Durante a semana acordava super cedo, pois estudava de manhã. Aos fins de semana se dava ao luxo de acordar um pouco mais tarde, por acordar cedo desde os tempos do colégio, tornou-se um hábito. Mas ficava até um pouco mais tarde deitada.

Naquele sábado, uma sensação estranha estava lhe deixando inquieta, um aperto no peito. Tentou se distrair. Todavia nada conseguiu ter a sua atenção. Resolveu da uma volta no shopping, quem sabe passeando conseguiria se distrair um pouco, contudo tentativa em vão.

Sentou em um café, pediu um chocolate quente e ficou a observar o vai e vem das pessoas. De repente uma cena lhe chamou atenção, duas mulheres, estavam conversando alegremente e de vez enquanto tocavam levemente a mão uma da outra. Ana Carolina pode perceber que ambas usavam uma aliança na mão esquerda, um anel bem delicado de prata. Procurou ser discreta nos seus olhares, mas a forma como elas se tratavam, o carinho explícito nos olhos de cada uma denunciavam o quanto estavam enamoradas. Era algo tão lindo, elas estavam envoltas em uma aurea de puro amor.

Nem se deu conta, quando uma das mulheres a cumprimentou.

-Olá...você está bem? 

-Oi...estou bem...obrigada

-Estás com um sorriso bobo nos lábios e um brilho nos olhos...não quer vim sentar-se conosco?! 

-Obrigado...não quero atrapalhar...falou de forma gentil

-Não vai atrapalhar, lhe asseguro...eu e minha esposa...falou olhando para a mulher que estava sentada à sua frente...estamos completando 17 anos de casadas naquele dia, uma vida juntas!

-Nossa...meus parabéns! 

-Então?! aceita conversar conosco?!  -hum...está bem...será um prazer...e sorriu para as duas mulheres

Ana Carolina adorou conversar com o casal, descobriu que Donária e esposa Karine já eram amigas antes de se envolverem, não foi amor à primeira vista, este sentimento foi construído com o tempo, enfrentaram muitos obstáculos, impostos pela sociedade, mas que em nome daquele sentimento que as unia mais e mais com o passar dos anos, elas lutaram e ainda lutam dia após dia para viveram aquele amor. Ficou sabendo, que um dos sonhos do casal era casa própria, que tinham 15 bichos, os quais eram seus filhos do coração. Trocaram telefones e a promessa de marcarem um novo encontro, pois gostaria de estreitar os laços com o casal. Nascia ali uma amizade sincera.

Adorou conhecer o casal, mas ainda continuava inquieta. Almoçou no shopping mesmo e depois seguiu para casa. Ligou para Gustavo para confirmar a balada de logo mais. Tudo acertado, decidiu por fim descansar um pouco.

Programou o despertador, não gostava de correria. Queria se produzir com calma. Ana Carolina é o tipo de pessoa que não se veste para impressionar a ninguém senão a ela mesma, quem gostar de mim tem que gostar pelo que sou, assim era Ana. Uma pessoa muito simples.

Antes de ir para o banho, já tinha deixado em sua cama a roupa separada que usaria. Algo bem básico, a cara de Ana Carolina. Uma calça jeans com a aparência de surrada, uma blusinha com um decote que acentuava os seios e uma sandália baixinha. Pois com salto não poderia dançar e ir para uma boate e não dançar seria um pecado- pensou.

Quando saiu do banho, pegou seu celular e percebeu que tinha duas chamadas não atendidas e constatou serem de Gustavo então retornou para o amigo.

-O que houve, Gustavo?! 

-O que estavas aprontando, menina?! começou a rir...

-Estava no banho -Posso saber com quem?! falou de forma maliciosa

-Deixa de graça...estava sozinha no banho...

-Uma pena...você deveria tomar banho acompanhada...começou a rir

-Não vou me dar ao trabalho de responder ao seu comentário..Mas por que ligou?

 -Liguei pra te avisar que estarei passando na sua casa daqui...olhou no relógios 10 minutos...para juntos irmos para a boate…

- Está ótimo...é o tempo que tenho para me vestir!

Desligaram o telefone. Ana Carolina se vestiu, usou uma maquiagem que realçava seus belos olhos. Estava pronta, não demorou muito e Gustavo chegou se despediram dos pais da amiga e juntos seguiram para a boate. Estranhamente, aquela sensação ainda persistia e Ana não encontrava respostas.

Fim do capítulo