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Diário manchado de vinho por Kiss Potter

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Palavras: 7496
Acessos: 1686   |  Postado em: 12/06/2019

Notas iniciais:

Todas as falas e descrições de Portugal foram devidamente pesquisados e verificados!

 

Capítulo 1 - Capítulo único

 

01 de outubro de 2018

 

Olá diário. Meu nome é Diana, tenho 35 anos e sou lésbica assumida. Atualmente, sou a diretora de um renomado restaurante aqui em São Paulo. Uma coisa certa que aprendi com meu pai é que quando o assunto for mulheres e vinhos, nunca se é demais aprender, degustar e apreciar. Quanto mais refinados, mais trabalho darão ao paladar, ou seja, não é qualquer um que irá compreender.

Faz tanto tempo desde a última vez que tive um diário como esse, nem lembro bem de que forma devo começar a escrever um. Creio que o último sob o meu domínio foi aos 15 anos, quando eu tive o meu coração machucado pela primeira vez e desabafei nele toda a fase dolorosa que passei. Quando finalmente atingi aquela última página, sabia que um ciclo havia se encerrado em minha vida.

Já foram tantos anos, sinto como se estivesse indo me confessar, são várias coisas que nem sei o que falar. Poderia descrever alguns pontos impactantes da minha vida de adulta como, por exemplo, a morte do meu pai, quando tive de assumir o comando do restaurante quando ele faleceu, ou poderia simplesmente relatar sobre como você ficou completamente encharcado de vinho a algumas semanas atrás...

Sim, suas folhas amareladas estão manchadas por uma intensa cor Borgonha de um excelente vinho que degustei acompanhada por uma beldade portuguesa. Só de lembrar dessa noite, sinto um arrepio gostoso atravessar meu corpo.

Até hoje, não consigo acreditar na intensidade com que as coisas aconteceram entre nós naquele par de semanas que estive no vale do Douro, localizado na região Norte de Portugal, muito conhecido por seus vinhedos maravilhosos.

Acredito que essa seja uma narrativa demasiada longa para ser escrita agora, pois já passa da meia noite e tenho que acordar cedo amanhã para mais um dia cheio de coisas cansativas e inevitáveis. No entanto, isso é apenas uma parte da razão. A verdade é que ainda não estou preparada para reviver aquela noite mágica de algumas semanas atrás.

 

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07 de Outubro de 2018

 

              Olá, diário. Estou aqui novamente depois de tantos dias e agora me sinto um pouco mais disposta a dividir a minha história com você sobre os meus dias em Portugal. Como disse anteriormente, sou dona de um restaurante que foi do meu pai. Eu o assumi quando ele faleceu a alguns anos atrás. O negócio sempre foi muito rentável, meu pai conseguiu elevar o restaurante a um nível surpreendente, claro, tudo com muito esforço e paciência. Sempre fomos muito ligados um ao outro e consequentemente eu comecei a compartilhar do seu amor por vinhos.

Assim que assumi os negócios, decidi ousar. Como sempre fui muito crítica com vinhos, gostaria de proporcionar uma experiência única ao meu público já exigente e decidi atualizar a carta de nossa adega com os melhores, mais refinados e complexos vinhos que eu já havia degustado ao longo de tantos anos. Também tenho 3 livros publicados sobre o assunto, digamos que virei uma enófila muito metida nesse mundo. Peguei uma certa fama de boa crítica com essas publicações e frequentemente era convidada a novas degustações ao redor do mundo. Eu tinha uma certa vaidade em saber e admitir que era boa nesse assunto.

No começo de Junho recebi um convite especial para ir a Portugal em setembro. O dono de uma das marcas mais conhecidas do vinho de lá havia convidado alguns críticos para a degustação do seu novo lançamento, um vinho do Porto envelhecido por 6 décadas. Fiquei extremamente animada com essa honra e exclusividade, então prontamente aceitei fazer a viagem. Vinho e Portugal era algo que eu jamais iria recusar,  além de que sempre tive curiosidade de conhecer nosso colonizador.

Os meses se passaram devagar tamanha era a minha ansiedade. No entanto, o dia finalmente chegou e viajei. Não cabia em mim de tanta ansiedade. O voo foi tranquilo e ao finalmente chegar não tive qualquer dificuldade em me locomover. Lisboa era uma capital linda e organizada. Facilmente peguei um trem até Porto e logo em seguida mais outro até a região do Douro onde iríamos ficar em uma cidade chamada Peso da Régua. Sim, é isso mesmo. Não vou mentir que ri bastante do nome dessa cidade a primeira vez que ouvi, foi inevitável. Nós Brasileiros temos um humor incorrigível.

Contudo, eu recebi um verdadeiro tapa na cara quando lá cheguei. Era uma cidade pequena, porém, muito linda. Fui recebida por um motorista da família que me levou através dos campos até a casa onde ficaríamos instalados. O verde da plantação era magnífico, de tirar o fôlego, nunca tinha visto nada tão lindo. A paisagem era bucólica e transmitia paz com a quietude dos campos. Podia ver os vinhedos ao longe e já me sentia encantada por aquele lugar sem o mínimo de esforço possível.

Por um convite feito em nome do Senhor Castro, ficamos instalados em uma casa que ficava muito próxima aos vinhedos e mais parecia uma mansão de tão grande. No primeiro dia apenas nos acomodamos em nossos quartos e descansamos da viagem. Pela noite tivemos um verdadeiro banquete oferecido pela empresa que fez questão de nos presentear com um vinho maravilhoso dos barris da casa. Eu estava muito animada conhecendo os outros sete degustadores, todos homens, que fariam parte da prova na semana.

No segundo dia, bem cedo da manhã, todos fomos recebidos por uma guia Portuguesa baixinha chamada Ana, que prontamente chamou minha atenção. Havia algo no som suave de sua voz, carregado por aquele sotaque lusitano gostoso aos ouvidos que era diferente de todos os outros. Ela usava um vestido na cor vinho até acima dos joelhos e seu espesso cabelo negro estava solto. Passamos a manhã toda aos seus cuidados, que nos encantou com seu charme e desenvoltura ao contar a história desde quando o vinhedo havia se formado e de como havia sido passado de geração em geração na família Castro.

Me interessei tanto pela história da família quanto das uvas, eu era mesmo uma viciada em vinho, mas talvez o charme e educação da Portuguesa tivessem aguçado ainda mais a minha curiosidade. Eu poderia ter passado a tarde toda ouvindo mais de sua bela voz, mas ao meio dia ela nos deixou de volta à casa e foi-se embora. Depois do almoço descansamos um pouco e pela tarde eu caminhei pelos campos verdes e maravilhosos, aproveitando para respirar ar puro e limpar os pulmões.

Cedo da noite vimos o senhor Castro pela primeira vez. Era um senhor grisalho de feições duras. Ele chegou acompanhado da bela Portuguesa de mais cedo, a esposa e dois de seus filhos que trabalhavam na empresa. Por que será que ela estava ali novamente? Tive vontade de me bater quando somente naquele momento me dei conta de que ela era filha do Senhor Castro.

Vi que os homens não lhe poupavam elogios, não que eu estivesse entendendo tudo já que falavam rapidamente. Percebi que ela apenas os agradecia de forma tímida.. Ana era, de fato, uma bela morena, farta e de traços marcantes. Por um momento de descuido ela me pegou em flagrante ao admira-la. Senti um leve embaraço, não era mais do meu feitio ficar desconcertada com mulheres que me atraíam.

Às sete em ponto nos convidaram para um jantar muito especial regrado a um bom vinho. Desse jeito acabaríamos dando um prejuízo danado aos Castro, desde o primeiro dia eles nos ofereciam verdadeiros banquetes. Será que todos os Portugueses eram tão “barrigas cheias” assim? Não sabia, mas estava adorando todo aquele mimo. Infelizmente eu não tive oportunidade de me aproximar dela naquela noite para tentar puxar assunto o que me deixou um tanto frustrada, me conformei em passar a noite admirando-a de longe.

Bem, já escrevi bastante por hoje e já é quase uma da manhã, melhor tentar dormir ao menos um pouco. Depois continuarei este desabafo, pois a história apenas começou.

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12 de Outubro de 2018

 

              Olá diário. Esses dias senti muita falta dela, tanta que meu estômago chegou a doer, junto daquele aperto no meu peito. Eu não me sinto assim a um longo tempo, pensei que jamais iria encontrar alguém que fizesse eu me sentir desta forma novamente. É difícil estar aqui falando essas coisas quando sinto uma enorme falta da sua voz, do beijo dela e de seu sorriso tímido... enfim, preciso continuar a nossa história e aliviar um pouco a angústia da saudade que sinto dentro do peito.

              Continuando, em nosso terceiro dia ali em Peso da Régua foi a vez de conhecer a enorme adega da família Castro, onde finalmente iríamos degustar o tão esperado vinho. Pela tarde, Ana foi que nos acompanhou novamente, para minha alegria, me afeiçoei a sua voz de maneira inexplicável, já estava me sentindo constrangida toda vez que nossos olhares cruzavam, não conseguia evitar, me sentia intimidada por sua beleza e carisma.

              O senhor Castro estava à nossa espera junto de alguns acionistas da empresa. Enquanto ele mesmo falava sobre a madeira dos barris e sobre a safra de 60 anos atrás do vinho em lançamento, eu estava tão ansiosa para experimentá-lo que minha boca aguava. Depois de mais conversas finalmente nos serviram. Ela veio com a taça de degustação até mim, nossos dedos roçaram levemente. Ela me lançou um leve sorriso e falou naquele sotaque gostoso: “aprecie sem moderação”.

              Meu coração disparou e em seguida todos começamos a fazer aquele mesmo processo de degustação de sempre. O vinho atingiu forte em meu paladar e o apreciei por longos segundos. Era de fato bastante forte, porém, muito delicioso. Todos deram suas opiniões. Eu já havia lido sobre vinhos do Porto, dizia-se que eram bem doces, mas o gosto travou um pouco em meu paladar e relatei isso.

              “Então não estás com o paladar apurado o suficiente para este, pois não? ”. A fala firme de Ana chamou, não só a minha atenção, mas também a de todos os outros, que nos olharam atentamente. Tentei explicar de forma educada e sútil meu ponto de vista, não queria desentendimentos àquela altura, foi apenas uma pequena observação que não mudava o fato do vinho continuar a ser bastante saboroso.

              Passado o momento de tensão terminamos a degustação e eu anotei em minha agenda as minhas impressões sobre o vinho. Continuamos na adega por mais um tempo petiscando alguns tipos de queijos que foram servidos. Depois registramos todo o momento com fotos e conversamos todos por um tempo. Vez ou outra, meus olhos cruzavam com os dela, só que ela fugia de mim dessa vez. Fiquei desconcertada pela forma como ela me chamou a atenção naquela tarde, não vou mentir, ela me surpreendeu.

              Já era quase seis da noite quando finalmente voltamos para a casa. Estávamos todos muito animados depois de algumas taças e ficamos jogando conversa fora por um longo tempo na varanda enorme da casa. Me sentia um pouquinho tonta e resolvi me afastar um pouco e tomar um ar. Eu caminhava despreocupadamente quando ouvi uma voz enraivecida vinda de mais a frente, assim que alcancei as vozes vi que Ana e o senhor Castro discutiam calorosamente e ele deferiu um tapa em sua face.

              Fiquei em choque com a cena e entrei em uma das portas da casa para não ser percebia quando ela passou andando rapidamente por mim e desceu as escadas na lateral da casa. Ela ia em direção ao campo ao redor da casa. Logo em seguia o senhor Castro passou pisando firme. Fui correndo atrás dela, não resisti. Foi mais forte que eu. Ela parecia bem frágil quando passou por mim e fiquei um tanto preocupada.

              Olhei se ninguém por perto havia percebido algo, mas todos continuavam entretidos. Refiz os passos dela até chegar ao início das poucas árvores que rodeavam a casa. Facilmente a encontrei sentada sobre o chão coberto de folhas secas e recostada no tronco de uma grossa árvore, ela chorava silenciosamente e tinha a palma delicada encostada contra o lado que havia sido atingida. Ela ergueu os olhos assustada ao me ver, mas logo tratei de acalmá-la.

“Você está bem? ” Lhe entreguei um lenço que sempre levava comigo e ela o recebeu bruscamente.

“O que estás a fazer aqui? Quero ficar sozinha, por favor”. Falou sem me encarar.

              Pedi desculpas e a deixei sozinha. Meu rosto ardeu de vergonha, não queria que ela pensasse que eu era uma metida. Voltei para a casa e tentei me entrosar, realmente havia ficado preocupada com ela, foi um ato ingênuo da minha parte, eu sei, não deveria ter invadido seu espaço daquela forma. Vez ou outra eu olhava em direção às árvores, mas não a vi mais naquele dia.

              E assim se ocorreu o nosso primeiro contato de fato... tão desastroso quanto inapropriado. Pela noite eu quase não conseguia dormir, pensando em como havia sido inconveniente e intrometida. Se eu tivesse outra oportunidade de vê-la, pediria desculpas por minha indelicadeza.

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17 de outubro de 2018

 

              O quarto dia seria o nosso final com os Castro, seria o dia de ir até Porto para conhecermos a fábrica onde o vinho era levado para ser devidamente engarrafado. Fiquei em estado de euforia, talvez eu tivesse a chance de vê-la mais uma vez antes de ir embora da propriedade da família. Revisamos todo o processo e me surpreendi com todo o zelo e cuidado que eles tinham com esta etapa final.

Andávamos pelos corredores da empresa quando eu a percebi vindo em nossa direção, usando um lindo vestido azul escuro. Assim que me viu, encarou-me rapidamente, mas logo desviamos os olhares,  envergonhadas. Cumprimentou a todos e nos levou até uma ampla sala da empresa, onde nos deram um presente especial, cada um de nós ganhou uma garrafa do novo vinho. Senti-me verdadeiramente honrada com o gesto. Durante todo o tempo eu sentia seu olhar em mim, como se quisesse falar algo, mas estávamos rodeadas de pessoas o tempo todo, quando eu estava para ir até ela um de seus irmãos a chamou com urgência para uma reunião. Suspirei frustrada...

Voltamos para o casarão, como eu o havia apelidado, e tratei de arrumar as minhas malas para seguir viagem no dia seguinte. Era sexta feira e meu voo de volta seria na madrugada da quarta feira por vir. Aproveitei que ainda teria mais 4 dias em Portugal para conhecer as principais cidades, já que estava lá iria “turistar” um pouco mais. Já passava das sete da noite quando escutei uma batida na porta do quarto, logo estranhei, ninguém nunca havia vindo até meu quarto durante aqueles dias... quem poderia ser?

Abri a porta e minha surpresa não poderia ser maior quando vi Ana ali. Ela parecia um pouco nervosa. Nos cumprimentamos com um educado boa noite e dei espaço para que entrasse no quarto. Vi que ela observava com atenção alguns dos meus pertences que ainda se encontravam espalhados por ali, até que se virou para mim e falou olhando em meus olhos pela primeira vez:

“Desculpa-me por ter sido tão mal-educada ontem. ”

“Tudo bem. Eu que peço desculpas por ter sido tão metida, só fiquei preocupada com você. e chocada com o que ele fez. ”

“Meu pai e eu descordamos em muitas coisas, ele é um homem difícil. Contudo, tu só estavas a tentar ser gentil. Eu que fui uma parva. Por isso peço-te desculpas. ”

“Está tudo certo, por mim. ”

“Queria devolver-te o lenço e gostaria de dar-te um presente. ”

           Nos encaramos mais intensamente desta vez, até que ela ergueu o lenço e entregou-o junto de um delicado embrulho.

“Obrigada. ” Agradeceu suavemente e sorriu. “Eu não estava errada sobre ti, afinal de contas. ”

“Como assim? ”

“Foi minha ideia convidar-te para vir a degustação. Já li todas as tuas obras, posso dizer que sou uma fã. Acho que por isso exaltei-me tanto ontem na degustação. Desculpa-me por isso também, não estava em um dos meus melhores dias como pudeste perceber. ”

Ela me deixou sem palavras neste momento. Por aquela eu não esperava mesmo. Fiquei muito surpresa e por alguns segundos não soube o que dizer, apenas olhei para o embrulho em minha mão e sorri, foi muito especial ouvir aquilo tudo dela, principalmente com aquela voz de sotaque tão doce e gentil.

“Nem sei o que dizer, Ana. Muito obrigada por ter me convidado, eu amei ter vindo e passado todos esses dias aqui com vocês. Foi muito especial e importante para mim. Conhecer Portugal sempre foi um sonho. ”

“Fico verdadeiramente aliviada em saber isso. Podes abrir o teu presente agora. Quero saber se gostas. ”

Com cuidado rasguei o embrulho e vi que era você, diário. Ela que te deu de presente para mim. Te peguei cuidadosamente em minhas mãos e o admirei. A capa dura preta e as folhas dentro amareladas. Até mesmo agora manchado de vinho ainda é muito bonito.

              “Amei o presente. ” Eu disse e não resisti, fui até ela e lhe dei um abraço.

              Ela me correspondeu sem pressa e ficamos apenas ali, sentindo o abraço e o calor uma da outra. O cheiro do seu perfume era suave, um pouco amadeirado, se eu fechar meus olhos e me concentrar bem, juro que consigo senti-lo. Nunca um abraço me fez sentir tão acolhida antes. Estava também nervosa, o que era incomum. Nos afastamos lentamente e nos encaramos. Eu me sentia totalmente hipnotizada por seu olhar penetrante. Sentindo a tensão que se formou entre nossos corpos, ela pareceu ficar nervosa e continuou a falar:

              “Quando voltarás para o Brasil? “

              “Na semana que vem, apenas. Quero conhecer mais das cidades. ”

              “Fico muito feliz em saber disso.

              “Eu adoraria vê-la mais vezes...” Não consegui segurar meus impulsos. Ela pareceu contente e surpresa.

              “Eu poderia ser a tua guia particular ”

              Ofereceu-se prontamente a me acompanhar e eu não ousei protestar. Fiquei muito mais do que feliz ao pensar em ter a sua companhia comigo. Conversamos em meu quarto por um longo tempo, apenas planejando o nosso destino nos dias seguintes, por sorte ela poderia se ausentar da empresa por uns dias. Eu estava ainda mais empolgada com o fato de passar aquele tempo com ela. Eu não podia mais resistir, estava completamente atraída por Ana, aquela morena tão gentil e especial.

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19 de Outubro de 2018

 

              Olá mais uma vez diário. Ontem estive a sonhar com Ana... ah, doce Ana! Será que era possível se apaixonar assim por alguém em tão pouco tempo? Porque era assim que eu me sentia. Acordei terrivelmente aflita no meio da noite desejando que ela estivesse ao meu lado. Hoje nos falamos por telefone pela primeira desde a nossa despedida. Meu coração bateu feito louco quando ouvi a sua linda voz que me hipnotiza. Gostaria tanto de vê-la novamente, sinto a sua falta. Bem, preciso parar de devaneios e focar, continuarei a narrar nossos momentos juntas naquela última semana. Uma semana que será especial para mim até o fim dos meus dias...

              Bem cedo da manhã ela veio me buscar e seguimos viagem de trem até Vila Nova de Gaia, seria a nossa primeira cidade do dia. Ana havia decidido que iria me mostrar as grandes adegas de Porto já que sabia do meu amor por vinhos. Não descordei, estar com ela seja lá onde fosse, já estava de bom tamanho para mim. Conversamos sobre tantos assuntos diferentes. Começamos por vinhos, obviamente, depois sobre gastronomia, viagens, música, artes... tínhamos bastante em comum. Era tanta conversa que mal vimos o tempo passar no trem.

              Assim que deixamos nossas coisas em uma pousada, a primeira coisa que fizemos foi conhecer as adegas que ainda disponibilizavam uma pequena degustação de seus vinhos. Aquele passeio era o melhor que eu já havia feito em toda minha vida, afinal, eu tive a oportunidade de saborear deliciosos vinhos e ainda tive o privilégio de estar na companhia daquela bela e interessante portuguesa de olhos castanhos. Aos meus olhos eu só conseguia apreciar cada vez mais a delicadeza de suas feições morenas.

              Paramos em um bom restaurante para um almoço rápido e seguimos até o parque biológico de Gaia, uma linda reserva que era bastante rica em diferentes espécies de animais, fiquei encantada, sempre gostei muito de fazer passeios envolvendo natureza, e Portugal parecia ser o lugar perfeito para isso. Percorremos uma trilha longa, apesar de estar cansada me divertia com a animação de Ana, ela parecia ainda mais animada do que eu. Com ela eu provava uma sensação boa de liberdade e leveza. Era melhor eu tomar cuidado se não acabaria tendo dor de cabeça, assim pensava eu.

              Pela tarde voltamos ao hotel mortas de cansaço. Pegamos um quarto com camas separas, para minha decepção, e descansamos um pouco dos pés. Estava bem cansada, mas muito feliz e satisfeita. Ela rapidamente cochilou e fiquei a observá-la de longe. Vê-la dormir tão tranquilamente despertou em mim um sentimento de cuidado e apreço por ela ainda mais. De repente lembrei do tapa que seu pai lhe dera e fiquei tentando imaginar o que poderia ter acontecido.

              De noite fomos jantar em um dos melhores restaurantes da cidade. Durante o jantar ela me fez contar sobre os costumes brasileiros, ela parecia curiosa e confessou que amava o nosso modo de falar, ah se ela soubesse como aquele sotaque dela estava me deixando...  Na hora da conta ela não me deixou pagar por nada, fazia questão, dizia que era um presente pela minha atenção e por estar sendo uma companhia tão divertida. Saímos do restaurante e passemos pela praça principal e aproveitamos para registrar o momento com várias fotos.

              Eu não planejava descrever tanto assim a nossa história. No entanto, foram os pequenos detalhes que me fizeram apaixonar por ela...

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22 de outubro de 2018

No domingo seguimos de Trem para Porto. Novamente conversamos tanto por todo o caminho que não vimos a hora passar, era incrível como o tempo passava rápido quando eu estava ao seu lado, já começava a sentir saudades do tempo que estava passando com ela. Dentre tantas conversas descobri que ela era 11 anos mais nova do que eu, mesmo assim ela parecia ser muito mais madura para alguém de sua idade, se bem que idade hoje em dia é apenas um número. Eu me sentia como uma adolescente bobinha ao seu lado

Chegamos por volta das nove na cidade. E mais uma vez, nosso primeiro destino foi conhecer mais uma adega e participar de degustações, onde gastamos um tempo considerável. Nós duas não nos cansávamos de degustar aqueles vinhos maravilhosos, nem preciso dizer que acabávamos engolindo algumas das provas de vinho e, com isso, tanta mistura nos deixou mais alegres e empolgadas que o normal. Compramos algumas boas garrafas de vinho também. Um sentimento de liberdade e aventura se apoderaram de nós, era inexplicável a nossa sintonia.

Em seguida Ana me levou empolgada à livraria Lello, já tinha escutado muito sobre essa livraria e de fato, não me decepcionou. Fiquei encantada com a beleza do lugar, era tão elegante, vasto e detalhista. Os vitrais no teto eram de uma delicadeza única e os adornos todos de maneira ilustre, mas o que realmente me prendeu a atenção ali foi a escadaria no centro que levava ao andar superior. Era toda trabalhada na madeira e com o piso vermelho que se destacava triunfante. Ana apenas me encarava convencida, parecia orgulhosa e satisfeita ao me ver tão encantada.

Pela tarde fomos aos pontos turísticos mais comentados, ou ao menos, ao maior número de lugares que o tempo nos permitia conhecer. Como o Teatro Nacional São João, o Museu Romántico e alguns outros. Eu estava impressionada com a energia de Ana, ela queria me levar para conhecer tudo e sempre que passávamos por algum lugar especial, ela me contava eloquente sobre as suas histórias e eu que já estava me sentindo encantada, ouvia tudo o que ela tinha a dizer sem ao menos piscar. Eu amava ouvir o som gostoso de sua voz e ficaria de bom grado a ouvir seu belo e suave sotaque por horas e mais horas.

A noite chegou rápida e depois de descansarmos um pouco, fomos nos arrumar para cair na noite. Eu tomei banho primeiro e depois ela. Já estava terminando de me maquiar levemente quando ela surgiu em um vestido preto que marcava suas belas formas fartas. Não contive o olhar de desejo ao vê-la tão bela daquela forma e sei que naquele momento ela percebeu isso. Mas ao invés de se afastar ela virou de costas para mim e pediu para que eu subisse o zíper do vestido.

Minha boca aguou quando eu vi suas costas expostas. Me aproximei hipnotizada pela visão e lentamente o fechei, encostando minhas mãos em sua pele de propósito, eu sentia o quanto ela estava quente, mas não teria coragem de fazer nada naquele momento, ela parecia ser uma mulher muito delicada e sútil. Decidi que precisava agir mais com mais cautela. Ela virou para mim e percebi que ela tinha um leve e encantador. Sorrimos uma para outra. Naquele momento eu sabia que ela se sentia atraída da mesma forma que eu por ela. Decidimos ir rumo a nossa aventura noturna.

Ana não me revelou para onde iria me levar naquela noite, ainda era cedo. Não jantamos antes de ir o que me deixou um pouco curiosa. Pegamos um táxi até às margens do rio. De longe vi um barco iluminado, Ana segurou minha mão e fomos andando até o barco, que era enorme e cheio de luzes brilhantes e coloridas. O clima do ambiente era extremamente intimista e

Assim que todos estavam a bordo, o navio partiu vagarosamente. Haviam algumas poucas mesas estavam dispostas no centro do barco, haviam poucas pessoas neste passeio, por volta de umas vinte. Imaginei que fosse um passeio bem caro a ser feito. Quando já estávamos devidamente instaladas, ela me informou que o passeio pelo Rio tinha direito a janta e fado ao vivo. Foi um ato demasiado romântico o dela e fiquei feliz pela surpresa carinhosa que ela me fez. Durante o jantar a banda começou a tocar.

Era formada por três pessoas, a fadista e mais dois homens, um que tocava viola clássica e o outro tocava uma guitarra portuguesa. Eu nunca havia escutado fado antes e tive uma feliz surpresa. Parei até o jantar para apreciar verdadeiramente aquela obra de arte, me emocionei bastante. A voz da fadista era incrivelmente afinada e marcante. Havia um quê de teatral na forma como ela cantava o que deixava tudo ainda mais lindo e encantador. O Fado era uma espécie de bolero brasileiro, era a referência mais próxima que ela encontrava para descrever o estilo. Por um momento meu olhar cruzou com o de Ana, que percebeu o quanto eu estava envolvida e emocionada com a performance.

“Gostaste? ” Perguntou risonha e também emocionada.

“Eu amei. ”

“Sabes o que dizem?” Dizem “Que o que interessa é sentir o fado. Porque o fado não se canta, acontece. O fado sente-se, não se compreende, nem se explica."

Ela segurou minha mão através da pequena mesa e naquele momento, estar na sua companhia, daquela forma, foi a coisa mais mágica que eu já havia vivido em toda minha vida. Ana parecia ainda mais bela com todas aquelas luzes o seu redor, eu me sentia extremamente atraída por tudo naquela morena linda, se não fosse a mesa entre nós eu já a teria puxado para um beijo, sei que ela também queria, eu podia perceber pela forma como ela passava a língua por aqueles lindos lábios carnudos.

Assim que terminamos o jantar nos afastamos um pouco das outras pessoas. Ela chegou próxima a mim e entrelaçou nossos dedos nos aproximando ainda mais. Novamente eu sentia o seu gostoso cheiro amadeirado, nossas respirações se misturavam e senti seu hálito quente me envolver quando falou olhando em meus olhos:

“És tão bonita. ”

“Você que é, linda. Linda e doce. Doce Ana.”

Com um incrível sorriso, ela aproximou seu rosto do meu até que nossos lábios se tocaram suavemente por um bom tempo. Meu coração disparou de ansiedade. Me sentia uma jovem boba ao seu lado. Peguei sua face com delicadeza e a guiei para um beijo mais intenso, eu precisava matar a fome que tinha daquela boca desde a primeira vez que a vi nos campos. Foi um beijo caloroso, gentil e quente, sentia o leve ardor do desejo quando os dedos sutis dela brincaram em minha nuca, repuxando meus cabelos.

Tivemos de interromper nossa vontade por um maior contato e nos conformamos em ficar abraçadas apenas escutando o fado que ainda nos encantava e apreciando ao longe a paisagem panorâmica de tínhamos da cidade do Porto ao longe. Os prédios antigos iluminados pareciam ainda mais majestosos visto dali pela noite.

O passeio perdurou por bastante tempo, ao mesmo tempo que eu estava amando cada minuto mágico ali, também queria muito ficar à sós com Ana. Já eram quase onze da noite quando finalmente atracamos e desembarcamos. Por sorte, pegamos um táxi rapidamente e durante o caminho, ficamos bem próximas no banco de trás com os dedos cruzados e trocando carinhos suaves.

Assim que abrimos a porta do quarto ela colou em mim, me beijando calorosamente. Travei meus braços ao redor de sua cintura e apertei seu corpo carnudo contra o meu. Seus lábios tinham gosto de vinho e era tão saboroso quanto gostoso e intenso, que me tirou todo resquício de sanidade. Uma sintonia nos envolvia, aquela noite mágica no Porto, com aquele passeio de barco e com o fado a nos embalar foi a fórmula certeira para que nossa química acontecesse tão intensamente.

Jamais havia me entregado daquela forma tão fácil a alguém que acabara de conhecer, porém havia algo diferente em Ana. Não sei até hoje o que é, ou talvez saiba, creio que seja a junção de seu charme Português somado a sua educação, delicadeza e sua beleza morena...

Eu a virei para mim e desci o zíper do seu vestido, depois levei minhas mãos gulosas até a pele de suas costas macias. Vendo que ela consentia aos meus toques, finalmente retirei seu vestido deixando-a apenas de calcinha, ela já não usava sutiã. Admirei seus belos seios medianos e os tomei delicadamente com meus lábios. Conseguia ouvir seus gemidos baixinhos e sentir seus dedos tímidos tentarem retirar a minha roupa. Deixei-a despir-me completamente e a levei até a cama, deitando-a completamente para o meu prazer e contentamento.

Me aninhei entre suas pernas, a noite era toda nossa e ficamos nos provocando com beijos e toques ousados, não tínhamos pressa. Eu queria excitá-la ao extremo, trata-la da forma que toda mulher deve ser tratada na cama, como uma verdadeira dama sacana. Tive uma ideia e corri até o frigobar do quarto, peguei a garrafa com a bebida, duas taças e nos servi de um bom vinho do Porto, é claro que, naquele momento, não poderia faltar esta bebida tão especial para nós duas.

Ana olhava para mim, me seduzindo com um sorriso safado e gostoso. Bebemos um gole generoso da bebida e logo em seguida pus as taças sobre a mesa de cabeceira bem ao lado do meu diário. Beijei-a novamente, sentindo o saboroso gosto do vinho em sua língua macia e quente. Nossa! A bebida em seus lábios era ainda mais gostosa, imaginei como seria prova-lo por todo o seu corpo. Novamente voltei a ficar por cima de seu corpo macio e comecei a sugar seus delicados seios mais uma vez. Ela mordia os lábios e enlaçou os dedos em meu cabelo, fazendo com que a pressão da minha boca em seu corpo aumentasse ainda mais.

Ela era uma mulher ardente... foi uma bela surpresa, assim que eu retirei o seu vestido, sabia que estava despindo sua alma para nosso deleite e ela se mostrou de uma forma que eu jamais imaginara, tão solta e sensual. Peguei a garrafa de vinho e despejei sobre seu corpo, nem me importava se sujassem os lençóis, eu precisava viver aquela fantasia. Suguei todo o líquido começando por seu colo, indo aos seus seios, por toda a sua barriga e fui para seu ventre até o limite que a renda da calcinha preta cobria. Eu vi como ela apertava as pernas fazendo pressão em seu sex*, eu sabia o que ela queria, eu também queria. Ela me puxou bruscamente pelos cabelos me surpreendendo positivamente e falou em meus lábios.

“Faz amor comigo! ” Ordenou em um sussurro, olhando diretamente em meus olhos.

Meu coração estava disparado e me derreti completamente ao ouvi-la fazer o pedido com aquele sotaque tão delicioso que me encantava, sem falar no seu cheiro que estava ainda mais forte naquele momento. Sem mais delongas retirei a última peça que lhe faltava e distribuí mais uma vez beijos por todo seu corpo até chegar ao seu sex* inundado em prazer. Ela me olhava com lascívia e mordia os lábios carnudos. Tive que me segurar para não a tomar completamente tamanho era o meu desejo. Fiz carinho em suas coxas, depois nas virilhas macias, quando olhei para cima vi que ela tinha os olhos fechados, apurando os meus toques.

Não mais me contive e levei minha boca e minha língua nervosa até seu sex*, provando finalmente de seu sabor salgado e delicioso. Eu a beijei, lambi, acariciei e fiquei por muito tempo desta forma até que seu corpo começou a se retorcer na cama, seus gemidos vinham tímidos e contidos, mas eu queria mais, muito mais. Muito mais dela e de ouvir aquela voz macia gem*ndo cada vez mais.

Delicadamente a penetrei com meu dedo e observei suas reações. Seu corpo arqueou involuntariamente quando sentiu a invasão, ela me olhou surpresa e depois me presenteou com um sorriso safado que pedia por mais. Lhe dei estocadas firmes e pus mais um dedo enquanto continuava a tomar seu sex* com minha boca, ela parecia delirar com os movimentos. Logo estava realizando o meu desejo e consegui ouvir seus suspiros e gemidos cada vez mais forte. Ana estava totalmente descontrolada àquela altura e vê-la assim tão entregue me encheu ainda mais de tesão, sentia meu sex* molhar só em tocá-la.

Percebi que ela já estava a ponto de goz*r e parei de ch*pá-la, prontamente ela me olhou frustrada. Subi nela rapidamente e a beijei, espalhando o seu próprio gosto em seus lábios, ela pareceu ficar ainda mais enlouquecida com isso e posso dizer que atacou ferozmente minha boca, mordendo-a e ch*pando-a enquanto arranhava as minhas costas. Nossas línguas e salivas se misturavam e rapidamente nossos corpos se envolveram no suor uma da outra, era tão bom sentir o calor gostoso de nosso desejo.

Lhe trouxe um pouco mais até a beirada da cama e coloquei um travesseiro em baixo de seu quadril, fazendo-o ficar ainda mais livre e exposto para mim. Sem que eu precisasse pedir ela abriu aquelas pernas grossas e torneadas para mim, me dando o incentivo que eu precisava. Fixei meu quadril ao seu suavemente. Quando senti que nossos sex*s haviam se encaixado perfeitamente, pressionei meu corpo ao dela sem mais delongas. Nossas intimidades deslizavam facilmente e o atrito que faziam estava me levando à loucura, já fazia algum tempo que eu estava sem intimidade com alguém e aquele toque me fez mover ainda mais rapidamente, precisava daquele movimento gostoso que me levaria a um orgasmo certeiro.

Ana tinha os olhos fechados e a boca entreaberta. Rapidamente ela começou a soltar os gemidos que ameaçavam ficar mais altos a cada minuto. Leve minha boca até a dela sem parar os movimentos nem por um segundo e ch*pei sua língua com força. Como eu estava extremamente sensível meus próprios gemidos já estavam vindo à minha garganta sem minha permissão. Tudo o que eu queria era sentir seu corpo junto ao meu durante toda a noite. Suas pernas me apertavam e debatiam levemente ao meu redor. Envolvidas em nosso momento ouvi um barulho de vidro quebrar, mas não estávamos dispostas a parar.

Não demorou muito para que ela se derramasse de prazer em meus braços e quando isso finalmente aconteceu uma satisfação enorme percorreu meu corpo enquanto a ouvia soltar um último uivo ainda mais intenso do que os anteriores, logo em seguida pude ouvir a sua risada gostosa leve e satisfeita, sim, aquela mesma que saía sem convite após atingirmos um prazer intenso e goz*r deliciosamente, aquela era a minha risada favorita.

Fiquei a admirando-a se recompor e depois de alguns segundos flutuando, ela me olhou risonha. Nada era mais lindo e precioso para mim do que ser capaz de causar aquelas sensações a uma mulher. Até hoje eu me pergunto se existe sensação mais deliciosa do que essa. Eu sei que não. Ela nos virou na cama e se deitou sobre mim, me olhando sensualmente.

“Quero dar-te o mesmo prazer. ”

Ela desceu até meu sex* e senti sua língua me invadir deliciosamente. Era surreal pensar que eu estaria em uma cama fazendo tudo aquilo com ela, tudo que eu apenas havia sonhado em fazer de alguns dias para cá. Aquela boca dela me ch*pando foi demais, melhor que eu poderia imaginar. Não demorou muito para que eu atingisse o tão esperado orgasmo e me derreti em sua boca chamando por seu nome. Dessa vez, eu soltei minha risada de contentamento. Ela me olhava satisfeita e feliz, parecia dizer com os olhos tudo que sua boca era incapaz de proferir. Eu soube naquele instante que estava apaixonada por ela...

Nos abraçamos carinhosamente e passamos muito tempo daquela forma, ela com o corpo sobre o meu. Eu apenas fazia carinho em suas costas e bumbum e sentia nossos corpos ainda pregados e suados um no outro. Quando estávamos mais calmas e finalmente voltamos da órbita, vi o pequeno estrago que havíamos feito. Derrubamos de alguma forma as taças de vinho sobre a mesa de cabeceira. E foi assim que você, meu diário, ficou completamente encharcado de vinho.

Repetimos aquele ritual por mais algumas vezes até que fomos dormir vencidas pelo sono. Tudo que eu conseguia pensar era que se eu morresse naquele momento, morreria mesmo muito feliz.

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23 de Outubro de 2018

 

              A segunda feira amanheceu preguiçosa. Acordamos tarde e quase não tivemos vontade de sair da cama. Ficamos abraçadinhas durante toda a manhã a trocar carícias. Hoje deveríamos ir para Lisboa e seguir com nosso cronograma. Só tínhamos mais um outro dia até a minha partida. Como já era próximo ao meio dia resolvemos almoçar e depois arrumas as malas. Pegamos o trem às duas da tarde e chegamos em Lisboa por volta das cinco da tarde lá. Praticamente só tivemos tempo de nos hospedarmos em um hotel e depois de devidamente instaladas, decidimos onde iríamos jantar, aliás, Ana decidiu, já que conhecia os melhores lugares.

              Fomos o mais cedo possível jantar já que não havíamos tido tempo de lanchar pela tarde. Assim que terminamos ela me convidou para ir ao menos a uma apresentação de teatro muito conhecido em Lisboa. Fomos ao Teatro Nacional D. Maria II, um prédio belíssimo, bem iluminado e majestoso que ficava na praça Dom Pedro IV. Andávamos despreocupadas e de mãos dadas. Vez ou outra eu podia perceber os olhares desaprovadores em nossa direção, mas nossa alegria e satisfação era maior que o preconceito de terceiros.

A apresentação foi de tirar o fôlego, senti-me verdadeiramente envolvida pelo ambiente do teatro e pela interpretação dos atores. Havia algo dramático nas performances que me encantava. Eu estava decididamente apaixonada por Portugal e pelos portugueses, principalmente por aquela bela rapariga morena ao meu lado. Quando tudo terminou eu a olhei. Ela tinha o olhar encantado e emocionado. Ana era sem dúvidas uma mulher muito perceptível e sensível, sentia orgulho por ter despertado o seu interesse por mim daquela forma.

Cansadas, fomos diretamente para o Hotel e depois de um banho juntas nos amamos lentamente mais uma vez. Apesar do cansaço, a nossa vontade uma pela outra era maior. A cada vez que nos envolvíamos intimamente, eu percebia ainda mais todas as silhuetas daquela mulher maravilhosa. O simples pensamento de deixa-la no dia seguinte já era de partir o coração. Ficamos conversando sobre assuntos aleatórios até pegarmos no sono abraçadas.

Aquela noite de sono foi muito especial e relaxante. Acordamos bem-dispostas no dia seguinte. Como minha viagem de volta para o Brasil seria feita na madrugada da quarta, pudemos disfrutar tranquilamente da cidade durante o dia. Como sempre, Ana me levou para conhecer os melhores pontos turísticos da cidade e, para variar, eu sempre ficava com um sorriso besta na face toda vez que me emocionava com alguma história. Aquela viagem a Portugal estava me enriquecendo de todas as maneiras, tanto culturalmente como emocionalmente.

Já era quase cinco da tarde quando voltamos ao hotel. Mais uma vez tomamos um banho juntas, dessa vez fazendo amor no chuveiro. Eu não me cansava de ter cada vez mais o seu corpo junto ao meu. Eu amava ver a forma que ela sentia prazer em meus braços e mais ainda, eu a forma como ela me fazia ter prazer nos seus. Eu não queria sair naquela noite, por isso decidimos jantar no hotel mesmo e subimos rapidamente de volta ao quarto onde nos amamos de maneira mais sôfrega dessa vez.

Eu sentia no olhar de Ana, todas as palavras presas em sua garganta. Ela, assim como eu, estava totalmente envolvida e a noite passava como uma contagem regressiva maldosa para nós duas. Deixei minhas malas prontas e minha roupa aprontada para a madrugada. Conversamos até altas horas da noite, queríamos aproveitar ao máximo aquela bela sintonia que nos envolvia.

Quando o celular despertou, nos vestimos e fizemos todo o processo de check out em um silêncio sofrido. Ana chamou um táxi e pediu que nos levassem até o Aeroporto. Ela parecia distante, estava sentada quase do outro lado do banco e olhou para a janela o tempo todo. O clima não podia ser mais tenso e pesado entre nós naquele momento. Eu respeitei sua falta de palavras, eu mesma não me sentia totalmente disposta.

Fiz todo o processo das bagagens e ela sentou-se paciente ao meu lado até que o voo foi anunciado. Senti um aperto terrível no peito quando nos colocamos de pé e nos encaramos. Sua face e seus olhos demonstravam as emoções que sua boca não proferia. Nos abraçamos apertado e naquele momento uma lágrima quis escapar de meus olhos, mas consegui me segurar. Ana parecia tão fragilizada quanto eu.

“Foi um prazer enorme conhecer você, linda  Ana.”

“O prazer foi todo meu, Diana.”

Eu me arrepiei com a forma como ela proferiu meu nome. Nos abraçamos apertadamente e por um longo tempo. Apenas nos soltamos quando o voo foi anunciado pela segunda vez e triste segui para o meu destino, deixando-a para trás para sempre.

Não preciso dizer aqui o quanto chorei assim que cheguei ao avião. Eu me apeguei a ela muito fácil, de uma forma inexplicável. No entanto, mesmo apesar daquele aperto forte no peito, o mais importante havia sido todos os belos momentos que havíamos compartilhado juntas.

Querido diário manchado de vinho, e foi esta a sua história e estas foram as memórias que mais me marcaram nos últimos tempos em minha vida...

 

 

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 27 de Outubro de 2018

 

              Diário querido, você não vai acreditar se eu lhe contar! Na verdade, nem eu mesma ainda estou acreditando. Hoje depois de várias coisas enfadonhas no trabalho foram me chamar na cozinha do restaurante e disseram que uma moça morena, chamada Ana estava a minha procura. Meu coração parou por uns milésimos de segundo e no momento seguinte disparou com toda a vontade. Não podia acreditar. Será que eu estava mesmo sonhando acordada? Andei até o lounge bar onde disseram que ela estava a me esperar.

              Assim que cheguei lá nossos olhares se cruzaram de imediato e quase corremos emocionadas até o encontro dos braços uma da outra. Parecia um sonho estar ali com ela, quase um mês depois da última vez que nos vimos. Sentir seu abraço, seu calor, seu perfume... fiquei muito emocionada com a surpresa que ela me fez ao vir até o Brasil me encontrar. Eu não fazia ideia de que ela estava vindo. Não tenho palavras para descrever o quanto estou feliz.

              Enfim, viemos agora mesmo para o meu apartamento onde ela acabou de tomar um banho e se trocar, agora vamos matar as saudades uma da outra, se é que me entende...

 

 

——————————————————————————————————————————

 

 

 

Fim...

Ou seria apenas o começo?

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Espero que gostem deste conto. Foi escrito com bastante carinho.

Bjs


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Comentários para 1 - Capítulo 1 - Capítulo único:
Ritinha
Ritinha

Em: 05/07/2019

Olá Kiss :)

Não imaginas o orgulho que sinto por ter sido a inspiração para este conto incrível :)

Tu conseguiste passar as emoções com uma delicadeza tocante! E a tua descrição do meu país foi muito linda, parece até que já tinhas cá estado kkkk o que só prova o teu enorme talento.

Desculpa, mais uma vez, por ter demorado tanto a vir cá comentar :( mas tu já sabes como me sinto lisonjeada,  e o quanto adoro este conto, e desejo a sua continuação kkkkkk

Parabéns pelo teu talento :)

Beijinhos!


Resposta do autor:

Oi Portuga inspiradora... que bom que você finalmente veio comentar por livre e espontânea pressão minha. kkkkkkkkk

Achei lindo teu comentário. Olha, eu é que agradeço pela inspiração. Foi bom para as duas.

Já sabe o que eu acho sobre esse meu "talento", não é lá essas coisas... Mas obrigada pelo elogio. Sobre a continuação... nos vemos no primeiro capítulo. rsrsrs

Acho lindo esses seus "beijinhos"... juro que ao ler, posso ouvir você falando! Sotaque bonito da porra! Eu piro! kkkkkk

Beijinhos para você também.

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Ellen Mateus
Ellen Mateus

Em: 03/07/2019

Adorei.

Tomara que tenha continuação.

Beijos.


Resposta do autor:

Olá Ellen

Que bom que gostou desse lindo e delicado conto, ele é bem especial para mim.

Olha, quanto à continuação é certo que terá. As leitoras gostaram bastante e eu tive excelentes feedbacks. No entanto, ainda não tenho uma data prevista, ok? Rsrsrs

Obg pelo comentário 

Beijinhos.

Responder

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dannivaladares
dannivaladares

Em: 23/06/2019

Potter, 

 

Estou encantada com tamanha moção,  delicadeza e profundidade de sentimentos. 

Parabéns! 

 

Danni. 


Resposta do autor:

Olá Danni. Me sinto realmente realizada com suas belas palavras e que tenha gostado.

Escrevi esse conto com bastante dedicação e carinho, ele é muito importante para mim.

Com certeza em um plano futuro eu farei a estória dele.

Muito obg pela atenção e pelo comentário. 

Bjs!

Responder

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Ruti c
Ruti c

Em: 16/06/2019

Olá!

sabe, senti um acalento no ??, muito lindo o conto

 

parabens ! 

 

 


Resposta do autor:

Olá Ruti

Estou muito contente em saber que teve essa sensação ao ler este conto.

Acredite, ele foi escrito com muito carinho.

Obrigada pelas lindas palavras.

Bjs!

Responder

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Rosangela451
Rosangela451

Em: 16/06/2019

Oi Kiss 

 

Em pouco menos de 8.000 palavras ,tu conseguiu descrever um romance lindo ! 

Essa Ana heimmm. Coisinha mais linda ! 

Deu vontade de tomar um vinho em Portugal :)

Adoreiiiiii .... Beijos 


Resposta do autor:

Olá RoRo.

Fico verdadeiramente aliviada com a sua aprovação. Rsrsrs

Muito obg mesmo.

Né não. Fiquei louca pra ir a Portugal também tomar vinho lá. Rsrsrs. Quem sabe até encontrar uma morena dessas pra mim. Kkkkkkk

Bjs!!

Responder

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preguicella
preguicella

Em: 14/06/2019

Adorei! Bela maneira de contar uma história! Parabéns e pode voltar com mais histórias!

bjãooo
Resposta do autor:

Olá

Me sinto extremamente feliz que você tenha gostado do conto.

Ele é bastante especial para mim, o escrevi com muito carinho. 

Obrigada pelo carinho e pelas  lindas palavras, significam muito mesmo.

Bjs!

Responder

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rhina
rhina

Em: 13/06/2019

 

Olá 

Boa noite! 

Belíssimo. ....

Charmoso e sedutor cinto.

Parabéns Autora.

Rhina


Resposta do autor:

Olá Rhina, boa noite.

Fico muito feliz com suas lindas palavras e mais ainda que você tenha gostado do conto.

Muito obrigada!

Bjs!

Responder

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Joanna
Joanna

Em: 12/06/2019

O amor sempre inexplicável!

"Destino não é acaso, é o resultado secreto de nossa esperança. O coração é o endereço de todos os tempos." Carpinejar

Feliz dia dos namorados(as)!

Bj


Resposta do autor:

Sim... frase linda essa. Amei esse quote. 

Foi um conto bem lindinho para os eternos namorados.

Obg por ler e comentar!

Bjs!

Responder

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