Prazer
CARMEN
A Baronesa me apertou mais contra si, entendi naquela hora que minha voz causava nela exatamente o efeito que eu queria. Eu já estava impaciente, mas me divertia. Não lembro de ter que repetir o convite que fiz a ela. Lembro–me tampouco de tê–lo feito alguma vez. Não faria por uma terceira.
Puxou minha mão e tragou o cigarro que descansava entre meus dedos. Suspirei e ela riu, percebeu que me causava coisas que aqueles homens não conseguiam. Me soltei de seus braços e escorei meu corpo na bancada do bar virando meu quadril em sua direção, dessa vez ela colou o corpo na minha cintura segurando forte e mordi os lábios, mas sem a intenção de parecer sensual, foi natural.
– Um vinho, por favor, Querido. – Pedi ao homem que servia as bebidas e ele logo encheu–me uma taça da melhor safra.
– Cansou do uísque? – Isabel sussurrou no meu ouvido e deixou uma mordida em minha orelha.
A resposta seria sim e não. Desconheço bebida mais sensual do que uma taça de vinho e ela entendeu isso assim que me virei em sua direção e bebi devagar com os olhos fixos nos seus.
– O que achas de me mostrar o teu quarto? – Perguntou apertando minha cintura.
Arqueei uma sobrancelha. Desconfio que tenha algo que eu queira fazer nesta noite além disso, mas ela pagará por me fazer esperar.
– Crees que las cosas funcionam así conmigo, Baronesa? – Falei empurrando–a até um sofá que ficava no canto do salão próximo de onde estávamos.
Ela riu quando a fiz sentar e sentei em seu colo, imediatamente suas mãos descansaram em minhas coxas deixando um aperto que fez meu corpo reagir.
– Talvez tu não tenhas percebido como as coisas funcionam comigo, Carmen. – Mordeu meu queixo e maxilar devagar, suspirei e fechei os olhos, não sei se conseguiria torturá–la por muito tempo antes de ceder. – Suspira assim com todos?
– Não achas que fazes perguntas demais? – Há muito tempo não sentia esse calor que sua voz me causava, mas ela jamais sonharia com isso.
– Abusada. Vai demorar quanto tempo para me apresentar o segundo andar? Vou ter que tê–la aqui nesse sofá desconfortável?
– Quem disse que me terá, Baronesa? – Ela parou com as carícias e me olhou com um sorriso de canto de boca que me fez engolir seco.
– Teus suspiros, todas as vezes que me desafiou desde que me viu, teus olhos fechados quando beijo seu pescoço… teu corpo fala mais do que essa boca linda que tens, Carmen. – Me puxou mais para ela e sussurrou no meu ouvido. – Yo sé que me quieres.
¡Dios mío, Baronesa!
– Vem. – Levantei puxando–a pela mão e ela sorriu vitoriosa.
Assim que fechamos a porta do quarto, Isabel colou seu corpo em mim que ainda estava de costas para ela. Cheirou meu pescoço devagar, quase como se degustasse um bom vinho e mordeu delicadamente.
– Esse perfume te cai tão perfeitamente quanto as luvas em tuas mãos. – Ela sabia elogiar uma mulher melhor que qualquer homem. – Não tem o cheiro de flores todas costumam usar.
– Estás insinuando que não te agrada? – Ela desatava o nó do meu espartilho devagar.
– Estou insinuando que é um cheiro sensual, ousado. É doce, mas não tem nada de ingênuo. – Deixou um beijo delicado em meu ombro nu. – Sinto que não o esquecerei jamais.
Arrancou a fita de seda que prendia o vestido de uma só vez e ele afrouxou completamente. Isabel passou as mãos por toda a extensão das minhas costas agora nuas e seu toque me arrepiou. Ouvi seu riso baixo. A desgraçada sabia o que estava me causando. Empurrou–me até a cama, mas parou em frente ao espelho antes, estava atrás de mim e encarou o reflexo do meu corpo nu com ainda mais desejo. Isabel não tinha pressa, outra coisa que era inédita nesse quarto.
– Já te disseram que és a mulher mais linda desse Império? – Ela encarava meus olhos pelo espelho.
– Muchas veces, pero disfruté saber de ti. – Encostei minha cabeça em seu queixo, ela era um tanto maior que eu. – Passará a noite toda me admirando?
Ela sorriu e me empurrou para a cama, a calma que estava sumiu assim que me puxou para sentar em seu colo. Isabel beijava meu pescoço, rosto e colo do peito com vontade. Sugou meus seios e eu segurei seu cabelo com força. Acho que nunca em toda a minha vida eu havia sentido tanto desejo, tanta vontade de me deitar com alguém. Gemi alto e ela apertou mais minha cintura, levantei e tirei sua roupa deixando–a nua também.
Me gustan las mujeres. Ainda mais mulheres como ela e agora vendo seu corpo nu eu me sentia mais quente.
– Gostosa. – Sussurrou. Sua voz rouca me fazia morder os lábios.
Ela levantou me tirando de seu colo, me virou de costas, empurrou–me até a parede e puxou meus cabelos, que estavam presos em um penteado, antes de deixar um tapa forte em meu traseiro.
– Gem*. – Mandou e eu me calei.
– Vai precisar de muito mais pra isso, Baronesa. – Minha voz saiu sofrida, denunciando a minha excitação.
Ela entrou forte em mim e eu tive que morder os lábios.
– Eu. Estou. Mandando. Gem*r! – Puxou meu cabelo com mais força e mordeu meu pescoço, com certeza ficaria marcado.
– Querida, usted não mandas em… – Gemi. – …mim.
Ela gargalhou.
– Tu és uma delícia.
– Pare de hablar tanto, mujer. – Ela saiu de dentro de mim e me jogou na cama.
– Fica assim para mim. – Mandou e eu fiquei ajoelhada de quatro para ela, sorrindo debochada. – Assim obediente é muito mais gostosa.
Mordeu–me com força as nádegas e eu gemi.
Senti sua boca em mim, seus dedos me invadindo e… Já pensei que ninguém conseguiriam me dar isso. Sempre todos foram tão entediantes. Todos menos Isabel.
A Baronesa de Vassouras me fez ir até aos céus e eu cai exausta na cama com ela ao meu lado.
– Gostosa! – Disse olhando meu corpo com uma fome insaciável.
Virei de costas para ela mordendo os lábios com um sorriso safado. Isabel puxou novamente meu corpo para junto do seu.
– Como é linda! – Sussurrou em meu ouvido e me deu um calafrio gostoso.
– Devora–me, otra vez más, Isabel. – E ela me obedeceu fazendo–me delirar com seus toques que eram fortes e delicados na medida certa.
Aquela noite estava muito boa. Sem dúvidas uma das melhores que já tive aqui. Mais um dos prazeres de ser a puta mais disputada do Império.
– Não serás de mais ninguém essa noite! – Isabel disse decidida e levantou da cama.
– Crees que despúes de salir deste quarto eu ficarei aqui? Con tantos hombres esperándome lá em baixo? – Desafiei–a.
– Abusada!
Pôs a roupa com pressa e saiu do quarto batendo a porta. Suspirei. Ao contrário de todos os outros clientes, eu queria que ela tivesse ficado um pouco mais.
Eu estava exausta!
A Baronesa sugou todas as minhas energias, realmente eu não seria de mais ninguém naquela noite. Nem me dei conta quando meus olhos se fecharam e cochilei. Acordei assustada quando a porta do quarto bateu com violência.
– Cansada, Carmen? É tão abusada, achei que aguentasse muito mais. – Isabel voltou com um sorriso safado no rosto e uma garrafa de uísque.
– Te estaba esperando, Baronesa. Pensé que tendría que buscar otro allí abajo. – Ela balançou a cabeça rindo.
– Minha! – Alertou quando sorri olhando para a bebida.
Acendeu o cigarro e engatinhou na cama para cima de mim, tomei a liberdade de apertar seus braços fortes, queria tocá–la, tomá–la, mas sabia que ela não deixaria isso.
– Minhas! A bebida. – Ela beijou minha barriga. – O cigarro. – Beijou agora o vale entre meus seios. – E a puta!
Isabel subiu mais e beijou meu queixo. Virei o rosto.
– Virando a cara para mim? – A mesma apertou minhas bochechas com força.
– Eu não beijo na boca. – Pisquei para ela.
– Fazes o que eu mando, Carmen.
Ri alto.
– Achas mesmo que sou qualquer puta que faz o que a Excelentíssima mandar? – Gargalhei. – Baronesa Isabel Albuquerque de Castro, eu sou a mulher dos sonhos de qualquer homem… – Aproximei minha boca da sua, provocando–a – Yo soy la mujer de tus sueños. – Me afastei quando ela tentou me beijar outra vez. – Para manter o meu título, não posso me rebaixar e cumprir todos os seus prazeres. Eu faço solamente o que EU quero.
Isabel procurou minha boca outra vez e eu deixei que mordesse meu lábio inferior e ela o fez com delicadeza, senti que merecia um pouco mais do que os outros.
– Seja feita a vossa vontade, Madame Carmen.
Sorri.
– Faça então a minha vontade. – Empurrei–a para o meio das minhas pernas ela fez exatamente o que eu queria.
Eu não fui de nenhum homem naquela noite e, sinceramente, nem sequer trabalhei de fato, afinal, foi Isabel quem fez todas as minhas vontades com maestria.
Pouquíssimas vezes eu dormia ao lado de clientes, mas quando cansou do meu corpo estávamos exaustas e nem senti o sono chegar, acho que o mesmo aconteceu com ela.
– Buenos dias, Baronesa de Vassouras. – Desejei assim que um raio de sol sorrateiro entrou pelas frestas da cortina, aqueceu meu rosto e incomodou minhas vistas me fazendo acordar sorridente, Isabel já estava vestida e terminava de ajeitar os cabelos na penteadeira – Esperaré tu retorno.
E esperaria mesmo. Ansiosa.
– Não retornarei. Adeus, Carmen. – Eu sorri para ela.
– Tu volverás, Isabel. Nosotros sabemos de eso. – Pisquei e ela saiu rindo e me deixando sozinha no quarto.
Havia sido sem dúvidas a melhor noite naquele bordel. Sorri com a lembrança enquanto fumava um cigarro ainda nua. Isabel me tocou com uma mistura de delicadeza e força que só de lembrar me fazia morder os lábios, beijou lugares que me fizeram suspirar. Era como se me conhecesse melhor que eu mesma. Passei os dedos delicadamente em meu pescoço, mais especificamente na região um tanto dolorida por uma mordida. Sorri fraco ao olhar a fita de seda que amarrara meu vestido atirada no chão do quarto.
Esperei pela Baronesa vários dias depois de sua visita mas ela não retornou. Isabel não mentiu quando disse que não voltaria e aquela noite ficou guardada como uma ótima lembrança.
Fim do capítulo
besos! <3
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