3. Caps. - Verdades
– Qual a melhor opção?
– Poderia ir para minha casa, mas eu moro muito longe. – olhei para ela arqueando a sobrancelha, quem estava sendo sarcástica agora? – Até onde sei, seu apto fica ao lado do meu, no andar de cima.
– Esqueci desse detalhe, culpa sua.
– Porque? – gostei de levar a culpa por aquilo, ela sorriu balançando a cabeça em sinal de que não falaria nada, entrei na graça.
Fechamos o Studio e seguimos para as escadas, estávamos sorrindo uma para a outra, ainda assim em silêncio, quando chegamos na frente do apto dela disse:
– Vou tomar um banho e comer alguma coisa e te chamo, pode ser?
– Pode sim, vou ficar esperando ansiosamente. – sorri me aproximando e dando um beijo estralado em seu rosto, nos despedimos, ela entrou e eu segui para o meu.
Tomei um banho, tentei comer alguma coisa, mas estava ansiosa demais para conseguir relaxar no meu quarto, fui para a sala onde comecei andar de um lado para o outro, minha mãe que estava ali perguntou impaciente:
– O que deu em você hoje?
– Nada, porque? – olhei confusa para ela.
– Está quase fazendo um buraco no meio da sala de tanto que anda no mesmo lugar.
– Eu estou esperando a Carol mamãe, ela ficou de vir aqui para conversarmos.
– Ela quase nunca saí daqui Bia, o porquê dessa ansiedade hoje? – me olhou e sorriu, levantou vindo em minha direção: – Criou coragem e contou a ela que é apaixonada, parabéns minha filha.
– Oi? Como que a senhora...
– Só cego não via, por favor. – deu de ombros voltando para o sofá: – Já que está tão ansiosa, porque não manda uma mensagem.
– Eu não estou ansiosa... – revirei os olhos, ela sorrindo balançando a cabeça, passei a mão no meu bolso, cadê meu celular? – Droga, esqueci de carregar aquela porcaria.
– No mínimo a Carol te mandou várias mensagem desmarcando e você não viu.
– A senhora ajuda muito assim mamãe, obrigada. – gargalhava dizendo:
– Disponha minha filha... – segui desanimada para meu quarto, achar meu carregador e colocar aquela porcaria para carregar, estava parada perto da cama olhando em volta, quando a porta abriu, disse desanimada:
– Mãe, a senhora sabe onde eu coloquei... – olhei para trás e não era minha mãe quem estava ali, Carol sorria olhando minha mão dizendo:
– Não sou sua mãe, mas aposto que sei onde está seu, – seguiu para o criado-mudo ao lado da cama, abriu a gaveta e me entregou dizendo: – carregador!
– Obrigada, o que seria de mim, sem você na minha vida?
– Totalmente sem graça.
– Aposto que seria assim mesmo... – sorri, ela se sentou na cama:
– Estou pronta para conversarmos.
Inspirei fundo concordando, coloquei o celular para carregar e me sentei ao lado dela, nos olhamos e disse:
– Por onde quer começar?
– Desde quando se incomoda com os meus namoros?
– Direta você, néh? – fiquei sem jeito, ela concordou cruzando os braços a espera de uma resposta, vamos lá: – Bom, desde que cheguei de viagem, quando fomos naquela festa na casa da Cris, e você ficou com o Erick. – lembrei o nome do embuste.
– Quem?
– Nem você lembra mais do cara... – revirou os olhos, sorri: – O filho da florista, foi embora já tem uns seis meses.
– Ah sim, lembrei! – me olhava séria: – Mas naquele dia foi porque tínhamos bebido além da conta e a Cris fez aquela brincadeira ridícula de:
“Revele de quem você gosta ou beija quem eu mandar!”
Dissemos as duas ao mesmo tempo, acabamos gargalhando depois, mas a seriedade voltou e eu continuei:
– Fiquei incomodada aquele dia...
– Não tanto a ponto de beijar a irmã do Gustavo, sei bem que rolou mais do que um beijo naquela noite.
– Ele te contou foi? – ela concordou, sorri dando de ombros: – Desde aquele dia que ele não fala comigo, me viu saindo do quarto dela e me ameaçou para nunca mais voltar lá.
– Ele não fez isso?
– Fez sim, porque acha que acabei namorando com ela depois daquele dia?
– Descarada...
– Eu? – apontei para mim sorrindo, ela nem seguiu na linha daquele assunto e entrou em outro:
– Enfim, se incomodou tanto com os carinhas com quem eu fiquei, que acabou na cama com várias das minhas amigas.
– Isso não é verdade! – levantei seguindo para a janela, onde encostei olhando para a rua dizendo: – Passei algum tempo com duas delas, mas fiz isso para tentar esquecer o que eu sentia por você, mas fracassei de todas as formas.
– E o que você sentia, Bia?
Olhei para ela, ainda estava sentada na cama, me olhava ansiosa, dei de ombros confessando:
– Eu estava apaixonada por você, e pra esfregar na minha cara, o destino coloca o Gustavo na sua frente e logo começam a namorar.
Desviei os olhos dos dela, voltando a olhar pela janela, não demorou muito senti sua presença ao meu lado, dizendo manhosa:
– Porque não me falou isso antes? – olhei para ela que falou ainda: – Disse que estava apaixonada por mim, passado, não está mais?
Sorri tocando seu rosto, mais uma vez ela fechou os olhos ao sentir meu toque, a puxei para meus braços apertando-a neles, inspirei fundo dizendo:
– Eu gosto de você Carol, mas prefiro tê-la em minha vida como amiga, não quero que esse sentimento destrua o que sentimos.
– Não entendo, se diz gostar de mim, porque não lutar por esse sentimento?
– Porque eu sinto que posso te perder, e não quero que isso aconteça.
– E porque acha isso?
– Terminou com o Gustavo porque disse que gostava de outra pessoa, não tenho como competir com isso. – me afastei de seus braços, e me sentei na cama: – Estou com ciúmes, e por alguns minutos eu me iludi com aquele beijo que trocamos no Studio, mas eu temo não aguentar vê-la com outra pessoa.
– Bia...
– To pensando em sair um pouco, me aventurar como eu fazia antes...
– Bia? – olhei para ela, caminhou até a minha frente, sorriu dizendo: – Achei que fosse mais esperta, mas vejo que é um pouco lentinha.
– Porque diz isso?
– É a verdade, é muito fofo isso em você, admito! – sorriu me deixando ainda mais confusa.
– Carol, eu não estou entendendo.
– Deixe-me te mostrar então...
Me empurrou na cama, deitando sobre mim, tocou meu rosto desenhando o contorno até encostar os dedos em meus lábios, sorria, meu coração foi de zero a cem em questão de segundos, aproximou os lábios dos meus dando um leve beijo, mas afastou em seguida, nossos olhos se encontraram... Nos dela determinação, no meu a confusão geral, mas não lutei, era forte demais para o fazer.
Mais uma vez colou nossos lábios em um beijo suave, mordiscando meu lábio em seguida, de repente a seriedade tomou conta de seus olhos, entrou com sua língua na minha boca buscando a minha com desejo, fechou os olhos e minhas mãos caíram sobre as costas dela em uma entrega deliciosa... O mesmo beijo que havíamos compartilhado mais cedo, só que um pouco mais selvagem porque ela insinuava ainda mais o corpo ao meu.
Dessa vez quem estava gem*ndo em seus lábios era eu, estava sonhando, não era possível.... Ela me chamou de lenta pouco antes de me beijar, mas ainda me custava acreditar que era verdadeiro... Que estava sendo correspondida... Como? Porque? Desde quando? Cala esse pensamento e curta o beijo. Ela deslizou o corpo para o lado, dando passagem para que eu virasse e ficasse por cima, não abusei daquilo, apenas correspondi ao beijo...
Horas depois, ou foi minutos apenas? O beijo cessou, mas não queria abrir os olhos, estava com medo do que ela fosse me dizer, inspirei fundo e ela sussurrou entre meus lábios ainda:
– Olha para mim... – tocou meu rosto, senti o carinho abrindo os olhos, estava sorrindo, impossível não retribuir: – Entendeu agora?
– Mas... Porque não me disse antes... Eu achava que você gostasse daquele mané... – tive que dizer aquilo em voz alta, ela sorriu e me permitir relaxar um pouco.
– Faço a mesma pergunta a você, porque não me contou antes?
– Eu achava que jamais teria uma chance com você, hétero e rodeada de babacas babando por você.
– Pelo que entendi, você também babava por mim.
– Verdade, isso me inclui nesse meio. – ela gargalhou em meus braços, sorri dizendo ainda: – Mas em minha defesa, porque eu estava apaixonada, e não só porque você é uma gata e todos cobiçam.
– Me acha uma gata?
– Eu... – sorri sem jeito, joguei meu corpo na cama, acho que minha cota de mico naquele dia tinha chegado ao limite, sorri dizendo apenas: – Sim, eu acho você uma gata, com todo respeito, claro.
– Você também é gata, e vive rodeada de mulheres “cobiçando” você. – apoiou o peso do corpo sobre um dos braços e se inclinou sobre mim, sorri olhando para ela perguntando:
– Desde quando?
– Eu estou afim de “pegar” minha melhor amiga lésbica? – sorri, ela deu de ombros dizendo: – Desde aquela festa na verdade, eu enchi a cara e beijei o Erick porque você chegou com aquela vadia da Laura, tinha chegado de viagem e nem me avisou e de repente aparece na festa na companhia dela.
– Só dei carona para ela, apenas, foi por isso ficou sem falar comigo por quase um mês?
– Também... – sorri, ela ruborizou, perguntei:
– E quais foram os outros motivos?
– Te contei há pouco, dormiu com a irmã do Gustavo e ainda começou a namorar com ela.
– Ah sim!
– Viu como você é lentinha?
– Sou nada... – fiz bico, ela sorriu: – Muitas coisas e pessoas me decepcionaram, acabei perdendo a fé em acreditar que as coisas possam acontecer na minha vida, você sabe disso.
– Sei sim, ainda assim, estamos aqui e você ainda não acredita.
– Deve ser porque eu não queira acreditar... – dei de ombros, o sorriso dela foi diminuindo:
– Porque? – ia responder, mas a minha mãe bateu na porta entrando no quarto
– Meninas... Opa! – nos olhava, levantei olhando para ela que sorriu dizendo: – Desculpa, atrapalhei alguma coisa?
Fim do capítulo
Hei meninas, pois é, a mamis “atrapalhou” a conversar do casalzinho, mas logo elas retornam... ;)
Espero que estejam curtindo...
Nos encontramos no sábado então... :D
Bjs a todas... Se cuidem...
Bia
Comentar este capítulo:
Anny Grazielly
Em: 16/01/2020
Adorandoooo demais.... essas duas são lindinhassss.... Bia... quando vc continua a historia de prova de fogo? Beijossss
Resposta do autor:
Oi Anny, tudo bom?
Obrigada pelo carinho... S2
Sobre Prova de fogo, estou relendo a história, revisando algumas coisas e tentando encontrar o foco novamente... Ela já estava com o final determinado, mas devido algumas mudanças, farei algo especial... Não prometo data de retorno, mas em breve volto com ela... Ok!!
Bjs, se cuida
Bia
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