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Nosso estranho amor por Nath D

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Palavras: 2171
Acessos: 1576   |  Postado em: 08/10/2019

Ida para o apartamento da loira misteriosa

 

Juro que não estava sendo abusada, mas praticamente grudei nas costas da loira para não cair. O perfume amadeirado dela lembrava muito do aroma da minha ruivinha.

 

Como desgraça pouca é bobagem, estávamos a poucos metros da saída da boate e a "benção" da Pietra apareceu, impedindo que deixássemos o lugar.

 

--Quem é você e para onde pensa que está levando a minha namorada? -ela disse se prostrando na frente da loira.

 

--A Giovanna não me disse que tinha namorada. Vou perguntar diretamente pra ela. Essa moça é sua namorada? -perguntou me encarando.

 

--Não tenho namorada, a única namorada que queria era a Ágatha, não essa daí. -respondi com desdém. -A Pietra é só alguém que tive o desprazer de conhecer. -falei me aconchegando ainda mais na loira.

 

--A Gi não está falando coisas que façam sentido, por isso não se lembra de nada... -a DJ tentou argumentar.

 

--Posso tá bêbada, mas sei muito bem o que tô falando. Não te amo e acho que nunca te amei, mas você é gostosa... Eu acho que amo a Ágatha. -respondi quase de olhos fechados começando a rir.

 

--Vou fazer uma simples pergunta... Gi, você quer ir embora comigo ou com a Pietra? -mesmo sabendo que era arriscado sair com quem não conhecemos senti uma confiança na loira.

 

--Vou embora com a loira desconhecida, não quero papo com a Pietra pra nada. -respondi rindo me agarrando ainda mais na loira pra não cair. Era a primeira que via alguém com duas cabeças.

 

--A Giovanna já decidiu. Ela vai embora comigo e não se fala mais nisso.

 

--Isso não é justo... -Pietra protestou. -Giovanna, você vai embora com alguém que nem conhece? Isso pode ser perigoso.

 

--Perigoso seria se a Giovanna fosse embora com alguém que humilhou ela há muito tempo atrás na frente de uma casa noturna lotada. -a loira falou com desdém.

 

--Espera aí! Como você sabe disso? -a Pietra indagou desconfiada.

 

--Eu frequento essa boate há tempos e vi o que você fez para essa moça... Pelo que me consta, seu expediente ainda não acabou, então volte para seus afazeres.

 

--Quem você pensa que é para me dar ordens? -Pietra indagou com muita raiva. -Você não pode fazer nada.

 

--Aí que você está enganada. Digamos que conheço muita gente do setor administrativo desse estabelecimento... Brinca com fogo e você perde o seu emprego rapidamente. -parece que a loira ganhou essa briga.

 

--Você quer ir com essa mulher, né Giovanna? -Pietra concluiu e simplesmente assenti. -Se acontecer alguma merd* saiba que a culpa é toda sua.

 

Por sorte logo me vi livre da Ruby Rose Paraguaia. A desconhecida me colocou no carro dela, no banco do carona, com o maior carinho e delicadeza. Só era estranho que quando ela deu partida no carro fizemos boa parte do caminho em silêncio.

 

--Muito obrigada por me ajudar a me livrar da Pietra. Não suporto ela, mas é muito gata, é minha ex-namorada. -disse com a fala toda embolada.

 

--Não precisa agradecer, percebi que essa moça é difícil mesmo... -a loira respondeu e voltou sua atenção para o trânsito, ficando calada.

 

--Por que está tão calada? Fiz algo de errado? -perguntei inocentemente.

 

--Claro que não. Só estou pensando em uns assuntos importantes, nada demais. -respondeu simpaticamente.

 

--Por acaso tá pensando na melhor forma de me sequestrar, me estuprar, me matar e esconder meu corpo? -eu estava assustada por sair com uma estranha, então não seria difícil criar umas paranoias a mais.

 

--Você é muito louca mesmo! -a loira começou a rir. -De onde tirou todas essas doidices? -ela não parava de gargalhar.

 

--Assisto cidade alerta, sei o que acontece com bêbados no meio de estradas vazias. -disse sentindo uma dor forte no meu estômago.

 

--Eu não sou uma assassina. Apenas vou cuidar de você até melhorar dessa ressaca.

 

--Dá pra parar no acostamento? -disse sentindo meu estômago doer cada vez mais.

 

--Tá querendo fugir de mim? Já te disse que não sou sequestradora. -a loira agora estava séria.

 

--Eu quero é vomitar. Se não parar vou sujar todo seu carro.

 

Vendo que seu carro corria "risco de vida", a loira parou em um lugar bem deserto. Foi só questão de sair do veiculo, ser amparada pela desconhecida e dei um show de vômito, literalmente... Pensava que depois de colocar tudo para fora estaria melhor, só que me senti pior, estava mais fraca e debilitada.

 

--Parece que alguém andou bebendo demais... Vê se na próxima vez manera mais no álcool.

 

--Moça, agora não é hora pra sermão. Parece até meu pai apitando assim no meu ouvido. -respondi grosseiramente.

 

--Moça? Por acaso você é mineira?! -indagou mudando completamente de assunto.

 

--Claro que não, sou carioca, com muito orgulho. Só que minha mãe é mineira. -relembrei nostálgica.

 

--Então tá explicado, é a convivência. Você consegue caminhar até o carro?

 

--Na verdade... Não. Eu tô me sentindo pior. Minhas pernas estão fraquejando mais do que o normal, tô muito tonta e tô te enxergando com duas cabeças.

 

--Você tá mal mesmo. Acho que seria melhor pararmos em um hospital. -disse preocupada.

 

--Nada de hospital. Só quero mesmo uma cama, tô muito cansada. -disse recostando minha cabeça no banco.

 

--Tudo bem. Em breve você estará descansada.

 

Ainda ouvi a loira falar algumas coisas, mas o sono me atacou com tanta força que simplesmente adormeci. Se ela fosse uma psicopata, não teria muito trabalho para me matar e esconder meu corpo.

 

Acordei com alguém me balançando, mas eu só queria continuar a dormir. Estava sonhando com quem não deveria...

 

--Ágatha, amor... Me deixa dormir, só mais cinco minutos. -respondi balbuciando.

 

--Sinto frustrar suas expectativas e seus sonhos. Vamos andando Giovanna. Você precisa descansar. -ali voltei para a minha realidade.

 

--Moça, só me deixa dormir. Não tô sentindo muito as minhas pernas, tô sem condições pra andar. -disse voltando a me recostar no banco.

 

--Nesse caso eu te carrego no colo, mas não vou te deixar dormir na garagem de um prédio. -ela disse já destravando a porta e me puxando para fora.

 

--Você é muito insistente! Não precisa me carregar, só me ajuda mesmo a andar para não me desequilibrar. -disse sendo apoiada pela loira.

 

Conforme entrei naquele prédio que parecia ser luxuoso, mais uma merd* aconteceu... Vomitei novamente e sujei toda minha roupa no elevador. Além de mal, estava me sentindo bastante envergonhada pelo vexame.

 

--Só por hoje já te dei muito trabalho. Preciso ir pra minha casa, trocar de roupa, tô toda suja e fedendo. Vou te falando o caminho. -disse pálida. Queria voltar para a rua, mas fui impedida.

 

 --Você não está em condições de ficar sozinha. Vou te dar um banho, te arrumo umas roupas. Vai tomar uns remedinhos, comer algo leve e depois dormir.

 

Eu queria esboçar alguma reação, mas estava fraca demais para isso. A loira estava sendo muito educada e gentil, e não iria querer estragar isso com meu mau humor. Só que meu cérebro estalou quando ela começou a tirar minhas roupas.

 

--Ei, o que você tá fazendo? Quer me vê nua? -perguntei constrangida.

 

--Vou te dar um banho ou acha que vai dormir com essa roupa de vômito? -Sarcástica ao extremo!

 

--Não é isso... Posso tomar meu banho sozinha. Não vou me sentir bem sabendo que você vai me ver toda peladona. -estava mais vermelha do que um pimentão.

 

--Você mal tá conseguindo se manter de pé sem se apoiar em mim, como é que vai tomar banho sozinha? Fica tranquila que não vou abusar de você. Nunca agiria de forma canalha.

 

--Tá bom então.

 

Vencida pela insistência da loira, aceitei o banho de bom grado. Só que nos momentos de lavar as minhas partes intimas, optei por realizar sozinha. Enquanto a loira me vestia com um short qualquer e uma camiseta, notei o quanto ela era linda. Já estava um pouco melhor e enxergava apenas uma pessoa, a loira já estava sem óculos e vi que seus olhos eram expressivos e verdes.

 

--De banho tomado, já vou dormir. -disse me ajeitando na cama de casal.

 

--Não mesmo. Você vai comer e tomar uns remédios.

 

Sem chances para discutir fiz uma refeição leve e no final tomei remédios que nem sei de onde vieram. Ia me ajeitar para dormir no sofá, mas a desconhecida me impediu e me levou de volta para o seu quarto.

 

--Não estou invadindo muito a sua privacidade? Posso me ajeitar na sala. -estava sem jeito.

 

--A cama tem espaço suficiente para nós duas. Relaxa! Em nenhum momento vou te faltar com respeito.

 

--Quero te agradecer por ter sido minha salvadora nessa noite. Obrigada! Prometo que amanhã vou embora cedo e não vou te dar mais trabalho. -estava muito grata mesmo.

 

--Fique o tempo que precisar. Giovanna, o que você mais gostaria que acontecesse na sua vida?

 

--Que pergunta mais fora de hora... -disse tentando esboçar um sorriso fraco. -Mas eu gostaria de poder me acertar com a Ágatha, só queria mais uma chance pra demonstrar o quanto a amo, mas talvez seja tarde para isso. -respondi voltando a ficar triste.

 

--O amor verdadeiro não morre do dia para a noite. Se ela também te amar vocês se acertarão.

 

--Muito obrigada... Como devo te chamar mesmo? Você ainda não me disse seu nome.

 

--Amanhã é um novo dia e você saberá meu nome. Você ainda tá muito bêbada pra lembrar.  -respondeu rindo da minha curiosidade.

 

--Boa noite desconhecida.

 

Ia dá um beijo na bochecha da loira, mas não sei o que me deu na cabeça... Peguei na sua nuca com um pouco de força e trouxe sua boca para mim. Beijamo-nos por um longo tempo até que o ar nos faltasse.

 

--Uau! Tô sem fôlego. Você beija muito bem. -ela estava com um sorriso lindo.

 

--Obrigada, mas espero que isso não mude as coisas ou que você crie falsas esperanças. Não sei o que me deu para ter feito isso. -estava mais do que sem jeito.

 

--Tá tudo bem. Sei que você ama a famosa Ágatha e respeito. Boa noite Giovanna.

 

--Obrigada por ser compreensiva. Boa noite loira.

 

Deitei e não demorou para que eu adormecesse recebendo um delicioso cafuné. A última imagem que veio na minha mente antes de dormir foi na minha ruivinha. Por onde a Ágatha estaria? Será que ela já havia me esquecido? Eram dúvidas, medos e angústias.

 

Não foi necessário barulho algum para me acordar. Só bastou sentir o cheirinho de café forte, pão de queijo e tapioca para que eu despertasse em um quarto de paredes brancas, completamente desconhecido para mim.

 

Minha cabeça rodopiava, ainda sentia um grande mal estar e uma leve fraqueza, mas o meu apetite era maior do que qualquer outra coisa. Levantei e fui direto para onde julguei ser a cozinha do apartamento. Encontrei uma senhora gordinha, com seus quase 50 anos e que parecia muito simpática, julguei ser a empregada dali.

 

--Com licença... Bom dia! -cumprimentei sem jeito a mulher mais velha.

 

--Bom dia jovenzinha. Você deve ser a Giovanna, venha tomar um café da manhã reforçado.

 

--Muito obrigada. -disse começando a me servir. Estava faminta! -Por onde anda a dona desse apartamento? -tive que me referir assim à loira, não sabia o nome dela.

 

--Minha patroa precisou se ausentar pela parte da manhã, daqui a pouco deve estar de volta. -Só aí me dei conta da hora, já passavam das 11:00.

 

Agradeci e voltei a comer no mais absoluto silêncio, não estava a fim de conversar, por sorte, dona Cida respeitou meu espaço. Assim que terminei de comer fui "obrigada" a tomar mais alguns comprimidos, ordens da loira.

 

A minha vontade maior era ir embora o mais rápido dali, só queria a minha casa, o meu cantinho, mas pensei bem e seria muita falta de educação deixar aquele apartamento sem sequer agradecer a estadia. Só de não passar a noite na casa da Pietra já havia sido um grande feito.

 

A empregada me entregou uma muda de roupa e estava livre para tomar um novo banho. Achei muito esquisito ter roupas do meu número naquele local, mas julguei que isso acontecia pelo fato da loira e eu termos o mesmo manequim, se bem que não tive tempo para reparar na altura dela, mas sei que ela era muito gata.

 

Estava de banho recém-tomado ainda aguardando o regresso da dona daquele apartamento quando o inesperado aconteceu. Ela chegou, e eu conhecia muito bem quem era aquela mulher. O que eu sentia nesse momento? Surpresa, excitação, coração acelerado, adrenalina pura, felicidade talvez, espanto, eram tantas coisas juntas e misturadas que nem consigo descrever direito.

Fim do capítulo

Notas finais:

 

Bom dia meninas. Quero pedir desculpas pelo atraso nas postagens, semana passada fiquei sem tempo. A partir de hoje postarei todas terças-feiras e sábados.

Parece que a Gi e a loira tiveram uma conexão instantânea, até beijo rolou rs. Estão gostando? Beijos.


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Comentários para 26 - Ida para o apartamento da loira misteriosa:
rhina
rhina

Em: 11/10/2019

 

Credo

Será......

Será......

Ágatha

Rhina


Resposta do autor:

No capítulo de hoje saberemos se é ou não a Ágatha.

Beijos.

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josi08
josi08

Em: 08/10/2019

No Review

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josi08
josi08

Em: 08/10/2019

No Review

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