Capítulo 76
A noite já se fazia presente e com ela a chegada de mais um momento solene.
-- Por que sempre sou o sorteado para esses momentos!? -- Henrique disse segurando a sua taça de champanhe, e todos sorriram. Apesar de estar entre amigos, estava um tanto nervoso, aliás, desde o amanhecer seu coração palpitava de forma atípica, pois sabia que logo mais, a sua menina estaria se unindo verdadeiramente a alguém que amava, como nunca, a tinha visto amar ninguém. Toda a cerimônia ele tentou conter o choro, mas sem sucesso e agora estava ali sendo o alvo de olhares, onde todos aguardavam belas palavras sobre o momento e sobre sua filha que casara. Suspirou forte e deixou a taça sobre a mesa, com receio de deixá-la cair devido ao seu nervosismo. Buscou pela filha do meio, a mesma lhe sorria em absoluta felicidade, ao lado o motivo de todo aquele brilho presente no olhar dela, Amanda, sua então esposa. Fora a vez dele sorrir vendo um filme passar em sua memória.
-- Há 30 anos, aquela bela mulher bem ali. -- Apontou Samantha. -- Veio ao mundo, a minha princesinha linda chorou, mas chorou tão alto e sem parar que eu pensei ter algo errado no momento... -- Ele lembrou e deu uma pausa sorrindo, sendo seguido por praticamente todos ali. -- Então eu pedi ao médico que me desse ela, e quando eu a peguei no colo, a balancei e sorrir dizendo que eu estava lá, com ela e, que, sempre estaria. -- Ele disse mantendo os olhos em Samantha e ambos deixaram uma lágrima feliz cair. -- E desde aquele momento até hoje, em todas as situações eu tive e tenho orgulho de dizer, eu estou aqui, filha. -- Ele afirmou a olhando e sorriu em meio a lágrimas ao vê-la acenar em confirmação também em um choro emocionado. -- Hoje eu ainda vejo a minha princesinha, ela está ai, com seus medos, suas dúvidas, mas também vejo uma belíssima mulher, uma excelente filha e mãe, excelente profissional e em tudo que se propõe a fazer, e hoje ela realiza mais um sonho, talvez o melhor de todos, celebração de um amor sincero, forte, está construindo sua própria família ao lado daquela que ama muito, muito mesmo. -- Ele afirmou com absoluta certeza e sorriu. -- E eu sei que todo esse amor é recíproco. -- Ele fitou Amanda que já em demasiada emoção pelas palavras referidas a sua esposa, chorava. -- Amanda minha querida, eu sei que você ama essa mulher a seu lado. -- Ele falou e Amanda acenou em confirmação e olhou Samantha com todo amor que sentia e voltou a fitar o sogro quando ele retomou a fala. -- Eu te entrego um de meus bens mais preciosos, portanto, cuide bem dela. -- Ele pediu sincero. -- Cuidem uma da outra, hoje e sempre, não importa se a tempestade seja leve ou forte, se ajude ou atrapalhe, sigam firmes, juntas, respeitando e amando uma a outra, e sejam felizes. -- Ele encerrou sendo aplaudido com entusiasmos e ganhando sorrisos emocionados de Samantha e Amanda que fizeram questão de irem até ele o abraçando forte em gratidão por tudo.
Após o discurso de Henrique fora vez de Lúcia erguer-se para proferir algumas palavras, a senhora já se encontrava em emoção pelas palavras de Henrique.
-- Bem... -- Ela disse em sorriso. -- Eu gostaria de agradecer a presença de todos vocês em testemunho desta formalização de felicidade... -- Ela sorriu cumprimentando a todos e buscou as noivas. -- Eu fui testemunha das várias felicidades que minha filha já teve. -- Ela fixou o olhar em Amanda e ambas sorriram cúmplices. -- Assim como, de algumas tristezas também, faz parte. -- Lembrou. -- E hoje, eu e todos aqui presente somos testemunhas de um pequeno detalhe do amor dessas duas mulheres maravilhosas. -- Ela sorriu em uma ligeira pausa. -- Digo pequeno detalhe, porque a cerimônia de casamento é somente um pequeno passo da vida a duas que terão de hoje em diante, o verdadeiro significado de tudo estará nos detalhes do dia a dia, no respeito, na cumplicidade, no carinho, no saber ouvir, e acima de tudo, no amor que as uniu e que sempre deve estar acima de tudo. -- Lúcia advertiu olhando da filha para a nora e vice versa. -- Foram dias difíceis ao saber que minha filha estava desaparecida, não saber se estava bem ou não, era angustiante. -- A senhora confessou em triste sensação, mas a seguir ela sorriu. -- Mas um anjo bom esteve presente. -- Ela fitou Samantha, esta, sorriu grata e emocionada. -- E embora eu não soubesse disso, minha filha estava segura, mais que isso, ela estava sendo feliz e foi essa minha reação ao saber disso, felicidade. -- Lúcia afirmou olhando ambas as mulheres que sorriram em lágrimas, Amanda mais ainda. -- Filha, eu sei o quão esse coração ai está feliz e cheio de amor, e saiba que esse meu aqui também está, porque para mim é só isso que importa, te ver feliz, e grande parte de toda essa felicidade se deu desde que Samantha passou a fazer parte de sua vida. -- Lúcia falou e viu a filha olhar para a morena que lhe sorriu em pleno amor, sorriu as observando. -- Samantha, sei que cuidará de minha filha, mas preciso pedir, cuide dela, está bem? -- Sorriu tendo a confirmação da morena. -- Cuidem uma da outra e sejam muito, muito felizes. Te amo filha, amo vocês. -- Lúcia findou erguendo sua taça e obtendo aplausos calorosos.
... 3, 2, 1. -- Foi a contagem em grupo para que, as mãos das mulheres que prendiam a espátula à forçarem para cima abrindo passagem no lindo bolo em camadas brancas e decoração florida. E entre sorrisos e flashes das câmeras elas retiraram um pedaço o saboreando juntas.
-- Vocês estão simplesmente magníficas. -- Cida afirmou as olhando comovida em emoção. -- Eu vim desejar os parabéns... De novo. -- Ela avisou.
Samantha sorriu e Amanda a seguiu, elas se olharam e sorriram em mútuo acordo e juntas rodearam a mulher a fazendo de recheio naquele abraço.
-- Ah eu amo tanto vocês e estou tão feliz de vê-las felizes. -- Cida declarou já deixando as lágrimas caírem.
-- Nós também te amamos muito. -- Amanda advertiu em sorriso.
-- É isso aí, Cida. -- Samantha concordou e desfez o contato. Sorriu fazendo a mulher a olhar, em um carinho que passou a ter por Cida, Samantha levou sua mão até o rosto dela e enxugou as lágrimas que sabia que eram de felicidade e amor. -- Cida, eu tive você a meu lado por seis anos e só a poucos meses, com a chegada de Amanda. -- Ela olhou sua esposa e sorriu voltando a olhar Cida. -- Há poucos meses eu pude ter o prazer de descobrir ou me deixar ver o quão especial você foi e se tornou em minha vida. -- Samantha declarou e como nunca, aquele dia a estava deixando emotiva, sentiu seus olhos enxerem de lágrimas. -- Quero que saiba o quão sou grata por tudo e hoje mais ainda quero que saiba o quão importante e especial você é em minha vida, em nossas vidas. -- Ela completou e sorriu sentindo algumas gotas de emoção banhar seu rosto. -- Por favor. -- Abriu os braços e Cida não tardou em se alojar ali também em emoção e carinho.
Amanda assistia elas da mesma forma, Cida havia se tornado uma segunda mãe para elas duas e a amavam como tal.
-- Ai eu já chorei tanto hoje. -- Cida confessou e elas riram.
-- Eu acho que nunca chorei tanto também. -- Samantha disse rindo de felicidade desfazendo o contato delas.
-- Será que também posso? -- Amanda sorriu abrindo os braços para a mulher.
-- Claro que sim. -- Cida a abraçou com muito carinho. -- Vocês serão tão felizes meus amores. -- Ela afirmou deixando cada uma das mãos tocar o rosto das duas mulheres que sorriram já naquele efeito.
-- Sim, Cida. -- Samantha afirmou junto com sua esposa, sorriram em cumplicidade e ternura, para colar os lábios em um beijo amoroso.
As árvores espalhas pelo lugar deixava o ambiente ainda mais natural e aconchegante, local onde as mesas estavam dispersas formando três grandes fileiras retangulares e, acima delas, nos galhos das árvores as várias e várias lâmpadas formavam fileiras que, davam volta por toda a extensão do ambiente, e aos troncos das árvores continham luminárias ajudando na claridade amarelada do lugar e foi em clima romântico e tranquilo que todos sentaram-se e apreciaram o jantar entre brindes e felicidades...
Amanda estava sentada à mesa, percorreu o olhar pelo local em apreciação daquela linda noite, praticamente metade dos convidados ainda estavam à mesa e a outra distribuídas pelo local, todos engatados em uma conversa, na pista algumas pessoas dançavam a música calma que tocava no momento, sorriu deslumbrada, tudo ocorrera tão bem e de forma verdadeiramente mágica até então, fechou os olhos em apreciação de tamanha felicidade e emoção... Sentiu um doce toque no dorso de sua mão esquerda, sempre quente, notou sentindo seu coração que, batia tranquilo, até então, palpitar mais ávido diante daquela sensação. Sorriu ainda de olhos fechados sentindo sua cintura ser abraçada e seu corpo ser puxado calmo até colar no corpo ao lado dela. Deixou-se levar pelo carinho de ambas as mãos, e abriu os olhos vendo o dedo moreno pousar sobre a aliança e ali ficar em um carinho lento, via também a joia idêntica no dedo anelar de sua esposa, sorriu virando sua mão e as cruzando na de Samantha à medida que buscou os olhos dela.
-- Feliz? -- Samantha questionou em um sorriso.
-- Muito! Tanto que, não consigo medir o quão feliz eu estou, meu amor. -- Amanda advertiu em sinceridade e ganhou um sorriso na mesma reciprocidade de sentimento, para logo ser beijada em um selinho demorado, sorriram e de olhos fechados elas ficaram com os rostos colados em carinho dos mesmos por um tempo, o ar quente era de forma perfeitamente alternada na pele uma da outra.
-- Ahhh. -- O grito saiu fino e entre risos bem próximos as mulheres que despertaram do transe buscando a origem do mesmo.
-- Agatha! -- Natelly chegava de forma apressada atrás da menina.
-- Mãe ela quer me tomar. -- A menina mostrou o celular para ambas as mulheres que ainda não estavam entendendo nada.
-- Eu não queria te tomar nada, só não queria que viesse aqui agora. -- Natelly advertiu em explicação.
-- Mas elas tem que ver. -- Agatha por sua vez falou subindo ao colo de Samantha.
-- Eu sei, mas...
-- Ok. Uma de cada vez. -- Amanda falou e olhou Natelly em pedido de explicação.
-- A tia Vick mandou um vídeo bem legal pra vocês, olha só. -- Foi Agatha quem avisou em antecipação já procurando o mesmo no aparelho.
-- E eu vi vocês tão lindas abraçadas que não queria interromper. -- Natelly completou em sorriso sincero. -- Mas a apressada ai veio correndo. -- Avisou para rirem todas.
-- Olha aqui oh. -- Agatha se posicionou entre as mães mostrando a tela do celular de Samantha e dando início ao vídeo.
-- "Oieee casal feliz... -- A voz dela era de contentamento, assim como, o sorriso através da tela. -- Esse vídeo é para o casal. -- Ressaltou e continuou. -- Primeiro me perdoem por não estar aí nesse momento tão feliz e importante para vocês. -- Ela lamentou de forma sincera. -- Sam querida, você sabe que tenho um carinho enorme por você, te considero uma irmã, e não podia deixar de te desejar meus parabéns e toda a felicidade do mundo para você, para vocês. -- Ela disse e sorriu. -- Amanda, tivemos pouquíssimo tempo de convívio, mas conhecendo essa morena do seu lado eu afirmo que você foi a melhor coisa que aconteceu na vida dela esses tempos. -- Declarou e sorriu. -- Me sinto muito feliz por vocês, por essa celebração do amor de vocês... -- Ela disse e deu uma pausa em emoção, sorriu tentando não chorar... -- Eu desejo a vocês que o encanto deste momento nunca passe, e que sejam felizes para sempre. Parabéns, minha amiga, parabéns casal lindo. Amo vocês e torço sempre, grande beijo. -- Victória finalizou em um tchau e sorriso.
Samantha sorriu em surpresa e emoção com o ato da mulher que agora estava longe, no entanto, lhe provou que estava presente em mente e em torcida pela felicidade delas. Olhou Amanda e ela a fitou, sorriram em agradecimento e felicidade.
-- Legal né!? -- Agatha disse olhando de uma mãe para a outra.
-- Sim, filha.
-- Muito legal meu amor. -- Amanda complementou e beijou o rosto da menina.
-- Agora vou brincar com a Milena. -- A menina disse e saiu correndo as deixando rindo.
-- Lá vai eu de novo. -- Natelly disse já girando para seguir a menina, ela havia ficado em sua responsabilidade.
-- Ei? -- Samantha a deteve. -- Divirta-se. -- Falou ao ter a atenção da jovem.
-- Sério?
-- Sério. O pedido de cuidar dela era somente até o término da cerimônia, senão ela iria entrar uma porquinha suada. -- Samantha informou conhecendo bem a filha. -- Agora deixe-a brincar, e curta a festa também. -- A morena argumentou para um sorriso contente de Natelly.
-- Eu estou adorado essa nova família. -- A jovem proferiu com sincera alegria, a seguir deu um beijo no rosto de Samantha que sorriu em surpresa e agrado e depois beijou a mãe e as deixou sozinhas.
Samantha sorriu e levantou-se. -- A senhora, minha esposa, me concede a honra de uma dança? -- Indagou estendendo a mão a Amanda que sorriu pegando a mão lhe oferecida.
-- Sempre. -- Amanda afirmou e em gesto galanteador ela pegou o vestido e curvou-se em cumprimento. Elas riram e seguiram para a pista de dança.
-- Você é tão linda. -- Samantha observou apreciando o rosto de sua esposa que, sorriu.
-- Você é bem mais. -- Amanda advertiu também em apreciação de sua bela esposa, que no bailado da dança lenta a apertou mais no calor de seu corpo.
Samantha fechou os olhos sentindo-a deitar o rosto em seu colo, no peito de ambas os coração pulsavam em serenidade amorosa e cheio de paz. Não precisavam de palavras para descrever que elas estavam felizes, seus corpos, o momento, tudo era nítido para elas e todos ao redor.
-- Ela está tão feliz. -- Regina disse ao marido a seu lado, ambos olhavam filha e nora embevecidos.
-- Sim. Nunca a vi tão feliz assim desde o nascimento de Agatha. -- Henrique lembrou sem tirar os olhos de sua filha, sorriu satisfeito.
-- Amanda está grávida. -- Ela revelou a ele que a fitou rápido em surpresa.
-- Mesmo? É sério? -- Ele indagou em felicidade. Todos ficaram tristes com a primeira tentativa de Amanda e Samantha que dera errado.
-- Elas estão tomando cuidado para que Agatha não saiba ainda. -- Regina revelou o fitando, e ele acenou em compreensão. -- Elas ainda tem medo de perder novamente. -- Declarou.
-- Isso não vai acontecer. -- Ele assegurou e sorriu feliz naquele pedido. -- Mais um neto. -- Ele olhou para o casal de branco que dançava.
-- Ou neta. -- Regina completou na mesma contemplação.
-- Terá muito amor. -- Ele afirmou buscando a esposa a seu lado. -- Fizemos um bom trabalho não foi? -- Ele indagou assim que ela o olhou.
-- Fizemos sim, querido. -- A senhora elegante sorriu em total acordo.
-- Alex poderia nos dá logo essa mesma alegria não acha? -- Ele observou ao ver a filha conversando com algumas amigas e a namorada ali próximo.
-- Na hora certa essa alegria chegará meu bem. -- Regina observou olhando na mesma direção que o marido e vendo sua filha caçula, sorriu também em muito amor.
-- De fato. -- Ele concordou. -- Agora que tal a gente dançar um pouco? -- Ele a convidou gentil e animado.
-- Como nos velhos tempo. -- Regina sorriu aceitando.
-- Não tanto, a idade já chegou. -- Ele disse e ambos riram em acordo seguindo para a pista de dança.
* * *
-- É sim. -- Alexsandra sorriu em confirmação de algo que se quer havia prestado atenção, estava com os pensamentos a metros dali, exatamente em Laila, que, há meros dez minutos havia pedido licença e agora conversava sorridente com os pais e os irmãos, e de olhos fixos em sua namorada, Alexsandra a observava de forma apaixonada, Laila usava um saia floral longa com fenda até a coxa e na parte superior um croped preto, deixando sua barriga em amostra, para seu deleite e desespero, sabia que, assim como ela, todos ali reparavam na beleza e encanto da outra mulher, mulher esta, que com sua forma simples e natural estava sempre bela, e aquela noite então, estava muito mais, notou e sorriu maravilhada, sabendo que a dona de toda aquela beleza era sua, somente sua, pensou convicta daquilo.
-- O que acha, Alex?
A morena ouviu, mas dessa vez não havia a menor chance de saber o teor daquela pergunta, riu fraco.
-- Desculpa, depois conversamos, está bem, preciso ir. -- Ela avisou e saiu decidida a estar com a namorada. -- Oi, oi. -- Sorriu em cumprimento da família de Laila. E nesta, deu um beijo carinhoso no rosto á abraçando por trás.
Laila sorriu a recebendo de bom grado.
-- Deixou suas amigas sozinhas, querida. -- Cida notou vendo que as mesmas haviam acompanhando a ida da sua nora até ali.
-- Estava um papo chato. -- Confessou. -- Tenho coisas melhores para fazer e em melhor companhia. -- Ela sorriu olhando Laila que, sorriu ouvindo aquilo da namorada.
-- Wout que fofo. -- Mônica proferiu em voz mimada. -- E caso vocês não tenham entendido. -- Ela se referiu aos pais e ao irmão. -- Essa é a deixa para a gente capar o gato e deixá-las sozinhas, falou!? -- A jovem advertiu e Alexsandra foi a primeira a rir com vontade, a cunhada era esperta.
Após os risos a conversa familiar realmente se desfez e logo o casal ficou sozinho.
-- Papo chato era? -- Laila questionou em um riso duvidoso, acariciava as mãos da morena envolta sobre sua pele do abdômen.
Alexsandra sorriu e a puxou a fazendo girar com delicadeza, levou sua mão até o rosto de Laila lhe ajeitando uma mexa de cabelo.
-- A verdade? -- Alexsandra indagou.
-- Decerto que sim. -- Laila afirmou e a morena riu em entendimento.
-- A verdade é que eu não estava prestando atenção no assunto porque eu estava... -- Alexsandra a trouxe para colar em seu corpo. -- Perdida em admiração da mulher mais linda dessa festa. -- Completou ao ouvido de Laila que sorriu encantada.
-- E quem seria essa mulher? -- Laila fez um ar de contrariedade. -- Devo me preocupar com ela? -- Questionou em meio sorriso guiando suas mãos para a nuca de sua namorada.
-- Ah deve sim. -- Alexsandra afirmou em sorriso e viu Laila erguer a sobrancelha, riu mais ainda. -- Ela é perigosa, fica desfilando por aí espalhando sua beleza e seu perfume que hipnotiza a todos e quando a pessoa se dá conta, é tarde, está presa nos encantos dela. -- Alexsandra confessou e ambas sorriram de forma apaixonadamente bobas. -- Você é tão linda. -- Advertiu mergulhada no olhar amarelo que a fitava com o mesmo amor que também a olhava.
-- Não mais que você. -- Laila afirmou convicta daquilo, achava Alexsandra uma mulher de múltiplas belezas e a cada dia descobria o quão bela física e humanamente ela poderia ser. Sorriu a fitando maravilhada e, assim, foi a forma que conduziu seus dedos pelo rosto moreno até os lábios saborosamente bem delineados.
-- Você me faz tão feliz Alê, nunca pensei que amaria alguém como eu amo você. -- Laila confessou com todo amor que sentia e demonstrava isso em seu olhar, gestos e sorriso lindo.
A mastologista abriu um sorriso cheio de amor e felicidade por ouvir aquilo, sentia o mesmo por aquela jovem mulher em seu abraço, nunca pensou que estaria tão entregue a alguém de forma apaixonadamente leve como era com Laila.
-- E eu amo você. -- Afirmou em sinceridade instantes antes de colar sua boca na de Laila e sentir o encaixar perfeitos dos lábios em um sabor arrebatador a cada novo contato. Elas estavam embaladas naquele beijo calmo de toque e intenso de sentimentos quando a música que se iniciava no ambiente despertou a atenção delas, sorriram encerrando o beijo e deixando testas coladas e olhos fechados.
-- Primeiro filme que assistimos juntas. -- Laila lembrou buscando o olhar de Alexsandra, esta, a recebeu com um sorriso aberto em confirmação. -- Você pegou o controle e cantou a música todinha fazendo graça. -- Laila não pode deixar de rir ao lembrar da cena, sua namorada em pé na cama cantando para ela como se fosse um astro do roque, era engraçado e ao mesmo tempo apaixonante.
Alexsandra também gargalhou lembrando daquele dia e se afastando um pouco, levou a mão próximo a boca como se nela houvesse um microfone.
-- Era tipo isso? -- Questionou rindo. -- “... So happy together [...]”
Alexsandra cantarolava a música “Happy together-The Turtles” ao mesmo tempo que gesticulava em interpretação da mesma, sempre de olhos fixos em Laila que, sorria entre graça e encantamento de ver sua morena naquilo. A letra da música dizia exatamente o que sentia, achava que não saberia viver sem Alexsandra em sua vida, sem as brincadeiras e os momentos de amor e felicidade que ela a proporcionava. Alexsandra era uma mistura de alegria e amor intenso, e de todas as formas ela se entregava de corpo e alma, por mais simples ou descontraído que fosse o momento, e sempre a surpreendia, a exemplos como aquele, um momento bobo que enchia seu coração de alegria e amor e, que, só aumentava em seu coração, sorriu maravilhada, assistindo sua morena de beleza sem igual e voz encantadora, que como ela mesmo lhe dedicara em momentos atrás, a hipnotizar das formas mais inesperada.
-- “[...] So happy together. We're happy together. So happy together...” -- Alexsandra terminou a música entre risos.
-- Você é maluca. -- Laila observou a puxando para um abraço, ambas riam serenamente divertidas por alguns instantes.
-- Não gostou? -- Alexsandra indagou lhe fazendo um carinho no rosto.
-- Você sabe que sim. -- Laila sorriu. -- Você consegue ser incrível nos momentos mais inesperados Alê, e eu amo esse seu lado. -- Confessou em um sorriso apaixonado.
-- Aprendeu a amar não é? -- A mastologista sorriu em uma careta.
-- De certa forma sim. -- Laila concordou e sem mais sentiu seus lábios serem capturados pela outra morena que, após alguns instantes no toque calmo ela a ergueu do chão e girou com ela em seus braços, o beijo foi trocado por risos.
-- Happy together... -- Alexsandra proferiu com todo amor que sentia.
-- Happy together... -- Laila afirmou com mesmo sentimento.
****
-- Mas o que que é isso!? -- Lisandra olhava a mesa de degustação quando seus olhos pararam sobre uns petiscos nada saboroso diante de sua cobiça visual.
-- Concordo que a aparência não é das melhores, mas é uma delícia.
Lisandra ouviu uma voz atrás de si, e virou-se no desejo de ver a dona da fala agradável.
Natelly sorriu leve, assim que, obteve a atenção da menina. -- Experimente. -- Ela sugeriu no mesmo sorriso.
Lisandra desviou o olhar para os petiscos e não evitou em fazer uma careta voltando a olhar Natelly que, riu com a cena.
-- Eu não vou tocar nessa gosma. -- Advertiu em gestos negativos.
-- Não sabe o que está perdendo. -- Natelly falou debruçando-se levemente e pegando um, o pôs em sua boca, durante alguns instantes mastigou saboreando-o sob olhar atento de Lisandra. -- É realmente uma pena. -- A jovem disse em sorriso natural, assim como, lambeu os dedos polegar e indicador.
-- Se você colocar na minha boca dessa forma eu posso até comer. -- Lisandra proferiu em um sorriso sem vergonha o que deixou, Natelly, bastante surpresa e também envergonhada, desviou o olhar sorrindo. -- Desculpa, isso foi surreal. -- Lisandra disse realmente sem entender por que fizera aquilo.
-- Não, tudo bem. -- Natelly disse a olhando de volta, sorriu e pegou da mesma forma anterior mais um petisco. -- Se for o único jeito de você provar, então, que seja. Abra a boca. -- O sorriso era agora desafiador, enquanto segurava o pequeno alimento.
Lisandra riu divertida e sem acreditar, olhou para a comida na mão de Natelly, em seguida para o sorriso dela, o que antes não lhe era nada convidativo, daquela forma estava beirando a tentação, sorriu numa mistura de confusão e desafio instigante.
-- Manda pra cá. -- Disse abrindo levemente a boca em aceitação.
Natelly aumentou o sorriso em contentamento e sem demora conduziu a comida até a boca da outra menina. Esta, capturou-a junto com seus dedos e sem nenhuma reserva prendeu a mão de Natelly com a dela a fazendo recuar para fora do ambiente quente à medida que os limpava em uma lambida nada discreta, mas suave.
Natelly sorriu ignorando as reações que sentiu, ficando apenas a observando mastigar a comida.
-- Humm. -- Ela proferiu. -- É realmente uma delícia. -- Constatou em um sorriso.
-- Eu falei. -- Advertiu.
-- Sempre aborda as pessoas mandando elas comerem as coisas? -- Lisandra perguntou para um riso de Natelly.
-- Você foi a primeira. -- Confessou a olhando.
-- Oh! Então devo me sentir lisonjeada. -- A menina deduziu em um sorriso.
-- Eu acho justo. -- Natelly proferiu, e só então se dando conta que não havia se apresentado a ela. -- À propósito, meu nome é...
-- Natelly, é eu sei. -- Lisandra confessou. -- Na verdade acho que todos sabem, afinal suas mães casaram né, você entrou com a Agatha, enfim. -- Sorriu explanando sua ideia.
-- Se todos tiveram a mesma percepção que você, talvez. -- Natelly também compartilhou seu ponto de vista.
-- Mas também me apresentando, me chamo...
-- Lisandra. -- Natelly fez questão de antecipar-se. -- Viu, também tenho minha carta na manga. -- Disse e ambas riram.
-- Claro. -- Lisandra respondeu. -- Almas gêmeas a gente "se" completa. -- Falou olhando direto nos olhos cor de mel da jovem à sua frente.
-- Está me cantando? -- Natelly questionou em meio sorriso, estava verdadeiramente interessada na resposta.
-- Não sei, acha que estou? -- Lisandra sinceramente não sabia aquela resposta.
-- Não sei. -- Natelly disse dando leve ênfase na frase. -- Você quem deveria me dizer se tá ou não. -- Justificou.
-- Gostaria que eu tivesse?
A conversar era descontraída e bastante franca, igualmente, a postura delas.
-- Quem sabe... -- Natelly disse antes de desviar o olhar tentando sair dos risonhos acastanhado da outra que a deixavam um tanto sem saber o que fazer.
-- Oi meninas. -- Marina sorriu se aproximando delas, o que fez com que automaticamente elas se afastassem, dando atenção a recém chegada, ambas com um sorriso. -- Vejo que já se conheceram. -- Marina notou dando um beijo em ambas de forma animada. -- Lisandra a Naty é minha afilhada, sobrinha e quase filha. -- Disse para logo as três rirem. -- Meu anjo, essa é a Lisandra, irmã da Marcela.
-- É eu sei, tia. -- Natelly disse olhando a jovem a seu lado.
-- Que bom. -- Marina afirmou sorrindo. -- Preciso ir, estou procurando a Nádia, viu ela? -- Fitava Natelly.
-- A última vez que vi estava com vovô perto da entrada da casa.
-- Ok. Deixa eu ir. Divirtam-se. -- Disse as deixando sozinhas novamente.
-- Ela é uma ótima pessoa, Marcela está feliz com ela. -- Lisandra compartilhou de um sentimento que gostava.
-- E eu digo o mesmo da Mari. -- Natelly sorriu.
-- Um dia todos encontrarão o amor. -- Lisandra observou.
-- Provavelmente sim. -- Natelly inconscientemente lembrou de Nicolás. Os sonhos se foram tão rápido quanto chegaram. Ainda sentia uma tristeza e talvez melancolia por não ter dado certo, mas já não doía tanto como dias atrás, estava de certa forma conformada.
-- Não acredita? -- Lisandra havia notada a mudança dela.
-- Acredito, claro. -- A olhou sincera. -- Mas pra dar certo não depende somente da gente, acredite. -- Afirmou.
-- Por quê?
-- Porque as circunstâncias diversas te levam a isso.
Lisandra ficou pensativa por alguns segundos apenas.
-- Que conversa de adulto cafona. -- Soltou de repente o que fez Natelly rir, sem deixar de concordar com ela. -- Somos adolescentes perdidas dos pais e estamos numa festa alegre, então... -- Lisandra aproveitou que um garçom passava próximo a elas, pegou duas taças de champanhe, sempre a olhos atentos de Natelly. -- Vamos agir como tal. -- Afirmou entregando uma para Natelly que, a pegou rindo, mas sem a intensão de beber aquilo. -- Tim, tim. -- Disse tocando sua taça na de Natelly e logo em seguida beber um gole considerável.
-- Você é maluca! -- Natelly observou.
-- Bebe, é gostoso. -- Lisandra sorriu em certeza.
-- Eu não posso beber. -- Avisou.
-- Por quê?
-- Minha mãe não deixa. -- Confessou em um sorriso fraco.
-- Oh, medinho da mamãe. -- Lisandra disse a provocando.
-- Não é isso, eu prometi. -- Natelly disse incisiva. -- Passei mal com vinho uma vez e prometi não beber mais. -- Avisou de forma mais branda.
-- Certo! -- Lisandra disse pegando a taça da mão dela e junto com a sua, as colocou sobre a mesa ao lado delas. -- Plano, beber feito loucas, cancelado. -- Proferiu e Natelly riu, aquela menina lhe provocava isso, tão fácil.
-- Sinto muito. -- Disse rindo.
-- Não sinta, ainda. Tem o plano B. -- O sorriso de Lisandra era puramente de quem estava tramando algo.
-- Que plano B? -- Natelly questionou deveras surpresa.
-- Vem comigo. – Lisandra disse lhe pegando a mão e a puxou andando de forma rápida.
-- Espera, para aonde vamos? -- Questionou a seguindo com receio.
-- Vai ver. -- Lisandra sorriu a olhando e sem soltá-la a levou consigo para trás da enorme casa. -- Olha só. -- Disse parando ao lado da grande piscina de cor azul. Sorriu buscando o olhar espantado de Natelly. -- Trouxe biquíni? -- Sorria.
-- O quê? -- Natelly, interrogou surpresa. -- Claro que não, é uma festa de casamento. -- Advertiu espantada. -- Aliás onde deveríamos estar nesse momento e não aqui.
-- Modo de dizer sua boba. -- Lisandra afirmou rindo. Em seguida curvou o corpo e retirou um dos tênis em seguida o outro.
-- O que tá fazendo? -- Natelly perguntou temerosa.
-- Vamos banhar. -- Afirmou rindo e iniciando a retirada de sua blusa.
-- É o quê!? -- Agora ela estava nervosa. -- A piscina não está liberada, Lisandra. -- Advertiu séria.
-- Ninguém vai ver. Anda, deixa de ser medrosa e tira a roupa. -- Lisandra avisou após jogar a blusa sobre a grama verde.
-- Eu? Não mesmo! -- Natelly recusou veemente. -- Eu vou embora. -- Avisou dando a costa.
-- Ei? -- Lisandra a pegou pelo braço a puxando, seus corpos colidiram e tentando um equilíbrio sobre o leve salto, Natelly, pousou ambas as mãos sobre a cintura de Lisandra, ela estava quente, notou as afastando rapidamente dali. Porém, Lisandra não a soltou. -- Para de agir sempre certinha demais, é chato. -- Afirmou a olhando firme nos olhos. -- Vamos, vai ser legal. -- Sorriu tentando a convencer. Natelly, suspirou ainda relutante, não iria fazer aquilo, sem roupas adequadas e muito menos no casamento da sua mãe, pensou ficando em silêncio.
-- Tudo bem, estou vendo que não vou te convencer a fazer isso. -- Lisandra disse a soltando e lhe dando a costa.
Natelly notou claramente a decepção no olhar e postura da outra. Embora soubesse que estava totalmente certa em sua escolha e postura, também se decepcionou consigo mesmo, aquele senso correto dela a deixava em circunstância como aquela, chatas. Talvez Lisandra estivesse mesmo certa, uma liberdade de postura e de receios, às vezes, fosse realmente bom.
-- Vamos. -- Lisandra a chamou, havia posto a blusa e o tênis de volta ao corpo. -- Vou procurar a Marcela, quero ir pra casa. -- Confessou ao passar por Natelly.
Em um verdadeiro impulso, Natelly a deteve pegando em sua mão e, em um ato completamente deliberado a puxou na direção da piscina. Ambas as jovem percorreram e pequeno espaço, Natelly na frente levando consigo uma Lisandra cambaleante e juntas caíram na água. Cada uma submersas na água e em seus pensamentos. E juntas alcançaram a superfície. Natelly, não conseguia acreditar que havia feito aquilo, logo lhe veio um certo desespero e arrependimento, mas era tarde.
-- Uuuhuuuu! -- Lisandra soltou um grito entre gargalhadas. -- Era disso que eu tava falando! -- Disse olhando Natelly a seu lado, havia adorado aquilo.
Natelly a encarou ainda sem crer no que havia feito e mais ainda sobre a reação da outra. Mas incrivelmente um sorriso se formou em seus lábios, estava feliz por Lisandra estar feliz, sem contar que ter feito aquilo, de fato, fora incrível e de alguma forma libertadora.
-- E agora? -- Natelly questionou a olhando. Ambas flutuavam com certa dificuldade devido às roupas e calçados ainda no corpo delas.
-- Agora relaxa daminha de honra. -- Lisandra sorriu deixando seu corpo boiar. -- A água está quentinha. -- Notou.
Natelly apenas riu, tentando fazer o sugerido. Porém, tanto o medo de serem pegas quanto o vestido, agora pesado a impedia de fazê-lo, então, nadou para a borda.
-- Ei não fuja! -- Lisandra disse a seguindo.
-- Não estou fugindo, não consigo nadar com essa roupa. -- Avisou a observando chegar a seu lado.
-- Tá ruim mesmo. -- Lisandra riu concordando, e também colocou ambos os braços na borda se segurando, a fitou em um sorriso.
-- Que foi? -- Natelly indagou.
-- Me surpreendeu. -- Avisou.
-- Eu te entendo bem. -- Natelly afirmou rindo. -- Minha mãe vai ter um treco. -- Lembrou.
-- Pode dizer que foi eu que te empurrei. -- Sugeriu e Natelly riu.
-- Você é sempre assim? -- Questionou.
-- Assim como? -- Lisandra perguntou pondo ambos os pés na parede da piscina, dando assim um impulso no corpo que foi até o meio da piscina.
-- Despreocupada. -- Natelly disse a olhando nadar de volta.
-- Acho que sim. -- Disse simplesmente em um sorriso.
Natelly não disse nada, apenas ficou a observando, além de alegre, divertida e com certeza nada monótona, Lisandra era linda. Nunca havia reparado daquela forma em outra garota, não sabia o que ou o porquê, mas alguma coisa nela a fazia se sentir atraída, não sabia distinguir se era uma atração física ou de alguma maneira, apenas admiração daquele jeito de ser da garota.
Por sua vez, Lisandra também estava mergulhada na imagem que era o rosto angelical da garota a seu lado. Os cabelos ainda estavam presos no coque agora molhado. As gotas de água espalhadas pela face em contraste com a maquiagem ainda intacta dava a mesma um brilho diferente, mais belo, guiados por um imã inexplicável seus olhos pousaram na boca de Natelly, o batom rosado dava aos lábios dela um efeito bem mais convidativos, ali, de perto, era irresistível, Lisandra notou avançando lenta, buscou os olhos de Natelly, esta, olhava a sua boca, foi o bastante para não desistir do que queria.
-- Ei, vocês duas?
Elas ouviram uma voz masculina e junto uma forte luz pairava sobre os rostos delas. Tentando fugir daquilo, elas automaticamente levantam uma das mãos cobrindo os olhos.
-- Vocês não deveriam está aí! -- Ele advertiu sério desligando a lanterna depois de se aproximar.
-- Desculpa moço. -- Lisandra falou fazendo uma cara arrependida e assustada. -- Eu caí na piscina e como eu não sei nadar ela pulou pra me ajudar. -- Justificou chamando a atenção de Natelly que ria internamente com a cara de pau dela. Nesse instante Lisandra a olhou incisiva.
-- É foi isso mesmo. -- Natelly confirmou olhando o homem séria, tentando não rir.
-- Saiam da piscina. -- Ele falou logo em seguida.
-- Então ajuda oras bola. -- Lisandra advertiu agora de forma séria enquanto estendia a mão.
Ele as ajudou sem nada dizer.
-- Obrigada viu. -- Lisandra disse sorrindo. -- Pode ir.
-- Me acompanhem. -- Ele falou tomando a frente.
-- Droga! -- Lisandra proferiu olhando, Natelly.
-- Eu avisei, vamos logo. -- Natelly disse o seguindo, sentia que já estava ferrada mesmo, riu pela primeira vez sem se importar, fora legal os minutos atrás. Lisandra correu a acompanhando e ambas riram ao olharem uma a outra.
A cena a seguir era elas em pé uma do lado da outra encarando o chão que ficava cada vez mais molhando aos pés delas. Natelly encarou a mãe que, por sua vez, estava com a mão na cintura tentando entender aquilo.
-- Lis? -- Marcela chegou de forma preocupada. -- O que aconteceu? -- Questionou olhando as jovem encharcadas.
-- Tô bem. -- Lisandra afirmou.
-- Ela caiu na piscina, um perigo ela não saber nadar, sorte que a Naty estava com ela. -- Lúcia relatou o que ouviu do homem que as encontrou na piscina.
-- Mas, Lisandra sabe nadar. -- Marcela assentiu confusa olhando a fila de mulheres também presentes. Amanda, Samantha, Carmem, Lúcia, depois Marina e Alexsandra, Nádia chegaram e o debate começou.
-- Você queria uma cena, conseguiu. -- Natelly balbuciou e Lisandra riu.
-- Então, filha? -- Amanda insistiu olhando diretamente para sua filha. Não estava com raiva, estava preocupada e tentando entender.
-- Será que podemos nos enxugar primeiro? -- A garota questionou envergonhada.
-- Já pedi os roupões. -- Carmem avisou e logo uma de suas assistente lhe entregou dois roupões e duas toalhas. -- Aqui meninas. -- Sorriu dando a elas. -- Venham comigo. -- Ela as retirou dali as levando cada uma para um quarto. Apenas Amanda e Marcela as seguiram.
Enquanto retirava a roupa e se enxugava Natelly contou a mãe, sem mentiras, como havia parada na piscina e ficado molhada daquela forma.
-- Eu não sei nem o que dizer. -- Foi a frase de Amanda ao ouvir a filha. -- O que deu em você pra fazer isso, Naty? -- Questionou sem reconhecer a atitude da garota.
-- Não sei mãe, só fiz. -- Ela confessou e ao lembrar da cena delas pulando, riu. -- Mas foi divertido. -- Falou para um negar de cabeça de Amanda que desistiu de entender.
-- Não saía daqui, vou dar um jeito em uma roupa pra você. -- Disse e saiu.
Instantes depois, Natelly escutou duas batidas na porta e sorriu ao ver Lisandra entrar, também estava vestida no roupão e com a toalha ela esfregava o cabelo.
-- Sua mãe brigou com você? -- Lisandra perguntou se aproximando.
-- Não e sua irmã? -- Sorria.
-- Só um pouquinho, normal. -- Disse dando de ombros e sentando na cama ao lado de Natelly. -- O que disse pra sua mãe?
-- A verdade. -- Confessou.
-- Por que não me surpreende. -- Lisandra disse rindo e viu a outra a acompanhar.
-- E você o que disse?
-- A verdade. -- Lisandra afirmou para surpresa de Natelly. -- Aprendo rápido viu? -- Se referia ao jeito de ser da outra. -- Ela está ligando pra minha mãe...
-- Você vai embora? -- Quis saber, não queria aquilo, estranhou.
-- Não, ela vai pedir pra minha mãe trazer uma roupa. -- Disse risonha.
-- Que confusão a gente causou. -- Natelly notou pensando em sua mãe, talvez ela tivesse ficado decepcionada, logo no dia do seu casamento, pensou agora de forma mais calma, fora uma irresponsabilidade de sua parte.
-- Isso aí é uma cara de arrependida. -- Natelly ouviu e riu. -- Isso acontece porque você só ver o lado ruim da coisa. -- Lisandra completou. -- Elas existem, mas nem sempre é na intensidade que a gente imagina, procure focar na parte legal que sentiu quando a gente estava lá na piscina, elimine o resto. -- Falou e levantou-se.
-- Espera. -- Natelly pediu a olhando. -- Na piscina, você ia me beijar? -- Aquilo foi a parte legal na qual havia focado.
-- Provavelmente sim. -- Lisandra confessou em uma reação sincera e terna.
-- Provavelmente eu teria gostado. -- Foi a confissão de Natelly que, desviou o olhar para um canto qualquer, não conseguiu encará-la como queria, sem timidez.
Lisandra sorriu a olhando em surpresa e contentamento.
-- Filha, eu... -- Amanda entrou de surpresa, vendo Lisandra. -- Ah está aqui, sua irmã está te procurando. -- Avisou a outra menina.
-- Tchau. -- Lisandra disse olhando Natelly com um sorriso aberto.
-- Tchau. -- Disse e a viu sair logo em seguida.
-- Seu pai foi pegar uma roupa pra você. -- Amanda disse sentando ao lado dela.
-- Ah não, papai não sabe nada disso. -- Natelly reclamou.
-- A Camila foi com ele. -- Amanda avisou rindo.
-- Menos mal. -- Proferiu a olhando. -- Desculpa mãe, não queria estragar sua festa de casamento. -- Falou sentida.
-- Não estragou nada. -- Amanda disse sincera, a abraçou em carinho e a beijou na testa. -- Só não faça de novo, você não é disso. -- Observou. -- Não vai querer me dá trabalho logo agora, vai? -- Indagou e Natelly riu negando. -- Ótimo. -- Amanda disse sorrindo.
Depois de devidamente arrumada, Natelly voltou ao local da festa, assim que alcançou o jardim seus olhos encontraram os de Lisandra, um sorriso se desenhou automático em seus lábios, a vendo lhe acenar mediante a um sorriso aberto e travesso.
-- Venha querida, sua mãe te chama pra tirar fotos. -- Carmem a despertou, a levando para junto da mãe. Ainda buscou pela outra menina, mas ela já não se encontrava no mesmo lugar.
-- Já está dando tchauzinho? -- Marcela disse bem atrás da irmã que, assustou-se e virou a encarando. -- Sabe que eu cheguei a pensar que estava vendo coisas. -- A mulher mais velha disse em um sorriso.
-- Foi só um oi. -- Lisandra deu de ombros e foi até à mesa de degustação pegando algo e comendo, optou pelo mesmo petisco que Natelly lhe dera na boca, sorriu em lembrança.
-- Desde quando sente isso? -- Marcela insistiu indo até ela.
-- O quê? Fome? -- A jovem questionou de boca cheia. -- Desde sempre. -- Riu da mesma forma.
Marcela revirou os olhos em irritação.
-- Não, né besta. -- Respondeu cruzando os braços a encarando. -- Atração por uma garota? Aquela garota. -- Marcela fez uma careta estranha enquanto apontava a direção que Natelly havia ido. -- Tinha que ser logo ela? Oh Deus, esse teste tá ficando pesado. -- Marcela olhou para o céu e ouviu um riso alto a sua frente. -- Para de rir, Lisandra. É sério caramba, a mãe dela tá no meu pé, preciso andar na linha e você tá paquerando logo a filha dela? -- Falou realmente preocupada.
-- Quanto drama maninha. -- Lisandra afirmou rindo. -- Nada a ver uma coisa com a outra coisa. -- Disse gesticulando os dois dedos indicadores de um lado ao outro. -- Sacou? -- Os apontou para a irmã.
-- Para de conversas em códigos, Lis. -- Marcela pediu agoniada com aquilo. -- E me responde de uma vez, o que aconteceu entre vocês? -- Questionou incisiva e séria.
Lisandra suspirou vendo que Marcela não estava com brincadeiras.
-- Nada, não aconteceu absolutamente nada. -- Afirmou.
Marcela agradeceu mentalmente e sorriu, sorriso que logo morreu ao ouvir as frase seguinte da menina. -- Eu quase a beijei, isso conta? -- Questionou em meio riso.
-- Ah, mas que droga, Lisandra! -- Marcela deu um tapa na própria perna em decepção, em seguida a fitou.
-- Deixa de besteira Marcela, era só o momento, curiosidade, sei lá. -- Lisandra foi quem disse, sem entender todo o receio da irmã. -- Nem aconteceu nada, não sei pra que você está fazendo tempestade num copo d'água. -- Observou voltando a comer um salgado de forma despreocupada.
-- Ok. -- Marcela disse e suspirou se acalmando. -- Sério Lis, não quero mais problemas com a amiga da Marina, vou confiar em você. -- Afirmou sincera. -- Mas, por favor, qualquer coisa que você sentir, quiser, alguma dúvida sobre isso que sente ou sentiu, sei lá, qualquer coisa, promete que vai me falar? -- Pediu a olhando em expectativa.
-- Sobre a Natelly? -- Lisandra perguntou.
-- Principalmente sobre ela. -- Foi a resposta da mais velha. E Lisandra riu. -- Prometa logo. -- Insistiu.
-- Tá, eu prometo. -- A menina afirmou sorrindo, para logo ser abraçada por Marcela.
-- Sabe o que pensei agora? -- Marcela lembrou rindo.
-- O quê? -- Perguntou as separando.
-- Que o papai vai ter um troço se você for mesmo lésbica. -- Marcela disse caindo em uma gargalhada. Lisandra que compreendia bem aquilo, também não conteve o riso alto. -- Pronto, ele vai me culpar por isso também. -- Notou ainda rindo. -- Infectei o bebê dele. -- Disse levando sua mão ao queixo de Lisandra e apertando. Á garota que também ria, a fez tirar a mão dali.
-- Posso saber o motivo de tanta alegria? -- Marina questionou se aproximando delas em um sorriso.
-- A felicidade. -- Marcela sorriu a olhando com um brilho nos olhos. Marina era uma mulher deslumbrante e tinha sorte de tê-la em sua vida.
-- Excelente motivo. -- Marina afirmou em um sorriso se encachando no abraço de sua namorada.
-- Vão me desculpar, mas essa vela eu passo. -- Lisandra disse saindo sem cerimônia.
-- Oh. -- Marina disse rindo.
-- Comporte-se! -- Marcela disse e apenas viu um aceno da irmã de costa, riu voltando sua atenção a bela dama em seus braços. -- Já disse o quanto está sexy nesse vestido? -- Questionou em um sorriso.
-- Humm. -- Marina fingiu pensar. -- Não. -- Falou.
-- Que descuido meu. -- Marcela declarou. -- Minha namorada está tão sexy nesse vestido. Estou louca para tirá-lo. -- Completou próximo ao ouvido de Marina que em resposta pressionou ambas as mãos na cintura de Marcela, em seguida a beijou demoradamente.
Á metros dali um homem estava assombrado com a cena, mas uma delas.
-- Ah tenha santa paciência, todo lugar que se olha tem mulher se atracando. -- Carlos falou em evidente preconceito.
-- Carlos! -- Lúcia o repreendeu severa e irritada. -- É o casamento da sua filha que, caso não se lembre, foi com uma MULHER. -- Bradou o olhando séria. -- Agora ver se não abre mais essa sua boca se for pra falar besteiras. -- Advertiu com dedo em riste o deixando surpreso. -- Não estrague a imagem boa que deu a sua filha hoje, ao menos não deixe ela perceber que no fundo nada mudou em você. -- Completou sendo incisiva.
-- Agora o errado sou eu? -- Ele indagou ofendido.
-- Sim! -- Advertiu deveras irritada. -- Você não tem mais conserto mesmo. Não quer ver? Feche os olhos ou vai embora, mas não me venha com seu preconceito idiota, principalmente nesse momento. -- Avisou e saiu o deixando sozinho e sem palavras. -- Cadê sua irmã? -- Lúcia perguntou ao encontrar, Nádia.
-- Tirando fotos. -- Ela respondeu. -- A senhora está bem? -- Notou o nervosismo da mãe.
-- Seu pai com o mesmo discurso homofóbico dele. -- Avisou sentida e com evidente raiva.
-- O que ele fez dessa vez?
-- Não quero nem repetir, não vale a pena. -- Suspirou. -- Vou falar com a Eloá e Samantha e vou embora levando o embuste do teu pai, antes que ele estrague a festa da sua irmã. -- Lúcia disse com receio.
-- Ah não vai mesmo. -- Nádia advertiu achando uma injustiça. -- Acha mesmo que a Eloá vai gostar dessa ideia? -- Indagou sem dúvida.
-- Seu pai está nervoso com tudo isso e já viu várias demonstrações de afeto das amigas de sua irmã. Conheço o seu pai, ele veio porque ama Eloá, mas ao mesmo tempo ele odeia o que assistiu entre a filha e Samantha e, o que vê aqui entre as mulheres. -- Advertiu convicta daquilo. -- Ele está prestes a explodir e não vou deixar que isso estrague a felicidade da Eloá. -- Explanou com calma seus pensamentos.
Nádia embora não quisesse que ela fosse, sabia que a mãe estava certa, era a dura realidade. No entanto, não deixaria sua mãe sair daquela forma, pelo menos não antes de sua irmã e a esposa saírem em lua de mel.
-- A senhora pode estar certa, mas a Eloá não vai deixar a senhora ir embora. -- Nádia advertiu. -- Fique até o final, eu vou falar com o papai, e garanto que ele não vai falar nada, ao menos hoje. -- Ela afirmou olhando a mãe.
-- Mas...
-- Deixa isso comigo, e fique com a Eloá. -- Nádia insistiu e saiu em direção ao pai.
-- Ah que bom. -- Carlos proferiu ao ver sua filha do meio. -- Alguém confiável para me fazer companhia, já estava cansado de tanta...
-- Olha só, pai. -- Nádia já chegou proferindo com seriedade. -- Escuta bem o que vou dizer. -- Falou já com certo cansaço com as atitudes do pai. -- Eu sei muito bem o que o senhor acha desse casamento e dos casais gays que estão aqui presentes, então me poupe de ouvir essa sua ladainha de sempre...
-- Mas o que isso? Olha bem como fala com seu pai.
-- Já deu pai! -- Nádia proferiu irritada, mas contida o suficiente para que somente ele ouvisse. -- Eu estou por aqui com o senhor, seus preconceitos e ações maldosas com pessoas que não tem nada a ver com sua vida, que não dependem de você e muito menos com o que você acha ou deixa de achar. -- Afirmou em voz e gestos contidos, mas deveras irritados. -- Então, das duas uma, ou o senhor fica num canto calado como se fosse estatua, ou vai embora agora, antes que faça alguma merd*, qual vai ser? -- Ela questionou incisiva.
Carlos a encarava atordoado, jamais tinha visto sua filha agir de tal forma, muito menos com ele, estava tão sem ação ou argumentos que não soube o que dizer e muito menos como agir diante daquele momento inesperado.
-- Estou esperando Doutor Carlos. -- Ela afirmou.
-- Eu... Vou procurar a sua mãe para irmos embora. -- Ele disse ainda sem muita certeza.
-- Negativo! -- Nádia o deteve. -- Se for embora, o senhor vai sozinho, a mamãe fica, e não estou de brincadeira, pai. -- Ela argumentou ainda séria.
-- Nád? -- Felipe veio sorridente chamando atenção da irmã. -- Tem um cara que quer te conhecer. -- Avisou sem notar o clima entre ela e o pai.
-- Ah não Felipe, estou fechada pra balanço. -- Nádia foi logo avisando com sinceridade e ainda irritação do momento anterior, e assim, fitou o pai. -- Está avisado, se fizer besteira, eu serei a próxima a sair de casa. -- Afirmou e deu a costa saindo dali.
-- Sair de casa? -- Felipe indagou olhando ela se afastar e após olhar seu pai, resolveu a seguir. -- Ei? -- Ele a parou. -- Que papo é esse de sair de casa? Segura tua onda, ou eu também saio com você. -- Ele afirmou receoso o que fez ela rir lembrando que ele também estava no mesmo barco que ela.
-- Fica calmo, foi um blefe, espero ter surtido efeito. -- Nádia confessou de forma mais calma.
-- É bom que seja hein. -- Ele avisou e sorriu.
-- É. -- Ela concordou e continuou a seguir seu caminho.
-- Ei? Espera. -- Ele a deteve novamente. -- Vai lá dá oi pro cara, se não quer e só falar “oi, tô fora”, ele está me enchendo o saco. -- Felipe confessou em pedido.
-- Não estou interessada Lipe, não quero nem papo, sem contar que teus amigos não são nada interessante né!? -- Ela lembrou.
-- Humm, eu tentei. -- Ele proferiu dando de ombros e Nádia riu.
-- Tentou sim. -- Ela disse pegando no ombro dele em um carinho e saiu a passos lentos, observando o local. As pessoas estavam elegantes a seu modo, espalhadas entre grupos, trios, duplas, bem como desejavam em uma conversa sempre com sorriso e risos nos rostos e uma taça com bebidas ou alguma coisa para beliscar. Devidamente servidos por vários garçons que circulavam por todo espaço. Fitou o céu, estava escuro, o brilho da perfeita iluminação do enorme jardim gramado devidamente decorado com flores naturais e luzes impedia a visão das estrelas. A cerimônia do casamento da irmã fora lindo, assim como, estava sendo a festa e tudo até então, todos ali estavam confortáveis e era evidente a felicidade deles tanto pelo casal e pela bela festa que decorria no momento. O som era devidamente providenciado por um DJ e no momento tocava um Rit internacional estava um som ambiente e combinava tanto para dançar ou somente apreciar. Sorriu satisfeita e muito feliz por sua irmã, ela estava realizando um sonho e, agora sim, estava vivenciando e adorando cada segundo daquela real felicidade. Pegou uma flor do portal de entrada em direção de onde ficou o altar, e levou até o nariz solvendo melhor aquele perfume.
-- Eu estava a horas me perguntando quando teria essa oportunidade. -- Uma voz grave, porém sonoramente suave soou atrás de Nádia. Esta, suspirou um tanto desinteressada.
-- Falei pro Felipe que não estava a fim de conhecer ninguém. -- Ela virou o encarando e logo se arrependeu por verificar que ele não era quem pensava que fosse ou esperava que fosse. Estava completamente perdida em pensamentos observando o homem elegante, olhos de um doce acastanhado lhe olhar em dúvida e provável arrependimento devido sua recepção nada agradável.
-- Quem é Felipe? -- Ele questionou e riu fraco seriamente sem saber de quem se tratava. -- Desculpa acho que ainda não foi uma boa hora. -- Ele notou e falando gentilmente o que fez com que Nádia se arrependesse mais ainda por sua indelicadeza. -- Eu... Desculpa. -- Ele proferiu mais uma vez e girou decidido a afastar-se.
-- Espera! -- Nádia o deteve lhe tomando o braço no ato, ele parou a olhando certamente confuso e surpreso. -- Desculpa. -- Ela o soltou de imediato ao notar que o segurava sem permissão, o fitou por um instante tanto em avaliação quanto em pensamento de como se desculpar. -- Olha me desculpa a indelicadeza na recepção, mas eu pensei ser outra pessoa. -- Confessou e sorriu fraco tentando demonstrar mais carisma. -- Sabe? Daquelas bem inconveniente. -- Completou em mais explicação.
-- Estou mais aliviado agora, por saber que a doce mulher que observei o tempo inteiro, não ser na verdade uma gata selvagem pronta pra atacar pobres mortais como eu. -- Ele confessou deixando suas mãos se esconderem nos bolsos da calça esporte fino enquanto a fitava de forma serena e gentil.
Nádia sorriu, mas espontaneamente arqueou a sobrancelha em surpresa por saber que era vigiada por ele o que despertou mais ainda sua curiosidade e interesse em seguir adiante com aquela conversa e companhia.
-- Estava me vigiando? -- Indagou cruzando os braços em um sorriso inquisidor, mas de forma suave.
Ele riu baixando a cabeça sabendo que falara demais. -- É eu confesso, me pegou. -- Ele afirmou voltando a encara-la, agora com um sorriso o que fez ela sorrir também. -- Mas não sou psicopata, juro. -- Completou.
-- Os psicopatas também dizem que não são. -- Ela proferiu sem deixar de olhá-lo.
-- É tem razão, me pegou de novo. -- Ele afirmou para mais um riso em conjunto.
-- Psicopata ou não tem um nome, certo? -- Nádia proferiu.
-- Ok, promete que após eu me apresentar a gente vai parar com esse papo sinistro de psicopata? -- Ele questionou. -- Estou começando a ficar com receio de que é eu quem corre perigo aqui. -- Relatou para ouvir uma gargalhada de Nádia. -- Olha ai, a risada de psicopata. -- Ele afirmou retirando uma mão do bolso e apontando para a mulher que o fitava ainda rindo, mas que ao ouvir sua afirmação avançou sobre ele lhe proferindo tapas sobre os braços. -- Socorro! -- Ele proferiu em tom mais elevado enquanto tentava conter o riso mediante os tapas. -- Socorro, tem uma psicopata descontro... -- Ele não terminou, porque teve sua boca tapada por Nádia.
-- Idiota! -- Nádia disse tendo-o preso com uma das mãos sobre a cintura dele e a outra ainda lhe tapava a boca, onde o sentia rir, ria também daquilo, sabia que ele brincava com ela. A seguir ouviu ele proferir algo, mas não entendeu nada, então retirou sua mão. -- O que? -- Ela quis saber.
-- Eu disse, sou qualquer coisa que me ajude a ver seu sorriso lindo sempre. -- Confessou e sorriu a tendo ainda lhe segurando próximo o que só aumentou a tensão mediante o clima entre eles.
Nádia se afastou de forma rápida, desviou o olhar entre a vergonha e a felicidade de ouvir aquilo e ter gostado das reações de seu corpo diante do homem ainda desconhecido para ela.
-- Richard Garcia, muito prazer. -- Ele se apresentou formalmente estendendo a mão para Nádia que, após fitar a mesma por um instante a pegou tendo a sua delicadamente apertada por ele.
-- Nádia Franco, prazer. -- Ela proferiu o fitando e ambos sorriram gentis.
-- Irmã da noiva, correto? -- Ele indagou já certo daquilo. -- Digo a outra noiva sem ser a Samantha. -- Ele explicou e para rirem.
-- Sim, eu entendi. -- Nádia avisou. -- Vejo que está informado sobre mim. -- Reparou o fitando enquanto cruzava os braços novamente, acontecia quando não sabia onde pô-los.
-- Ah vamos, isso não é tão difícil, além da leve semelhança entre vocês, a metade dessas pessoas aqui são amigos e parentes de sua família, então é fácil ouvir aqui e ali que são irmãs. -- Ele esclareceu em sua defesa.
-- É, tenho que concordar com seu argumento. -- Nádia disse e sorriu. -- O que me leva a deduzir que não é convidado de minha irmã, é de Samantha, o que me leva a questionar qual é a sua relação com minha cunhada? -- Indagou e isso fez o homem sorrir.
-- Ótima percepção senhorita Franco. -- Ele disse galanteador em um sorriso. -- Mas sua linha de raciocínio teve um leve equívoco. -- Disse apontando o dedo indicador para Nádia e depois o trouxe o ponto no queixo em reflexão o que fez Nádia rir. -- Conheço a doutora Samantha sim, e a família dela, mas não foi ela quem me convidou, o convite se estendeu até mim, através de minha irmã, que por sua vez é amiga e trabalha com Samantha no hospital.
-- Ah detalhes. -- Nádia proferiu rindo após a esclarecedora explicação dele.
-- Pois é, ai como não perco uma boca livre, eu vim. -- Ele confessou dando de ombros para mais um riso solto da mulher a sua frente. -- Falando nisso, aceita um drinque em minha companhia? -- Indagou verdadeiramente interessado num sim.
-- Por que não!? -- Nádia indagou mais para si mesmo em voz alta, e sorriu ao vê-lo lhe estender o braço de forma formal, sem demoras entrelaçou o seu ali e o acompanhou em um sorriso leve.
* * * *
Caroline sorriu pela primeira vez naquela festa de forma internamente diferente, ao ouvir a voz do outro lado da linha, fisicamente, distante dela, mais do que queria, suspirou, procurando na mente o motivo de ter ligado, mas, não havia nenhum motivo além da saudade que sentia da outra mulher, negou com a cabeça em um sorriso conformado.
-- Saudade loira?
Caroline riu, não gostava de ser chamada daquele jeito por ninguém, e de novo tendo paradigmas quebrados, vindo de Lauren era tão bom e carinhoso, não negava que gostava.
-- Te atrapalho? -- Caroline questionou.
-- Fugindo da pergunta soldado?
Caroline ouviu e sorriu abertamente.
-- Não, eu realmente queria saber se não estava te atrapalhando. -- Afirmou em sinceridade. -- E sim, eu liguei, porque estava com vontade de falar com você.
-- Humm, ou seja, saudade de mim, loira. -- Disse em sorriso, brincava com a loira ao mesmo tempo em que amava ter recebido aquela ligação partindo da policial.
Caroline apenas sorriu. -- Pelas minhas contas é para estar em um casamento, coração. -- Lauren observou.
-- E estou. -- Caroline confessou desviando o olhar para onde a festa acontecia e as pessoas se concentravam entre conversa, dança e bebidas. Ela estava em um ponto mais calmo e afastado. -- Resolvi te dá um oi, por hoje. -- Caroline confessou e ambas sorriram maravilhada.
-- Adorei isso, loira. -- Lauren confessou. -- Não liguei, pois sabia que estava ocupada. -- Alegou.
-- É, o dia foi bem corrido aqui.
-- E como foi a cerimônia? Já dançou? -- Lauren estava bem curiosa. -- Tenha em mente que te cobrarei uma dança. -- Lauren advertiu para ouvir um riso de Caroline.
-- Não, você já me deve uma coisa.
-- Sobre isso, conversaremos quando voltar.
Caroline riu concordando. -- A cerimônia foi linda, bem emocionante mesmo. -- Confessou com um sorriso feliz por sua amiga. -- E ainda não dancei, dançaremos somente quando a Eloá e a Samantha estiverem próximas de ir pro hotel. -- Ela explicou calma.
-- Ah legal, amor. -- Lauren concordou em tom carinhoso.
-- Mas não vai demorar não. -- Observou sem deixar de sorrir pelo amor carinhoso. -- O que me lembra que está tarde, não está com sono?
-- Não, acostumada a dormir tarde, estou editando umas fotos, preciso entregar amanhã. -- Lauren confessou com calma.
-- Sendo assim, não irei tomar mais o seu tempo. -- A policial disse em compreensão do trabalho da outra.
-- É sempre um prazer ter meu tempo tomado por você, loira. -- Lauren afirmou e Caroline sorriu sabendo que ela também sorria do outro lado da linha.
-- O que você fez comigo mulher? -- Tal questionamento saiu mais alto do que desejava a policial.
-- Pelo que sei, foi você quem me atropelou e posteriormente quis sentar-se à minha mesa. -- Lauren alegou enquanto soltava tais palavras com meio sorriso cínico.
Caroline apenas sorriu, sabendo disso enquanto imaginava tal ação da loira, se tivesse perto dela, com toda certeza a beijaria sem reservas, suspirou conformada.
-- Preciso desligar. -- Falou entre a sinceridade e a saudade.
-- Boa noite minha loira e boa dança. -- Lauren desejou com voz embargada de carinho. -- Feliz que ligou. -- Completou.
-- Eu também. -- Caroline confessou e ambas sorriram. -- Bom trabalho aí e Boa noite. -- Caroline disse e após mais um sorriso encerrou a ligação ficando a encarar o celular em sua mão. -- Caroline, Caroline... -- Proferiu diante de suas emoções e pensamentos.
Fim do capítulo
Olá amores!!!
Demorei uma eternidade eu sei, mas dei uma reaparecida. Desculpem a demora, e obrigada a vocês que ainda acompanham Duas vidas... Obrigada mesmo!
Esse capítulo foi a continuação da festa de casamento de Sam e Amanda, o próximo ainda terá uma pequena parte do casamento, e outras coisinhas.
Espero que tenham gostado e obrigada pela paciência e carinho... Volto a dizer, embora a demora nas atualizações seja grande, não desisti e nem desistirei da história, ela logo chegará ao fim!
Grande beijo e até o próximo capítulo.
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Andreia
Em: 21/11/2020
Muitos pais por aí teria que ter umas aulas de como ser pai e mãe de pessoas como eles diz né como nós né, não sei porque mais me sinto uma pessoa normal como qualquer outra.
Henrique e Regina são um máximo eles são um casal muito fofo msm em respeita as escolhas que as filhas e filho faz na vida e sempre apoiar e amar acima de tudo.
Agatha e Natty sai lindas juntas como irmãs do coração e consideração.
Alex nem se fala não existe.
Alex e Laila sem comentários maravilhosa são uma casal nota 9,95 pique 10 eu dou p outro casal.
Eu tinha certeza Carlos não aceita e nunca vai aceitar a filha como ela é mesmo vendo ela feliz e sabendo q ela tá sendo feliz.
Será que vai ser hj que Nádia encontra o príncipe encantado dela tbm.
Nádia gostei colocou pai no lugar dele onde ele deveria já ter sido colocado porque foi se não aceita o casamento.
Marcela tá lascada em eu acertei em dizer q Natty poderia ter caso com a irmã da Marcela.
Caroline tá amando e ainda não sabe ou não quer admitir e Lauren tbm.
Bjssss....
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Surpresa muito boa a vossa volta autora, e nossa oq mais me surpreendeu no cap foi o envolvimento de Naty e Lizandra n esperava e q por sinal será muito bem vinda ok... Alê e Laila são duas lindas, o amor transformou bastante Alexandra isso é notório e ah invista no possível romance entre Naty e Lizandra dará certo!!!
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Tango Livre
Em: 16/07/2019
Eu gosto muito dessa historia. Vc escreve bem, tem bom enredo. Sem querer ser uma leitora chata e implicante, mas so a titulo de contribuicao com a autora (mesmo nao sendo requisitada) vi que vc usa a palavra "solver"/solveu em varias passagens, mas essa palavra significa resolver, encontrar solucao para um problema.....acho que a autora gostaria de utilizar o significado de sorver que é beber lentamente, em pequenos goles.
Nao me odeie. Gosto muito da sua historia. Abc
Resposta do autor:
Olá Tango,
Pimeiro, desculpa a demora. Segundo, Lógico que não te odeio, jamais! Eu gosto muito quando alguém me dá esse tipo de contribuição, fique à vontade sempre. Aprendi muito com essa história e muitas coisas foi com leitoras como você, me corrigindo e me fazendo ser melhor a cada capítulo. Muito obrigada pelo toque/correção, eu realmente estava usando essa palavra de forma muito errada. kkkk
Grande beijo.
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Rain
Em: 15/07/2019
Bem-vinda de volta!
A acertei! Tinha a sensação que Naty ia ter algo com a Lizandra. Vamos ver no que essas duas vão fazer.
Eu pensei na Vick com a Nádia, ia forma um casal legal na minha mente. Seria divertido uma tranquila e a outra doidinha, tipo a Alê e Laila. Seria legal também para ver se o Carlos não ia mudar esse jeito preconceituoso dele, ou ele preferia perder às duas filhas dele. Mas, eu acho que a Vick vai voltar de Portugal com alguém.
Você é uma ótima escritora. Gosto muito da sua escrita e da sua história, parabéns. Posso pedir uma coisa, se você puder é claro se não puder, tudo bem. Você poderia fazer uma lista dos personagens? Para ter uma ideia de como eles são. Para ver se são igual à imagem que criei de cada um.
Tchau! Mjc
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Mille
Em: 14/07/2019
Ola autora
Lis dando em cima da Naty, e a Naty gostou de conhecer uma pessoa com atitudes rebelde.
As palavras do sr. Henrique e Lucia foi lindo para as filhas.
Carlos é um bostinha com seus preconceitos, gostei da Nádia ameaçando ele, além de ofender ainda quer tirar a mãe do melhor da festa.
Bjus e até o próximo capítulo
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HelOliveira
Em: 11/07/2019
Feliz por ter voltado com mais um capítulo maravilhoso...
E não se preocupe tenho certeza que assim como eu tinha muita gnt aguardando seu retorno e vamos te acompanhar até o final da história
Bjos
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NovaAqui
Em: 11/07/2019
Amei!
Que bom que teve um tempinho livre e conseguiu escrever. Nossos afazeres nos deixam tão ocupadas que não damos conta de tudo. E tenho certeza que você deixou de fazer uma coisa que gosta muito que é escrever
Obrigada por estar aqui com a gente
Abraços fraternos procês aí!
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