizei para ela sentar na cadeira a minha esquerda e, peguei uma cerveja gelada, tudo sobre controle, mas, quando fui sentar, meu joelhou chocou com o dela. Uma reviravolta no estômago, seguido por uma falta de ar. Respirei fundo duas vezes seguidas, bem rápido e recuperei o foco. Pedi desculpas, levando o olhar para ela, mas, ao pedir desculpas, vidrei no lábio dela, a curvinha de baixo tremeu um pouco e logo um sorriso, os dentes movendo alinhados roubaram meu foco.

Um silêncio.

Era o meu silêncio.

Minha vez de falar algo. Ela me perguntou algo.

O que ela me perguntou?

Onde estava minha cabeça?!

“Lana, desculpa, desculpa, pode repetir, não ouvi direito…” Fiquei envergonhada. Julguei que mais um pouco eu estaria parecendo uma abestada. Comi garfada por garfada, conversando sobre amenidades quaisquer, sem olhar muito para ela, concentrei em manter a conversa animada, foi mais desafiador do que é normalmente, pois incluía ignorar por completo as cosquinhas que sentia no estômago. Como estava evitando olhar para ela reparei em suas mãos (dedos finos, com anéis), seu prato (come por etapas, primeiro a salada, depois o rango) e nos talheres (canhota).

O papo estava fluindo com a cerveja e lembrei a situação crítica em que estávamos metidas, o pedido de impeachment aprovado por Eduardo Cunha “e você viu o cerco que tá fechando em cima da Dilma?”

“Vi sim, sabe o que tive a impressão? Que o impeachment vai sair… Vejo tempos turvos à frente. Me lembra do Collor, os ânimos estavam quentes naquela época…”

Nessa hora, emocionada com o assunto, esqueci do meu novo protocolo e encarei ela. Ela continuou o relato e eu percebi a linha de expressão dela, em momentos ela sumia, depois aparecia um vinco e a pele dela tinha um brilho fosco, parecia banhado em água micelar e deixado secar na brisa de verão. Não arrisquei olhar para a imensidão dos olhos castanhos dela, passei o olhar pela têmpora e reparei na sobrancelha feita, sem definitiva, mas bem cortada e sem pelos em volta. Pera, alguém tinha baixado o volume da conversa?

Um silêncio.

Ela me perguntou algo novamente?

Meu deus, onde estava minha cabeça?!

Ah, na sobrancelha…

Levantei bruscamente para disfarçar que eu havia perdido o foco (novamente) “Agora a hora mais esperada da noite… O mousse tchanananaammmmmmmmm”! Eu havia o preparado pela manhã, quando planejei a ceia, tinha colocado numa travessa de vidro, formato de flor de cerejeira e cor azul ácido que contrastava forte com a tonalidade laranja de pintas pretas do mousse. Ela se animou com a apresentação, suspirou e desabafou.

“Sabe Gabi, mousse de maracujá lembra muito a casa da minha vó, de quando eu era pequena. Ir para a casa dela era algo que me trazia muita felicidade. Era um conforto, um abraço quente… Ela sempre fazia café da tarde com bolo, broa, ovos, pão de mel, ixi, a véia sabia o que era bom… E fazia um mousse com os maracujás da horta mesmo. Quando eu passava lá, comia até doer a barriga, ela ficava assustada, tadinha… Morria de preocupação comigo e com meu irmão.”

“Vocês davam trabalho, é?” Não me surpreenderia de nada se eles dessem, bem, o irmão dela eu não sei, mas ela tem aquela pinta de quem pintou o sete na vizinhança.

“Não, não era bem nós, era o filho dela, meu pai, quem deixava ela passando mal. Ela conversava, conversava com ele, insistia, puxava orelha, fazia oração e nada, nada adiantava. Meu pai era um homem diferente sabe, Gabi, ele era pomposo, ia nos lugares, fazia grandes reverências, falava com gerente, ia no mercado, comprava sempre a marca mais cara, não queria nem saber, quando dava churrasco, fazia quase um boi de tanta carne, carne das boas, de açougue caro, fazia um monte! Um monte! E o nosso dinheiro era bem suado sabe, ele ganhava bem, mas era um mestre de obras e as vezes, quando tinha batida na mata, chamavam ele para fiscal, minha mãe também tinha uma renda, bem pouca das costura, era algo, mas a gente era pobre, todo esse dinheiro dava só para isso pros banquetes dele…”

Eu ajeitei a colher dentro da boca, forçando com a língua a parte côncava da colher. Errei feio na minha impressão de criança travessa. Ela falava enfaticamente e gesticulava em movimentos firmes.

“… o que não seria assim tão ruim, se, de fato, nós pudéssemos comer esses churrascos, doces e tal. Mas não, ele fazia esses banquetes para aparecer para o vendedor do açougue, pros amigos do bar e para os vizinhos ficarem com vontade. Assim, ele comia se tivesse algum convidado, o convidado também comia… Mas as crianças e a mulher dele, ele não deixava comer. Ele trancava dentro de uns armários com cadeados, que ele mesmo tinha feito pra isso, os armários e a tranca da geladeira também. Ele passava a chave lá e só abria uma ou duas vezes no dia, de lá tirava alguma coisa para nós comermos, não importava se fosse suficiente, gostoso, ou se desse para fazer um almoço nutritivo, isso daí era conosco… Minha mãe ficava louca, parece que a ouço hoje reclamando para nós que o Zé só tinha liberado farinha e cebola, nem azeite tinha colocado… Às vezes ele dava os restos dos banquetes para nós, mas às vezes dava para os cachorros… Me lembro da minha barriga doer de fome e ver os cachorros comendo as costelas quase inteiras que ele não conseguia comer e não queria dividir conosco.”

Meus olhos encheram d’água, mas não quis parecer condescendente e respirei fundo. “Sinto muito que isso tenha acontecido contigo, ainda bem que agora tá aqui, bem nutrida, com comida e no meio de quem tem carinho por ti. Não consigo imaginar o que você passou…”

“É, o que passou, passou. Eles faleceram faz bastante tempo, eu acredito que ele era narcisista patológico e, sei lá, a pobreza piorou tudo…” ela agora fitava o mousse, já em cima da mesa. “Seus pais são vivos, moram aqui?” Ela desviou do assunto.

Não consegui decifrar na expressão dela se ela estava bem com o que aconteceu na infância. Definitivamente não haviam feridas latentes, pois em nenhum momento ela titubeou na voz e nem sua expressão se alterou drasticamente. Procurei não sentir dó, pois não era como ela queria encarar, foquei na conversa.

Contei a ela que eles moram no Mato Grosso ainda e que vira e mexe eu estava lá, também trago eles aqui um pouco. Tentei aos poucos trazer o humor de volta para a conversa, pois não queria que ela arriscasse se fechar agora. Nós conversamos sobre meu Estado e demos muitas risadas dos gringos que chegam lá. É, Cuiabá não dá mole pra ninguém.

Nesse momento, as taças estavam vazias, o doce já estava guardado e eu então eu percebi. Nossos joelhos estavam encostados. Há quanto tempo? Assim que notei, algo que antes eu nem estava sentido, tornou-se o pensamento dominante de cada célula do meu corpo. Esqueci da conversa e, meu coração pulsante dava solavancos dentro do peito e então a vibração desceu, do peito foi para baixo, entre as pernas, pulsou umas cinco vezes muito forte e, um instante depois, senti ela molhada.

Aparentemente todos esses sentimentos aconteceram somente para mim, para ela deve ter passado batido, uma vez que seguia contando sobre um dia que foi na câmara dos vereadores pra falar com um assessor, e eu naquele frenesi de arrepios sentindo o corpo pulsar. Puxei a perna, bati as mãos nas coxas “então Alana, lembra daquele rolê na praia que nos conhecemos?” Estava ciente que cortei o assunto dela, mas a situação era urgente, não queria de jeito nenhum que ela percebesse que eu tinha perdido o foco novamente.

“Aham. Lembro sim. Estava tendo show, uma muvuca naquela areia que só deus vendo…”

“Você lembra da Manu? Apareceu com uma canga enorme, amarela e laranja, chá, bolo e até salgadinhos… Montamos acampamento com as mochilas e ganhamos um baita camarote né, naquele altinho, nas dunas…”

“Ah, eu tenho uma foto desse dia aqui, peraí” ela puxou o celular do bolso canguru do moletom e chegou com a cadeira um pouco mais perto de mim, para que pudéssemos as duas olhar a tela. Em um instante ela encontrou a foto, não consegui ver quase nada das fotos dela no rolo, vi uma nuvem de muito verde de natureza e muito azul do mar e do céu. Reparei um pouco na tatuagem da mão esquerda, um fogo bem apagado e uma caveira desbotada e, mais acima, em cores vivas, uma tatuagem mais nova, quase começando no pulso e subindo para o antebraço, arabescos que viravam rosas vermelhas com cabinhos e folhas verdes, mas o restante não deu de ver, meu moletom cobria. “Aqui oh…” a voz dela puxou minha atenção para o celular. “Eu aqui, olha a Carla, com a Tina eu, você a Lu, a Cris e a Manu”.

“As meninas já estavam altas nessas horas, né. Todo mundo meio tombada…” a foto foi tirada por um adolescente que passava ali, sabe, esse millenials tem jeito com foto, ela ficou bem enquadrada com toda a canga aparecendo colorindo o chão No centro, nós todas juntas, algumas de pé, outras acocoradas, ao fundo aparecia toda a estrutura do palco e a multidão aparecia em segundo plano. Ela deu zoom nos rostos e rimos muito, depois deu um zoom no palco, dava para ver um vulto do baixista e um pouco do cantor. Ela voltou a dar zoom nos nossos rostos e enquadrou-nos. Eu, um palmo mais baixa que ela, era abraçada por ela pelos ombros, meu braço direito passava pelas costas dela e o esquerdo de Tina. Eu estava sorrindo, um pouco inclinada para frente, pois estava tentando equilibrar a Tina que estava mais pra lá do que pra cá. Nisso eu toquei na tela do celular dela para focar em um rosto da multidão que estava engraçado e nossa mão encostou.

Outro choque, meu estômago afundou, e meu clit*ris fisgou, em dois segundos senti água brotar de mim.

Água.

Eu precisava tomar um gole de água, engoli a saliva e notei que ela engoliu também. Reparei o movimento da laringe dela e seguia linha até o inicio da clavícula, e, tudo que eu conseguia ver da pele dela era isso.

Tirou o moletom e pediu um copo da água “Só pegar ali Lana, no balcão tem um filtro e aqui esta o copo da água”. Ela encheu o copo e voltou, enquanto bebia ficou de pé, próxima a mim, fixando a troca de olhares, eu sentada na cadeira. Desci instintivamente até a sua mão e vi o restante da tatuagem, ia até o cotovelo, no mesmo padrão. Voltei a olhar para ela e ela permanecia olhando fixo para mim. Sentou. O copo fez um som de surdo na mesa. Ela começou a falar sobre um cara, nesse show, que ficou enchendo o saco da Carla quando elas estavam indo buscar o carro para voltar e eu, deveria estar prestando atenção e atentando para a situação, mas ao invés disso, parei de ouvir o que ela me falava e me inclinei um pouco para frente, para poder ficar mais perto da sua boca, quase sem me dar conta disso, por instante, esqueci que essa noite era um jantar para mim, ela era apenas uma amiga que encontrei e convidei para comer, apenas.

Ela percebeu isso.

Ergueu a sobrancelha, riu de cantinho, ao perceber que história que ela contava não estava chegando ao receptor como ela imaginava. Olhou para o alto, como quem joga para trás um monte de livro de estudos depois de passar numa prova. Num gesto, se desfez do nosso clima de amizade que tentei simular (sem sucesso) e assim, por debaixo da mesa, arrastou minha cadeira para perto dela e beijou bem abaixo da minha orelha.

Respirou o meu perfume, que já estava misturada com cheiro de álcool, pelo jeito, ela gostou, porque em um lapso, arrastou o rosto pelo meu pescoço e beijou o outro lado. Agora os nossos joelhos se encostavam e ela ainda apoiava as mãos na minha cadeira. Ela respirou novamente perto da orelha, senti o ar quente dela alisar meus pelinhos e arrepiei todo o lado esquerdo. Acelerei a respiração para arejar os pensamentos. Ela não tinha me beijado ainda.

E eu queria esse beijo. Eu queria que ela subisse centímetro por centímetro em linha, passando pelo canto da mandíbula, chegando perto do ouvido, depois em perpendicular roçar o lábio na bochecha, beijar o cantinho da boca e, passar a pontinha aí. Tatear de leve até encontrar minha língua.

Coração batia acelerado, no mesmo ritmo vibrante. Vem, me beija. Me beija. Me beija, Alana. Repeti mentalmente, na esperança dela me ouvir.

Mas ela não ouviu minha súplica telepática.

Ela desceu ao invés de subir e, com facilidade, arrastou a gola da minha blusa para o lado, expondo meu ombro por completo, aonde ela mordeu, com bastante dente, bem aberto, suave. Depois assoprou e lambeu, de leve, desde a ponta do úmero até o ponto de inicio da brincadeira. Agora me beija, Alana. Me beija.

Ela não ouviu, de novo, que pena.

Desceu por cima da cropped larguinha, e ergueu quase nada da blusa, mordeu pequeno na pele acima do umbigo e, sem as mãos, arrastou o rosto para dentro da blusa, senti as bochechas no meu seio e, em segundos, senti dentes, língua, lábios e pressão puxando o bico, que foi ficou duro rápido. Arrepiei. Ela saiu debaixo da roupa e ficou ereta na cadeira, com uma mão descansando no meu colo e outra na mesa. O cabelo estava um pouco fora do lugar, estava linda, com o rosto um pouco vermelho. Ela estava tão excitada quanto eu.

“Me beija, Alana...” ao ouvir meu sussurro, ela esticou os dois braços, um passou entre o encosto e minhas costas, o outro, passou por baixo dos meus joelhos e, em um movimento, me sentou no colo dela, minha nádega esquerda encaixou nela e ela me firmou com o braço direito, enquanto o outro mantinha minhas pernas juntas, fazendo pressão no colo. Virei meu rosto, quase encostando no dela. Ela soltou o braço direito, mantendo o esquerdo me firmando e segurou minha nuca, encostando minha boca na dela. Boca gelada da água, língua quente de excitação, mordi o lábio debaixo dela e ela gem*u bem baixinho, quase um murmuro.

Ela me puxou para si, na maldade, me esfregando no macio, entre as pernas dela. Enquanto beijava e eu já estava fazendo um dança estática no colo dela, ela é forte e todos os movimentos são precisos, a cada puxada, sinto meus lábios de baixo roçarem entre si e minha calcinha estava encharcando.

Pegou meu seio direito com a mesma mão e parou a dança, escorregou a mão e abriu minha perna direita, por cima da calça, espalmou a mão e segurou toda a minha pelve, assim fez pressão nela toda. Meu clit*ris pulsava como louco. Ela sentiu. Sorriu na hora, comigo no colo, levantou e me deitou no sofá.

Eu por baixo, barriga para cima, ela por cima, joelho esquerdo entre minhas pernas, direito na borda do sofá. Sem me encostar, tirou a blusa e revelou seu corpo tonificado e com marca de biquíni de cortininha bem fraca, sem sutiã. Bicos escuros, seio mediano. A bermuda dela, agora, parecia imensa para a sua magreza.

Ela se jogou em cima de mim, mordeu meu pescoço e tateou, com o joelho esquerdo, até encontrar o ângulo certo de fazer pressão em mim. Eu senti o calor dela, nos locais que nossa pele se encontrava, perto da barriga, braços e pescoço. Meu ar estava cortado pelo ritmo dela. Ela desceu com a boca e foi tirando minhas calças, o que deixei baixar até o inicio das coxas. Ela baixou minha calcinha também e beijou a dobrinha onde começa os lábios. Deixou o rosto parado, abriu a boca e escorregou a língua desde a dobrinha até a abertura dela. Gemi. Ela continuou.

Quando ela parou, foi só para colocar mão dentro da minha calcinha e, com a ponta do dedo médio e anelar, massagear em volta do da ponta do clit*ris, arrastando os dois dedos até a entrada do canal, escorregando eles para dentro, friccionando o clit*ris até chegar ao ponto que pulsava como louco dentro de mim. Ela passou a mão esquerda por trás das minhas costas, se apoiando com o cotovelo, e os joelhos do sofá. A mão direita fazia o movimento para cima e para baixo, mais rápido e mais devagar, senti meus pés formigando e toda minha xana contraindo. Nessa hora, quando eu estava quase no clímax, ela ch*pou os lábios e eu g*zei muito, até perder o ar.

Meu corpo inteiro relaxou.

Ela jogou o corpo ao meu lado, entre eu e o encosto, descansou o braço em cima da minha cintura e ofegava suada e sorrindo.

Aos poucos recuperei meus sentidos, passei o filme de nós duas na minha mente. No mercado, no jantar, no colo… Inevitavelmente pensei na Cris. Um balde de realidade escaldou minha tontura de prazer.

O que eu fiz? Eu sou casada, tenho mulher e família. Meu estômago afundou, mas diferente das outras vezes no dia, afundou com culpa. Disfarcei fechando o olho, como se estivesse descansando. Ficamos assim um tempo, quando decidi mandar uma mensagem para Cris e checar se ela tinha me falado algo. Catei o celular e me tranquei no banheiro.

Um áudio da Cris.

“Amor, amor, espero que esteja tudo bem contigo. Esperei alguma noticia sobre o jantar, mas acredito que o filme deve estar frenético, com o Hannibal e tal, então decidi mandar esse áudio. Eu estou aqui com as meninas e decidimos ir dar uma banda no centro histórico, parece que tem um batuque dos bons, vamos tentar encontrar. Acabamos de jantar cordeiro assado, te mandei umas fotos, depois me diz o que achou do prato. Estou com saudades, baby, há quanto tempo que não passávamos tanto tempo separadas né? Saiba que te amo muito e desejo boa noite pra ti, linda.”

Ai, que náusea. Nem lembrei da foto do rango. Não quis responder em áudio, fiquei com receio que Lana ouvisse algo.

Amor, por aqui tudo bem. Fui ao mercado pechei a Alana, lembra? Amiga da Carla, acabei convidando ela para jantar também. Acabei que não vi filme nenhum e em breve vou capotar aqui. Boa festa, espero que encontrem um agito e fiquem atentas, não dá para brincar com os machos paraguaios. Te amo demais. Sentindo sua falta. PS: o Jê hoje ficou no seu lado da cama pela manhã, parece que sente sua falta também.

Era melhor assim, não falei que Alana ainda estava aqui conscientemente e a náusea voltou. Baixei a tampa do vaso e sentei. Mantive a respiração em alta frequência, tentando limpar a mente, pois piorava muito quando eu pensava no que me esperava para fora do banheiro ou então, no sex* de agora a pouco. Evitei pensar que estava falhando muito com minha esposa, logo ela, sempre estivemos unha a unha, batalhando pelo nosso.

Pisei determinada a acabar com toda aquela palhaçada, eu não ia permitir que nada e nem ninguém fosse motivo da destruição do meu lar: ia correr essa amiga da minha casa agora. Isso tinha que acabar. Foi um erro, um erro da carne que não seria tolerado.

Fui decidida.

Mas não completei o plano.

Alana esta completamente pelada deitada no meu sofá, olhando um gibi que tinha no revisteiro desorganizado no canto. Olhou por cima da folha e seguiu meu olhar até onde eu focava: na abençoada dela. Ela abriu a perna devagar e eu vi o risco rosa bebê dentro dos lábios. Hipnotizada, soltei o celular em cima da mesa de centro e em contínuo, beijei o encontro entre a perna dela e a virilha. Ela fisgou, puxando um pouco a perna. Eu beijei do outro lado, um movimento simétrico.

Assim de perto, conseguia ver os grandes lábios dela, a ponta do clit*ris e os pequenos lábios, transbordando um pouquinho para fora. Ela estava depilada com maquininha e a pele dela tinha algumas falhas de melanina nas coxas e virilha. Cheiro pouco ácido misturado com suor.

Beijei novamente a virilha e mordi também, em vários lugares, menos nos lábios e na vulva. Ela se retorcia. Assoprei e ela gem*u. Passei o dedo indicador bem de leve de trás para frente, eu arrepiei e ela também. Afinal, deixei para brincar um pouco com ela, assim como ela fez comigo. Com a boca bem perto de onde queria chegar, estiquei meu olhar para o dela, estava suando de prazer e me olhava, enfeitiçada.

Lambi, de trás para frente uma vez com pressão e devagar, minha língua inteira provando a pele. Ela estava molhada e quente. Repeti o movimento duas vezes e depois ch*pei o clit*ris dela, sugando devagar e constante, sentindo inchar na minha boca. Ela retorceu, eu continuei, pegando ritmo, senti as pernas dela cruzando nas minhas costas me puxando mais e mais para dentro dela. Eu já roçava queixo, boca e nariz nela, sentia minha calcinha encharcada também e tudo no meu corpo vibrava para eu continuar o ritmo frenético que começava.

Coloquei meus dedos nela e senti a textura de dentro, enrugadinha, continuei ch*pando ela por um tempo, até ela esticar o braço por baixo da minha cintura, por dentro da cós da minha calça larga, numa siririca gostosa em mim, enquanto eu sentia ela goz*r. Ela gemia grave e junto com a respiração, foi relaxando, relaxando, até que se jogou para trás e eu me joguei junto, mesma posição de descanso de antes, mas dessa vez estávamos ao contrário, eu entre o encosto e ela.

Eu acho que dormimos um pouco, porque quando me dei conta, estava frio e estávamos peladas. Eu levantei rápida e ela se alertou, estendi a mão para ela parar o movimento que fazia “vou catar uma água e roupão para nós, peraí”.

Aqueci ela e eu, quando passei pela cozinha, lembrei da cerveja que tínhamos ainda. Inclusive, não sei se por sugestão sensorial, meu roncou. Puxei uns salgadinhos de gergelim, coloquei uma travessa amarela grande, peguei um abacate, piquei cebola e tomate e com um limão, fiz guacamole das 3hs da manhã para nós.

Brindamos no sofá, coloquei um blues estadunidense no spotify e desatamos a falar sobre qualquer assunto. Minha mente ia e voltava para as cenas de excitação de antes, mas também ia para a Cris, pensava no sorriso dela, nela na festa, provavelmente cantando e fazendo palhaçada, pensei na covinha que a Cris tem quando ela gargalha e no piercing de nariz dela, preto que deixa ela sempre com cara de menina novinha.

Eu nunca havia traído ela, pelo contrário, havíamos construído uma relação de confiança. Eu sentia amor emanando dela todo o tempo e também retribuía esse amor. Nós tínhamos comprado esse apartamento, um carro e planejávamos mudar para campo dentro de alguns anos… Quando viriam as crianças… Meu deus... O que eu havia feito? Como cheguei nesse ponto? Porque eu não consegui manter minha xota dentro das calças?! Senti a náusea, sufoquei com um gole. Funcionou.

“Gabi, ouvisse o galo?” saltou de repente do sofá, estendeu o olhar para a parede da pia “nossa, já é essa hora” girou sobre os calcanhares e ergueu bastante as sobrancelhas “a noite passou num flash” sorriu “eu vou indo, aproveitar o primeiro ônibus.”

Disse isso sem aquela reticência de quem quer ficar, falou mais como quem se lembra de um compromisso muito importante. Eu, que já estava uma pilha de nervos com a situação toda, torcia para ser isso mesmo, que ela fosse, e que fosse logo. Afinal, porque ela apareceu em primeiro momento? Tudo que eu queria essa noite era ter tido paz, assistido um filmaço de suspense e deu. Não queria nada disso.       Nada. Engoli seco: “É, tá tarde mesmo né? Ainda por cima combinei com o Xandy de ir à praia agora pela manhã, só quero me ver levantar!”

Ela pegou a as roupas dela (todas dobradas em uma pilha equilibrada) de cima do móvel e vestiu primeiro a calcinha, depois a bermuda, blusa e o moletom. Em silêncio, foi para o banheiro e eu aproveitei para me aprontar também, só não consegui colocar a calcinha, estava encharcada.

Aproveitei o tempo e organizei a louça enquanto arejava as ideias, respirando de um até dez e voltando. Não podia sentir raiva dela, fui eu quem a convidei para vir e, com nitidez, eu quem perdi a linha e não conseguia mais prestar atenção nas palavras dela. Eu pedi um beijo. E, bem, eu é que deveria fazer as objeções a esse envolvimento, afinal, eu estava comprometida.

Ouvi a movimentação na sala, ela estava vindo. Eu já não sentia mais raiva dela. Estava com o celular numa mão “eu preciso ver o horários dos ônibus aqui, acabou minha bateria… Poderias olhar para mim ou emprestar o carregador?”

“Os dois, péra” abri a janela de navegação do meu celular, entreguei para ela e coloquei o celular dela para carregar no balcão da sala.

“Tem um daqui a 10 minutos, depois tem outro em meia hora. Se eu correr pego esse já” com o olhar ela mapeou suas coisas pela sala, planejando a retirada.

Eu não mais queria que ela fosse. Toda raiva que sentia não era dela e sim, de mim. Tentei remendar “Sabe, o ponto é lá perto do mercado, é uma corrida e tanto, para alguém da nossa idade, sabe como é, ainda mais depois de ficar a noite toda acordada, é foda…”

“Mas eu dou conta, melhor assim, chego mais cedo, consigo dormir e carrego o celular em casa mesmo”. Ela puxou o celular da tomada, catou a carteira e chaves de cima da mesa de jantar, vestiu um chinelo, não encontrou o outro pé. Se abaixou e procurou nos arredores, sem sucesso.

Eu estava de pé, encostada com a bunda e as mãos na borda da mesa de jantar, não movi uma palha para ela encontrar o chinelo. Ela encontrou, bem perto de mim, catou e ficou de pé, perigosamente próxima. Ela, com sua presença larga, os cabelos ajeitados e cheirando a sabonete. Sussurrei “Alana, pegue o próximo.”

“Ah, é?” Fechou um pouco os olhos, notei o cílio claro dela, as sardinhas no nariz, parou no meio do ato de ir, assim, encerrando o movimento no ar, tirou um segundo para ouvir.

“Sim, é que tenho outra uma coisa para resolver contigo” falei sem firmeza nenhuma na voz.

“Ah, se é assim…” deu um passo ao lado, tirou as coisas do bolso e colocou em cima da mesa, enfileiradas. Voltou, podia sentir a sua respiração quente. Eu continuava apoiada na mesa e ela, em pé, segurou minha cintura com as duas mãos e, num gesto combinado, girei cento e oitenta graus e senti o quadril dela quente encostando na minha bunda.

Ainda me segurando, mordeu a cintura exatamente no espaço entre a cropped e a calça, aonde aparecia uma frestinha da pele. Deslizou as duas mãos para abrir minhas calças e tirou ela toda.

“Sem calcinha…” suspirou e escorregou o rosto pelo vale das minhas nádegas, lá embaixo, senti a ponta da língua dela no meio dos lábios. Minhas pernas bambearam, ela ficou ereta, colocou um pé em cima da cadeira que estava exatamente ao lado, na sua esquerda, estendeu o seu apoio com o cotovelo no joelho, com o mesmo braço firmou meu corpo pela barriga e colocou três dedos dentro de mim, em um movimento, cuidadosa. Eu senti meu osso do quadril resistir e logo, relaxar. Gemi alto. Ela colocou de novo e puxava minha barriga e quadril com o braço apoiado na perna. Deu um ritmo devagar e pesado, equilibrando, como base, meu corpo todo, para frente e para trás. No fim do movimento, quando eu e ela já estávamos suando, mexeu os dedos, friccionando meu clit*ris. Eu senti o gozo escorrer entre os dedos dela e ela continuava naqueles movimentos firmes.

Pela terceira vez nessa noite, minha perna ficou fraca, ela continuou segurando meu corpo com o braço e o próprio quadril. Parou o movimento, finalizou passando o braço para frente, numa siririca gostosa para manter o orgasmo. G*zei pela segunda vez se naquele ato e, logo depois, com a pressão do quadril dela, ela gozou e eu acompanhei. Agora ela suava muito, com toda a força que fez e sorria. Gemia e sorria.

“Mulher… Preciso ir!” Deu um salto, soltando meu corpo e segurando a cabeça, de um jeito engraçado. Pois bem, alguém tinha que dar um basta naquilo, pois eu poderia continuar assim sem parar, nessa confusão entre tesão e culpa, novamente me vi desejando aquilo que deveria acabar ali.

“Escute Lana, se quiser dormir aqui” convidei sem nenhuma convicção. baixo e sem trocar olhares.

“Não, Gabi, vou pegar essa condução mesmo. Gosto do meu lar e preciso descansar depois dessa maratona contigo…” Ela já estava pronta para ir. Joguei meu corpo na frente do caminho dela, eu tinha que abrir a porta para ela, é uma questão de superstição. Óbvio, se eu quisesse que ela voltasse. Abri a porta para ela, por precaução, mas, no íntimo, eu não sabia se queria que ela voltasse. Se despediu com um beijo rápido. Sorriu e piscou para mim. “Obrigada pelo jantar, pela recepção e pelo calor. Até breve, Gabi.”

Não respondi.

Saiu ligeira pelo corredor, pegou a escada e sumiu da minha vista. Corri para a varanda e vi o contorno dela, saindo do prédio. Pouco nítido, os postes ainda estavam ligados, mas iluminavam pouco, mesclando com a claridade do sol que estava por vir. Sumiu. Meu pensamento rebobinou a noite.

Reparei que o apartamento estava virado, ia organizar, assim também conseguiria digerir as ultimas horas. Ainda sob o efeito das endorfinas, confundia lembranças da noite com os locais físicos que eu ia organizando. O sofá, a mesa, a cadeira. Mas, foi lavando os pratos que minha consciência voltou e, flashes, a Cris, sorrindo, num dia na praia, me admirando e eu admirando ela. Nosso casamento. Tudo que fizemos, planejamos e que ainda viria. Será que ainda viria?

Eu, sempre tão racional, fiquei estarrecida pela verdade do que aconteceu. Não fora um sonho erótico do qual eu poderia acordar e fingir que nada aconteceu. Não, quem dera. Foi real, de carne e osso e pele, muita pele, um pouco de afeto, pela amizade, pelas facetas que ela deixou transparecer essa noite… E eu não poderia ignorar assim, como se fosse apenas um sonho.

Estava determinada em me ocupar enquanto ela estivesse fora, pois, na verdade, precisava ignorar o tamanho do buraco de carência que sentia. Desde que surgiu a viagem incentivei ela a curtir, procuramos umas ideias para o roteiro, independente de que eu não tivesse férias agora, que acabei abafando por completo a voz que me dizia: “e você, não merece curtir também? Ela está se importando com isso?”

Sacodi a cabeça, credo, que pensamentos horríveis. Eu teria minha hora de curtir, de sair de férias, com ela ou sem, não precisaria ser agora. Entendi. Eu estava carente e não deixei transparecer para ninguém, nem para mim mesma.

Porém, não seria justo colocar esse peso, da traição, na alegria da Cris. Cá estava eu, sem dormir, cansada, suada e culpada e tudo poderia ser bem diferente. Ela poderia ter vindo, jantávamos e depois, ter dito alguma dor de cabeça se ela insistisse em ficar. Mas não, fiquei hipnotizada, mal conseguindo manter uma conversa, afinal, o que foram aqueles choques toda vez que eu encostava nela? Não, isso não era normal… Uma carência não podia levar a isto. Teve uma química.

A química esteve nos conectando hoje, assim como no primeiro dia que saímos juntas, sinceramente. Mesmo naquela noite, mal conversamos, eu senti proximidade, uma vírgula ao invés de um ponto, na despedida. E, sendo ainda mais honesta, naquela foto, estávamos lado a lado porque eu estava falando com ela na hora e quis sair na posição com o braço por trás das costas dela. Na hora não problematizei, nem pensei mais de dois minutos nisso, mas já era um sinal de algo, mesmo que esse algo não tenha nome. E, hoje, bem, tecnicamente, ontem, no mercado, os olhos dela me pescaram de profundos, lembro da sensação no estômago.

É, isso tudo não foi fruto isolado da carência. Mas também imaginava pouca coisa além de uns amassos com ela. Pensando no coração, tudo que eu planejei com a Cris permanecia em pé, o amor, a vontade do abraço.

Sentei no sofá e o cheiro de Alana impregnado na fibra subiu. Lembranças dela pela casa... Arrepiei.

E como seria quando Cris voltasse? Quando ela estivesse aqui na sala e essas duas memórias se sobrepusessem? Eu teria frieza suficiente pra fingir que nada aconteceu?

Eu não tinha tanto sangue frio, ignorar que a noite, fingir que ela foi embora logo após o jantar e deu. Ia acabar enlouquecendo. Respirei rápido algumas vezes, forçando para ficar calma.

Medo. Muito medo. Entendi que possivelmente isso acabaria com meu casamento, essa ideia ia e voltava cíclica, entre lembranças dos cabelos da Cris no meu rosto durante a noite, o quente dos pezinhos dela nos meus, os beijos preguiçosos de manhã, até projeções do futuro, da dor de magoar ela.

Fiquei fraca, meus braços mal seguiam do sofá, quis que eu pudesse ficar o próximo mês inteiro assim, fugindo do conflito. A ideia de ficar sem minha companheira me trouxe para a realidade. Eu não podia deixar isso acontecer. Parei de enxergar, tudo ficou distorcido e lágrimas gordas escorriam pelas bochechas.

No meio do pânico, um pensamento fora de sequência me fez perceber que Alana tinha levado meu moletom. Mais lágrimas, que ódio! Solucei algumas vezes e levantei, num movimento apenas. Apoiei a cabeça nas mãos e meus cotovelos nos joelhos. Depois de uns minutos, controlei a respiração.

Olhei o horizonte, ali do sofá e vi, bem à direita, a borda do sol alaranjada colorindo a cidade de dourado. Abri a janela para sentir a brisa da manhã soprando. O primeiro raio de sol surgiu, acariciando minha pele e, tão logo, sussurrou na minha consciência a  sabedoria que eu precisava.

Peguei o celular, mandei mensagem pro Xandy cancelando a praia e disquei para a Cris.

O telefone tocou algumas vezes.

Só o que falta ela não atender, eu não podia perder a coragem.

Atende. Atende. Um ruído, uma voz rouca: “Oi amor, bom dia…”

Meu coração pulou. “Cris, amor, sei que tais dormindo…”

“É, sabe como é, as meninas quiseram voltar só quando fechasse o muquifo lá…”

 “Amor” cortei ela, pois ela já ia desatinar a contar qualquer coisa sobre o bar e eu não podia perder a chance de falar com ela, com toda a coragem que brisa da manhã me dava “entendo, amor, Cris, tenho conversar contigo…”

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 1 - Capitulo 1:
Manuella Gomes
Manuella Gomes

Em: 06/07/2020

Escrita fluida, simples e leve. Gostei do conto e fiquei querendo mais.


Resposta do autor:

Eba! Meu primeiro conto, grata pela resposta! To querendo fazer mais, só aguardando vir uma boa ideia... ;)

Responder

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Dressa007
Dressa007

Em: 29/06/2020

Gabi que merda você fez? 😣
Resposta do autor:

Tomara que o amor entre ela e a Cris seja suficiente para passar por isso 

Responder

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rhina
rhina

Em: 23/06/2020

 

Oi

Bom dia.

Caracas.

Que são estes sentimentos conflitantes.

Se ia tudo bem.....se o sentimento entre ela e Cris era verdadeiro.....porque deu abertura para esta aventura???? É possivel?

O qie pensa sobre?

O que queres nos dizer Autora?

Rhina


Resposta do autor:

Oi leitora bom dia!

Gabi, Alana e Cris são pessoas comuns, têm sonhos, desejos, medos e cometem erros também. 

Por mais que uma relação esteja boa e seja saudável, ainda assim, podem surgir aquelas outras pessoas que tem uma conexão, sabe quando você vê alguém logo de cara e já sente que essa pessoa não tem boas energias e não quer amizade com ela? 

Entre Alana e Gabi é quase isso, mas, com tesão e não desprezo. 

Conectadas por alguma coisa além, ainda não descoberta, com a oportunidade que surge essa noite, a bebida, a carência... 

Enfim, atos que seres humanos, falhos, fazem. Isso é fato. O que fazer com o erro que é a questão? 

Piorar? Mentir? Contar na lata? 

Cada um lida de um jeito, cada um tem a sua ética e vai agir de acordo com a sua consciência.

Gabi agiu assim.

Gosto da realidade do relacionamento delas, Gabi e Cris, afinal, qual a garantia que temos que, dentro de um relacionamento, não vá aparecer alguém externo que te tire dos eixos?

É isto.

Será que coloquei mais dúvidas do que respondi? hehe

Abs!

 

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