Capítulo Único

gabiiiiii kd vc?

mulher só falta vc

a pri já chegou

já começamos o esquenta sem você

quando chegar me avisa

        Já era a quinta mensagem seguida que Gabriele recebia de seu primo Hugo naquela noite. Apesar de já estar a caminho, Gabi ainda não estava certa de que tinha sido uma boa ideia aceitar o convite de Hugo para ir encontrar com ele em um pagode em Madureira. Veja bem, o problema não era o lugar, muito menos a companhia, porque se tinham coisas que Gabi amava eram, com certeza, Madureira, curtir um pagodinho, beber uma cervejinha e a companhia de seu primo, mas ela tava exausta, tinha trabalhado a semana inteira na escola que dava aulas de inglês para suas 5 turmas lotadas e ainda tinha trabalho da pós para fazer. Então talvez ela tenha enrolado um pouco antes de sair de casa. Infelizmente agora ela estava pagando o preço por ter feito isso estando presa no trânsito de fim de sexta-feira a caminho de Madureira. Acontece.

Já tô chegando, primo!!!

Tô aqui em Cascadura já

        Respondeu a mensagem de Hugo apenas quando estava mais perto. Uns 15 minutos depois, Gabi descia do ônibus em frente ao viaduto do baile charme para finalmente encontrar com seu primo insistente. Entrou no Pagode e Cerveja Gelada - sim, esse era o nome do bar - e logo avistou Hugo no meio do bar lotado. Estava em uma mesa com Priscila, sua namorada.

        A primeira a perceber sua presença foi Priscila, a mulher baixinha abriu um sorriso e acenou animada, um sinal para que fosse até eles. Seus cachos curtos balançavam levemente enquanto se mexia no ritmo da música quee tocava. O outro então a notou e sorriu para ela. Hugo se levantou e envolveu a prima em um abraço de urso. Os dois tinham a mesma altura - Gabi era uma mulher alta. Depois ele foi então puxar uma cadeira para ela. Gabi cumprimentou Priscila com dois beijinhos em cada bochecha e depois se sentou na cadeira extra que Hugo havia arrumado para ela ao lado dele e de frente para o pequeno palco onde um grupo de pagode se apresentava.

        Gabi apenas aceitou o copo de cerveja que Priscila colocou para ela e tomou alguns goles enquanto observava o grupo de pagode no palco, que agora ela pôde notar ser formado apenas por mulheres. Ela achou isso o máximo. Elas cantavam "Nem de Graça" do Pixote. Gabi cantarolava baixinho acompanhando. Enquanto isso, não pode deixar de notar também a vocalista do grupo além de ter uma ótima voz, era uma mulher muito bonita na sua opinião.

        Hugo olhou para a prima e viu logo o jeito que ela observava sua amiga Fernanda, que cantava com seu grupo no palco. Deu uma cotovelada de leve na namorada para que a mesma visse também. Os dois sorriram um para o outro, como que em uma conversa silenciosa. Claro que eles já estavam pensando em bancar os cupidos para Gabi e Fernanda. O fato de Gabriele demonstrar interesse antes mesmo que falasse qualquer coisa, já era meio caminho andado.

- Muito legal o grupo, né?! - Falou com a prima.

- Bem legal mesmo! - concordou Gabi, sem desviar os olhos da direção de Fernanda.

- E a Fernanda é bem bonita também né? - Comentou já usando um tom um pouco sugestivo.

- Quem? - Se virou para ele, desviando o olhar do palco por alguns segundos. Bebendo um gole da cerveja.

- Fernanda, minha amiga que tá cantando. Acho que já até falei dela pra você. - Explicou e Gabi concordou. - Só pra você saber, ela tá solteira e beija mulheres. - Disse quase rindo, ainda mais quando notou os olhos arregalados de Gabriele.

- Bom pra ela.

- E pra você né boba. Do jeito que você tá olhando pra ela. - dessa vez foi Andrea que entrou na conversa e brincou com Gabi. - Já tá na hora de você começar a investir em outras pessoas, tem muito tempo que você terminou com o Guilherme. E a Fê parece ser bem o seu tipo de mulher. Mas, ó, toma cuidado porque você sabe como é pagodeira né? E essa daí realmente faz jus a fama.

- Amor, para de queimar o filme da Fê com a Gabi!

- Tô falando a verdade pra ela, eu hein!

Gabriele riu para Andrea, mas, ao mesmo tempo, puxou para cima algumas mechas do cabelo crespo, como se estivesse arrumando, mas, na verdade, fazia isso quando estava nervosa ou envergonhada. Não podia negar a verdade no que Andrea lhe falava. Já fazia basta te tempo que tinha terminado seu último relacionamento e Fernanda tinha a aparência do tipo de mulher que lhe atraía. Os cabelos estavam em dreads azuis até a altura da cintura, as roupas em um estilo mais despojado, considerado masculino, no corpo mais "fortinho". E quanto a fama que pagodeiros tinham, ela ia apenas observar onde estava pisando.

As mulheres do Som das meninas deram um intervalo na apresentação para as poderem descansar um pouco. Fernanda então foi até a mesa onde estavam os amigos Hugo, Priscila e uma mulher que não conhecia, mas já tinha achado linda. Na verdade, já tinha notado a mulher enquanto ainda estava cantando, então, saber que ela estava com Hugo e Priscila não era de todo mal, podia pedir aos amigos para fazerem "a ponte" Entre elas se por acaso a mulher não fosse hétero. No caminho até os amigos, recebeu alguns elogios e sorrisinhos sugestivos de algumas garotas, mas só agradeceu e se apressou para chegar aonde queria.

- E ai, pessoal! - cumprimentou.

- Oi, Fê! - recebeu de Priscila.

- E aí, Fê! - Hugo respondeu. - Deixa eu te apresentar, essa daqui é a minha prima, Gabriele. Gabi, essa é a Fernanda.

- Oi, tudo bom? - Gabi cumprimentou tímida. As duas então trocaram dois beijinhos do rosto.

- Fê, vamo ali comigo pegar uma cadeira pra você e mais algumas cervejinhas. Uma hora de descanso dá pra colocar um pouco do papo em dia.

Foram então os dois conversando até o balcão do bar. Fernanda fez os pedidos e enquanto esperavam, a garota já pensou em falar com o amigo para que fizesse a "ponte" entre ela e a prima dele. Antes que pudesse falar qualquer coisa, Hugo já haja se adiantado.

- Só pra você saber, ela é bi, tá solteira e te achou interessante. - Disse dando um sorrisinho.

- Só interessante? - Fernanda murchou um pouco, mas ficou feliz de saber que tinha chances.

- É interessante. - na verdade, Gabi tinha dito "muito bonita" e "totalmente o tipo dela" mas não ia entregar o ouro pro bandido, tinha que fazer Fernanda se esforçar um pouco. - Você que lute para desenvolver o interesse dela.

- "Você que lute"? Sabe que as vezes você não me parece um cara muito hétero. - Fernanda mexeu com o amigo.

- O preço que eu pago por conviver todos os dias com alunos adolescentes. - Os dois riram e voltaram para a mesa com as cervejas e a cadeira extra que pegaram no caminho.

No intervalo do show do Som das meninas o bar agora era tomado por músicas saindo das caixas de som e vindo direto de alguma playlist aleatória que o pessoal da organização tinha escolhido para aquela noite.

Fernanda, que estava agora sentada ao lado de Gabi, olhou para ela e sorriu antes de começarem a conversar.

- Então, você gostou do show? - perguntou falando pertinho do ouvido de Gabi, já que agora o som estava bem mais alto que antes. Pôde perceber que a outra estremeceu de leve.

- Nossa, eu adorei! Nunca tinha visto um grupo de pagode só de mulheres. - Gabi elogiou. - E você canta super bem, tem a voz linda! - enquanto falava. Gabi notou que Fernanda a olhava com toda atenção, como se estivesse a analisando. Estranhamente, ela não se sentiu desconfortável, como esperava, realmente, gostou ar toda a atenção de Fernanda estava direcionada a ela.

Fernanda agradeceu os elogios e logo em seguida as duas engataram em um papo ótimo. A conversa fluía tanto que nem perceberam a hora passar. Não era ruim também que por causa música alta no ambiente, as duas tivessem que conversar bem próximas uma da outra. A verdade é que na quase uma hora em que Fernanda e Gabi ficaram conversando, elas literalmente esqueceram de Priscila e Hugo. Tanto que não perceberam quando o casal se levantou da mesa para ir dançar na pista de dança improvisada que ficava em frente ao pequeno palco. Não que os dois tenham se incomodado, pois queriam mesmo que elas se dessem bem.

- Cadê o Hugo e a Pri? - Gabi notou que os dois não estavam mais na mesa junto com elas.

- Acho que foram dançar. - Fernanda respondeu enquanto desviava sua atenção de Gabriele e olhava para onde estavam os amigos. - Quer dançar comigo? - Perguntou falando próxima do ouvido de Gabi. Tinha uma expressão de expectativa no rosto.

- Vamos!

As duas levantaram e Fernanda pegou a mão de Gabi, entrelaçando os dedos, e a puxou na direção da frente do palco. Quando chegaram lá, Fernanda passou um dos braços pela cintura de Gabi e segurou a mão dela com sua mão livre. Assim, de pé uma de frente para outra, viram que Gabriele era um pouco mais alta de Fernanda.

- Olha, você só vai ter que me desculpar logo se eu pisar no seu pé. - Gabriele comentou sorrindo para Fernanda no momento que começavam a dançar.

- Tá desculpada já.

Fernanda conduzia Gabi, que começou um pouco travada, mas logo se soltou. As duas dançavam juntinhas ao som de "Cheio bom do seu cabelo" da Ludmilla, e ironicamente, Fernanda pensava no cheiro gostoso de lavanda que vinha dos cabelos de Gabriele. Teve vontade de puxar a outra para mais perto e cheirar aquela nuvem de cabelos crespos que pareciam tão lindos e perfumados. Já Gabi, mesmo que não fosse muito boa dançarina, estava adorando estar nos braços de Fernanda enquanto dançavam com os rostos quase colados.

Ao fim da música, Fernanda teve que voltar ao palco para mais algum tempo de apresentação com seu grupo e Gabriele ia voltou para a mesa onde estavam o Hugo e Priscila - e foi bem zoada pelos dois -, mas não sem antes combinarem de que iriam se encontrar no final do show, antes que Fernanda fosse embora.

Alguns minutos depois do final do show, Gabriele foi procurar por Fernanda. Suas colegas de grupo, que estavam guardando os instrumentos, disseram que ela tinha ido em direção ao balcão do bar, então Gabi foi atrás dela. Queria se despedir, pegar algum contato. Definitivamente tinha vontade de conhecer melhor aquela mulher. E quando a encontrou, Fernanda conversava com uma outra moça, ria parecendo tímida. A outra, uma branca loira, passeava com a mão pelo braço direito tatuado de Fernanda. Gabi tentou deixar claro para si mesma que não tinha o direito de sentir nada em relação a isso, tinham acabado de se conhecer e ela não ia fazer a emocionada a esse ponto, mas é claro que não pôde deixar de se incomodar um pouco com a situação, afinal, tinham combinado de se encontrar depois e Gabi imaginou que as intenções de Fernanda fossem as mesmas que as dela. Ela decidiu então sair dali para tomar um ar. Passou direto por Priscila e Hugo sem falar nada, saiu do bar e atravessou a rua. Se encostou em baixo de uma marquise, na porta fechada de alguma loja. Na rua era possível ouvir os diferentes ruídos daquela, agora madrugada, de sexta feira para sábado. Uma caixa de som tocando funk, outra mais distante tocando forró, o som do próprio bar que agora tinha voltado para a playlist anterior, pessoas conversando. Ficou tomando um ar, o vento da noite fazendo os pelinhos de seus braços se arrepiarem.

Agora imagine a surpresa de Fernanda quando foi até a mesa onde estava Gabi e não a encontrou. Priscila disse que a mulher tinha saído sem falar com ninguém e não tinha uma expressão muito boa no rosto. Fernanda ficou confusa, mas saiu do bar atrás de Gabriele. Nos momentos que passaram conversando e dançando juntas, Fernanda nunca tinha sentido uma conexão tão forte por alguém logo assim de cara. Elas simplesmente se perderam na conversa, se perderam uma na outra, sem prestar atenção a nada em volta. Tinha que conhecer mais ainda de Gabi.

Fernanda saiu do bar e logo viu a outra parada em frente a uma loja fechada do outro lado da rua. Ela sorriu feliz, as o sorriso de retorno que Gabi lhe deu não refletiu o seu. Fernanda atravessou a rua e caminhou até onde estava a outra mulher.

- Oi! Você sumiu. - Começou quando se aproximou dela. - Aconteceu alguma coisa? - Fernanda ofereceu a Gabi a garrafa de água mineral que bebia.

- Não... quer dizer, sim. Não sei. - Tomou um gole de água que Fernanda ofereceu. - Assim, achei que a gente tivesse se dado bem hoje e... desculpa, tô sendo ridícula e emocionada.

- A gente se deu super bem hoje. O que foi?

- É que eu fui te procurar depois do show e você tava com uma outra menina. Não que você me deva alguma explicação. - Gabriele estava se sentindo totalmente absurda ao reclamar daquilo para a outra mulher.

- Ah, você viu aquilo. - Fernanda comento um pouco sem graça. - Eu nem conheço ela. Ela me parou e queria sim ficar comigo, e mesmo eu tendo ficado mega sem graça, ela insistiu um pouco e eu neguei. Queria encontrar você. - Explicou se aproximando mais de Gabi, as duas agora extremamente próximas uma da outra.

- Ah é?! - Gabriele se sentiu mais boba ainda pela sua reação. Mas riu constrangida.

- É. - Fernanda não se preocupou com o que aconteceu. Até entendia. Imagine você ficar a noite toda conversando com alguém e a pessoa te dar todos os sinais de que está interessada para então te trocar por outra. É no mínimo bem chato.

Cansada de conversar e enrolar, Fernanda puxou o rosto de Gabi para si e finalmente colou seus lábios dos dela. Tudo parou. Tudo que elas podiam sentir eram seus lábios firmemente juntos. Gabriele se moveu ligeiramente e Fernanda sentiu um braço se enrolando ao redor de sua cintura, puxando-a para mais perto.

Nenhuma das duas pode dizer quanto tempo o beijo durou, mas quando se afastaram, ambas respirando fundo, elas sabiam que queriam que aquilo acontecesse novamente.

[...]

topa ir tomar uma cervejinha amanhã?

        Fernanda tinha recebido essa mensagem de Gabi no dia seguinte que se conheceram no pagode. Infelizmente ela já tinha outro compromisso marcado com seu grupo, mas isso não impediu que as duas continuassem conversando e se conhecendo.

já tô terminando de me arrumar

não vejo a hora de te encontrar hoje

tô com saudade do seu beijo

        A mulher abriu o aplicativo de mensagens e leu o que tinha acabado de receber de Fernanda. Não pôde deixar de sorrir antes de responder. Sim, Fernanda era bem direta. Gabriele gostou disso nela. Era bom que sempre sabia onde estava pisando com ela sendo assim. As duas conversaram durante as semanas que seguiram desde que ficaram pela primeira vez, mas entre os compromissos do trabalho de Gabriele e os shows do grupo de Fernanda, as duas demoram um pouco para conseguirem se encontrar de novo. Naquele sábado iam no baile charme do viaduto de Madureira.

E que disse que você vai matar essa saudade hoje?

        Fernanda já aguardava Gabi perto da entrada do viaduto quando a mesma chegou, atrasada, como sempre. E enquanto Gabriele caminhava em direção a ela, Fernanda notava o quanto estava linda com o vestido justo amarelo que ela usava e os cabelos crespos presos em um afro puff.

        Gabriele sorriu abriu um sorriso quando chegou perto de Fernanda. Se inclinou um pouco para a mulher que era mais baixa que ela e lhe deu um beijo em cada lado do rosto.

- Oi, Fê! Te fiz esperar muito tempo?

- Oi! - Fernanda, que tinha passado o braço pela cintura de Gabi quando ela se inclinou para lhe cumprimentar com dois beijinhos no rosto, não a deixou se afastar e lhe respondeu: - Não. Eu já entendi que você é atrasadinha, vou ter que me acostumar. - Provocou.

Por coincidência, a aversão de pagode da música "Atrasadinha" começou a tocar enquanto iam para a pequena fila de pessoas esperando para entrar no baile charme, isso fez Fernanda provocar mais inda Gabi que só sabia rir das palhaçadas da outra.

- Aí, tá vendo? Confirmação!

As duas não precisaram esperar muito e logo já conseguiram entrar. As duas então foram comprar algumas bebidas antes de se sentar em uma das poucas cadeiras desocupadas no local. Estavam sentadas uma do lado da outra e conversavam com os rostos próximos para poderem ouvir por causa do volume da música.

        - Vamos dançar? - Fernanda perguntou a Gabi enquanto balançava o corpo no ritmo da música.

        - Que? Nem pensar, eu sou péssima nisso! Lembra como eu pisei no seu pé quando a gente se conheceu?

        - Ah não, a gente veio no charme, você tem que dançar comigo. - Riu pra Gabriele. - Vamos, eu te ensino os passinhos mais fáceis, a gente não precisa ficar lá na frente. - Fernanda estendeu a mão para Gabi e a olhou com expectativa.

        - Tá bom, vai.

        Gabi pegou a mão que Fernanda lhe estendeu e a mesmo a puxou para um dos cantos do local. A mulher então começou a tentar ensinar alguns passinhos de charme para a outra, e mesmo com Gabi sendo muito desajeitada, Fernanda conseguiu lhe ensinar algumas coisas. As duas ficaram alguns minutos ali dançando e rindo lado a lado. Gabriele não conseguia acreditar em o quão fácil era estar na presença de Fernanda.

        Uma música mais lenta começou e Fernanda abraçou a cintura de Gabriele, que passou os braços pelos ombros da outra mulher e apoiou o queixo na altura de sua têmpora. As duas se balançavam no ritmo da música quando Fernanda levantou o rosto ao mesmo tempo que Gabi abaixou o seu. Mais uma vez, depois de tantas semanas, Gabriele e Fernanda se beijaram.

        - Viu?! Eu disse que ia matar a saudade do seu beijo hoje. - Fernanda falou no ouvido de Gabi a provocando e rindo.

        - Ridícula. - Gabriele riu junto pra depois voltar a juntar seus lábios nos de Fernanda. - O que você acha de a gente sair daqui?

        - Vamos!

[...]

        Os olhos de dela estavam bem fechados, a respiração ofegante e seu corpo perdido nas sensações que Gabriele provocou a pouco tempo com a sua boca entre as pernas de Fernanda.

        - Acho que minhas pernas viram geleia. - Fernanda gem*u e sentiu Gabi se apoiar em seu quadril. Ela abriu os olhos e encarou os castanhos da mulher a sua frente.

        - Isso é uma coisa boa, né? - Gabi sorria levemente.

        - Total! Como sempre, você é incrível! - Fernanda sussurrou, ainda atordoada pelo orgasmo que acabara de ter.

        Fernanda não achava que Gabi era incrível apenas por causa dos orgasmos que ela lhe provocava, amava que Gabriele era meiga e muitas vezes tímida, e que fazia tudo cantarolado, mesmo que cantasse muito mal. Por sua vez, Gabi amava o jeito engraçado e espontâneo de Fernanda, e como ela não conseguia cozinhar sem queimar alguma coisa.

        A verdade é que desde que se conheceram naquele bar, encontros no baile charme e todos os outros que seguiram, todas conversas por mensagens e ligações, todo o sex* que fizeram, e, além disso, também aqueles momentos em que ficaram apenas juntas contemplando a vida, tudo fluiu de uma maneira que nunca havia acontecido antes com nenhuma das duas.

Fim do capítulo