Florença por lorenamezza
Capitulo 10 ME LEVA DAQUI
Lorena, por sua vez, levou Olivia para a casa dela e marcaram
de se ver outro dia, mas não tinha intenção nenhuma de
revê-la, o que sentia por Marina estava apertando seu coração,
não conseguia se dividir.
Tinha sido um dia cheio, Lorena estava muito cansada e o
dia seguinte também seria cansativo. Dormiu sem pensar em
muita coisa, apenas que iria, finalmente, abrir sua loja.
Lorena acordou animada, arrumou-se e partiu para um
novo ciclo. Com a loja aberta, sempre havia trabalho, contratou
uma funcionária para ajudá-la na loja, mas, as geleias, fazia
questão de produzir ela mesma, desde a colheita das frutas que
havia na sua propriedade até a colocação do rótulo no pote,
como perfeccionista que era, queria tudo à sua maneira.
No fim do dia, Olivia foi à loja, dava a entender que queria
algo mais entre elas, mas Lorena fez questão de frisar que, naquele
momento, não conseguiria, havia muito trabalho a ser
feito e seu coração pertencia a outra. Desculpou-se. Olivia não por ajudá-la a fechar a loja.
Marina estava enrolada com a pós, muitos trabalhos e provas,
estava estressada, suas mensagens e ligações com Giane
eram mínimas, pensava em Lorena a todo instante. Sentia que
precisava vê-la, mas a semana foi corrida e não teve tempo de
sequer pensar no que gostaria de falar com ela.
Era quinta-feira e Marina já não se aguentava de vontade
de ver Lorena. Conseguiu sair mais cedo do trabalho e resolveu
dar uma passada na loja, assim que ela fechasse, mas quando
entrou na Piazza del Mercato e viu Olivia ajudando Lorena,
ficou arrasada. Deu meia volta e, sem querer, esbarrou em uma
barraca quase derrubando tudo. O dono se revoltou e começou
a xingá-la, chamando a atenção de todos, inclusive de Olivia
e Lorena que, ao vê-la, ainda tentou chamá-la, porém sem
sucesso.
Nesse dia, Marina nem foi à aula, ficou andando pelas ruas
do centro, tentando entender e reprimir o que começava a sentir
por Lorena. Parou em Ponte Vecchio e ficou olhando o rio
Arno e sua usual calmaria, toda a agitação das pessoas contrastava
com a paisagem que a vista da ponte proporcionava. E isso
acalmou um pouco Marina. Seu telefone tocou, era Lorena:
— Alô, Marina, será que podemos conversar? Queria saber
por que você saiu correndo hoje de lá da praça.
— O que você quer Lorena, bagunçar ainda mais minha cabeça?
O que você quer agora? — retrucou furiosa.
centro, você pode me encontrar? Só quero conversar com você
— insistiu.
— Estou na ponte — Marina cedeu.
— Certo, desça até o Museo Galileo, eu te pego lá daqui a
dez minutos, pode ser, por favor?
Marina ainda estava relutante, será que esse encontro faria
bem a ela? Decidiu pagar para ver:
— Tá bom, mas se demorar mais do que dez minutos, eu
vou embora — foi firme.
— Já estou descendo, é só o tempo de pegar meu carro.
Lorena demorou, na verdade, quinze minutos, rezou para
que Marina ainda estivesse à sua espera. Logo que fez a curva
do museu, viu Marina sentada na calçada, seu coração respirou
aliviado. Parou o carro e abriu a porta.
— Você se atrasou! — Marina disse brava.
— E você me esperou — abrindo um sorriso —, quer ir
para algum lugar sossegado, para podermos conversar?
— Tudo bem — respondeu e se calou.
Depois de certo tempo em silêncio, ao ver que Lorena estava
subindo rumo às colinas, Marina perguntou onde estavam
indo.
— Vou te levar para minha casa, lá poderemos conversar
tranquilamente, sem ninguém para nos interromper.
— Tudo bem, confio em você.
Chegando lá, Marina se encantou com a serenidade que o
lugar transmitia, era de uma paz imensa, até abriu um rápido
sorriso pelo deslumbramento. Desceram do carro, havia uma porta grande azul que, à primeira vista, impressionava
pela velhice, mas ao abri-la, via-se um belo jardim com uma
queda d’agua. Do lado esquerdo, havia uma grade que dava de
frente para uma escada. Tudo bem limpo, havia flores por todos
os lados, nada exagerado, apenas o suficiente para deixar
o ambiente calmo. Subindo as escadas, encontrava-se um pequeno
corredor de piso branco, lá ao fundo, estava a cozinha,
tudo bem claro, as cortinas verdes da sala contrastavam com
os móveis de madeira. Marina se sentia terrivelmente bem naquele
lugar e observava o cuidado com que Lorena mantinha
o local.
— Bom, Marina, como você viu, a parte de baixo do sobrado
eu deixei para fazer meus potes e moro na parte de cima,
tento deixar o ambiente seguro, afinal, morar sozinha é sempre
perigoso, mesmo aqui. Espere-me ali no terraço.
— Sua casa é linda, adorei tudo aqui!
Logo que saiu da sala, Marina teve uma nova surpresa. Subiu
uns dois degraus e deu de cara com um pequeno terraço
com um banco de balanço em madeira. Sentou-se e se deliciou
com as estrelas que se apresentavam naquela noite. Lorena
chegou e ofereceu algo para beberem, mas Marina recusou.
Chicote veio para receber as duas.
— Marina, esse é meu amigo Chicote, fique à vontade, só
vou dar comida a ele e já conversamos.
— Tudo bem, sem problemas — e o afagou.
Após Lorena voltar, Marina a puxou pelas mãos e a beijou,
agora sim com intensidade, com desejo. Deslizava as mãos sobre
o corpo de Lorena, apreciava cada pedacinho dele, acariexperimentado.
Beijou-a novamente, apertou seu corpo contra o
dela, seus seios se tocaram e ela se arrepiou, pela primeira vez,
sentia o corpo de outra mulher e estava gostando.
Lorena não acreditou que seu sentimento estava sendo retribuído,
abraçava e apertava Marina com força, beijava seu
pescoço enquanto puxava de leve seu cabelo, agarrou-a pelos
quadris e apertou seu ventre contra o dela, Marina gem*u.
O momento foi de carinho mútuo, Lorena, apaixonada, entregava-
se com vontade aos anseios de Marina que, pela primeira
vez, sentia-se plena.
— Marina, temos de parar por aqui — interrompeu com
ar de tristeza —, eu estou me apaixonando por você... E você...
Você namora um homem, que por sinal é meu investidor. Isso
está errado — Lorena ficou nervosa.
— Lorena, eu não sei o que estou sentindo, mas sei que
quero viver isso com você, eu a desejo muito. Você mexeu com
minha cabeça, com meu corpo e tenho certeza de que vai mexer
com meu mundo — beijou-a novamente.
— Isso é loucura, como eu disse, gosto de você, mas preciso
pensar e você também, não quero ser só um experimento e,
enquanto você estiver com Giane, não poderá haver nada entre
a gente. Não seria certo. Desculpe.
Foi um balde de água fria em ambas. De certa forma, Marina
sabia que era errado, mas não queria se separar de Lorena.
Sentaram-se juntas no banco de balanço, permaneceram abraçadas
em silêncio, apreciando a vista.
Fim do capítulo
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