Boa noite, meninas!
Estou planejando retomar a escrita e ai vai esaa mini história, na qual pretendo escrever em três capítulos.
Ai está o primeiro. Aproveitem e diga o que acharam :)
Abraços e beijos!
Capitulo 1
TEMPO.
“A distinção entre passado, presente e futuro é só uma ilusão, ainda que persistente” – Albert Einstein.
Abri meu armário e peguei o livro de História. O sinal acabara de bater anunciando o ínicio do terceiro e último tempo daquele dia. Um vento fonte vindo da entrada principal da Escola fez com que meus cabelos balançassem para trás. Após tirar os mesmos dos meus olhos, eu a vi.
Alexa.
Ela estava vestindo uma calça jeans justa preta, tênis impecavelmente brancos, uma blusa azul marinho clara de gola alta. O cachecol branco envolta de seus pescoço e em suas mãos o material escolar. O cabelo castanho levemente ondulado estava perfeito, como se não tivesse sido abalado por vento algum. Um sorriso exibindo suas mais perfeitas covinhas era dado.
Mas claro. Ela não estava sozinha. Ao seu lado havia mais duas garotas e dois rapazes. Todos populares. Eu poderia ser tudo, menos popular.
Alexa e eu sempre fomos amigas. Nossas famílias se conheciam há anos. Uma das minhas lembranças favoritas, e essa datava da época do jardim de infância, era de Alexa me ajudando a levantar no parquinho após um tombo em um brinquedo, pegando meus óculos no chão e passando a mão na minha testa. “Legal. Se ficar uma cicatriz vai te deixar como da pesada”. Claro que depois de ver o sangue em sua mão eu desmaiei.
Crescemos juntas, entre brincadeiras e os típicos problemas que a infãncia e adolescência nos traziam. Entretanto, tudo isso acabou antes de ingressarmos no Colegial.
Nas nossas últimas férias, passávamos na casa de praia da família de Alexa. Os Lancellotti. Estávamos há duas semanas de começarmos o Colegial, então a ideia era aproveitar ao máximo essas férias, pois logo tudo iria mudar.
Eu só não sabia o quanto iria mudar.
Era uma noite de sábado, ainda cedo considerando que o relógio marcava às 21:33. Voltávamos de um lual com outros amigos da região, os quais também passavam as férias com as famílias. Antes de entrar na casa, Alexa e eu sentamos nas escadas da varanda.
- Sabe. – Fez um pausa dando um leve suspiro - Aquele menino de moletom preto. Amigo do Finn. Não parava de te olhar na fogueira, Nat.
Eu virei meu rosto para ela e encontrei seu olhar perdido em direção ao mar. Evitando me olhar e me agraciar com seus olhos que sempre me penetravam a alma. Suas mãos estavam entrelaçadas e repousadas sobre os joelhos. Uma leve brisa levou seu perfume até mim. Me permiti desfrutar por alguns segundos antes de responder.
- Na verdade eu nem reparei.
- Como não? Todo mundo percebeu. - Alexa agora me olhava com o olhar confuso.
- Como já dizia minha mãe, eu não sou todo mundo – Nós duas rimos - Bom, de qualquer forma ele não faz meu tipo.
- Desde quando você tem um tipo? – Me deu um meio sorisso.
Meu corpo involuntariamente ficou tenso e meu coração disparou no peito. Agora era eu quem analisava o mar. Eu que sempre me gabava por saber sobre diversos asssunto, há algum tempo estava refém dos meus sentimentos. Sem compreende-los e sem, consequentemente, entender o que se passava comigo.
Para piorar eu não conseguia falar sobre isso com Alexa, minha melhor amiga. Até porque ela era a razão que me deixava confusa, com os sentimentos a flor da pele.
Eu já estava algum tempo tentando negar o que se passava comigo. Achando que meu arrepio quando ela segurava minha mão, era normal. Que o descompasso do meu coração toda vez que ela chegava perto de mim e me dava seu sorisso com as covinhas, era comum. Que a felicidade que sentia toda vez que eu a via, era pela nossa amizade.
A verdade era uma só. Eu estava apaixonada pela minha melhor amiga. E tinha me dado conta apenas recentemente.
- Acho que sempre tive um tipo. – Falei dando um meio sorisso e me virando para encara-la.
- Ah é? E que tipo é esse que você nunca me falou? – Agora ela virara seu corpo todo em minha direção.
Eu poderia até dizer que seu corpo tinha ficado levemente tensionado, mas eu já não tinha certeza de mais nada desde quando me descobri apaixonada por uma mulher. Pela minha melhor amiga.
Eu encarei seus olhos. Céus eu poderia muito bem me perder neles. O tempo não existia quando eu estava com ela. O sorisso de Alexa foi aos poucos deixando seu rosto. Eu queria tanto que tudo fosse diferente. Estava com tantas dúvidas, tantos sentimentos. Tudo que eu queria era um abraço de Alexa falando que ia passar. Que tudo ficaria bem.
Eu engoli em seco ao morder meu lábio inferior e ficar levemente ofegante ao olhar os lábios de Alexa. Eu não iria contar. Era covarde demais para isso. A amizade de Alexa era o que mais importava para mim.
Um silêncio tomou o ambiente. A brisa suave ainda estava presente, me inebriando com o cheiro dela. Quase me assustei quando senti sua mão quente na minha. Ela pegou minha mão direita e entrelaçou nossos dedos com sua mão esquerda. Seu toque enviou um corrente elétrica ao meu corpo todo.
Sua mão direita foi para meu lado esquerdo do rosto, fazendo uma leve carícia ao levar meu cabelo para trás. Eu estava levemente surpresa e meu coração estava como um louco. Poderia jurar que Alexa era capaz de ouvir as batidas. Eu fechei os olhos apreciando aquele momento. Era o máximo que eu conseguiria desfrutar.
Quando abri meus olhos novamente. Alexa estava próxima a mim. Muito próxima. Nossos olhares se encontraram por milésimos de segundos antes deu vê-la fechar os olhos e se aproximar de mim, colando seus lábios nos meus.
A surpresa do ato quase me deixou sem ação. Quase. Ela entreabriu os lábios e eu aproveitei para seguir com o beijo. Tirei minha mão da sua apenas para levar até seu pescoço. Colei mais nossos corpos e me permeti viver aquele momento.
Era quase como se tudo fizesse sentido agora. Como se eu finalmente entendesse o próprio universo. Aquilo era certo. Sempre fora. Nossas bocas dançavam sozinhas, em seu próprio ritmo. Pertencendo uma a outra. Como deveria ser.
Quando nos separamos eu fiquei com medo de abrir os olhos, mas eventualmente teria que fazê-lo. Ela me olhava com.... amor?
Entretanto no segundo seguinte eu vi que toda confusão pela qual eu estive passando pelos últimos meses estava agora estampado nos olhos de Alexa. Eu queria ter tido forças para falar algo. Qualquer coisa. Mas não tive.
Alexa se levantou e sem falar mais nada entrou na casa. Não olhou para trás, não hesitou. Apenas me deixou sozinha naquela varanda.
Isso foi o começo do fim para nós. Isso foi há três anos.
No dia seguinte, Alexa fingiu que nada tivesse acontecido. Na semana seguinte ela agiu como se não fossémos melhores amigas. Quando as aulas voltaram, ela fez como se não nos conhecêssemos.
Eu que já estava confusa, fiquei mais ainda. Eu gostaria que ao menos tivéssemos conversado sobre o que aconteceu. Queria ter tido a chance de ao menos salvar nossa amizade. Mas eu não tive essa chance. Ela não me permitiu tentar.
Logo Alexa entrou para as Líderes de Torcida e a partir dai sua vida deu um Boom em termos de popularidade. Ela sempre fora linda, mas seu corpo desenvolveu de tal forma no primeiro ano do Ensino Médio que todos os garotos começaram a nota-la.
No segundo ano do Ensino Médio, Alexa já era a garota mais popular da escola. Fora Rainha do Baile pela segunda vez consecutiva, junto com Anthony, atacante do time de futebol americado do colégio. Havia rumores que os dois estavam juntos, mas nada público até então.
No terceiro ano do Ensino Médio, Alexa já nem me olhava mais. Era como se eu não existisse. E se eu não existisse para Alexa Lancellotti, isso bem que poderia ser verdade para o resto da humanidade. Até mesmo para mim.
Eu havia sofrido muito com nosso rompimento abrupto. Tive que tomar medicamentos por alguns meses e acompanhamento com uma psicóloga, o que faço até hoje, uma vez que tal tratamento só trás benefícios.
Nossa familias estranharam muito na época. Eu mesma não soube explicar para quem me perguntava sobre. Nem para meus pais. Apenas dava de ombros. Não havia o que falar, nem eu mesma entendera o que houve.
Nossas vidas tomaram rumos diferentes. Alexa se tornara popular e eu me tornara o esteriótipo da garota nerd. Notas excelentes e alvo de perseguição dos populares. Alexa sempre fora inteligente também, apesar de que eu sabia que hoje em dia ela tinha dificuldade em algumas matérias.
Agora estávamos aqui. No fim do terceiro ano do Ensino Médio. No corredor. Eu segurando meu livro de História enquanto assistia Alexa e sua turma passarem por mim.
Nossos olhares se encontraram por alguns segundos. Meu coração voltou a bater no meu peito como há muito não fazia. Eu sustentei aquele olhar até quando me foi permitido. Até ela se virar para Anthony ao mesmo tempo em que terminavam de passar por mim. Eu ainda consegui ouvir sua risada.
Eu não tinha vergonha em admitir que até hoje sinto sua falta de uma maneira insana. Era algo que eu precisava trabalhar todos os dias, mas sei que estava no caminho. Um dia eu iria superar. Afinal, permanece em nossas vidas quem faz questão. Alexa não fazia questão de estar na minha. A verdade era dolorosa, mas necessária.
- Hey, Nat. – Iva me chamou, mas eu ainda estava perdida em pensamentos. – Hey Natalieee! Me chamou entrando na minha frente.
- Hey, Iva. – Sorri – Perdão, não ouvi você me chamar.
- Percebi. – Sorriu. Iva era minha amiga desde o primeiro ano do ensino médio. Inteligente e descolada. Não se importava com os esteriótipos do Ensino Médio e sempre tinha uma boa resposta na ponta da língua.
Iva sabia da minha história e sempre me dera apoio. A consequência disso era um ódio mortal por Alexa.
- Vamos para a aula? – Perguntou quando percebeu que eu divagara em pensamentos novamente. – Senão nos atrasaremos.
- Tem razão. Vamos. – Ajeitei meus óculos e sorri.
O tempo iria curar tudo.
Fim do capítulo
Meninas, deixem um comentário dizendo o que acharam, mesmo se não gostaram kkk
Logo mais solto o próximo capítulo, assim que terminar.
Fiquem bem!
Abraços e beijos!!
Comentar este capítulo:
Manuella Gomes
Em: 21/07/2020
Gostei da leveza e sutileza da história. Gosto de histórias entre amigas.
Espero que tenha continuação.
Cristiane Schwinden
Em: 18/06/2020
Olá, você vai continuar a postar aqui?
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