Assim que amanheceu Cléo  despertou, estava com uma dor de cabeça enorme, não lembrava de muita coisa, alguns flash surgia, mas achava que era imaginação de sua dolorida cabeça.

--Parabéns Cléo , inventa de sair para distrair e ganha uma bela dor de cabeça. – Falou levantando aos poucos da cama – É isso que dá, vai inventar de esquecer a Leticia empurrando a cara na bebida e ainda tem alucinações com ela te dando banho – Deu um leve sorriso indo ao banheiro, porem para ao olhar para a pia vendo um emaranhado de roupas enroladas. – Essa roupas são da Let – Ela fala as olhando direitinho – Será que não foi um sonho? – Cléo  escovou os dentes rápido, lavou o rosto e saiu do quarto, abriu a porta do quarto da filha e encontrou a mulher ali abraçada com a pequena, Cléo  sorriu e ficou longos minutos admirando as duas, “tão lindas abraçadinhas, como eu amo essas duas”.  Aproximou-se um pouco vendo o rosto sereno de Leticia. “Ai Let por que você fez aquilo? Eu te amo tanto” pensou passando de leve as pontas dos dedos na face de Leticia, sabia que ela não acordaria com aquilo, deu um leve sorriso ao lembrar do sono pesado da mulher, fechou a porta do quarto com cuidado e foi até a cozinha, precisava comer alguma coisa para melhorar da ressaca, viu uma vasilha de plástico desconhecida na geladeira, ao abri-la encontrou um generoso pedaço de lasanha, sorriu ai saber quem a fez, amava aquela lasanha, pena que Leticia sempre se recusava a faze-la. – Agora sim eu vou conseguir encarar uma sala de aula com mais de quarenta crianças – Disse Cléo  após comer lasanha.

-- Está melhor? – Cléo  deu um pequeno salto, pois não escutou Leticia aproximando-se.

--Sim bem melhor – Cléo  disse encarando a mulher parada encostada na entrada da cozinha.

Leticia acordou poucos minutos depois que Cléo  saiu do quarto de Isa com cuidado para não acordar a criança e foi para outro quarto, mas não encontrou Cléo  dormindo, lavou o rosto no banheiro e foi até a cozinha, lá encontrou a mulher apenas com um blusão comendo a lasanha, ficou alguns minutos ali, olhando a mulher de costas, não a percebeu, ela acabou de alimenta-se e notou a sua presença assustando-se.

--Não quis te assustar, você precisa de ajuda com a Isa? Posso leva-la para a escola. – Estava sem jeito

--Não precisa, desculpa por ontem, me excedi na bebida- Cléo  falou sem deixar de encarar a mulher sua frente, com os curtos cabelos desgrenhados e cara amassada, desviou os olhos ao lembrar do que fez na noite passada, desejou ter amnesia alcoólica.

--Então eu já vou indo – Disse sem nem mexer-se

--Não, fica para tomar café- Falou um pouco entusiasmada --Quer dizer, será bom a Isa acordar e te ver aqui, ela não vai pensar que você saiu no meio da noite. -Tentou justificar.

--Tudo bem, eu posso tomar um banho?

--E precisa pedir Let? Claro que pode.

--Ta certo, eu vou lá então – Leticia saiu da cozinha deixando uma Cléo  com um pequeno sorriso, que foi interrompido pelo som do seu celular tocando, ela correu até a sala onde o aparelho estava, o atendeu.

--Muito bonito não é? Abandonando uma amiga totalmente bêbada – Disse segurando o riso.

--Ei alto lá eu só não queria participar de um ménage, não com você bêbada daquela forma.

--Que historia é essa? Tá doida? – Cléo  fingiu não entender o que a amiga falará, falou voltando para a cozinha tinha que preparar o café da manhã.

-- Você estava quase implorando para a sua ex te comer, vai que ela não resistisse – Falou gargalhando – Eu até participaria, mas acho que ela não vai muito com a minha cara, aliás agora ela deve tá me achando uma bela de uma corna mansa, afinal deixei você sozinha com ela e não falei nada.—Falava em meios ao riso – Você tem que falar que não temos nada.

--Quando ela vier me perguntar eu falo – Disse sorrindo

--Ela ainda está ai?

--Está no banho, a convidei para tomar café.

--Se eu fosse você dava logo, porque ontem você estava com um fogo que Deus me livre.

--Não tem nada a ver, eu estava bêbada – Tentava não rir para não dá corda a brincadeira da amiga

--Agora vou lá que tenho que trabalhar, depois te ligo, beijinhos – Cléo  viu Leticia entrando na cozinha com os cabelos molhados resolveu dá mais “asas” a imaginação de Leticia

--Beijinhos Joana, mais tarde eu te espero – Disse e desligou ao escutar a gargalhada da outra no outro lado da linha.

 

--Acordei a Isa ela está no banho – Leticia falou sem encarar a mulher –Quer ajuda no café?

--Não precisa, já fiz quase tudo senta ai que temos que ver alguns detalhes da festa da Isa – Cléo  viu que a outra ficou brava com o que a  escutou falar no telefone, de certa forma gostou daquilo.

--Realmente, eu liguei para a mulher do bolo ela confirmou a entrega mais cedo – Leticia disse sentando, depois de uns minutos e a criança chegou a conversa seguiu por todo o café da manhã.

--Mãe Let me leva para a escola de moto, não queria ir andando- Estavam na porta de casa.

--Claro minha preguiçosa, vai pegar seu capacete no quarto.

--Novamente, muito obrigada por ontem.

--Não tem o que se desculpar, não comigo – Disse dando um sorrisinho cínico e indo para a moto, Cléo  sorriu, sabia o que ela estava pensando, e não iria desfazer a mentira, não foi ela que a criou e sim a própria Leticia.

 

 

--Então você dormiu com a Cléo ? – Leticia conversava com o amigo enquanto trabalhava.

--Não Beto eu dormir com a minha filha, só fiquei lá para ajuda-la.

--E a corna lá viu a Cléo  te agarrando e não fez nada? –Elton perguntou sorrindo

--Nadinha, aliás foi para casa e nos deixou, acho que ela não queria era curtir a cachaça da Cléo .

-- Eu não queria falar, mas eu já a vi algumas vezes em umas boates e sempre com mulheres diferentes.

--Serio? Por que não me falou antes?

-- Eu não falei porque não vi necessidade, e não temos nada a ver com a vida delas.

--Como não tenho nada a ver? Ela é a mãe da minha filha e não merece uma mulher assim.

--Não? E o que ela merece? – Leticia ficou muda e o amigo continuou – Me responde Leticia? Ela merece o que? Você?

--Ela merece respeito, ela é uma mulher excepcional, não merece uma mulher que a deixe em casa e vá para uma balada e pegue geral.

-- Mas você não tem que se meter nisso.

--Eu não vou, mesmo estando com mais raiva de dessa mulherzinha.-Falou enraivecida

--Cléo  acorda, deixa de ser burra ela te ama, ficou claro isso, ela ficou te agarrando, falando que te ama, não desiste dela

--Se ela me amasse mesmo Tom ela não estaria com essa mulher, eu tentei, eu fiz isso,fiz que ela não me amasse mais.

--Tudo certo para a festinha da Isa? – Beto mudou de assunto, viu o quanto a amiga estava nervosa.

--Está sim, ela está um poço de ansiedade- Sorriu lembrando da felicidade da filha.

--Falando nisso vou hoje à noite comprar o presente dela, vai querer almoço?

--Vou sim, pede o de sempre, acabei aqui, Elton pode ir  fazer a revisão daquela empresa de delivery na segunda avenida, eu fico sozinha aqui por enquanto-Leticia passou a semana ocupada com o trabalho, mas não parou de pensar no que o amigo falou, ainda amava a ex, mas será que ela ainda amava mesmo?

 

 

 

--Mãe vamos, a mãe Cléo  ligou ela está nervosa – Leticia sorriu, sabia como Cléo  ficava estressada tendo que lidar com todas essas coisas de festas.

-- Vamos ela Gatinha, é melhor não deixar ela brava, você está muito linda sabia?

--E a senhora também mãe, está tão bonita vestida de naruto -Leticia sorriu pegando a menina no braço.

--Eu só estou com a faixa filha, não estou com a roupa toda dele- Caminhou para a porta – Vamos de Uber porque se você chegar com esse cabelo bagunçado sua mãe come nossos fígados  - Não demorou para estarem na festa, não tinha quase ninguém na casa de eventos, apenas Cléo  e Bruna.

--Ainda bem que chegaram, já está quase na hora e precisamos agir as fotos.-Cléo  disse aproximando-se –Você está muito linda meu anjo.

--E a mãe Leticia está uma gata não é mãe?- Cléo  só então encarou a mulher parada atrás da criança

--Sim filha, ela está linda – Olhou Leticia dos pés à cabeça, mas não foi um simples olhar, cotinha desejo naquele olhar. –Adorei o cabelo arrepiado -Leticia deu um leve sorriso, conhecia aquele olhar que a encarava.

--Vamos as fotos? – Disse a fotografa se aproximando.

--Er... claro, vamos. – O contato foi desfeito enquanto Cléo  levava a menina para onde iriam tirar a foto.

--Nossa o que foi isso? – Perguntou Bruna aproximando-se de Leticia

--Isso o que? – Leticia respondeu sem desviar os olhos de Cléo  e Isa.

--Essa tensão sexual que circundou o ambiente.

--Tensão sexual? Nada a ver Bruna – Sorriu—Bem vou lá estão me chamando -Saiu para fazer as poses da foto.

 

--Elas são lindas juntas não é? – Beto disse chegando atrás de Bruna que admirava aquela família.

--Uma bela família mesmo. - Bruna assumiu olhando para Beto.

--A Leticia se martiriza todo dia por ter perdido a Cléo , ela é louca nela.

--É não vou mentir, a Cléo  também ama a Leticia mesmo depois da traição.

--Eu ainda vejo essas duas juntas novamente. – Ficaram alguns minutos apenas ali olhando os sorrisos das amigas nas fotos com a criança.

--Por que não damos uma forcinha?

--Forcinha como assim Bruna?

--Um empurrãozinho, essas duas se amam está claro, minha amiga está sofrendo que eu sei.

--E a minha também.

--Então Beto? Nos só armamos algumas situações para elas se aproximarem, o que acha?

--Acho arriscado, mas eu topo – Beto disse sorrindo.

--Esse é meu cartão, me liga amanhã para pensar no que fazer.

--Tá certo – Beto pegou o cartão e o guardou.

--Dindo e Dinda, venham para a foto – A fotografa chamou, logo o salão estava cheio de crianças para todos os lado.

--Nossa vou começar a vim mais para festas de criança, olha para isso Leticia, quanta mãe gostosa – Beto disse bebericando seu refrigerante.

--Realmente, muita mulher bonita mesmo – Leticia disse sorrindo do amigo.

--Olha lá aquela de vestidinho não para de te olhar.

--A de vestido preto? – Beto afirmou com a cabeça – Ela é a mãe do Caio, estuda com a Isa.

--Não sei, mas que ela está te comendo com os olhos isso tá.

--Nada, acho que ela é hétero – Disse olhando discretamente para a mulher que sorriu para ela.

 

 

--Olha para aquilo, bando de galinhas – Disse Cléo  olhando a cena.

--Umas galinhas gostosas diga-se de passagem -Disse Joana sorrindo

--Elas faltam comer a Leticia com os olhos

-- O que tem demais nisso? Não vejo mal algum – Bruna disse para incitar a raiva da amiga.

--Não ver mal? É a festa da filha dela, ela tem que respeitar o ambiente.

--Mas a coitada não está fazendo nada – Defendeu Joana

--Ela está dando cabimento.

--Olha ela seguindo a Leticia, aposto que vão para o banheiro. – Bruna disse sorrindo, sabia q a amiga com ciúmes era terrível

--Ah não vão mesmo, onde já se viu, isso é uma festa de crianças. – Cléo  disse indo atrás.

 

--Ela está morrendo de ciúmes e não assume – Disse Joana sorrindo

--Está mesmo, coitada dessa mulher – Bruna disse sorrindo e caminhando para próximo de Beto.

 

 

--Oi Leticia, como você está? – Leticia estava saindo do reservado do banheiro e encontrou a mulher de vestido preto encostada na pia.

--Olá dona Ester, como está o Caio?- Não queria dá ousadia

--Está lá no salão brincando, ele se dá muito bem com a sua filha

--Realmente, a Isa gosta muito do amiguinho dela – caminhou lentamente para lavar a mão.

--Eu soube que você se separou da professora

--Foi sim -Disse seca lavando a mão.

--Eu sempre gostei muito desse teu jeito sabia? -Passou as pontas das unhas no ombro de Leticia que se afastou.

-- Obrigada, bem aproveite a festa – Já caminhou para a porta, mas a mulher pegou na mão dela.

--O que você acha de me mostrar se o que falam por ai é verdade.

--Eu não sei o que falam por ai – Disse já tentando se desvencilhar.

--Que você tem uma pegada gostosa – Disse aproximando-se mais dela que se afastou.

--Desculpa, mas não estou interessada – Leticia virou para abrir a porta, mas ela foi aberta por Cléo  que apenas escutava a conversa atrás da porta.

--Leticia que bom que te achei, vamos cantar parabéns agora? – Leticia abaixou a cabeça, pois sabia que a mulher tinha escutado ao menos a última frase

--Vamos sim, já está bem tarde – Leticia disse saindo do banheiro.

-- Ester, que bom lhe ver, diga ao seu marido que ele está convidado para o dia das profissões lá na escola, ele sempre adora ir falar do seu trabalho para as crianças, e eu sempre gostei muito de conversar com ele, sempre uma pessoa agradável de se conversar. – Falou encarando a mulher

--Pode deixar que dou o recado – Saiu com uma expressão nada agradável deixando uma Cléo  satisfeita, olhou-se no espelho sorrindo, pensou que Leticia iria ficar com a mulher, mas não, negou-se cair na investida dela.

--Cléo ? Você está bem? – Perguntou Bruna entrando no banheiro

--Estou sim, muito bem por sinal – Disse saindo sorrindo do banheiro, não queria escutar as perguntas da amiga.

 

 

--Nossa nunca vi tantas crianças juntas – Disse Beto sentando na cadeira enquanto Isa se despedia da última criança.

--Nem me fala, e aquela sardentinha que só fazia chorar? – Disse Joana, tirando as sandálias e massageando o pé

--Não fala assim Joana, tadinha – Disse Bruna

--Tadinha? É porque você não ver ela no intervalo da escola, e o pior que ela só vem para junto dos professores, já vem chorando. – Disse Cléo  sentando ao lado de Bruna.

--Eu daria um braço por uma cerveja bem gelada – Disse Beto de forma engraçada.

--Então fechou, o que vocês acham de irmos a um barzinho? – Chamou Joana.

--Eu passo, adoraria, mas a Isa está cansada demais. – Negou Cléo  –Vou leva-la para casa.

--Se você quiser ir pode deixar que eu vou pra casa com a Isa, eu vou ter que trabalhar amanhã, dai você a pega lá na oficina.

--Mas amanhã é domingo Leticia, estão abrindo no domingo?

--Não Cléo  é apenas umas motos que fiquei para entregar na segunda, como não tinha nada para fazer resolvi pegar e conserta-las no domingo.

--Então fechou, vamos Cléo ? – Joana disse já levantando com as sandálias na mão.

--Não seria melhor... – Leticia que já sabia a desculpa que Cléo  iria dá a interrompeu.

--Não Cléo  pode ir eu levo a Isa para casa.

--Têm certeza?

--Vai lá se divirta com a sua... – Parou de falar, não conseguiu concluir aquilo em voz alta – Com a Joana e o pessoal. – Virou-se afastando-se –Isa? Vamos gatinha? – Saiu com a criança em seu colo, estava cansada.

 

 

--Nossa isso ficou tenso – Disse Joana olhando para todos ali, calados, em um silencio estranho.

--Bem vamos ou não ? – Perguntou Beto

--Vamos – Joana e Bruna falaram juntas, não demorou e logo estavam em um barzinho em uma conversa animada.

--Nossa licença gente que uma amiguinha minha acabou de chegar- Joana disse sorrindo – Nem estava esperando conseguir uma diversão para a noite – Levantou e saiu caminhando para uma mesa um pouco mais afastada.

--Ela vai? – Falou olhando para Cléo  que sorriu.

--Vai ficar com a garota? Sim ela vai – Cléo  afirmou com um meio sorriso

--O relacionamento é aberto?- Ele estava incrédulo

--Não – Cléo  limitou-se a responder enquanto tomava o seu coquetel.

--Mas como você fica tão tranquila assim?

--Não tenho motivos para ficar nervosa Beto – Bruna sorriu e se pronunciou

--Cléo ! Fala logo, Beto ela não tem nada com a Joana, aliás, nunca teve

--Mas como assim? – Encarou Cléo  – Me explica isso, porque eu tive que aturar a Leticia no meu ouvido falando sobre isso por mais de três meses.

--É simples, eu nunca tive nada com a Joana, a não ser amizade.

--Mas vocês? O beijo? A Leticia disse... – Não estava entendendo nada.

--Simples, ela me beijou apenas uma vez, a Isa viu, deve ter dito a Leticia sobre o beijo, porém não passou disso. – Falou tranquilamente

--Mas porque você nunca desmentiu? Ela pensa que você namora ela.

--Ela nunca veio me perguntar

--Cléo  isso não se faz, ela parou de tentar se reconciliar com você por causa disso, ela te ama você não entende? – Ficou bravo

--Me ama, mas me traiu e não venha santifica-la porque eu sei que ela não está vivendo no celibato, sei que ela tem se agarrando com qualquer uma, então não venha me responsabilizar. – Respondeu no mesmo tom de voz.

--Eu não sei o que vocês duas têm na cabeça, ela errou sim, mas ela se arrependeu profundamente, está esses meses todo sofrendo por isso e você faz ela acreditar que está com outra pessoa?

--Ela está sofrendo? Ela que procurou por isso Beto, ela que ficou com aquela garota, ela que traiu nosso relacionamento, que por sinal eu fiz de tudo para recuperar, pois eu amo aquela mulher, mas ela fez questão de jogar o que tínhamos fora, como se não tivesse nenhuma importância. – Se exaltou

--Gente estamos em um bar, vamos nos acalmar – Bruna interferiu.

--Eu não tenho mais nada para falar Bruna, vou nessa, e pode apostar que vou falar para ela sobre esse falso namoro – Beto Jogou duas cédulas na mesa e saiu, ficou triste e feliz ao mesmo tempo, triste por saber que a Cléo  fez questão de segurar uma mentira que só machucou sua amiga, mas ficou feliz, sabia que Cléo  ainda amava Leticia e deixou isso bem claro no que falou – Eu vou juntar vocês, isso pode ter certeza – Saiu com um endereço certo.

 

--Ele ficou bravo, isso foi sex não foi? – Disse Bruna tomando um gole de sua bebida.

--Sex? – Cléo  perguntou divertida

--Eu achei – Bruna disse sorrindo

--Onde está aquela mulher totalmente hétero? – Bruna a encarou

--Cléo  você sabe que isso não me faz menos hetero, ele sendo trans automaticamente eu não me torno homo pois ele é um homem, mesmo não tendo um p*nis, ainda, coisa que pode ser reversível.

--Nossa obrigada e desculpa, obrigada pela aula e desculpa por meu preconceito, o Beto é um bom cara, galinha, mas é uma boa pessoa.

--Eu não disse que iria ficar com ele, e mesmo se ficasse, seria só mais um lance, ele está se mostrando bastante... – Pensou um pouco – Interessante – Sorriu para Cléo  -- Agora mudando de assunto o que você acha que a Leticia vai fazer quando descobrir que você não namora com a Joana?

--Não sei, vamos esperar para ver, vamos? Estou morta de acabada.

--Vamos que eu também estou cansada, espero sonhar com o Beto e aqueles braços enormes.

 

 

 

-- Mas que droga, isso é hora de vim bater na minha porta? Eu tenho uma criança dormindo aqui – Leticia diz ao abrir a porta e encontrar o amigo quase que esmurrando-a

--Eu sei que é tarde, até tentei deixar para te contar amanhã, mas fiquei ansioso e resolvi vim agora. – Disse já sentando no sofá

--Ao menos bêbado você não está, o que de tão importante você tem a me falar? – Deitou-se no outro sofá

--A Cléo , ela não está namorando. – Leticia sentou-se rápido ao escutar a noticia.

--Como assim? Elas acabaram?

--Não, elas nunca namoraram, ela mesmo me disse.

--Como assim? – Levantou e começou a andar em círculos no meio da casa. – Mas porque ela me deixou pensar isso?

--Eu fiz essa pergunta a ela, que respondeu que apenas você não perguntou

--Mas a  Isa disse que viu as duas se beijando.

--Sim, foi apenas esse beijo roubado, não rolou nada, isso não é maravilhoso? – Disse entusiasmado

--Maravilhoso? Por que seria maravilhoso?

-- Quer dizer que ela nunca ficou com ela, nunca deixou de te amar.

--Não ter ficado com outra pessoa não implica em me amar ou não, Beto eu fiquei com outras pessoas mesmo a amando, e isso pode acontecer ao contrário também, ela pode não me amar mais e não ficar com outras pessoas.

--Ai Leticia você gosta de complicar as coisas, sabe de uma coisa, vou dormir, já falei o que eu queria, amanhã vai mesmo para a oficina?

--Vou sim, tenho que fazer a entrega daquelas motos da pizzaria.

--Agora ou fica rica ou doida de tanto trabalhar, nunca vi – Disse já saindo, Leticia jogou-se no sofá e ficou ali analisando, já se passou mais de oito meses e ela acreditando que Cléo  estava com outra pessoa, não sabia se ficava triste ou feliz por isso, ficou ali pensando até amanhecer, levantou fez o café para ela e a filha que não demorou muito para estar ali falando sobre tudo da sua festa de aniversário.

Fim do capítulo