Capítulo 4
– Er, amor… – Açucena balbuciou, enquanto Nando tentava consertar a situação, porém era tarde.
– Eu sinto muito, amiga, eu pensei que ela soubesse...
– Que eu soubesse o quê? – Rafa indagou ficando levemente irritada.
Um clima constrangedor se formou na mesa. Açucena e Nando trocaram outro olhar. Ele desconcertado, ela sem ação.
– Eu não tinha contado pra ela ainda...
Rafa pareceu mais intrigada, confusa e aborrecida. Nando apressou-se a dizer:
– Bom, então agora que não tem mais jeito, é melhor nós deixarmos vocês conversarem.
Os dois se despediram sem graça, com olhares de lamento, e saíram.
Rafa tinha os olhos fixo em Açucena. As palavras Paris e seis meses gritavam em sua mente, enquanto ela amargava a sensação de que sua mulher lhe escondia algo.
– E então, o que você tem pra me dizer? – seu tom foi firme, quase ríspido.
– É exatamente sobre isso que eu ia falar quando eles chegaram. Foi por isso que pedi pra almoçar com você. Acontece que... O Andreas recebeu uma proposta de trabalho. É um free lancer com aquela fotógrafa famosa, Christine Bressom. Ele não pôde aceitar, porque tinha acabado de assinar um contrato importante. O Nando cogitou a ideia de transferir o trabalho pra mim. O Andreas adorou, entrou em contato com a Christine, ela viu meu livro e ficou encantada... Mas isso implica passar seis meses na França. E eu aceitei.
– Como é que é? Você aceitou? Como assim? Sem me dizer nada? Por que não me contou isso antes?
– Rafa, deixa eu explicar…
– Tudo bem que não sou dona da sua vida, mas estamos casadas! Pensei que dividíamos uma vida...
– Eu sei, eu tentei. Só que... estava justamente com receio dessa sua reação...
– Como você quer que eu reaja? Não fizemos nem um ano de casadas e você está me dizendo que vai embora pra França assim? Como se o nosso casamento não significasse nada? Como se a minha opinião não importasse pra você?
– Espera aí, Rafa. Eu não vou embora pra França. São só seis meses, é um trabalho temporário.
– Você fala como se fossem seis dias!
– Na verdade a minha ideia era que você viesse comigo – Açucena arriscou.
Rafa meneou a cabeça com incredulidade.
– Você sabe que eu não posso. Me ausentar da WHM agora está fora de cogitação.
– Você fala como se só o seu trabalho fosse importante, o meu não.
– Não é isso. Só que o meu trabalho não me afasta de você.
– Vai passar depressa, amor...
– Seis meses? Você tá de brincadeira, né? Hoje mesmo você disse que odeia acordar sem mim. Estava mentindo?
– Claro que não, Rafa. Não confunde as coisas. Você não tem ideia de como foi difícil tomar essa decisão. Você sabe como isso é importante pra.
– Mais do que eu?
– Não seja egoísta!
– Quem está sendo egoísta é você. Sabe o que é mais irônico? Enquanto eu estava aqui, sonhando em ter um filho com você, você estava fazendo planos pra ir embora pra França sem mim. Essa é a sua ideia de casamento?
– Um casamento se faz com uma apoiando os sonhos da outra. Eu também quero ter um filho. Mas ainda não me sinto preparada.
– E eu respeitei isso. Estou esperando o seu momento. Mas pedir que eu fique feliz com o fato de que vou ficar seis meses longe de você, é pedir muito de mim.
– Mesmo sabendo que essa viagem me fará feliz?
– Eu sei o quanto você ama o que faz, mas você não depende disso pra viver, Açucena. Será que precisa se sacrificar assim só por satisfação pessoal? Eu pensei que ter me casado com você e amar você era suficiente pra tê-la comigo. Mas agora estou vendo que não. Era disso que eu estava falando quando disse que tinha medo de que algo nos afastasse. Nós temos sonhos diferentes. Eu quero um filho, você quer se dedicar à sua carreira.
– Não fale como se eu não ligasse pro nosso casamento. Além disso, não é tanto tempo assim. Por favor, tente me entender.
A expressão de Rafa se fechou de vez. Ela baixou a cabeça, desistindo.
– A questão é que você já decidiu, nada mais importa. Quer saber? Faz o que você quiser!
– Isso é chantagem emocional, sabia? Você está sendo injusta.
– Eu não sou de ferro, porr*!
– Não grita comigo.
Rafa passou a mão pelos cabelos, tentando em vão se acalmar. Açucena tinha baixado a cabeça, os olhos úmidos.
– Desculpe. Ok, assunto encerrado. Faça o que você achar melhor – Rafa abriu a carteira e tirou uma nota para a conta, deixando-a sobre a mesa – Eu vou voltar pro escritório – comunicou num tom seco. Era como se um muro de concreto tivesse se erguido entre elas naquele momento.
– Você não vai comer?
– Perdi a fome. Obrigada por ter acabado com o meu dia – dizendo isso, Rafaela levantou-se e saiu, deixando Açucena sozinha na mesa.
Ela não conseguiu comer mais nada também. Saiu do restaurante meio desnorteada. Não estava em condições de voltar imediatamente para a agência. Ainda bem que lhe restava um tempo livre até o horário do teste. Acabou indo parar no apartamento de Érica e Mel.
– Oi amiga!
– Oi – pelo tom de Açucena, Érica percebeu que havia algo errado.
– E aí, como é que você tá? – perguntou depois de elas trocarem beijinhos dos lados.
– Tô péssima.
– Conseguiu contar pra Rafa?
– Consegui. Mas preferia não ter contado – Açucena tentou brincar, mas não conseguiu sorrir.
– Sério? Vocês brigaram?
Érica foi andando para a cozinha e Açucena a seguiu, sentando-se diante do balcão.
– Foi horrível, Érica. Ela está me odiando. Não quer que eu vá de jeito nenhum.
Érica meneou a cabeça, triste pela situação dela.
– Imaginei. Sinto muito, sei o quanto você quer isso. Ela devia ser mais compreensiva. Quando se ama de verdade, tem que apoiar as escolhas da pessoa, independente de você estar nelas. Se fosse comigo, eu ia apoiar, mesmo triste, ia preferir ver minha mulher feliz. Não estou querendo condená-la, ela tem as razões dela. Mas a Rafa ás vezes não consegue enxergar nada além das vontades e do bem estar dela.
Açucena suspirou, refletindo sobre as palavras de Érica, lamentando ter que admitir que a amiga tinha razão.
– Estávamos tão bem. Eu queria tanto que ela fosse comigo. Mas eu sei que não posso exigir isso dela.
– Oi Açucena! – Mel apareceu, vindo da sala com as mamadeiras dos bebês e entregou à esposa. Depois foi cumprimentar a amiga.
– Eles dormiram, amor?
– Sim. A Maria ficou no quarto com eles – Mel sentou-se ao lado de Açucena. Seus olhos exibiam leves olheiras. Cuidar de dois bebês não devia estar sendo fácil para elas – Pelo que eu ouvi, você e a Rafa se desentenderam por causa da viagem, né?
– Infelizmente sim.
– E aí, você vai desistir?
– Não – Açucena disse, decidida – Não vou fazer isso. É a chance da minha vida. Eu amo a Rafa, mas amo mais a mim. Será que vocês me entendem? Vocês acham justo eu desistir do meu sonho, porque a Rafa não me apoia?
– Acho que não, mas... por outro lado, você quer mesmo correr o risco de estragar seu casamento? – Mel questionou.
– Isso não vai acontecer, amor – Érica afirmou, convicta – A Rafa é louca pela Açucena. Ela só tá fazendo birra. Só está sofrendo antecipadamente pelo tempo que vai ficar longe dela. Foi só uma maneira particular de reagir. Bem a cara da Rafa. Ela vai reconsiderar.
– Você acha mesmo, Érica? – Açucena indagou, desejando acreditar naquilo.
– Acho sim.
Apesar das palavras da amiga, Açucena ficou mal o resto da tarde. Durante a sessão de fotos com as modelos do teste para a campanha, Cláudio e toda a equipe notaram seu estado e ficaram preocupados.
– Açucena, se você quiser desmarcar as fotos...
– Não, Cláudio. De jeito nenhum. Não se preocupe, vou fazer as fotos sim.
E ela conseguiu. Terminou o trabalho e foi tudo perfeito. Saiu da agência depois das seis, ligou para a mãe do estacionamento e contou sobre a conversa com Rafa. Mas diante da preocupação de Júlia, se arrependeu de ter contado. Não gostava de causar aflições na mãe.
Chegou desanimada em casa. Tomou um banho, vestiu uma roupa confortável e se jogou no sofá para esperar por Rafa, consultando a hora de dez em dez minutos. Impaciente, comeu algumas bobagens, tentou se distrair vendo TV, mas o cansaço mental do dia acabou fazendo-a dormir. Quando acordou, passos soavam no corredor. Ela se ergueu, a visão embaçada pelo sono, olhou o visor do celular. Meia-noite e vinte. Olhou para o corredor e avistou Rafa caminhando para o quarto de hóspedes vestida para dormir. Ela entrou e fechou a porta, sem olhar para Açucena.
Irritada, Açucena se levantou do sofá e foi até lá, encarando aquela porta fechada. Porém, deteve-se antes de bater. Não conseguiu, escorou-se de costas na porta, o olhar desconsolado. Não acredito que ela vai fazer isso, pensou, aflita. Conhecia bem aquele comportamento típico de quando Rafa estava chateada com ela. Aquele gelo intransponível.
Com um aperto no peito, Açucena desistiu e foi caminhando para o quarto delas. Deitou-se na cama, olhando para o vazio ao seu lado e sabendo que não dormiria direito naquela noite.
Na manhã seguinte quando acordou, como imaginava, Rafa já havia saído. Açucena ligou, mandou mensagem. E nenhuma resposta.
À noite quando Rafa chegou, Açucena estava na mesa de trabalho, num canto da sala. Os olhares das duas se encontraram, o de Rafa duro como um muro de concreto, o de Açucena carregado de tristeza.
– Oi – Rafa disse num tom vazio.
– Oi… – Açucena respondeu, esperançosa. Porém, antes que pudesse falar mais alguma coisa, Rafa seguiu para o quarto.
Açucena levantou-se da mesa e foi atrás dela. A encontrou entrando no closet. Parou na porta e ficou vendo-a pegar umas peças de roupa.
– Vai continuar me tratando desse jeito?
– Que jeito? – Rafa pegou o que queria e foi saindo, sem olhar para Açucena. Ela sabia magoar quando queria.
– Por que está dormindo no quarto de hóspedes?
– Desculpe. Estou tentando me acostumar com a sua ausência.
– Eu estou aqui, droga!
– Não por muito tempo, não é? Pois é, estou treinando.
Açucena sentiu uma leve vontade de rir, mas preocupada, revirou os olhos.
– Para com isso! – puxou Rafa pelos ombros – Eu liguei pra você o dia todo, mandei mensagem...
Rafa afastou as mãos dela sem delicadeza nenhuma.
– É mais ou menos assim que vou me sentir quando você estiver em Paris.
Uma pausa de silêncio tenso as envolveu, enquanto trocavam um olhar intenso, carregado de acusações mudas, das duas partes. Rafa foi quem se desviou primeiro, baixando a cabeça com a mesma expressão dura.
– Eu preciso dormir, estou cheia de compromissos amanhã – virou as costas e saiu do quarto.
Açucena desabou na cama, chateada.
Foi assim a semana inteira. Rafa chegava tarde, de cara fechada e monossílaba. Ia para o quarto de hóspedes e se trancava lá. Primeiro Açucena mergulhou num mar de tristeza, depois ficou com raiva, muita raiva dela por não tentar lhe compreender, por ser tão egoísta e inflexível. E, decidida, começou a organizar tudo para a viagem. Apesar dos conselhos da mãe e das amigas, agora ela estava mais segura de que deveria ir. Não podia deixar que o egoísmo de Rafaela destruísse seu sonho. Se ela queria que as coisas fossem assim, que fossem!
Uma noite, dois dias antes do dia de sua partida, Rafa entrou no quarto para buscar algo no closet e assim que viu as malas de Açucena prontas num canto, parou um segundo, tomada por um breve choque. Quando levantou o olhar, encontrou o de Açucena.
E a distância entre elas era quase palpável. Como podia? Em duas semanas a cumplicidade do casamento, o tesão, toda aquela aura de carinho e amor se transformara em uma camada espessa de gelo.
Uma olhou fundo nos olhos da outra. Rafa desceu o olhar magoado para as malas como a dizer "Então você vai mesmo?". Estava arrasada. Açucena sentiu-se desmoronar com aquele olhar. Teve a impressão de que havia visto os olhos cinzentos se umedecerem, porém antes que pudesse constatar isso, Rafa se desvencilhou do olhar dela, seguiu para o closet a passos largos, pegou o que viera buscar e saiu do quarto.
Naquele exato momento, Açucena desistiu da viagem.
Rafa entrou no quarto de hóspedes e bateu a porta com força, abandonando-se às lágrimas. Não estava sendo egoísta. Não estava! Será que estava? Só queria ter sua mulher ao seu lado, será que isso era algum crime? Devia deixá-la ir? Dar forças para ela passar aqueles malditos seis meses em Paris? Isso era o amor? Então não sabia amar. Só estava sendo honesta consigo e com ela. Não queria que ela fosse. Droga, as malas... ela vai mesmo, está indo embora para a França. Será que está deixando de me amar?
Entrou no banheiro, se despiu e foi para debaixo do chuveiro, suas lágrimas se misturando com a água que escorria por sua pele. Secou o cabelo, se vestiu para dormir, cada gesto feito de um jeito maquinal. Era como se sua alma tivesse abandonado seu corpo por aquele breve momento de desespero. Deitou-se na cama e ficou olhando para o teto. Afinal, o que era a pior distância? A física ou aquela que se estabelecera entre elas nas duas últimas semanas?
Não tinha escolha, não era?
Tudo bem. O que eu não faço por você?
Levantou-se num sobressalto. Atravessou o tapete do quarto depressa, caminhou pelo corredor envolvida por uma impaciência sem medida, uma dor rasgando o peito. Abriu a porta do quarto delas de repente. Encontrou Açucena sentada no divan diante da janela panorâmica, quieta e melancólica, olhando a noite lá fora. Linda, numa camisola branca curta. O coração de Rafa derreteu-se. E quando Açucena se virou, o olhar de sua esposa entrou no dela, dessa vez transbordando um profundo pedido de desculpas. Mas nenhuma palavra foi dita, Rafa não conseguiu falar nada. Só conseguiu ir até ela, agarrar seu rosto e beijá-la, assim do nada, se inclinando sobre ela no divan, as mãos de cada lado de seu rosto, a boca se colando à dela. E então as duas eram como uma só de novo, deitadas ali, perdidas naquele beijo. Um beijo de saudade sufocada, de despedida. Pelo menos era o que Rafa pensava quando afastou a boca da dela, as lágrimas escorrendo dos olhos cinzentos:
– Vamos nos falar todos os dias, você promete? Promete?
Açucena também chorava. Mas era pela emoção de tê-la de volta.
– O quê? – mal havia ouvido aquelas palavras.
– Eu acho que posso, sei lá... tentar ir ver você no terceiro mês...
– Não. Rafa, eu não vou mais.
Rafa a encarou confusa.
– Como não vai? Suas malas estão prontas. Não! É por mim? Não, por favor, eu não vim aqui pedir isso. Eu fui tão idiota com você, amor, todos esses dias. Me desculpe, me desculpe – encheu o rosto de Açucena de beijos – Eu posso suportar isso. Por você. Quero que vá sim, que faça um trabalho maravilhoso e arrase em Paris. E você vai arrasar, porque tem talento pra isso. E tem também uma mulher que te ama demais e que vai ficar aqui, esperando e torcendo por você.
Açucena chorou mais, quase sem acreditar que a ouvia falar daquele jeito. Mas já estava tomada pela certeza do quanto seria difícil se separar dela. Sua ficha finalmente caíra. Aquelas duas últimas semanas haviam se parecido com um pesadelo, Rafa sem falar direito com ela. Será que a distância física doeria tanto quanto aquela?
– Eu não quero mais ir, amor.
– Por que não?
– Porque não vou suportar ficar sem você.
Rafa sentiu o coração sossegar um pouco mais.
– Eu já disse, vou tentar ir ver você. Eu não prometo, mas vou tentar.
– É sério?
– Sim – os olhos cinzentos transbordavam ternura – Vai passar rápido. Logo estaremos juntas de novo, você feliz e realizada por ter conseguido seguir seu sonho.
Açucena deu um sorriso entre lágrimas.
– Eu te amo! Te amo! – agarrou o rosto dela e voltou a envolvê-la com seus lábios. Um beijo molhado de lágrimas.
– Também amo você – Rafa sussurrou no meio do beijo.
Elas fizeram amor ali, diante da janela, o quarto à meia-luz. E naqueles dois últimos dias ficaram mais juntinhas do que nunca. Rafa nem foi para o escritório. Elas ficaram se curtindo o tempo todo, uma mais carinhosa do que a outra. E não falaram mais na viagem, que seria no próximo sábado.
Júlia ficou emocionada quando soube que elas tinham feito as pazes. Na tarde de sexta-feira, ela e Úrsula fizeram uma pequena reunião de família para desejar boa viagem a Açucena. Depois veio a vez das amigas se despedirem. Fizeram isso num restaurante à noite. Alguns drinks e conversas animadas numa mesa do Maresia Blue. Depois Rafa levou Açucena para um passeio no iate, dormiram juntas na suíte depois de fazerem amor por longos momentos com a porta que dava para o deck aberta, o mar e as estrelas a contemplarem o amor das duas.
Quando amanheceu, voltaram para o apartamento, tomaram café juntas e Rafa a levou ao aeroporto. Açucena estava radiante de felicidade, apesar de chorar toda vez que abraçava a esposa. Chorou de novo quando abraçou a mãe, o irmão e os avós.
Enquanto ainda estavam no saguão, Rafa tentou se apegar a sensação de que ela voltaria no dia seguinte. Porém quando a beijou pela última das últimas vezes e a viu seguir arrastando a mala rumo ao portão de embarque, seu coração voltou a se despedaçar, dessa vez com um tom definitivo. Rafa ficou parada, petrificada, olhando Açucena se afastar, seguindo o fluxo de passageiros, a saia lápis preta acentuando a curva de seu quadril, os cabelos loiros estendidos sobre as costas. As emoções se misturaram, brigando feito cães raivosos dentro de Rafa. Ela não conseguia se mover, queria que o tempo parasse, ou queria adormecer e só acordar quando Açucena voltasse. Estava tonta, com dor de cabeça de tanto pensar naquele momento, e agora estava acontecendo! Açucena se fora. Sentiu-se sufocar, enquanto as mãos de Júlia a envolviam num abraço aconchegante de mãe.
– Vamos embora, filha.
E aí foi que Rafa se deu conta de que Açucena já havia ido, não havia mais passageiro nenhum, o corredor estava vazio, a porta se fechava e ela tinha ficado muito tempo presa naquela letargia. Como sobreviveria?
Nos próximos seis meses toda a família e os amigos continuariam com suas vidas de sempre, enquanto que ela só tinha um apartamento vazio com o qual se acostumar. Mas tudo bem. Ia se dedicar mais ao trabalho, mergulhar de cabeça em seus projetos e compromissos. Isso ia fazer com que o tempo passasse mais rápido para que pudesse ter sua loira de volta.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
sonhadora
Em: 26/03/2019
Nossa que capítulo forte moça! Pensei tanta coisa, mas nada igual ao que elas conversaram! Por um instante pensei que a Açucena desistiria da viagem, mas sabendo que ficaria aquele vazio por não ter feito algo por ela mesma!
Seis meses....tanta coisa acontece em seis meses....
Beijos
Resposta do autor:
É, um pouquinho teenso.
Ela quase desistiu mesmo rsrs
Em seis meses acontece muuita coisa, como as que acontecerão no próximo capítulo ;)
Valeu Sonhadora
Beijo beijo
Até o próximo
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]